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segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Dilma está mal intencionada ou mal informada... / A verdade sofreu bullyng nas revelações de Dilma

http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/o-debate-entre-aecio-e-dilma-nao-teve-pancadaria-mas-isso-nao-quer-dizer-que-a-petista-nao-tenha-espancado-a-verdade/

20/10/2014
 às 6:53

O debate entre Aécio e Dilma não teve pancadaria, mas isso não quer dizer que a petista não tenha espancado a verdade

O debate entre os presidenciáveis Aécio Neves (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) rendeu uma média de 13 pontos no Ibope, o que é muito bom para o horário. O encontro, desta feita, foi um pouco mais frio do que o das outras vezes, embora não tenha deixado de ser tenso. A menos que eu tenha perdido, não se ouviu a palavra “mentira”, ainda que os dois candidatos tenham concordado em discordar sobre todos os assuntos. Mais uma vez, Dilma quis falar de um Brasil que já passou, citando números conforme lhe dava na telha, e Aécio, de um país que pode ser. Assim, de novo, ela investiu na política do medo, e ele, na da esperança de dias melhores. Dilma repetiu a relação absurda estabelecida no debate da Jovem Pan-UOL-SBT: afirmou que o país só conseguiria chegar a uma inflação de 3% com um choque de juros e triplicando o desemprego. É espantoso que uma presidente da República trate de assunto tão sério com tamanha ligeireza. Dá para entender por que os mercados entram em pânico se acham que sua situação eleitoral melhora? Mais: se, no sábado, ela admitiu que houve roubalheira na Petrobras, no domingo, já ensaiou um recuo. Basta rever o embate para que se constate que essa não é uma leitura que manifesta boa vontade com ele e má vontade com ela.
Um debate, a rigor, para ser sério, tem de contar com honestidade intelectual. A fala final de Dilma foi, de fato, a síntese de suas intervenções: segundo ela, estão em confronto dois modelos: um que teria proporcionado “avanços e conquistas” (o seu), e outro que teria condenado o povo ao desemprego e ao arrocho salarial” (o da oposição). Resumir os oito anos de governo FHC a esses dois termos nem errado chega a ser; é apenas estúpido.
Pela enésima vez foi preciso ouvir Dilma a afirmar que o governo FHC proibiu a criação de escolas técnicas: falso! Que apenas 11 foram construídas na gestão tucana. Falso. Que seus adversários tentaram privatizar a Petrobras. Falso. Que eles pretendem cortar direitos trabalhistas. Falso. Que são contra a participação dos bancos públicos na economia. Falso. O problema do PT na propaganda e no debate é responder a um adversário que o partido inventou, que não existe.
PetrobrasO debate deste domingo serviu para evidenciar como é realmente sensível o caso Petrobras. Se, no sábado, ela admitiu que houve desvios na Petrobras, no debate deste domingo, já foi mais ambígua, falando que há apenas “indícios de desvios”. Uau! Só os “indícios” que foram parar no bolso de Paulo Roberto Costa somam admitidos R$ 70 milhões. João Vaccari Neto, tesoureiro do PT, é apontado por Costa e Alberto Youssef como um dos chefões do esquema. O partido ficaria com 2% de todos os grandes contratos. O tucano quis saber se Dilma confia em Vaccari, já que o homem é até conselheiro de Itaipu. Ela não respondeu.
Dilma apelou, mais uma vez, ao Mapa da Violência para afirmar que, em Minas, o número de homicídios cresceu mais 50% na gestão de Aécio. E ainda pediu que ele fosse ver a tabela. Eu fui. Ele governou o Estado entre janeiro de 2003 e março de 2010 — logo, os números que lhe dizem respeito são aqueles desse período. Vejam as tabelas abaixo, que trazem os mortos por 100 mil habitantes dos Estados brasileiros e das capitais.
Mapa da Violência - Minas
Mapa da Violência - capitais
Os homicídios no Estado entre 2003 e 2009 tiveram um crescimento de 14%, não de mais de 50%, e os da capital caíram 13,7%. Agora olhem este outro quadro:
Mapa da Violência Minas - ranking
Minas tem a segunda maior população do Brasil, mas está em 23º lugar no ranking dos Estados em que há mais mortes. Vejam lá o que se deu na Bahia do petista Jaques Wagner: ele chegou ao poder com 23,5 mortos por 100 mil, e a taxa saltou para 41,9 em 2002, um crescimento de 78,2%. Que tal analisar o Piauí? Os petistas pegaram o Estado com taxa de homicídios de 10,2; em 2012, era de 17,2, com aumento de 58,2%. A tragédia da incompetência petista na área se repetiu em Sergipe: os petistas assumem em 2007 com taxa de 29,7, e esta se elevou para 41,8 dez anos depois, com crescimento de 40,7%. Mas o PT se comporta como professor de segurança pública. Se deixar, eles dão aula até para São Paulo, que hoje tem a menor taxa do país.
O debate deste domingo não teve pancadaria, mas isso não quer dizer que a verdade não tenha sido sebveramente espancada.
Texto publicado originalmente às 5h05 desta segunda

Por Reinaldo Azevedo

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Para presidente do Conar, imprensa brasileira sofre “bullying” | Instituto Millenium

Para presidente do Conar, imprensa brasileira sofre “bullying”

29 de maio de 2012
Autor: Comunicação Millenium
pequeno normal grande
O V Congresso Brasileiro da Indústria de Comunicação, que começou na última segunda-feira, 28 de maio, em São Paulo, debateu a relação entre democracia e imprensa. O evento, que contou com a participação de Gilberto Leifert, presidente do Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar); Roberto Civita, presidente do Grupo Abril e Carlos Ayres Britto, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF); teve como foco a defesa pela liberdade de expressão e pelo livre exercício da imprensa.
Leifert afirmou que o país, mesmo com a democracia plena e fortalecida, vivencia um momento em que a liberdade de imprensa sofre “bullying”. O presidente do Conar comentou a tentativa de “impor seríssimas restrições à propaganda de bebidas alcoólicas, medicamentos, refrigerante” por parte da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Leifert também disse que o risco para a liberdade de expressão está na ação de pessoas que se valem do anonimato para atacar as propagandas por meio da internet.
Para o presidente do STF, a sobrevivência da democracia está ligada à autonomia da imprensa: “Por ser a instância que oferta à população com uma alternativa, com uma explicação diferente da que o próprio governo dá para os fatos, a imprensa tira a Constituição do papel. Vitaliza a Constituição. A metáfora de que a imprensa e a democracia são irmãs siamesas não é exagerada. É de fato um vínculo umbilical, a ponto de que, se for cortado esse cordão, é a morte das duas: da imprensa e da democracia.”, ressaltou Ayres.
Roberto Civita disse que as empresas devem se empenhar para minimizar os possíveis efeitos nocivos dos seus produtos. O empresário também destacou qual é a função do Estado no que se refere à imprensa: garantir a liberdade de expressão.
Fonte: O Globo