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quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

A fibra ótica chegou e vai reduzir preços dos serviços, vai dar mais velocidade às comunicações e vai alcançar mais consumidores da TI...

http://veja.abril.com.br/noticia/economia/fibra-otica-deve-reduzir-preco-e-melhorar-servicos-nas-telecomunicacoes

Empresas investem na expansão das redes óticas de olho na oferta de pacotes convergentes, inclusive TV via internet – quem sai ganhando é o consumidor

A fibra ótica também é economicamente vantajosa para as empresas de telecomunicação, que poderão incluir novos produtos em seus portfólios
Os moradores dos grandes centros urbanos do país deverão verificar nos próximos meses os efeitos de uma nova etapa de investimento das empresas de telecomunicação, desta vez na expansão das redes de fibras óticas. A novidade é que a tecnologia, desenvolvida ainda na década de 50, chegará neste ano às casas de milhares de brasileiros (fiber-to-home ou FTTH). Graças a uma capacidade imbatível de transmitir dados, essas fibras – que transportam e até entortam a luz – surgem como a melhor opção para os consumidores modernos.
O uso intensivo de serviços virtuais baseados na “nuvem” – grandes servidores espalhados pelo planeta – tem feito com que número crescente de usuários exija cada vez mais banda das companhias. O destaque fica para a TV via internet, que, grosso modo, usa a web como suporte para a veiculação de conteúdo audiovisual (IPTV), inclusive em alta definição. De olho na rentabilidade que essa demanda representa, o setor já se articula para oferecer através da fibra ótica um amplo de leque de serviços sob uma plataforma convergente. Na esteira deste movimento conjunto vem a competição que deve se traduzir em preços menores e melhoria da qualidade.
Os cinco conglomerados de telecomunicações do país confirmam projetos de ampliação das redes óticas, principalmente nos centros urbanos com maior renda per capita e adensamento populacional. São eles o grupo controlado pelo bilionário mexicano Carlos Slim, que congrega NET, Claro e Embratel; os espanhóis da Telefônica/Vivo e sua parceira TVA; a italiana TIM, que é dona da Intelig e da AES Atimus (hoje TIM fiber); a brasileira Oi; e a GVT, que pertence ao grupo francês Vivendi.
Abertura de mercado – O pontapé para essa ação simultânea das teles foi dado em 12 de setembro do ano passado, quando a presidente Dilma Rousseff assinou a Lei nº 12.485 – mais conhecida por nova lei da TV a cabo. A sanção implicou a liberação do segmento às operadoras de telefonia; a abertura para reorganizações societárias e aprofundamento de parceiras; e, por fim, a possibilidade de ofertar novos pacotes convergentes, inclusive com a venda de TV por assinatura via web. Livres de amarras legais, as empresas já não escondem a corrida para disponibilizarem estes serviços.
“A concorrência deve ficar mais forte daqui para frente. Logo, a TV paga deve ter seu preço reduzido. O que deve acontecer com a banda larga é que as pessoas terão pacotes mais velozes pelo mesmo preço, o que é o mesmo que reduzir tarifas”, disse o analista de telecomunicações do Banco Banif, Alex Pardellas.
“A vantagem da fibra é a possibilidade de oferecer maior velocidade de transmissão de dados, o que dá suporte a filmes e música para o público, bem como um uso mais intensivo de softwares e outros serviços”, disse o sócio da gestora de recursos Polo Capital, Cláudio Andrade.
Benefício para as teles – A fibra ótica também é economicamente vantajosa para as empresas de telecomunicação, que poderão incluir novos produtos em seus portfólios. Basicamente, pesados recursos são despendidos para adaptação e construção de redes, com destaque para a fase de implementação. Feito o investimento, a nova infraestrutura permite a adição de milhares de usuários e a exploração diversos serviços. Desta maneira, a amortização do gasto é uma consequência não muito distante e o que vem depois é lucro – um expressivo lucro.
“A expansão das redes de fibra ótica vai ser intensa em 2012. As principais operadoras do país já lançaram seus planos de negócios para investir no setor e assim ganhar o público com novos serviços – além de aumentar a lucratividade”, disse o presidente da consultoria em telecomunicações, Eduardo Tude. “A tendência é o oferecimento dos chamados ‘combos’ aos usuários, o que permite preços menores. Na verdade, os valores dos serviços já começaram a baixar. Onde a rede chega, o serviço começa e já é mais barato”, afirmou Tude.
Concentração geográfica  As redes de fibra ótica concentram-se hoje em regiões mais ricas e populosas, principalmente ao redor das capitais paulista e fluminense. E isso não deve mudar. “Na verdade, as empresas interessam-se pelas áreas com maior poder de consumo. Então é de se esperar que os investimentos aconteçam preferencialmente nesses locais. Como em qualquer negócio, a decisão de investir ou não depende da viabilidade econômica. Não adianta sair investindo em fibra ótica sem ter retorno”, disse Pardellas.