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Uma crônica que tem perdão, indulto, desafio, crítica, poder...

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segunda-feira, 28 de julho de 2014

Pra cada solução ou locução surge um problema....



  Na segunda metade dos anos 60, Stanislaw Ponte Preta fez enorme sucesso com o seu Festival de Besteira que Assola o País, o FEBEAPÁ. Hoje, em vez de três volumes, teria material para publicar um por mês. Mas os leitores talvez não fossem tantos. O advento da Era da Mediocridade habituou o Brasil a encarar com indulgência de comparsa manifestações de ignorância antes punidas com gargalhadas, réplicas debochadas, ironias ferozes, piadas desmoralizantes e outros castigos ainda mais impiedosos.
O país embrutecido pela jequice hoje trata como inimputáveis até presidentes da República incapazes de ler, escrever ou dizer coisa com coisa. E contempla com mansidão bovina cenas de idiotia explícita que, nem faz tanto tempo assim, garantiam ao protagonista, fosse ele nativo ou gringo, a carteirinha de cretino fundamental. Dan Quayle , vice-presidente dos Estados Unidos entre 1989 e 1993, é um caso exemplar: com meia dúzia de frases, consolidou a fama de imbecil também entre os brasileiros com mais de 20 neurônios.
Uma delas: “A perda de vidas é irreversível”. (“Minha mãe nasceu analfabeta”, empatou Lula).  Outra do americano trapalhão: “Fiz uma viagem à América Latina e só lamentei não ter estudado Latim com mais dedicação para poder conversar com aquelas pessoas”. (Lula superou-o ao inventar uma invasão da China pelo exército de Napoleão Bonaparte). O palanque ambulante continua despejando bobagens por aí. A vida pública de Quayle foi encerrada em 1992, durante uma visita a Trenton, New Jersey, quando resolveu posar de professor de ortografia durante um concurso escolar de soletração.
No vídeo que registra o pedagógico fiasco, o vice aparece numa sala de aula ditando a palavra inglesa correspondente a “batata” a William Figueroa, da 6ª série. Ao escrever potato, é delicamente repreendido pelo mestre aloprado: “Está correto foneticamente, mas você está esquecendo alguma coisa. Em seguida, Quayle sussurra algo aos ouvidos do aluno, que prontamente deforma a grafia certa com um e inexistente. Opotatoe eliminou Figueroa do concurso e antecipou dramaticamente a aposentadoria política do ainda jovem n° 2 dos EUA.
Dilma Rousseff também recorreu a uma vogal pinçada no cérebro baldio para transformar Ariano Suassuna em Ariano “Suassuana”.  A frequência com que troca, embaralha ou esquece nomes de ministros, prefeitos, estados, cidades e coisas fica com cara de pecado venial quando confrontada com as sessões de tortura a que vive submetendo não só a língua portuguesa, mas também o raciocínio lógico, o senso comum e a inteligência alheia.
A performance de Dilma no coração do poder confirma que quem não governa sequer o que diz jamais aprenderá a governar um país. Ela acha que merece um segundo mandato. Os eleitores decidirão se o Brasil merece ser presidido mais quatro anos pela versão em dilmês de Dan Quayle.

domingo, 29 de julho de 2012

"A Justiça rendeu-se ao atrevimento.... " / O Brasil vai bem, obrigado


27/07/2012
 às 19:17 \ Direto ao Ponto

A Justiça se rendeu ao atrevimento do bandido apaixonado e sua mulher-noiva

A Justiça de Goiás homenageou Carlos Augusto Ramos Araújo, o Carlinhos Cachoeira, com duas capitulações em menos de um mês. A primeira consumou-se no momento em que o juiz federal Paulo Augusto Moreira Lima rendeu-se às sucessivas ameaças de morte e se afastou do caso. Moreira Lima entrou na alça de mira de Cachoeira por ter autorizado a Polícia Federal a gravar telefonemas do chefão e, depois, determinado a prisão do bando.
A segunda capitulação foi formalizada nesta quarta-feira, já no começo da audiência em Goiânia, quando o prisioneiro afrontou impunemente o juiz Alderico Rocha Santos. “É uma pergunta difícil”, debochou Cachoeira quando o magistrado indagou se é casado. E aproveitou a deixa para uma troca de frases melosas com sua mulher Andressa Mendonça, presente ao tribunal e à disposição dos fotógrafos.
“Eu te amo”, ele disse. “Também te amo!”, ela exclamou. Ela a pediu em casamento. Ela aceitou. Ele prometeu cumprir a promessa assim que recuperar a liberdade. “Achei gostoso”, derreteu-se a mulher que, já casada, virou noiva. O que houve na audiência não tem parentesco com histórias de amor. O que se ouviu foi um hino ao cinismo, composto por um meliante que faz em Goiás o que quer e desdenha ostensivamente dos três Poderes.
Faz sentido. Quem preenche cargos importantes na administração estadual e fecha negócios suspeitíssimos com o governador não pode ter respeito pelo Executivo. Quem compra deputados e senadores só pode desprezar o Legislativo. Quem intimida, desafia, desmoraliza ou aluga juízes e desembargadores não pode temer o Judiciário.
Como registra o comentário de 1 minuto para o site de VEJA, o juiz Rocha Santos deveria ter interrompido Cachoeira na primeira vírgula da resposta atrevida, enquadrado o delinquente por desacato à autoridade e determinado à escolta policial que o devolvesse à cela onde está hospedado. Por não ter feito o que devia, o magistrado liberou o bandido apaixonado para o espetáculo da cafajestagem que desferiu outro tapa na cara do Brasil decente.

terça-feira, 17 de abril de 2012

Brasil, país da amnésia ...!

17/04/2012
 às 8:33 \ Direto ao Ponto

A ópera dos malandros mensaleiros foi aberta por Lula em novembro de 2009

Desde julho de 2005, registrei no post reproduzido na seção Vale Reprise, Lula já pediu desculpas por não ter enxergado o mensalão, já se declarou traído sabe-se lá por quem, já procurou transformar assalto ao dinheiro público em caixa 2, já tentou reduzir crimes hediondos a pecados veniais, já jurou que o mensalão não existiu. Em novembro de 2009, enfim, aproveitou a entrevista concedida a Kennedy Alencar, da RedeTV!, para anunciar que tudo não passou de uma invencionice forjada pela oposição para derrubar o governo ─ e prometeu apurar a trama assim que deixasse a Presidência.
A entrevista, como se pode constatar na seção História em Imagens, foi o prólogo da ópera dos malandros encenada para convencer a plateia brasileira de que o pai de todos os escândalos não passou de “uma farsa” engendrada por inimigos do povo. Aos 2min40 da conversa, Lula avisa que “essa história do mensalão ainda vai ser esclarecida”. Caprichando na pose de melhor aluno da escolinha de sherloques do doutor Prótogenes, o então presidente promete desvendar o “mistério” assim que deixar o Planalto.
“Vou querer me inteirar um pouco mais disso”, diz. Sempre ressalvando que prefere esperar a decisão da Justiça para opinar sobre o caso, despeja sobre os telespectadores um balde de espertezas diversionistas. Acha muito estranho que a CPI dos Correios se tenha transformado “numa CPI do PT, na CPI do mensalão”. Discorre sobre “a maior armação já feita contra um governo”. E dá voz de prisão aos culpados de sempre: os integrantes da “elite política empodrecida”. Isso mesmo: “empodrecida”.
Se alguma coisa aconteceu, previne-se, não soube de nada. Quando um pai está na cozinha, ensina, não sabe o que faz o filho no quarto. A menos que o garotão conte ao chefe da família tudo o que faz, deveria ter retrucado o entrevistador. No caso do mensalão, o filho é José Dirceu, comandante da organização criminosa. Ele repete há sete anos que jamais fez qualquer coisa sem que o pai de todos soubesse.