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sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Essa tal felicidade... todo mundo procura, mas, ela é difícil de ser encontrada

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2012/02/120127_felicidade_pequim_fm.shtml

Chineses de Pequim estão mais infelizes, embora mais ricos, diz pesquisa

Uma pesquisa feita entre chineses que moram em Pequim aponta um crescente aumento da infelicidade entre os moradores da segunda cidade mais rica do país.
Feito desde 2006, o estudo da Universidade Capital de Economia e Negócios indica que o percentual de habitantes infelizes na cidade cresce a cada ano, passando de 24,99% em 2006 para 27,72% no ano passado.

"As mudanças trazidas pelo renascimento econômico do país privilegiam certas classes apenas, mas todos os moradores têm de lidar com seus impactos negativos, como o trânsito ruim", disse à BBC Brasil o sociólogo Zheng Denghao, da Universidade do Povo.Analistas avaliam que o mesmo sucesso econômico que dá a Pequim indicadores como o segundo maior PIB per capita da China (equivalente a R$ 22.227 por habitante) traz uma série de consequências negativas para a vida na capital.
A poluição figura como um dos principais motivos pelo descontentamento na cidade, tendo sido indicado por quase 64% dos entrevistados como fator que contribui para a infelicidade.
Na semana passada, a agência de meteorologia de Pequim informou que a qualidade do ar na capital passara a ser considerada "perigosa", com uma concentração de 500 microgramas de partículas de 2,5 micrômetros de tamanho por metro cúbico de ar.



A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera as concentrações acima de 100 microgramas de partículas por metro cúbico como perigosas à saúde.
"A qualidade do ar está cada vez pior, parece que vivemos dentro de uma chaminé", diz Peng Xue, 56 anos, natural de Pequim. "Eu passo dias tossindo e, às vezes, fico enjoado com o cheiro do ar."
Segundo o índice,(de satisfação) publicado em junho de 2011, o percentual de satisfação da população da China é de 54,49%. Os indicadores relevantes na pesquisa são salários, custo de vida, serviços médicos, qualidade do meio ambiente e ritmo de vida.
Pequim está na oitava posição no ranking, com uma média de 56,23%.
Os descontentes, no entanto, não são apenas os menos favorecidos pela reforma econômica.
Relatório divulgado em novembro de 2011 pelo Instituto Hurun e o Banco da China apontam que metade dos milionários chineses querem deixar o país. Entre a população mais rica, 14% já deram entrada em processos de emigração.
O motivo indicado pelos empresários entrevistados na pesquisa é a busca por mais segurança de seus capitais e de vida, além de opções melhores de educação para seus filhos.