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sábado, 13 de fevereiro de 2016

O PT demonstra ser um partido intolerante e incapaz de produzir mais democracia / Reynaldo Rocha

12/02/2016

Reynaldo Rocha: Defender a democracia passou a ser prova de conservadorismo às 16:45 

REYNALDO ROCHA
Ser oposição é, acima de tudo, exercitar a divergência. A ditadura militar tinha somente uma posição política: a da exclusão. Em uma perspectiva histórica, a resposta através de grupos armados também era monotemática. Substituir uma ditadura por outra. Conquistamos a democracia nas ruas. E dela nunca podemos abrir mão. Hoje temos uma imprensa livre, sem censuras. Podemos ao menos manifestar nossas visões políticas.
Causa espanto ver neste espaço democrático quem defenda soluções à margem do Estado de Direito, e elogie uma ditadura amparado em comparações com o desastre que vivemos. Sinto informar: por maior que seja, o estrago ainda é menor que o causado pela mordaça imposta ao Brasil nos anos sombrios. Se antes éramos “nós x eles”, hoje já assistimos ao “nós x nós”. Soma de resultado zero.
O vírus da intolerância contamina qualquer espaço de discussão. Alguns pretendem transformar um espaço plural em um curral de ideias próprias. “Se você concorda comigo, seja bem-vindo! Se discordar, vou demonstrar que estou certo e você errado. Ou seja, minhas certezas me bastam! Já aprendi tudo o que a vida pode me ofertar. Assim, não me movo da posição em que estou”. O nome disso pode ser qualquer um, menos democracia.
Não se faz oposição para nada propor. Não se substitui um regime ou governo sem saber o que colocar no lugar. Ser oposição é caminhar para um ponto Ômega. Talvez utópico. Mas, respeitando o que vivemos, aprendemos ─ e a partir daí redesenhamos o novo. Falar em democracia, até mesmo nos espaços plurais, passou a ser sinal de alienação ou conservadorismo. A democracia é de todos, e portanto sujeita a divergências e contestações. Se caminharmos na direção oposta, seremos neo-petistas de direita.
Todo crime deve ser julgado pelo Judiciário. Não demonizo adversários. Não desculpo a farsa. Tento desmascará-la. Seguindo o mestre Guimarães Rosa, digo com orgulho “que de muito pouco sei, mas desconfio de muita coisa”. Com o debate e a democracia, acabo por transformar desconfianças em evidências. É o suficiente.
Cometi muitos erros, e cometerei outros. Minha vida está longe de ser um exemplo de acertos. Mas nunca sucumbi ao sectarismo que impede a convivência de opostos e o respeito aos adversários.
O que iguala um lulopetista e um neo-petista de direita? A certeza plena de ser dono da verdade. A alteração do passado. A falta de senso crítico. E o olhar eternamente colocado no retrovisor. Tenho receio de ambos. São faces da mesma moeda.
Quero o fim do pesadelo que nos martiriza. Nem por isso desejo quarteladas, nem transformo histórias pessoais em parâmetros definidores do futuro. Isso é coisa de seita. E contra elas me insurjo desde sempre. Sou um devoto do Estado Democrático de Direito e um defensor incondicional da verdade histórica.
Abrir mão desses valores me transformaria num oposicionista “pitbull”. Prefiro ser somente oposicionista.

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

O STF sinaliza a troca de adjetivos no Mensalão: sai o badalado 'suposto' e entra o esperado 'culpado'...

http://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/feira-livre/reynaldo-bh-no-caso-do-mensalao-ja-nao-ha-nada-suposto-ha-fatos-comprovados/

30/09/2012
 às 15:00 \ Feira Livre

Reynaldo-BH: ‘No caso do mensalão, já não há nada suposto. Há fatos comprovados’

REYNALDO ROCHA
Vamos combinar?
Que tal agora, após o pronunciamento da Justiça que transitará em julgado (sem apelações), por ter sido proferido pela mais alta corte do Brasil, passarmos a chamar as coisas pelo nome?
Sai o deputado João Paulo e entra o corrupto condenado João Paulo.
Sai o empresário Marcos Valério e entra o bandido Marcos Valério.
Onde se lê “recursos não contabilizados”, leia-se simplesmente roubo!
Mas, antes de mais nada, deletemos o uso da palavra “suposto” para qualificar o que é a mais absoluta verdade.
É cansativo ler que existia um suposto esquema de compra de votos. Nada disso: existiu um esquema criminoso de compra de votos!
Boa parte da imprensa parece buscar, em nome de uma pretensa imparcialidade, o que seria um distanciamento dos fatos. Isso é saudável até que se comece a agredir os fatos em nome desta falsificação ausente de todos os manuais de redação.
Excesso de cautela também pode ser sinônimo de discordância. Ou mesmo de covardia.
Nós, leitores, exigimos que os meios de comunicação sejam informativos. Pedir que jornalistas relatem fatos é estranho. Mas, infelizmente, necessário.
Sei que os “blogueiros progressistas” e os membros do PIG (Partido da Imprensa Governamental) jamais deixarão de usar o “suposto”. É o que resta a quem compactuou e protegeu uma camarilha de bandidos que sempre soubemos existir.
Mas a imprensa séria que, provavelmente por excesso de zelo, insiste em expressões como “suposto mensalão”, “suposto participante” ou “suposto desvio de verbas públicas” está obrigada – pelos fatos! – a revogar o termo que inspira dúvidas.
Não há nada suposto! Há fatos comprovados. E julgados como tal.
Espero que aprendamos, na esteira de tantas lições, a usar as palavras na exata dimensão que  possuem.
Assim teremos uma imprensa sem meios-termos. E sem medo de expor o que é simplesmente verdadeiro.
Por supuesto!
(Que, em espanhol, quer dizer claro, óbvio, certamente.)