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sexta-feira, 19 de junho de 2015

Por que dormimos? / BBC

http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/05/150518_entenda_sono_mv.shtml

Por que dormimos?

  • 23 maio 2015
Thinkstock
Novas pesquisas vêm mostrando por que dormimos e o que ocorre conosco enquanto fazemos isso
Dormir é essencial para nossas vidas. Mas, se pararmos para pensar, o sono é uma coisa estranha.
No final de cada dia, ficamos inconscientes e paralisados. Dormir tornava nossos ancestrais vulneráveis a ataques por animais selvagens, por exemplo. Então, esse processo arriscado, universal entre mamíferos e outros grupos no reino animal, deve oferecer algum tipo de vantagem em termos evolutivos.
Recentemente, pesquisas nessa área trouxeram revelações fascinantes sobre por que dormimos e o que acontece quando o fazemos.

Por que dormimos?

Os cientistas não sabem ao certo. Em linhas gerais, pesquisadores acreditam que dormimos para permitir que nossos corpos, e especialmente nossos cérebros, possam se recuperar. Recentemente, especialistas conseguiram descobrir alguns dos processos que o sono envolve.
Durante o dia, novas experiências vividas fazem com que células no cérebro construam conexões com outras partes do cérebro. Quando dormimos, parece que conexões importantes são fortalecidas e outras, não importantes, são reduzidas.
Experimentos com ratos revelaram que o processo de fortalecimento e de redução das conexões acontece principalmente durante o sono.
O sono também é uma oportunidade importante para que dejetos sejam eliminados do cérebro.
Um grupo liderado pela professora Maiken Nedergaard, do Medical Centre da University of Rochester, em Nova York, Estados Unidos, encontrou uma rede de canais microscópicos, repletos de fluidos, que retira dejetos químicos do cérebro de ratos.
A pesquisa de Nedergaard foi publicada em 2013. Na ocasião, ela disse à BBC que esse processo ocorre principalmente quando o cérebro está "fechado" - ou durante o sono.
"É como quando você faz uma festa em casa. Você pode entreter os convidados ou limpar a casa, mas não pode fazer os dois ao mesmo tempo."

Deficit de sono

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Pesquisadores buscam entender efeitos da privação de sono sobre nossa saúde
Aparentemente, o deficit de sono altera a forma como os genes nas células do corpo se comportam. Pesquisadores da University of Surrey, em Guildford, Inglaterra, disseram que genes envolvidos em processos inflamatórios parecem ficar mais ativos nessas circunstâncias.
O pesquisador Malcolm von Schantz, envolvido no estudo em Surrey, disse que os genes respondem à situação como se o corpo estivesse sob estresse.
Von Schantz especulou que, em um passado distante, em períodos de estresse, os corpos dos nossos ancestrais se preparavam para possíveis ferimentos ativando os genes associados a inflamações, criando um escudo protetor contra os efeitos de ataques de animais ou inimigos humanos.
(Hoje, esse mecanismo) "coloca o corpo em alerta para um ferimento, mas nenhum ferimento acontece."
"Isso poderia ajudar a explicar os vínculos entre privação de sono e resultados negativos para a saúde, como doença cardíaca e acidentes vasculares", acrescentou Von Schantz.
Ou seja, em tempos modernos, preparar-se para um ferimento que nunca acontece não traz benefícios - na verdade, a resultante ativação do sistema imunológico poderia aumentar os riscos de doenças.

Perda de cognição

A expressão "dormindo acordado" pode ser apropriada para descrever o que acontece no cérebro quando você sente que não está conseguindo pensar direito.
Pesquisas indicam que partes do cérebro humano podem estar adormecidas em pessoas que não tiveram horas suficientes de sono.
Estudos com baleias e golfinhos mostram que, quando dormem, eles continuam a usar a metade de seus cérebros para nadar e para subir à superfície para respirar.
Um estudo com pacientes humanos mostrou que algo similar ocorre em nossos cérebros. À medida que foram progressivamente privados de sono, partes de seus cérebros, quando acordados, foram ficando inativas.
E não é só isso. As áreas de sono vão se alternando dentro do cérebro. Portanto, embora achemos, quando vamos para a cama, que a passagem do estado de vigília para o estado adormecido ocorra abruptamente, é bem possível que o processo seja contínuo.

Por que sonhamos?

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Nova máquina pode ajudar cientistas a entenderem o propósito de sonhar
É uma questão que grandes psiquiatras, entre eles Carl Jung e Sigmund Freud, tentaram responder ao longo da história.
Mais recentemente, uma equipe do ATR Computational Neuroscience Laboratories, em Kyoto, no Japão, começou a fazer investigações com o uso de uma máquina que "lê" sonhos.
A equipe submeteu voluntários adormecidos a exames de ressonância magnética e gravou os padrões de onda em seus cérebros. Após um certo período, os voluntários foram acordados e a equipe lhes pediu que descrevessem seus sonhos.
Com base nas descrições, os especialistas fizeram uma lista de 20 categorias de sonhos, como por exemplo casa, rua, homem, mulher, prédio ou tela de computador. Depois, compararam as categorias ao padrão de atividade na área do cérebro responsável por processar informação visual. A equipe disse ter ficado abismada ao constatar que havia relação entre temas e áreas do cérebro ativadas. A relação era tão óbvia que os especialistas foram capazes de dizer, com 80% de precisão, em qual das 20 categorias o sonho do paciente se encaixava (com base nos padrões de onda observados).
O instrumento usado ainda é pouco preciso, mas é possível que esse seja o primeiro passo na criação de uma técnica que nos permita investigar, em maior detalhe, o que acontece nos nossos sonhos, ajudando pesquisadores a entender melhor as razões pelas quais sonhamos.

Vida moderna

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Pressões da vida contemporânea vêm alterando nossos padrões de sono
Vários estudos demonstraram que a lâmpada elétrica produziu mudanças nos hábitos de dormir das pessoas, alterando a hora de irem para a cama e levando-as a dormir menos horas. Em média, vamos para a cama e acordamos duas horas mais tarde do que a geração anterior.

sábado, 22 de fevereiro de 2014

Uma delicada crônica de Arthur Dapieve: "As casas de Freud" / Globo

Arthur Dapieve
O colunista escreve às sextas-feiras

As casas de Freud

Compra-se um boneco de pelúcia de ‘Herr Doktor’ para pôr na prateleira com os livros de psicanálise

O divã de Freud
Julian Barnes produziu o seu primeiro grande livro, “O papagaio de Flaubert”, a partir da cômica e intrigante constatação de que dois diferentes museus dedicados ao autor francês exibiam ao mesmo tempo o papagaio empalhado que o teria inspirado enquanto escrevia a novela “Um coração singelo”. Posto que é vedado aos psitacídeos o dom da ubiquidade, o protagonista de Barnes tentava descobrir qual dos bichos — ou se nenhum deles — era o autêntico, tecendo, no caminho, considerações sobre vida e obra.
Parecerá menos insólito que duas instituições separadas por cerca de 1.400 quilômetros orgulhem-se de ser “a casa de Freud”. Afinal, é notório que o pensador austríaco morou na Berggasse 19, em Viena, de 1891 a 1938, ano em que uma operação humanitária multinacional o resgatou do país que a Alemanha nazista havia acabado de anexar ao Terceiro Reich; e morou no número 20 da Maresfield Gardens, em Londres, de 1938 a 1939. No entanto, de certa forma, um endereço é mais autêntico que o outro.
A questão, claro, é: qual dos dois é o mais autêntico? O apartamento duplo no nono distrito de Viena, no qual a família viveu durante quase meio século, apartamento esvaziado de gentes e de coisas quando da fuga para Londres? Ou a confortável casa em Hampstead, na qual o grande homem passou seu último ano de vida e para a qual foi levada toda a mobília do consultório vienense e toda a sua coleção de antiguidades orientais? Como qualquer tópico relacionado à psicanálise, este é passível de cismas.
A vizinhança londrina foi escolhida a dedo para dar tranquilidade ao fim da vida de Freud, que havia muito sofria de câncer na mandíbula. As amplas casas de tijolos vermelhos exalam a solidez da sede do império onde, dizia-se, o sol nunca se punha (e ainda assim esteve para ser invadida por Hitler, embora Freud não vivesse para passar por mais esta aflição). Suas coisas, inclusive o célebre divã, estão lá, como se lá sempre tivessem estado. A casa tornou-se museu depois da morte de sua caçula e pupila, Anna, em 1982. É uma visita educativa, tocante e simpática. À saída, compra-se um boneco de pelúcia de Herr Doktor para pôr na prateleira com os livros de psicanálise ou um mousepad reproduzindo o não menos célebre tapete persa que fica sobre o divã.
Nos apartamentos da Berggasse 19, nada ficou para trás, só as paredes e o aterrador peso da História. Os poucos objetos pessoais hoje expostos foram mandados de Londres por Anna, quando o Sigmund Freud Museum abriu as portas, em 1971. A exposição de fotos é confusa, não há legendas e nem todas têm número correspondente no audioguia em inglês (só a aquisição a posteriori do catálogo preenche as lacunas). O local de trabalho e estudo de Freud por tanto tempo é reconstituído graças à ampliação de fotos feitas para o posteridade por Edmund Engelman poucos dias antes da fuga, em 1938. Logo depois, como afronta, bandeiras com a suástica nazista cobririam parte da fachada do prédio branco, situado num bairro universitário e imponentemente burguês.
A troca do endereço vienense pelo endereço londrino não foi, como se pode imaginar, indolor. Freud se queixaria a um amigo que o pior do exílio era ter de pensar e se expressar num idioma distinto daquele em que havia pensado e se expressado até então. A mudança, porém, era uma questão de sobrevivência. Quatro das suas cinco irmãs morreram em campos de extermínio. Uma em Theresienstadt, outra em Auschwitz, duas em Treblinka. Tendo 82 anos quando da fuga, ele não poderia esperar outro fim se ficasse. Além de ser judeu, pensava pensamentos perigosos para tiranos.
Eu já conhecia Maresfield Gardens. Este ano peregrinei à Berggasse. Apesar dos vazios eloquentes nos apartamentos, há um rito que faz a subida evocar uma consulta com Herr Doktor: toca-se uma campainha com seu nome na porta do prédio, sobe-se a escada e toca-se outra campainha na porta da residência. Lá dentro, o trajeto nos leva sucessivamente à sala de espera (quanta ansiedade não terá sido vertida aqui!), ao consultório (quantas neuroses não terão se manifestado aqui!) e ao escritório de Freud (quantas ideias não terão surgido aqui, contemplando-se pela janela a pequena fonte no pátio interno!). Estar in loco emocionou-me mais do que o ótimo museu londrino.
Curioso este impulso que nos faz acorrer a casas onde viveram seres humanos interessantes, Freud, Mozart, Handel, Balzac, Victor Hugo, Keats, Strindberg, Anne Frank, Santos Dumont, Zweig. Ele tanto tem um pouco de parapsicologia — é como se acreditássemos que os mortos deixaram energias sobre o assoalho, energias que os mais sensíveis dentre nós seriam capazes de sentir ou absorver — quanto tem um pouco de física — é como se calculássemos que em algum outro multiverso os mortos continuam vivos, aqui, mas não exatamente agora, como se Freud permanecesse escrevendo “O mal-estar na civilização” enquanto, em 2014, ocupo o mesmo espaço, ao lado da janela.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Tem dúvida com algo? Corra...!


Rodolfo Lucena 


Correr clareia os pensamentos

Resolvendo dilemas

Corredores que treinam na cidade de São Paulo e costumam percorrer as alamedas da Cidade Universitária notaram, ao longo de março, uma propaganda da Nike anunciando um novo modelo de tênis de corrida.
A gigante do material esportivo recomendava em letras garrafais, expostas em cartazes nos relógios que marcam tempo e temperatura: “Não pense. Corra”.
Eu fiquei chocado, indignado com a mensagem e fiz dela o tema de minha coluna desta quinta-feira no caderno Equilíbrio.
No texto, fiz minhas observações sobre o tema e também reflexões de especialistas em pensamentos e em corridas.
No jornal, deu apenas para colocar um breve resumo das brilhantes observações de meus entrevistados e também das explicações que a Nike dá. Mas a internet é mais acolhedora e permite que a gente se estenda e detalhe mais todas as informações e conversas.
Começo com a participação da professora da PUC Lucia Santaella, uma das maiores especialistas brasileiras em semiótica, coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Tecnologias da Inteligência e Design Digital. Não menos importante, pelo menos para mim: foi minha orientadora no mestrado do Tidd.
Bom, fiz meia dúzia de perguntas a ela, que respondeu por e-mail com precisão e brilho. Vamos logo à breve entrevista.

+CORRIDA - O que é o pensamento?
LUCIA SANTAELLA - De um modo geral, as pessoas costumam crer que o pensamento é necessariamente verbal. Mas esse é apenas um dos tipos de pensamento possíveis. Eistein dizia que só pensava verbalmente quando tinha de se comunicar. O resto do tempo, seu pensamento em nada se assemelhava ao pensamento verbal. Este é pensamento estruturado para fins comunicativos. Mas o pensamento tem muitas outras formas que não são verbais. Para Peirce, tudo que está presente à mente, é pensamento: sonoro, relacional, imagético etc.

+CORRIDA - Pensar exige energia?
LUCIA SANTAELLA - Todo pensamento exige algum tipo de energia. Quanto mais o pensamento envolve esforço para podermos compreender algo que nos ultrapassa, mais energia se gasta para pensar.

+CORRIDA - Pensar é contraditório com alguma outra atividade humana?
LUCIA SANTAELLA - De jeito nenhum. Só a morte nos levaria a parar de pensar. O pensamento, não necessariamente verbal, nos acompanha. Até mesmo o sonho é um tipo de pensamento. Hieroglífico, como dizia Freud, mas, não obstante, pensamento.

+CORRIDA - É possível fazer alguma coisa sem pensar?
LUCIA SANTAELLA - Há pensamento autocontrolado e pensamento fora do autocontrole. Neste último caso, parece que não estamos pensando, mas certamente estamos.

+CORRIDA - A gente pode pensar sem notar que está pensando?
LUCIA SANTAELLA - Sim, é o que ocorre a maior parte do tempo. Só prestamos atenção ao pensamento quando tentamos pensar sobre o pensamento.


+CORRIDA - É possível correr sem pensar? E andar de bicicleta?
LUCIA SANTAELLA - Quando realizamos esses tipos de atividades, o pensamento adquire um ritmo similar ao das atividades. Não é por acaso que, quando estamos diante de um dilema que não conseguimos resolver, saímos para andar ou correr e, quando acaba a atividade, de repente o dilema se clareia.

Escrito por Rodolfo Lucena às 22h09

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Metáforas, Brasil, Futebol / Roberto Damatta


"O título parece complicado, mas não é. Metáforas são figuras de linguagem que substituem uma coisa por outra. São indispensáveis na expressão da vida. Por exemplo: o coração que é um órgão do corpo humano passível de cirurgia, palpitação e substituição, é uma metáfora do amor - essa "coisa" também cheia de truques que escapa dos procedimentos objetivos e tem regras que, como dizia o grande Pascal (e o cada vez mais atual Freud), ele não suspeita. Li outro dia no The New York Times, um debate se as carruagens devem ser mantidas ou não em Manhattan. Como toda metáfora, elas são um contrassenso..."
...

"Vamos de bonde?
- Não, vamos a pé...
Eu, este vosso cronista confuso, misto de acadêmico marginal e escritor bastardo, produzi exatamente essa resposta em algum dia de 1951, em Juiz de Fora, quando fui buscar a Zelinha no ensaio do teatro do colégio em que ela estudava. Era um dia chuvoso e nós andamos da Rua Halfeld até o Alto dos Passos debaixo de um mesmo guarda-chuva, o que me permitia ficar fisicamente próximo do ser idolatrado.
Preferi o caminhar (que é velho e lento) ao bonde (que naqueles tempos antigos era veloz e confortável). Mas, em compensação, o "passeio" sinônimo do andar sem rumo - metáfora do andar lado a lado - essa raridade; esse caminhar junto (metafórico do peregrinar, do pertencer e do estar com o outro) subvertia os meios e os fins como a melhor prova de que estava apaixonado, tal como eu hoje enxergo que são essas substituições que nos tornam humanos. Só nós podemos realizá-las..."
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Entende-se, então, as carruagens e as liturgias de Sarney. Elas não estão ali para transportar ou ajudar a servir melhor o povo e a sociedade, mas para criar um clima romântico e para garantir uma opulência que beira o desperdício - esse mal do Brasil. Num caso, a lentidão que faz da disciplina amorosa e romântica; no outro, a transformação do republicano num reino de Jambon onde poucos comem muito sem fazer nada e muitos comem pouco fazendo tudo.
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"Eu estou convencido de que o futebol, inventado à revelia pelos brilhantes e reprimidos ingleses do período vitoriano, é uma das mais recorrentes metáforas da vida (e dos seus dilemas) tal como ela é idealizada entre nós. Nele, queremos o futebol "arte", o estilo dionisíaco de Gilberto Freyre e malandro - cheio de jogo de cintura, como mostrei faz tempo, mas exigimos "resultados" e "objetividade": no caso, muitos gols. Eis o dilema: como conciliar o belo com o técnico? Como ajudar o povo sem impedir que uma centralização neoestalinista, voltada para permanecer no poder, produza fraudes, corrupção e impunidade? Como misturar um estilo de jogo personalístico, baseado na superexcelência de alguns craques que reinventam uma aristocracia no campo..."
...
"Em outras palavras, como submeter todos à regra da lei e da coletividade (o time) se não dispensamos os salvadores da pátria, os messias do futebol - os que salvam os jogos dando a vitória ao nosso Brasil, gente como Ademir, Zizinho, Rivellino, Zico e tantos outros, para não mencionar a realeza do Príncipe Didi e do Rei Pelé ou o "fenômeno" que era o nosso Ronaldo?..."
"Eu me pergunto se essa busca da arte com (e não contra) a técnica; da justiça que vale para todos e leva à punição dos faltosos com a compaixão que distingue e perdoa; da lei universal que iguala com as amizades singulares que distinguem, não seriam as conjugações que implícita ou inconscientemente temos tentado declinar no Brasil. E se não é tempo de não tomar partido e saber de que lado nos situamos. Mas o que é que não cabe dentro de um sonho? E o futebol, como a poesia, é ótimo para sonhar e para revelar essa busca pelas causas perdidas. Ou, para voltar ao começo, esse querer andar de carruagem em Manhattan....