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quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

O Conservadorismo tem futuro?


O FUTURO DO CONSERVADORISMO

O artigo que segue pós este prólogo é de Daniel Pipes, um dos mais respeitados intelectuais americanos e consiste numa reflexão sobre sobre as razões pelas quais os conservadores americanos perderam a última eleição presidencial. O pleito presidencial é o referente a partir do qual Pipes assinala que o conservadorismo neste século XXI tem de rever suas estratégias de ação. 
Vale a pena ler. Serve também para o Brasil, país seviciado há uma década pelo esquerdismo. A diferença entre o Brasil e os Estados Unidos, no que respeita à política, decorre fundamentalmente de um aspecto: lá o espectro ideológico é bem definido. Aliás todas as grandes democracias do mundo contam com um forte partido conservador. Já no Brasil ser conservador sempre foi tido como um ato de pecado mortal, fato que denota a fantástica estupidez que habita o imaginário político nacional.
Neste artigo Daniel Pipes aponta o êxito do esquerdismo americano: anos e anos de trabalho árduo de sua militância para fazer valer os postulados da crença socialista. Todavia, Pipes não aponta um detalhe que reputo importante e que deve ser levado em consideração: enquanto existe uma teoria socialista não existe uma "teoria conservadora". Ou seja, o conservadorismo não deseja remodelar a natureza, apenas ser preocupa em criar mecanismos que adaptem a natureza à sobrevivência dos indivíduos. O artigo de Daniel Pipes tem por título "Qual o Futuro do Conservadorismo na Esteira da Eleição de 2012?"
Os conservadores não precisam abrir mão de seus princípios, mas têm de mudar as estratégias de ação. Leiam:
Como tantos outros conservadores, assumi que o Tea Party, o resultado da eleição de 2010, Solyndra, 8 por cento de desemprego, Bengasi e uma oposição agitada (dizia um assessor de Romney: no dia da eleição, "você simplesmente não ficaria no caminho de um republicano rumo à votação") garantia derrota na candidatura de Barack Obama a um segundo mandato. Portanto, a sua vitória foi especialmente amarga. Será que só eu dormi mal e evitei as notícias por vários dias?
Tantas análises foram apresentadas explicando o que deu errado: Romney era muito conservador ou não era conservador o suficiente, insistiu demais em sua biografia, esquivou-se de questões favoráveis, não conseguia se conectar com as massas. E também foram delineadas outras tantas conclusões: os conservadores precisam se modernizar (atenção!, cooperar com os gays), estender a mão aos não brancos (acolher positivamente os imigrantes ilegais), indicar os que realmente são conservadores.
Eu mesmo endosso o argumento que "a política está se distanciando da cultura".
Embora os conservadores sejam melhores nos debates políticos, consistentemente perdem na sala de aula, na lista do best-seller, na TV, nos filmes e no mundo das artes. Esses bastiões liberais, que fornecem o alimento para a política do Partido Democrata, não foram desenvolvidos de forma espontânea e sim resultado de décadas de trabalho duro, rastreável às ideias de Antonio Gramsci.
Os conservadores deveriam copiar esse tipo de conquista. Juntamente com Ed Gillespie, ex-presidente do Comitê Nacional Republicano, espero ansiosamente chegar o dia em que vai ser tão legal "acreditar nos princípios da livre iniciativa, a necessidade de termos uma poderosa segurança nacional, as virtudes das famílias tradicionais e o valor da fé religiosa quanto é zombar do capitalismo, humilhar os militares, denegrir os pais e ridicularizar a religião".
Felizmente, já está em vigor um contra establishment dos conservadores americanos: o Wall Street Journal e o canal de TV Fox News podem ser muito mais conhecidos, mas a Bradley Foundation, a Pepperdine University, o Liberty Film Festival e a revista Commentary não são menos importantes. É verdade, as instituições conservadoras raramente usufruem da história, recursos e prestígio dos seus colegas liberais, mas existem, estão se expandindo e contam com uma mensagem convincente e otimista.
Será um longo caminho, difícil de percorrer, mas não há atalhos e pode ser bem sucedido. Do site de Daniel Pipes