16/09/2013 - 09h32
Costa Concordia começa a ser desvirado em operação histórica na Itália
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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
Equipes de engenharia começaram nesta segunda-feira a erguer o navio Costa Concordia, que naufragou em frente à ilha de Giglio, na costa da Toscana, na Itália, em 13 de janeiro de 2012. A operação, que custará cerca de € 600 milhões (R$ 1,8 bilhão), será uma das maiores da história.
O gigantesco casco de 114,5 mil toneladas está deitado de lado na região desde que bateu em um banco de rochas no fundo do mar, após uma manobra arriscada do capitão. O transatlântico levava cerca de 4.000 passageiros e tripulantes, dos quais 32 morreram.
Andreas Solaro/AFP | ||
Parte do casco do navio, coberta de musgo, pode ser vista no início da operação para desvirar o Costa Concordia, na Itália |
A operação começou por volta das 9h locais (5h em Brasília), três horas após o previsto por causa de uma tempestade que atingiu a região durante a madrugada. Após duas horas, era possível ver uma faixa de um metro do casco que estava submerso, coberto de musgo.
"A fase crítica já passou", declarou Massimo Luschi, engenheiro do Observatório de Defesa do Meio Ambiente, que considera que a até o momento a operação, que deve durar 12 horas, não enfrenta dificuldades.
Duas horas depois do início de uma operação inédita para reerguer um navio de cruzeiro deste tamanho (290 metros de comprimento), parte do casco começou a ser observada. As equipes buscam também encontrar os corpos de uma passageira e um tripulante que ainda estão desaparecidos.
PROCESSO
O processo para endireitar o navio começou no ano passado, quando uma equipe internacional com cerca de 500 engenheiros começaram a estabilizar a embarcação, com a instalação de tanques laterais que servirão de contrapeso.
Finalizada a fase de estabilização do navio, foi construído um fundo falso sobre o qual o navio descansará após sua fase de rotação para evitar seu afundamento. A instalação dessas estruturas levou um ano para ser feita, permitindo com que o Costa Concordia possa ser desvirado.
A operação de "parbuckling" é uma fase muito delicada, na qual as forças têm que ser compensadas para evitar a deformação ou rompimento do casco. Quando o navio estiver na posição vertical, serão instaladas outras 15 boias estabilizadoras, iguais as já instaladas na parte esquerda do casco.
Após o término desse trabalho, que deve terminar no início de 2014, o navio será rebocado para um estaleiro onde será desmontado. Os engenheiros se dizem confiantes no sucesso da operação, embora o processo nunca tenha sido tentado sob condições tão difíceis em um barco desse tamanho.
"Ele está sobre a lateral de uma montanha no leito marinho, equilibrado sobre dois corais, e é um navio realmente grande... Então é algo que nunca foi feito nessa escala", disse o engenheiro sul-africano Nick Sloane, que participa da tarefa.