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domingo, 5 de maio de 2013

Desmoronamento de prédio em Bangladesch tem explicação: falta de fiscalização de autoridades responsáveis...

http://www.em.com.br/app/noticia/internacional/2013/05/05/interna_internacional,382338/mortos-por-desmoronamento-em-bangladesh-passam-de-600.shtml
Mortos por desmoronamento em Bangladesh passam de 600
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Publicação: 05/05/2013 11:34 Atualização: 05/05/2013 12:04

Daca - Mais de 600 corpos foram retirados dos escombros do prédio de oito andares que desabou no dia 24 de abril, informou a polícia de Bangladesh neste domingo. Além de lojas, funcionavam no local cinco confecções de roupas. Os policiais disseram que 610 corpos foram recuperados, mais de 200 deles desde quarta-feira, quando as autoridades haviam dito que apenas 149 pessoas estavam desaparecidas.

O cheiro de corpos em decomposição permanece em meio aos escombros e ninguém sabe quantas vítimas ainda serão retiradas do local. O desastre deve se transformar no pior acidente da indústria de confecções já ocorrido, superando de longe o incêndio na fábrica Triangle Shirtwaist, em Nova York, que matou 146 trabalhadores em 1911.

Um arquiteto da empresa que fez o projeto do prédio disse neste domingo que ele não foi erguido para abrigar pesados equipamentos industriais, muito menos os três andares que foram posteriormente construídos ilegalmente.

Masood Reza, arquiteto da Vastukalpa Consultants, disse que o prédio foi projetado em 2004 como um shopping center e não para propósitos industriais. "Nós projetamos o prédio para ter três pisos com lojas e dois de escritórios. Não sei como os pisos adicionais foram acrescentados e como as fábricas receberam permissão para ocupar os andares mais altos", declarou Reza.

"Não me pergunte mais nada. Isso agora é uma questão sensível", disse Reza antes de desligar o telefone.

O governo havia prometido tornar a indústria de confecção mais segura, após um incêndio numa fábrica de roupas em novembro ter matado 112 pessoas. Foram prometidas inspeções de segurança nas confecções e o confisco das licenças das que não apresentassem boas condições, mas o projeto ainda tem de ser implementado.

A indústria de confecção de Bangladesh fornece para varejistas de todo o mundo e é responsável por cerca de 80% das exportações do país. O acidente levantou fortes dúvidas sobre as afirmações dessas empresas de que podem garantir condições seguras para os trabalhadores que fabricam suas roupas por meio da autorregulação.

Bangladesh é popular no ramo principalmente por causa da mão-de-obra barata. O salário mínimo de um trabalhador numa confecção é de US$ 38 por mês, depois de ter quase dobrado neste ano após violentos protestos dos trabalhadores. Segundo o Banco Mundial, a rende per capita em Bangladesh era de cerca de US$ 64 por mês em 2011. As informações são da Associated Press
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sábado, 4 de maio de 2013

Bangladesch conta - agora - 543 mortes do desabamento de prédio

http://veja.abril.com.br/noticia/internacional/bangladesh-ja-conta-501-mortos-por-desabamento


Ásia

Bangladesh já conta 501 mortos por desabamento

Tragédia também feriu 2.437 pessoas e despertou revolta na população

Trabalhadores de resgate prestam ajuda para as pessoas presas sob escombros após um prédio de oito andares desabar em Savar, nos arredores de Dhaka, em Bangladesh
Trabalhadores de resgate prestam ajuda para as pessoas presas sob escombros após um prédio de oito andares desabar em Savar, nos arredores de Dhaka, em Bangladesh (Andrew Biraj/Reuters )
O trágico desabamento de um complexo têxtil ocorrido na semana passada em Bangladesh já resultou em 501 mortes, segundo o balanço divulgado nesta sexta-feira pelas autoridades, que fecharam outra fábrica próxima porque o imóvel apresentava rachaduras.
Em entrevista à imprensa tocal, o porta-voz do Exército, Shahinul Islam, confirmou o número de mortos após assegurar que as equipes de resgate retiraram 55 corpos dos escombros nas últimas horas. O acidente, a maior tragédia industrial da história do país asiático, também feriu 2.437 pessoas que se encontravam no imóvel de nove andares, situado na cidade de Savar.
Um número indeterminado de trabalhadores continua em paradeiro desconhecido, provavelmente debaixo da enorme massa de escombros que o Exército e outros serviços públicos trabalham para retirar há dias. O edifício ruiu em 24 de abril, com cerca de três mil pessoas em seu interior. Elas foram obrigadas a trabalhar apesar de a polícia tinha advertido, um dia antes, que havia rachaduras nas paredes.
Prisões – O governo destituiu nesta quinta-feira, por "negligência"e "inação", o prefeito de Savar, Mohammed Refatula, e até o momento a polícia já prendeu quase uma dezena de pessoas. Entre os detidos estão o dono do imóvel – ligado ao partido governante em Bangladesh –, vários proprietários de fábricas têxteis e engenheiros municipais, enquanto um empresário espanhol, David Mayor, está sob ordem de busca e captura.
As autoridades ordenaram, além disso, o fechamento de outra fábrica têxtil, situada a 1,5 quilômetros do complexo que ruiu e onde trabalham milhares de empregados, devido a várias rachaduras em sua estrutura. O desastre de Savar evidenciou as más condições trabalhistas e de segurança em que trabalham os empregados das fábricas têxteis no país asiático, que abastece várias multinacionais ocidentais. 
Prisão - Os policiais que investigam o desabamento prenderam um engenheiro que alertou no dia anterior à tragédia que o edifício de oito andares não era seguro. A prisão do engenheiro Adbur Razzak elevou para nove o número de pessoas detidas por conta do desastre em 24 de abril.

O engenheiro Razzak foi chamado ao Rana Plaza em Savar, 30 quilômetros ao norte da capital, pelo proprietário do edifício quando surgiram rachaduras em pilares de concreto um dia antes do acidente. Apesar de seus alertas de que o edifício não era seguro - citados na mídia local horas antes do colapso - milhares de trabalhadores, na maioria mulheres, foram mandadas de volta às fábricas nos andares superiores ao início do turno de trabalho na manhã seguinte.


(Com agência EFE)