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sexta-feira, 24 de abril de 2015

Pizzolato está de volta ao Brasil e deve ser escalado para o time da Papuda...// o Globo //


24/04/2015 14h03 - Atualizado em 24/04/2015 14h54

Itália autoriza extradição de Pizzolato

Pizzolato foi condenado no processo do mensalão. 
Há um ano e meio ele fugiu do Brasil e foi preso na Itália.


Ilze Scamparini

Roma, Itália

O governo italiano autorizou a extradição do ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato. Ele foi condenado a 12 anos e sete meses de prisão no processo do mensalão.
A decisão do ministro da Justiça da Itália, Andrea Orlando, de extraditar Henrique Pizzolato foi assinada hoje e, antes que fosse comunicada ao governo brasileiro, através da embaixada em Roma, a notícia vazou por policiais da Interpol que informaram a polícia brasileira.

É uma decisão considerada histórica pela diplomacia brasileira, porque Henrique Pizzolato é também cidadão italiano e é a primeira vez que a Itália extradita um cidadão nacional para o Brasil.

As garantias apresentadas pelo governo brasileiro, de que Pizzolato será tratado com o respeito ao código de direitos humanos foram fundamentais. Ele terá também direito à assistência de consulado italiano no Brasil.

A notícia oficial ao embaixador Ricardo Neiva Tavares chegou pelo Ministério das Relações Exteriores da Itália.

Pizzolato está preso na cadeia de Modena desde fevereiro. O Brasil tem 20 dias para levar Pizzolato de volta. Representantes da Polícia Federal brasileira irão à Itália para organizar a viagem e escoltá-lo.  Se o Brasil perder esse prazo, o que já aconteceu com outros países, o extraditado torna-se então um homem livre.
Destino no Brasil
No Brasil, o destino de Henrique Pizzolato será a penitenciária da Papuda, em Brasília. A extradição põe fim a um longo período de negociações, num processo que começou há um ano e meio.

Henrique Pizzolato fugiu do Brasil em setembro de 2013, dois meses antes do Supremo Tribunal Federal (STF) expedir o mandado de prisão. O ex-diretor de marketing do Banco do Brasil foi condenado a 12 anos e sete meses pelos crimes de corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro no julgamento do mensalão do PT.
Ele fugiu para Itália usando um passaporte falso com o nome de um irmão morto. A decisão de desta sexta-feira (24) pôs fim a uma longa negociação entre os governos brasileiro e italiano.
Em outubro do ano passado, a corte de apelação de Bologna negou a extradição de Pizzolato alegando que o sistema prisional brasileiro não tinha condições garantir os direitos humanos.
O Brasil recorreu e em fevereiro deste ano, a corte de cassação de Roma autorizou a extradição. Faltava apenas a decisão política, que foi tomada nesta sexta-feira (24) pelo governo italiano.
Autoridades brasileiras afirmam que, quando extraditado, Pizzolato será levado para o complexo penitenciário da Papuda, em Brasília. Por questões de segurança, ele vai ficar na chamada "ala de vulneráveis", separado da massa carcerária, como aconteceu com os outros presos do julgamento do mensalão.
A equipe do JH conversou por telefone com a deputada brasileira no parlamento italiano, Renata Bueno, que acompanha o caso. Ela disse que Pizzolato já está à disposição da justiça brasileira e que agentes da Polícia Federal junto com a Interpol serão responsáveis por trazer Pizzolato de volta para o Brasil.
“É um que estava muito envolvido no caso de corrupção, que fugiu do Brasil tentando ficar impune e que não conseguiu. A Itália, o governo italiano reconhecendo isso devolve para que ele seja punido como todos os demais”, fala Renata Bueno.
O líder do PSDB na Câmara, deputado Carlos Sampaio, também elogiou a decisão do governo italiano.
“A justiça italiana contribuiu muito para que esse sentimento de impunidade que existia no caso dele fosse diminuído, para não dizer cessado, com a vinda dele para o Brasil para pagar pelos crimes que ele aqui cometeu", fala o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP).