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sexta-feira, 14 de outubro de 2016

... Contra o rumor, a notícia...! / Juan Arias / El País


COLUNA

A perigosa sacralização de Lula

“Meu corpo está mais arrebentado do que o corpo de Cristo depois do flagelo.”



O ex-presidente Lula.  AFP


Lula como o papa Francisco? Lula como Deus? Lula como Jesus Cristo? Essa sacralização do ex-presidente, hoje acusado pela justiça, nem o ajuda nem ajuda a sua legenda, o Partido dos Trabalhadores (PT), que aparece cada vez mais castigado nas urnas.
Nenhuma idealização religiosa, e menos ainda na política, é boa ou proveitosa. Para os crentes soa como irreverência e para os agnósticos, infantilismo.
O polêmico Ciro Gomes, possível candidato de novo à presidência do Brasil, disse, mordazmente, que Lula “brincou de ser Deus e se queimou”.
Os advogados do carismático ex-presidente, certamente o mais popular da democracia brasileira, acabam de fazer malabarismos para aproximá-lo do papa Francisco.
Querendo defendê-lo das acusações de corrupção que pesam sobre ele, acabam de fazer uma comparação entre ambos: “Como responsabilizar o papa Francisco pelas ações pessoais dos cardeais que cometam infrações?”. É o que poderia estar acontecendo com Lula, que considera estar sendo acusado das más ações de seus “cardeais”, não dele.
Foi tão sacralizado que ele mesmo caiu na tentação de se comparar com Jesus Cristo.
“Cristo não agradou a todos e, sem provas contra ele, acabou crucificado.” Lula também poderia ser condenado sem provas.
“No Brasil, só Jesus Cristo ganha de mim (em popularidade).”
“Meu corpo está mais arrebentado do que o corpo de Cristo depois do flagelo.”
“Em três anos Jesus mudou a história. O que fizeram com ele? Crucificaram-no.” Alusão a que ele mudou o Brasil e também o estão crucificando injustamente.
São estas algumas das muitas alusões de Lula a Jesus Cristo.
Tenho apreço pessoal pelo ex-sindicalista que, sem estudos e depois de ter sofrido a fisgada da pobreza, soube conquistar as urnas e se elegeu presidente da República. Até celebramos, minha mulher e eu, no dia em que ele ganhou as eleições.
Reconheço seu carisma pessoal, a atração que exerce sobre os mais pobres e os afagos que sempre lhe fizeram banqueiros e empresários milionários, com quem se entendeu sempre bem. Reconheço seu olfato político, superior ao da maioria dos representantes do Congresso. E sua incrível capacidade de metamorfosear-se.
Acredito, porém, que essa sacralização do personagem, hoje acossado pela polícia, o Ministério Público e a Justiça, sob graves suspeitas de corrupção pessoal, não só não o ajuda, como também o prejudica.
Precisamente porque não é nenhum deus, Lula tem de defender-se das acusações como se defendem todos os mortais.
Chegaria a dizer que Lula não precisa de advogados. Sabe, quando quer, ser o melhor advogado de si mesmo, como demonstrou no escândalo do mensalão em 2005, do qual saiu ileso após ter confessado, solenemente, ao país, pela televisão, que tinha sido vítima de seus colegas de partido.
Estou convencido de que sua melhor defesa seria, por se tratar de um personagem icônico, com projeção mundial, olhar a nação nos olhos e contar-lhe o que há de verdade ou de mentira nas acusações que o perseguem.
Tentar protegê-lo ou que ele se proteja com semelhanças sagradas, buscar aproximá-lo da figura despojada e incorruptível do papa Francisco, tudo isso é mais como empurrá-lo para o abismo.
Se no jornalismo existe um lema, “contra o rumor, a notícia”, Lula deveria também, contra o rumor de suas supostas corrupções, apresentar, à luz do sol, a verdade dos fatos, se é que se sente inocente.
A nação, e me atreveria a dizer que também o mundo, tem o direito de saber a verdade sobre Lula, sobretudo porque ainda segue com o desejo e a esperança de voltar a presidir os destinos do Brasil.
Os textos sagrados, que certos políticos brasileiros tanto gostam de citar, afirmam que “só a verdade nos tornará livres” (Jn.8,32)

segunda-feira, 1 de agosto de 2016

' "O mundo está em guerra... diz o papa Francisco / Reuters

Papa diz que ataques recentes mostram que mundo está em guerra; religião não deve ser culpada
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Papa diz que ataques recentes mostram que mundo está em guerra; religião não deve ser culpada

quarta-feira, 27 de julho de 2016 14:18 BRT
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A BORDO DO AVIÃO PAPAL (Reuters) - O papa Francisco disse nesta quarta-feira que a série de ataques recentes, incluindo o assassinato de um padre na França, é prova de que o “mundo está em guerra”.
O papa disse, no entanto, em conversa com repórteres a bordo do avião rumo à Polônia, que não está falando sobre a guerra religiosa, mas sobre uma dominação de interesses pessoais e econômicos.
    “A palavra que está sendo repetida geralmente é insegurança, mas a palavra real é guerra”, disse em comentários a repórteres, enquanto seguia para uma visita de cinco dias na Polônia.
    “Vamos reconhecer isto. O mundo está em estado de guerra em partes e pedaços”, disse, acrescentando que ataques podem ser vistos como outra guerra mundial, mencionando a Primeira e a Segunda Guerra Mundial.
    “Agora há esta (guerra). Talvez não seja orgânica, mas é organizada e é uma guerra”, disse. “Não devemos ter medo de falar esta verdade. O mundo está em guerra, porque perdeu a paz.”
    Cerca de 15 minutos depois, após agradecer a jornalistas individualmente, Francisco pegou o microfone novamente e disse que queria “esclarecer” que não se referia a uma guerra religiosa.
    “Não uma guerra de religião. Há uma guerra de interesses. Há uma guerra por dinheiro. Há uma guerra por recursos naturais. Há uma guerra pela dominação de povos. Isto é a guerra”, disse
    O pontífice chamou Jacques Hamel, o padre forçado por militantes islâmicos na terça-feira a se ajoelhar e que teve a garganta cortada, de “um padre sagrado”, mas disse que ele é somente uma de muitas vítimas inocentes.
(Reportagem de  Philip Pullella)

terça-feira, 7 de junho de 2016

Papa Francisco é alvo de ataque pelo Estado Islâmico

Papa é alvo em potencial de ataques terroristas, diz procurador italiano

Por Ansa 
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prevenidos e parados...

 Papa já foi ameaçado pelos terroristas do grupo jihadista Estado Islâmico em diversas ocasiões
Alessandro Bianchi/Reuters - 21.4.16
Papa já foi ameaçado pelos terroristas do grupo jihadista Estado Islâmico em diversas ocasiões
O procurador nacional Antimáfia e Antiterrorismo da Itália, Franco Roberti, admitiu que o papa Francisco pode ser considerado "um alvo em potencial" para os terroristas de todo o mundo. Em entrevista ao canal católico "TV2000", no entanto, ele afirmou que, apesar dos perigos, a constante atenção dos serviços de inteligência conseguiriam prevenir possíveis atentados contra o pontífice.
"Um bom número de atentados já foi prevenido e impedido. Mas não abaixamos a guarda e não podemos excluir esse risco", disse Roberti na entrevista que foi ao ar na Itália no início da noite desta terça-feira (7). 
O papa, que já foi ameaçado pelos terroristas do grupo jihadista Estado Islâmico em diversas ocasiões, condenou recentemente terroristas que usam "violência sem precedentes" em nome de Deus.
Conhecido como João Paulo II, o polonês Karol Wojtyła foi alvo de um atentado terrorista em seus primeiros anos como pontífice, em 1981. Na ocasião, ele foi baleado por um terrorista turco na Praça de São Pedro, no Vaticano, e quase morreu.

domingo, 21 de fevereiro de 2016

A proposta do Papa sobre pena de morte é utópica...?

21/02/2016 09h26 - Atualizado em 21/02/2016 12h51

Papa Francisco pede proibição mundial à pena de morte 

Ele afirmou que o mandamento 'não matarás' é válido para todos.
Papa falou a milhares de pessoas na praça São Pedro neste domingo.

Da Reuters
O Papa Francisco pediu neste domingo (21) uma proibição mundial da pena de morte, afirmando que o mandamento "não matarás" é válido tanto para os culpados quanto para os inocentes.
Falando a dezenas de milhares de pessoas reunidas na praça São Pedro, o papa também pediu para os católicos trabalharem para a interrupção de qualquer execução durante o jubileu da misericórdia, que se encerra em novembro.
“Faço um apelo à consciência dos governantes para que se chegue a um consenso internacional pela abolição da pena de morte. E proponho àqueles que são católicos que façam um gesto corajoso e exemplar: que nenhuma condenação seja realizada neste ano santo da misericórdia”, afirmou o Papa Francisco (Veja acima o discurso do Papa Francisco sobre pena de morte).
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Papa Francisco falou a dezenas de milhares de pessoas reunidas na praça São Pedro, no Vaticano, neste domingo (21) (Foto: REUTERS/Tony Gentile)Papa Francisco falou a dezenas de milhares de pessoas reunidas na praça São Pedro, no Vaticano, neste domingo (21) (Foto: REUTERS/Tony Gentile)
Papa x zika
Nos últimos dias, o Papa Francisco fez comentários sobre outros assuntos polêmicos do ponto de vista da Igreja Católica.
Na quinta-feira (19), disse que o uso de contraceptivo para evitar a gravidez quando há risco de contaminação pelo vírus da zika é aceitável. O comentário foi feito durante conversa com jornalistas no avião papal, durante a viagem de volta do México para o Vaticano (Veja abaixo o posicionamento do Papa sobre o assunto).
Para o Papa, "evitar a gravidez não é um mal absoluto" diante do risco de contrair a zika, doença que pode causar a microcelafia em bebês. O assunto é tabu para os católicos, mas muito importante para América Latina, continente com a maior base de fiéis da Igreja e que possui o maior número de casos de zika.
Ele lembrou que não é o primeiro Papa a defender o uso de métodos anticoncepcionais, pois o Papa Paulo VI autorizou, nos anos 1960, que freiras vítimas de estupros na África usassem métodos para evitar a gravidez. O Papa Francisco, porém, fez questão de separar  contracepção e aborto, que, para ele, é crime, "o mesmo tipo cometido pela máfia".
Papa x Trump
Na mesma conversa com jornalistas, o sumo pontífice já havia entrado em outro assunto que divide opiniões: a corrida presidencial dos Estados Unidos. O Papa Francisco disse que o pré-candidato republicadoDonald Trump “não é cristão” por causa de suas opiniões sobre a imigração (Veja abaixo a declaração do Papa Francisco sobre Donald Trump).
Vencedor de duas das três primárias realizadas até agora, Trump propôs, por exemplo, a construção de um muro entre México e EUA para evitar a entrada de imigrantes ilegais no país. "Uma pessoa que pensa apenas em construir muros, onde quer que seja, e não em construir pontes, não é um cristão", disse Francisco em resposta a uma pergunta sobre as opiniões de Trump. "Isso não está no evangelho".
O Papa, porém, evitou pedir que católicos não votem em Trump. "Não vou me envolver nisso. Digo apenas que esse homem não é cristão se ele disse coisas como essas. Devemos ver se ele disse as coisas dessa maneira e nisso dou o benefício da dúvida", afirmou.
Em resposta, Donald Trump disse que é "vergonhoso" que um líder religioso questione a fé de uma pessoa (Veja abaixo a resposta de Trump ao Papa Francisco).
"Se e quando o Vaticano for atacado pelo Estado Islâmico, o que todo mundo sabe que seria o seu troféu final, prometo a vocês que o Papa desejaria e rezaria para que Donald Trump fosse presidente, porque isso não aconteceria. O Estado Islâmico seria erradicado ao contrário do que está acontecendo agora com nossa conversa, nenhuma ação política", diz o candidato, em comunicado.
No México, Francisco já havia criticado as políticas de imigração que forçam muitas pessoas a ilegalmente ficar nas mãos de cartéis de drogas e de contrabandistas.
Veja a declaração do Papa Francisco:
 Veja a resposta de Donald Trump: