Leste europeu
Rebeldes pró-Rússia derrubam caça e helicóptero ucranianos
Segundo o Exército ucraniano, o helicóptero era uma aeronave médica, sem armas, identificada com a cruz vermelha. Otan volta a pressionar Moscou
Novos voluntários do batalhão de defesa ucraniano 'Azov', são vistos em frente a Catedral de Santa Sofia, antes do juramento de fidelidade ao país, em Kiev; Os voluntários partirão em seguida para a Ucrânia oriental - Valentyn Ogirenko/Reuters/VEJA
Rebeldes pró-Rússia derrubaram nesta quinta-feira um caça Mig-29 e um helicóptero médico durante os combates com as forças governamentais ucranianas, reporta a rede CNN. As tropas comandadas por Kiev iniciaram uma ofensiva contra as concentrações de insurgentes em Donetsk e Lugansk, no leste do país. O Mig-29 foi abatido quando sobrevoava Yenakievo, cidade natal do ex-presidente Viktor Yanukovich e um dos principais redutos rebeldes na região de Donetsk.
“Certamente ele foi derrubado por um sistema de mísseis Buk”, afirmou Vladimir Selezniov, porta-voz militar ucraniano, ao site do jornal Ukrainskaya Pravda. Segundo fontes ucranianas e americanas, as plataformas de lançamento Buk equipadas com radares para detectar aviões inimigos foram utilizadas pelos rebeldes no dia 17 de julho para derrubar o Boeing 777 da Malaysia Airlines com 298 pessoas a bordo.
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Selezniov disse que o piloto do caça conseguiu se ejetar da aeronave antes da queda e está vivo. Contudo, ele ainda não foi localizado e as forças governamentais o buscam “desesperadamente” para que não caia em poder dos inimigos. Já o helicóptero Mi-8 foi derrubado mesmo “sendo evidente de que não era uma aeronave de combate”, pois possuía a tradicional cruz vermelha pintada em sua fuselagem. O porta-voz também mencionou que havia um acordo firmado com os rebeldes separatistas para não atirar em veículos ou aeronaves que fossem buscar soldados feridos em combate.
Apoio da Otan – A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) voltou a pressionar a Rússia, convocando-a a retirar suas tropas da fronteira ucraniana e a não intervir sob o pretexto de uma manutenção da paz, declarou nesta quinta o secretário-geral da aliança militar, Anders Fogh Rasmussen. "A Rússia reuniu um grande número de tropas na fronteira com a Ucrânia para proteger os separatistas e para utilizar qualquer pretexto para intervir mais", declarou Rasmussen em uma coletiva de imprensa em Kiev. "Faço um apelo à Rússia para que se retire da beira do abismo, para que se retire da fronteira. Não utilizem a manutenção da paz como um pretexto para a guerra", acrescentou.
A Otan alertou nestes últimos dias para a crescente presença militar da Rússia na fronteira com a Ucrânia, que passou de 12.000 homens em meados de julho a 20.000 homens atualmente, segundo a Otan. A aliança teme que Moscou intervenha sob pretextos humanitários. "A liberdade e o futuro da Ucrânia estão sendo atacados", advertiu Rasmussen. "O apoio da Rússia aos separatistas continua. Intensifica-se por sua escala e sofisticação", declarou, acrescentando que a queda do voo da Malaysia Airlines mostrava as consequências deste apoio.
(Com agências EFE e France-Presse)
Cronologia concisa da crise na Ucrânia
(preste atenção nos olhares dos 2 presidentes)
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O acordo que não saiu - novembro de 2013
O governo da Ucrânia, então controlado pelo presidente Viktor Yanukovich, se recusa a assinar um acordo de associação com a União Europeia, preferindo se aproximar da Rússia de Vladimir Putin. A maioria da população da Ucrânia reage mal aos planos do presidente.