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Depois de Lobão negar, presidente da Petrobras quer reajustar combustível
Por Danilo Fariello (danilo.fariello@bsb.oglobo.com.br | Agência O Globo – 12 horas atrás
RIO DE JANEIRO - Dois dias após o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, ter afirmado que não haveria aumento no preço dos combustíveis neste ano, a presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, anunciou que o reajuste será necessário para viabilizar o plano de negócios de US$ 236,5 bilhões da estatal para o período de 2012 a 2016.
- Este ano tivemos uma suave queda do Brent e uma relevante subida do dólar. Continuamos com a defasagem de preços que tínhamos quando o Brent estava a US$ 125 (o barril) e o dólar entre R$ 1,65 e R$ 1,70. A defasagem (ante o preço internacional) continua próxima - disse a presidente.
Questionada sobre quando o reajuste seria aplicado, a presidente da Petrobras disse ainda não haver uma data.
- Eu não posso dar uma data porque não tenho uma - afirmou, na abertura do Fórum de Sustentabilidade Corporativa da Rio+20, a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável.
Segundo a presidente da Petrobras, o plano de negócios será detalhado em 25 de junho, para quando está agendada uma reunião com analistas e imprensa. Na quinta-feira, a Petrobras divulgou o plano, que prevê aumento de 5% nos investimentos no período, mas projeta para 2016 uma produção 15% menor que o previsto no ano passado para 2015. Segundo analistas ouvidos pela agência de notícias Reuters, sem a contrapartida de um aumento nos preços dos combustíveis ou de aumento de fluxo de caixa, a estatal encontrará dificuldades para manter suas contas equilibradas.
Dois dias antes, o ministro Lobão havia negado a possibilidade de reajuste:
- Nós não cedemos à pressão de reajustar quando o preço do petróleo subiu, e agora não há mais esta pressão - disse na ocasião.
No setor privado, a OSX, empresa de estaleiros do grupo EBX, do empresário Eike Batista, contratou um financiamento de R$ 2,7 bilhões para implantação da Unidade de Construção Naval do Açu (UCN Açu).
A operação foi feita pela subsidiária OSX Construção Naval junto ao BNDES e à Caixa Econômica Federal, com repasse de recursos do Fundo da Marinha Mercante (FMM), no valor aproximado de R$ 1,35 bilhão cada, segundo foi divulgado na sexta-feira. "O prazo do financiamento é de 21 anos para ambas as instituições financeiras", informou a empresa de Eike Batista em comunicado.