Dilma busca nomes para substituir Graça
Folha de S.Paulo
NATUZA NERY
VALDO CRUZ
ANDRÉIA SADI
DE BRASÍLIA
19/12/2014 - 02h00
Apesar do desejo pessoal de manter Graça Foster no comando da Petrobras, a presidente Dilma Rousseff está sendo convencida por auxiliares a procurar nomes para o comando da estatal e fazer, se possível, uma mudança o mais breve possível.
Interlocutores dizem que a ideia é aproveitar alterações na cúpula de bancos públicos para mudar a diretoria da petroleira, mexida que pode ocorrer só em 2015 devido ao atraso da reforma ministerial.
Além de ser amiga pessoal de Graça, Dilma resistia em tirá-la do cargo por convicção de que a executiva, desde que assumiu a presidência da estatal, trabalhou para limpá-la de eventuais irregularidades. Acreditava, portanto, ser uma injustiça sacrificá-la por causa da Operação Lava Jato.
Ricardo Borges - 17.dez.2014/Folhapress
A presidente da Petrobras, Graca Foster durante entrevista coletiva
Nos últimas dias, porém, mesmo defensores da permanência de Graça passaram a reconhecer que o desgaste da Petrobras junto ao mercado não cessará se não houver uma troca no comando.
Assessores têm dito que Dilma, caso opte pela substituição, vai escolher um profissional de mercado, de preferência nome com experiência em captações de recursos e remodelagem de dívidas.
Dois novos nomes estão circulando como candidatos. Um deles é Nildemar Secches, que comandou a Perdigão e, depois da fusão com a Sadia, presidiu o conselho de administração da BR Foods. Hoje conselheiro de empresas, ele já trabalhou no BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
Outro nome é o de Rodolfo Landim, executivo do setor de petróleo. Ele já trabalhou na Petrobras, onde, entre outros, foi diretor-gerente de exploração e produção e presidente da BR Distribuidora.
Neste ano, Dilma deve fechar o primeiro escalão. Até a próxima semana, vai definir os nomes palacianos, confirmando Miguel Rossetto na Secretaria-Geral da Presidência. O petista Patrus Ananias deve substituí-lo no Desenvolvimento Agrário.
Ricardo Berzoini, titular das Relações Institucionais, tende a seguir no cargo.
Por pedido de Lula, o PT voltará ao comando do Ministério do Trabalho com um ministro ligado à CUT. São Cotados José Feijoó e Arthur Henrique, ex-presidente da central. Jaques Wagner, que queria assumir a Defesa, deve ir para as Comunicações.
O Esporte tende a ficar com o PDT, o que pode deslocar o PC do B para a Cultura.
O PSD aguarda a confirmação do ex-prefeito Gilberto Kassab para as Cidades no lugar do PP, que pode ser transferido para a Integração Nacional. O PMDB quer a Integração para Henrique Eduardo Alves, presidente da Câmara. O PT trabalha contra.
Dilma ainda tenta nomear o governador do Ceará Cid Gomes (Pros) para a Educação, tradicional reduto petista. Nos últimos dias, o aliado mandou sinais de que poderia aceitar o convite.