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terça-feira, 9 de outubro de 2012

"Choro por ti, Venezuela"


"CHORO POR TI, VENEZUELA", O CANDENTE ARTIGO DE UMA JORNALISTA BRASILEIRA!


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Transcrevo artigo da jornalista Graça Salgueiro com link para leitura completa em seu prestigioso blog Nota Latina, que faz um desabafo no que tange ao resultado nebuloso da eleição na Venezuela cujo epílogo foi o anúncio demorado, quase parido, lacônico e que deu a vitória ao tirano Hugo Chávez, o verdugo maldito que pisoteia a democracia, que mantém presos políticos, incluindo uma juíza.

Graça Salgueiro é uma jornalista brasileira veterana e grande especialista em politica latino-americana. 

No final da transcrição o link para leitura completa em que Salgueiro transcreve boletins concernentes aos resultados da eleição de cada Estado venezuelano.  A ilustração deste post é também do blog de Graça Salgueiro. Como ela este jornalista e blogueiro também expressa o seu mais sentido pesar pelo infausto acontecimento que penaliza mais uma vez o povo da Venezuela, que continuará sob o tacão de um tirano cínico que pisoteia a democracia, quando não pisoteia literalmente seus desafetos políticos que apodrecem nos calabouços de sua polícia política.

O interregno de angústia que transcorreu desde o fechamentos da votação ao anúncio final dos resultados mantém um nó na garganta de todos os democratas, sobretudo, os democratas venezuelanos. Chávez não permitiu que fossem emitidos boletins à medida em que os votos era apurados. Da mesma forma que impede os boletins médicos sobre o seu real estado de saúde.

Leiam o candente artigo de Graça Salgueiro:


Nós já vimos esse filme. Uma vez, duas, mil vezes... Mesmo assim, o gosto amargo da derrota que não devia surpreender a ninguém, está grudado no céu da boca. Sem estrelas. Numa noite escura e tenebrosa que insiste em permanecer. É mais uma crônica de uma morte anunciada tantas e tantas vezes. Porém, desta vez há desdobramentos graves e talvez irreversíveis para o continente.

Amanhã (08.10) começam em Oslo as “negociações” entre o governo Santos e os terroristas das FARC. Essa data, em que toda a comunalha celebra a morte do assassino Guevara, não foi escolhida por acaso. Na Colômbia os parlamentares, que agora estão criando até leis para garantir todos os direitos e a total impunidade aos crimes de lesa-humanidade das FARC, resolveram decretar o 8 de Outubro o “dia do guerrilheiro”. Em homenagem a quem? Tirofijo? Mono Jojoy? Alfonso Cano ou Guevara mesmo?.

O presidente Uribe havia anunciado que incluir a Venezuela como mediador desse processo era dar oxigênio e protagonismo a Chávez na reta final de sua campanha. Isso era evidente para quem conhece os métodos e as práticas dos comunistas desde sempre. Além disso, no encerramento do último Encontro do Foro de São Paulo (FSP) Chávez anunciou, muito seguro, que “ia tomar [o governo] por nocaute”. Em outras oportunidades e discursos, e nesse mesmo do FSP, ele anunciou que sua vitória seria de 10 milhões de votos. Ao ser anunciada sua vitória, quando o escrutínio já estava com 90% das urnas apuradas, ele estava com mais 8 milhões de votos. Coincidência? Leiam as edições anteriores a essa eleição que tudo já havia sido dito.

Após o anúncio do CNE os candidatos fizeram seus discursos. Capriles não hesitou em acatar os resultados, elogiou a lisura do processo eleitoral, disse que “não houve derrota” e aceitou pacificamente o que a olhos vistos foi uma fraude monumental. Lembrei de outro candidato que concorreu às eleições presidenciais, também jovem, também fraudado e que do mesmo modo baixou a cabeça e se rendeu: Manuel Rosales que, como prêmio, foi perseguido por Chávez a ponto de ter de fugir do país e exilar-se no Peru. Não trago esse cálice amargo. Sobretudo porque recebi de um amigo a verdadeira apuração, estado a estado, e que mostra o esperado e as pesquisas mais sérias apontavam. Leiam no final.

Há algum tempo eu vinha mostrando o andar da carruagem e o tamanho do rombo que essas eleições deixariam nas esperanças dos venezuelanos que “ainda” se iludem, acreditando que comunistas jogam o jogo legítimo da democracia. E eis aí a vitória das FARC, do Foro de São Paulo, da ditadura cubana - que garantiu por mais algum tempo o sustento dos irmãos Castro -, e de todos os governos comunistas da região. Em seu discurso da vitória Chávez afirmou: “Que o candidato da direita tenha aceitado nosso triunfo é um grande passo para a construção da pátria bolivariana”. O mesmo ele disse a Rosales...

Embora eu tenha sempre afirmado que não admirava Capriles, por ele haver desprezado e tratado grosseiramente o presidente Uribe quando quis apoiá-lo, e por declarar que Lula era “seu modelo”, eu apostava minhas fichas como uma primeira opção para tirar Chávez do poder. Não posso esconder minha decepção. Não por Capriles mas porque Chávez vai permanecer. E vai apertar os torniquetes com os presos políticos. Pensei em meu amigo Alejandro Peña Esclusa, na juíza Maria Lourdes Afiune, dos delegados Vivas, Forero e Simonovis e tantos outros cujos nomes não recordo agora. E na imprensa, e nas empresas, nas propriedades privadas obscenamente expropriadas, nas centenas de vítimas do incêndio da petroleira, dos assassinados pelo regime, na miséria, na falta de comida, liberdade e segurança. Não resisti e chorei... Haga CLIC AQUI para leer todo