Postagem em destaque

Uma crônica que tem perdão, indulto, desafio, crítica, poder...

Mostrando postagens com marcador governo argentino. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador governo argentino. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 17 de abril de 2012

Repsol, a petroleira espanhola, pede dez bilhões de dólares da Argentina...


Argentina

Repsol quer indenização de US$ 10 bi da Argentina

Antonio Brufau acusou o governo de Cristina Kirchner de usar a expropriação da YPF para 'tapar a crise social e econômica' enfrentada pela Argentina

Antonio Brufau, presidente da Repsol, durante coletiva em Madri
Antonio Brufau, presidente da Repsol, durante coletiva em Madri (Dominique Faget / AFP)
A presidência da Repsol reagiu, nesta terça-feira, à decisão do governo argentino de expropriar de forma arbitária 51% da YPF, a filial do conglomerado no país. O chefe do grupo, Antonio Brufau, disse que a ação é uma tentativa de Cristina Kirchner de enconder a crise social e econômica por que passa a Argentina. E afirmou que a petroleira exigirá uma indenização de 10 bilhões de dólares do governo argentino.
“Ao levantar a bandeira da expropriação e buscar um responsável na YPF esconde a realidade", afirmou Brufau. Para ele, a descoberta de petróleo no campo de Vaca Muerta é, sem dúvida, a causa da nacionalização da companhia, assim como o insustentável modelo energético de subsídios da Argentina que leva a um "consumo descontrolado de gás e a faturas impossíveis de pagar", afirmou. A Repsol pedirá em arbitragem internacional uma compensação de mais de 10 bilhões de dólares - segundo os cálculos da empresa, esse é o montante equivalente aos 57,4% de sua participação na YPF.  "Esses atos não ficarão impunes", disse Brufau.
Leia também

Brufau disse que as autoridades argentinas entraram nas instalações da Repsol YPF "sob o amparo de uma lei de Videla", em uma referência ao ex-ditador argentio Jorge Videla. "Essa atuação não é própria de um país moderno. O povo deste país merece outra coisa", afirmou.

A companhia espanhola entende que para promover a desapropriação de 50,1% o governo argentino deveria lançar uma oferta pública de ações (OPA). Segundo os estatutos da YPF, da qual Repsol controla 57,4%, em caso de uma aquisição igual ou superior a 15% o comprador deve formular uma OPA  pela totalidade das ações da companhia. O executivo disse ainda que a campanha contra a empresa nas últimas semanas na Argentina foi planejada para provocar a queda da ação da YPF e facilitar a expropriação com preço reduzido. "É ilegítimo e injustificável", afirmou.

Histórico – Comprada em 1999 pela Repsol, a YPF foi a grande aposta da empresa espanhola para alavancar seu processo de internacionalização. À época, a Repsol pagou 13,4 bilhões de euros pela YPF.

Hoje a YPF é responsável por metade da produção de petróleo da Repsol (530.000 barris por dia), possui pouco menos da metade de suas reservas totais (cerca de 1 bilhão de barris de um total de 2,1 bilhões) e contribui com um terço do lucro bruto (1,23 bilhão de euros).

Segundo dados do El País, a YPF já investiu 11 bilhões de euros na Argentina e triplicou a quantidade de dividendos pagos pela empresa.

Hoje, a composição acionária da YPF está distribuída da seguinte maneira: 58,23% da Repsol, 25,46% do Grupo Petersen, 16,3% de capital flutuante na Bolsa e apenas 0,01% do governo argentino

(Com agência France-Presse)