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sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Brasi perde outra Copa do Mundo de Futebol / JB, Carta Capital,

http://m.jb.com.br/pais/noticias/2014/01/31/copa-2014-tem-gastos-publicos-recordes-em-beneficio-da-iniciativa-privada/


Copa 2014 tem gastos 

públicos recordes, em benefício da iniciativa privada 


Brasileiros ficam sem ingresso e sem legado do 

Mundial, enquanto futebol se volta 


à elite


Jornal do Brasil
O Brasil tinha a chance de gerar lucro e mudanças importantes com a Copa do Mundo deste ano, sem realizar nenhum gasto público, como fez os Estados Unidos no evento de 1994. A poucos meses para os jogos, porém, se mostra o maior gastador de verbas do governo em Mundial de Futebol, em nome de um evento que deve beneficiar principalmente, ou apenas, a iniciativa privada. Que pode ainda gerar desemprego e outras consequências negativas. Qualquer coisa que se ganhe com a Copa de 2014, então, pode não se comparar ao preço que o país já começou a pagar. Uma das grandes paixões do brasileiro, que virou parte da cultura principalmente nas camadas mais pobres da sociedade, de onde sai, inclusive, a maior parte dos jogadores, agora se volta cada vez mais à elite.
Apenas um terço dos ingressos dos jogos da Copa estão disponíveis para o torcedor brasileiro pela distribuição inicial da Fifa, de acordo com artigo do blog do Rodrigo Mattos, no Uol Esporte. Com 12 cidades-sede, nenhum outro Mundial teve uma oferta de assentos tão grande, mas nem por isso os brasileiros ganharam facilidade para conseguir uma entrada, que não são baratas, inclusive. 

Maracanã inspirou diversos protestos pelo país e ficou marcado pelo custo das obras acima do previsto, assim como em outros projetos da Copa no Brasil

Maracanã inspirou diversos protestos pelo país e ficou marcado pelo custo das obras acima do previsto, assim como em outros projetos da Copa no Brasil
Como ressaltou Christopher Gaffney à Carta Capital em 2011, a Copa era a oportunidade de usar um investimento federal em benefício da população, mas se tornou um evento esportivo financiado com dinheiro público para o lucro privado: "o governo assume o risco e os patrocinadores é que vão receber os benefícios".

Conforme o país adota uma posição mais mercantilista em relação ao futebol, também perde posições no ranking da Fifa. Chegou à 18ª posição em 2012 e agora subiu para a 10a., depois de anos no primeiro lugar. Os meninos brasileiros que crescem com o sonho de se tornarem jogadores, ao mesmo tempo, viraram produtos de exportação para times estrangeiros, até mesmo antes de passar por qualquer time nacional. Muitos, inclusive, são enganados e explorados lá fora. O público nos estádios brasileiros vem caindo ano a ano também. Na década passada, o ex-presidente Lula chegou a comentar que a massiva exportação de jogadores brasileiros acabava ofuscando o desempenho dos times do país.
Os ingressos
Foram muitas as manifestações pelo Brasil inteiro contra os gastos na Copa. Muitos, inclusive, torcem para que dê tudo errado e ela não aconteça. Outros, animados com promessa de bom entretenimento, se empenharam para conseguir um ingresso para os jogos. A sorte, no entanto, não sorriu para todos. Em novembro, o Procon alertava que mais de seis milhões de torcedores que se inscreveram para o sorteio no site  da Fifa, não foram devidamente informados sobre as etapas e critérios da seleção. Um sorteio obscuro, classificou o advogado Ricardo Amitay Kutwak. Para o jurista, não foi surpreendente o fato da federação não divulgar os critérios de sorteio, assim como não divulgar os nomes das pessoas contempladas. 

Empresas patrocinadores fazem promoções com as entradas da Copa do Mundo
Empresas patrocinadores fazem promoções com as entradas da Copa do Mundo

Em novembro, o jornal argentino Clarín publicou uma reportagem para criticar a metodologia de sorteio de ingressos pela Fifa. Fontes ligadas à AFA (Associação Argentina de Futebol) revelaram ao jornal que a compra de bilhetes para a Copa por empresas de viagens foi excepcional, com óbvio objetivo de revenda. No Brasil, grandes marcas que apoiam ou patrocinam a Copa promoveram campanhas de Natal com sorteios de ingressos para os principais jogos. Somente uma rede nacional de lojas esportivas disponibilizava 200 entradas para o primeiro jogo da competição, que será realizado no dia 12 de junho, em São Paulo.
O Departamento de Imprensa da Fifa informou ao JB que nenhuma empresa, além dela, está autorizada oficialmente a comercializar ingressos. O único canal para o torcedor comum conseguir um passe é o site da própria Fifa. Quando o primeiro lote de quase 1,1 milhão de ingressos foi alocado no ano passado, cerca de 62% foram para brasileiros e 38% para compradores internacionais, disse a federação. Os cinco principais países interessados foram o Brasil, seguido pelos Estados Unidos, Austrália, Inglaterra e Argentina.
A população dos estados que vão receber a Copa é equivalente a 74% da população brasileira - em julho de 2013, o país contava com 148.972.739 de habitantes nas 12 cidades-sede, de acordo com o IBGE. Ao todo, os estádios das 12 cidades-sede da Copa têm capacidade para 675 mil pessoas, a maior oferta de assentos entre as últimas Copas.
Os estados americanos que sediaram o megaevento em 1994 tinham uma população em torno de 114.563 milhões de habitantes, ou 44% da população total do país na época. Esses norte-americanos, vale ressaltar, tinham uma capacidade e disposição superior ao dos brasileiros para o consumo. Agora que grande parte da população do Brasil começa a romper barreiras e a comprar elementos considerados básicos, como móveis e eletrodomésticos. Não são todos que podem tentar – porque não se sabe se conseguirão – comprar um ingresso. Os parceiros comerciais da Fifa, que podem promover concursos culturais ou sorteios para distribuir os ingressos aos seus clientes, também não atingem a toda a população brasileira e, alguns deles, chegam apenas a uma minoria.
A Emirates, por exemplo, parceira comercial, é a principal companhia aérea dos Emirados Árabes Unidos, eleita a Melhor Cia Aérea do Mundo pela Skytrax 2013. Ela oferece viagens no Brasil para destinos exóticos, como o Vietnã e outras rotas asiáticas. A Fifa conta com Parceiros, como a Emirates, com os patrocinadores da Copa deste ano, e também com apoiadores nacionais, em um total de 22 empresas.
Os patrocinadores do evento deste ano são a cervejaria Budweiser, a produtora de óleos lubrificantes Castrol, o grupo automotivo Continental, a Johnson & Johnson, o Mc Donald's, a Oi, a Moy Park e a Yingli. A Moy Park é reconhecida como uma das maiores produtoras de aves orgânicas e milho para aves na Europa. A Yingli, por sua vez, se apresenta em seu website como a maior produtora de painéis solares do mundo, cuja missão seria oferecer energia verde acessível para todos. Já entre os apoiadores nacionais estão a Centauro, o Itaú, a Apex Brasil, a Garoto, a Liberty Seguros e o Wise Up.
Mais da metade dos 3,3 milhões de bilhetes da distribuição inicial da Fifa vai para a federação internacional, associações nacionais de futebol, CBF, parceiros comerciais, Vips, Comitê Organizador, governo federal, entre outros, além da fatia destinada a estrangeiros, de acordo com artigo de Rodrigo Mattos. As entradas podem ser comercializadas posteriormente, mas apenas se todos os parceiros anunciarem desinteresse, o que se acredita que não deve acontecer nesta edição.
No total, indica Rodrigo, os bilhetes disponíveis para o torcedor comum brasileiro somam 1,127 milhão (33,8% do total), sendo que parte deles também tem restrições ou preferências para determinados grupos. Só 700 mil bilhetes, contabiliza, serão vendidos em condições de igualdade para qualquer torcedor do mundo, inclusive os do Brasil.
"Quem leva mais vantagem na divisão são os parceiros comerciais, que ficam com 605 mil entradas. Eles pagam por isso e podem fazer promoções para torcedores, como ressalta a Fifa. Outros 445 mil são para empresas de hospitalidade, que incluem as que vendem pacotes milionários com hospedagem e outros serviços para torcedores abastados. Televisões e rádio com direitos de transmissão ficam com 66 mil bilhetes", alerta Rodrigo. 
De paixão popular ao futebol para a elite
Grandes times brasileiros têm uma dívida em torno de R$ 4 bi em impostos aos cofres públicos, mesma quantia anunciada como lucro da Fifa com a Copa, e que poderia ser aplicada em saúde, educação e infraestrutura. Além disso, o país acabou se tornando também um grande exportador de jogadores para outros países e, basta uma olhada no histórico desses atletas do país para perceber que a grande maioria vem de famílias pobres.

Rosell já foi investigado por diversas polêmicas envolvendo verbas suspeitas

Rosell já foi investigado por diversas polêmicas envolvendo verbas suspeitas
Uma figura que representa um pouco a situação a qual chegou o futebol é Sandro Rosell, ex- presidente do Barcelona, ex-representante da Nike no Brasil e amigo pessoal de Ricardo Teixeira, ex-presidente da CBF. Como o Estadão revelou no ano passado, parte do dinheiro pago à CBF por times no mundo inteiro como cachê para enfrentar a seleção não era depositada em contas no país, mas direcionadas a empresas com sede nos Estados Unidos, registradas em nome de Sandro Rosell.

Rosell chegou a ser investigado no Brasil por causa de um amistoso entre Brasil x Portugal, em Brasília, em novembro de 2008. Em 2011, a Polícia Civil do Distrito Federal suspeitava de um superfaturamento na organização do amistoso, com gastos enormes com estadias e transporte das equipes.
Na semana passada, Rosell decidiu deixar o cargo após a Justiça espanhola acolher uma denúncia contra ele por irregularidades na contratação de Neymar. De acordo com o jornal El Mundo, de Madri, a compra de Neymar teria custado 95 milhões de euros (R$ 308 milhões), e não os 38 milhões (R$ 127 milhões) declarados pelo presidente. Segundo a Justiça espanhola, a documentação entregue pelo clube possui indícios suficientes para sustentar o início de um inquérito.
Os gastos e o retorno das últimas Copas
O geógrafo Gaffney reforçou em entrevista para a Carta Capital que a Fifa conta com cinco ou seis pessoas comandando, ligadas diretamente ao Ricardo Teixeira. A estrutura, alertou, permite que ninguém assuma responsabilidades, pois quando surge um problema "o COL joga para o Ministério do Esporte, que pode jogar para a Infraero, que joga para a CBF, que diz que não tem nada com isso porque diz que os contratos são com as cidades, que pode jogar para o Estado, que pode jogar para a CBF. Não existe uma estrutura centralizada da Copa. E se você procura informações sobre a organização na internet, você chega só nas páginas da Fifa. Não há informações. E depois, quando apertar, a responsabilidade vai cair no colo do governo federal, como houve no Pan e na Olimpíada."
No total, para todas as cidades-sede brasileiras, a previsão de aplicação de recursos do TCU é de R$ 8,3 bi em financiamentos federais, R$ 6,3 bi em recursos diretos federais, R$ 4 bi estaduais, R$ 1 bi municipais e R$ 4 bi de outras fontes - em um total previsto de R$ 25,9 bi. Artigo do pesquisador e consultor da Trevisan Gestão do Esporte e diretor da Trevisan Escola de Negócios, Fernando Trevisan, no Portal 2014, reforça que, além de empréstimos do BNDES, outra forma de presença de recursos públicos nos estádios é pela isenção de pagamento de tributos. Trevisan aponta que, de acordo com o Tribunal de Contas da União, o governo vai deixar de arrecadar RS 461 milhões - o que não chega a representar tanto, considerando que o setor automotivo deixou de pagar R$ 7,9 bilhões em tributos desde 2008, por conta de políticas de incentivo governamental.

Estados Unidos não precisou realizar gastos públicos e ainda teve lucro

Estados Unidos não precisou realizar gastos públicos e ainda teve lucroOs Estados Unidos, durante a Copa de 1994, receberam 400 mil turistas e não precisaram gastar um centavo para receber o evento, já que toda a infra-estrutura estava pronta. De acordo com estudos da Universidade de Nova Iorque, o principal objetivo dos Estados Unidos em sediar a Copa do Mundo foi o de promover o futebol no país. Nova Iorque, São Francisco e Boston tiveram receita de U$ 1,45 bilhão. Na indústria hoteleira, o crescimento, em comparação com o ano anterior, foi de 10%, e na indústria de alimentos e bebidas, de 15%.

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Primeira atração da Copa do Mundo de 2014 será um paraplégico dando pontapé inicial

25/11/2013 12h30 - Atualizado em 25/11/2013 12h37


Cientista Miguel Nicolelis divulga 




primeiras fotos de exoesqueleto



Pesquisador pretende que paraplégico dê pontapé inicial na Copa.

Objetivo é que estrutura seja comandada diretamente pelo cérebro.

Visão lateral do exoesqueleto apresentado por Nicolelis (Foto: Reprodução/Facebook/Miguel Nicolelis)
Visão lateral do exoesqueleto
apresentado por Nicolelis
(Foto: Reprodução/Facebook/Miguel Nicolelis)
Imagem do exoesqueleto publicada na página de Facebook de Miguel Nicolelis (Foto: Reprodução/Facebook/Miguel Nicolelis)
Imagem do exoesqueleto publicada na página de Facebook de Miguel Nicolelis (Foto: Reprodução/Facebook/Miguel Nicolelis

Do G1, em São Paulo



As fotos, que, segundo Nicolelis, foram tiradas em Paris, mostram uma estrutura metálica presa a um boneco. Foi publicado também um vídeo que mostra o equipamento fazendo um pequeno movimento (
veja).O neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis divulgou nesta segunda-feira (25), em sua página no Facebook, as primeiras imagens do exoesqueleto do Projeto Andar de novo (Walk Again Project). O equipamento pretende fazer um jovem paraplégico dar o pontapé inicial da Copa do Mundo de 2014.
O equipamento pode ser conectado diretamente ao cérebro do paciente, que então controlaria as partes mecânicas como se fossem membros de seu próprio corpo. Dessa forma, seria perfeitamente possível que um paraplégico chutasse uma bola.
Desde o começo deste mês, alguns candidatos a usar o traje estão fazendo exercícios e preparação específica em São Paulo, na Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD) em São Paulo, onde funcionará um laboratório dirigido por Nicolelis. O pesquisador explicou anteriormente que pequenos experimentos já foram feitos com humanos, com partes do equipamento.
Cerca de cem cientistas americanos, europeus e brasileiros trabalham no Walk Again Project. O projeto é uma parceria entre a Universidade Duke e instituições de Lausanne (na Suíça), Berlim e Munique (ambas na Alemanha), Natal e São Paulo.

A técnica faz parte de uma linha de pesquisa conhecida como "interface cérebro-máquina", com a qual Nicolelis já obteve resultados internacionalmente relevantes. Em um dos mais importantes, o neurocientista fez com quemacacos não só controlassem uma mão virtual, como também sentissem uma espécie de tato quando exerciam a atividade
.

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Mais do mesmo... Copa do Mundo / Arena do Corinthians não impressiona empreendedores da região



ESTADÃO PME » INFORMAÇÃO » NOTÍCIAS

Copa do Mundo| 31 de outubro de 2013 | 6h 50

Itaquerão (ainda) não empolga os pequenos empreendedores da região

Desanimados, pequenos empresários que atuam próximos da futura arena corintiana não enxergam como lucrar com a Copa
RENATO JAKITAS, ESTADÃO PME

Clayton de Souza/Estadão
Clayton de Souza/Estadão
Gomes pretende expandir seus negócios, mas ainda demonstra insegurança para tirar ideias do papel
A pouco mais de sete meses do início da Copa do Mundo, os empresários de Itaquera, bairro periférico de São Paulo que receberá a abertura e outros seis jogos do torneio, estão céticos e em boa medida desanimados com relação aos impactos do evento para os negócios da região.
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O bairro vive com as ruas movimentadas por obras que se estendem da construção do estádio do Corinthians até oito intervenções viárias com vistas a aprimorar a infraestrutura do entorno da arena. Mas os empreendedores dão de ombros quando questionados sobre as perspectivas financeiras do Mundial ou a respeito dos planos do governo de injetar fôlego na economia local.

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Em suma, os empresários não conseguem enxergar oportunidades para lucrar com o principal evento do mundo no próprio quintal. E dizem duvidar que os tais ganhos indiretos, apregoados pelo governo a partir da instalação de equipamentos públicos, melhorias no transporte coletivo e duplicações de ruas e avenidas apertadas, saiam, de fato, do papel.
Entre as regiões mais populosas de São Paulo, Itaquera tem cerca de 600 mil habitantes e uma economia pilotada por 55 mil comerciantes e cerca de 600 indústrias. Esse contingente viu na construção da arena corintiana, e depois no anúncio da chegada de duas universidades públicas (Fatec e Universidade Federal de São Paulo), uma oportunidade para turbinar o mercado local.
“Acho que a gente criou muitas expectativas”, reflete o líder da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL Itaquera), Roberto Manna. Ele conta que esperava que a leva de boas novas trouxesse empregos, assim como obras para encurtar o tempo de locomoção entre as localidades próximas e até o centro da cidade. “Mas nada disso aconteceu. Até agora não houve crescimento de empregos. E as obras viárias que estão aí não trazem impactos ao bairro, apenas para quem chega e sai do estádio”, conta Manna.
Dono de uma loja de automóveis, Jotamar Candido endossa as críticas em torno da mobilidade urbana. Para ele, a dificuldade de locomoção é um dos desafios de quem pretende ganhar dinheiro na região. “Não dá, as pessoas fogem e Itaquera fica sem emprego. Se eu quiser sair agora do centro de Itaquera até a Avenida Líder, a uns quatro quilômetros, eu vou gastar quase 40 minutos”, conta.
Dúvida. Informações da Prefeitura mostram que Itaquera tem 22 projetos de obras para infraestrutura já anunciados. Desses, oito estão atualmente em andamento e 14 esperam licitação, recursos ou algum tipo de reavaliação técnica. De acordo com empresários locais, são esses projetos parados que emperram o ritmo privado de investimentos no bairro.
João Gomes da Silva Neto, por exemplo, vive essa situação. Ele administra há 27 anos um comércio de autopeças na Avenida Itaquera. Com movimento de 300 clientes por dia, conta que tem dinheiro e vontade de investir em outros negócios por perto. No entanto, a instabilidade local é um problema. “Esta avenida em que estou tem potencial para ser um grande ponto comercial. Eu mesmo poderia expandir para o outro lado da rua, mas existe há uns sete anos o projeto de um parque linear que vai interligar toda a área até o Parque do Carmo, há uns quatro quilômetros daqui. Quem é que vai arriscar montar alguma coisa e ser desapropriado?”, ele questiona.
“Na realidade é isso. Itaquera está toda indecisa”, afirma o presidente da associação das indústrias da região (ARI), Eudécio Teixeira Ramos. “Você não sabe se pode fazer algo e, de repente, tem um projeto ou um estudo no terreno em que comprou. Isso dificulta os investimentos”, conclui Ramos.
Questionado, o subprefeito de Itaquera, Guilherme Henrique de Paula e Silva, discorda da opinião dos empresários. Para ele, “há quase que um imediatismo” por parte da Prefeitura em dar cabo das obras aprovadas e anunciadas na região. Silva, que é arquiteto, define a carência de inovação no entorno do novo estádio como fruto da “perplexidade dos empresários”. “A ‘obra Itaquera’ é de tal volume que a população e os empresários ficam impactados. Os empreendedores precisam superar esse momento de perplexidade e começar a adotar uma postura mais investidora. É preciso (uma postura) de perceber as oportunidades que surgirão por ai”, afirma o subprefeito da região.

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Olimpíada e Copa: os cartolas não aceitam largar o osso... - Esporte - Notícia - VEJA.com

Olimpíada e Copa: os cartolas não aceitam largar o osso... - Esporte - Notícia - VEJA.com

Tarja - Rio 2016
26/09/2012 - 12:35


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Olimpíada e Copa: os cartolas não aceitam largar o osso...

Nuzman e Marin concentram poder e contrariam modelo de sucesso de eventos em todos os outros países. Escândalo de 2016 mostra como isso é prejudicial

Carlos Arthur Nuzman
Carlos Arthur Nuzman: aguardando a reeleição, ele não falou sobre o furto de dados (Ian Walton/Getty Images)
O modelo adotado pelos brasileiros fecha as portas da Copa e da Olimpíada ao envolvimento de pessoas capazes de transformar e revolucionar esses eventos
escândalo do furto de dados de Londres-2012 por integrantes da Rio-2016 ainda tem muitas perguntas sem resposta, mas pelo menos uma coisa ficou clara: a concentração de poder no comando dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos tem consequências nefastas para a organização do evento. Carlos Arthur Nuzman, de 72 anos, ainda não se pronunciou publicamente a respeito do episódio. Era de se esperar que o chefe do comitê organizador explicasse pessoalmente o ocorrido em Londres. Nuzman, porém, não é só o presidente da entidade criada para a realização dos Jogos. Ele é também o dirigente máximo do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), que realiza, no mês que vem, uma nova eleição presidencial. O cartola não tem rivais na disputa e sua reeleição já está garantida. Ainda assim, sinalizou a interlocutores que não pretendia falar sobre o furto de dados porque temia a "exploração política" do ocorrido. O sumiço de Nuzman em meio a um caso tão constrangedor como o da semana passada mostra bem por que o responsável pela organização de uma Olimpíada (ou de uma Copa do Mundo) não deve acumular outras funções, especialmente as que contêm um elemento político. Em meio a um caso grave, com repercussão internacional, Nuzman deveria cumprir seu papel de presidente do comitê organizador, mas está ocupado demais sendo o presidente do COB, em campanha por mais um mandato.
Leia também: Rio-2016 volta a 'lamentar' furto, mas ainda não explica o caso
Presenteado com a chance de organizar uma Copa do Mundo e uma Olimpíada num intervalo de apenas dois anos, o Brasil já mudou - e para pior - um aspecto importante da realização desses eventos. Nas últimas décadas, as duas principais festas esportivas do planeta já passaram por países ricos e outros nem tanto, por nações do Ocidente e do Oriente, pelas mais variadas culturas. Em todas elas, havia pelo menos uma coisa em comum: o presidente do comitê organizador do evento não era o mesmo dirigente que comandava a federação de futebol local, no caso da Copa, ou o comitê olímpico do país, no caso dos Jogos (confira no quadro abaixo). Em Londres-2012, Sebastian Coe se consagrou ao organizar uma grande Olimpíada, e Colin Moynihan comandou uma extraordinária campanha britânica no quadro de medalhas. O primeiro dedicou-se exclusivamente a montar o evento; o segundo, à formação da delegação do país e ao desempenho esportivo dos anfitriões da festa. Essa divisão de funções não garante o êxito de um Mundial ou de uma Olimpíada, evidentemente. Mas pouca gente acredita que exista algum benefício na concentração de poder adotada pelos brasileiros. Além de Nuzman - que chefiou a candidatura vitoriosa do Rio a sede da Olimpíada e atribuiu a si mesmo a missão de organizá-la -, o presidente da CBF, José Maria Marin, também não larga o cargo de presidente do Comitê Organizador Local da Copa de 2014.

Poder dividido: os dirigentes das últimas Copas e Olimpíadas

ANOEVENTOCOMITÊ ORGANIZADORCOMITÊ OU FEDERAÇÃO LOCAL
2012Olimpíada de LondresSebastian CoeColin Moynihan
2010Copa da África do SulDanny JordaanKirsten Nematandani
2010Olimpíada de VancouverJohn FurlongMarcel Aubut
2008Olimpíada de PequimLiu QiLiu Peng
2006Copa da AlemanhaFranz BeckenbauerTheo Zwanziger
2006Olimpíada de TurimValentino CastellaniGiovanni Petrucci
2004Olimpíada de AtenasGianna Angelopoulos-DaskalakiMinos Kyriakou
2002Copa da Coreia e JapãoYun-Taek Lee e Yasuhiko EndoChung Mong-joon e Shuni Okano
2002Olimpíada de Salt Lake CityMitt RomneyMarty Mankamyer
2000Olimpíada de SydneySandy HollwayJohn Coates
1998Copa da FrançaMichel PlatiniClaude Simonet
1998Olimpíada de NaganoEishiro SaitoHironoshin Furuhashi
1996Olimpíada de AtlantaWilliam Porter PayneLeRoy T. Walker


Além das desvantagens mais óbvias - como as dificuldades para conciliar as duas funções e os possíveis conflitos de interesses decorrentes do acúmulo dos dois cargos - o modelo adotado pelos brasileiros fecha as portas da Copa e da Olimpíada ao envolvimento de pessoas capazes de transformar e revolucionar esses eventos (leia mais no quadro abaixo). Nos Jogos de Los Angeles-1984, por exemplo, o presidente do comitê organizador foi Peter Ueberroth, um executivo que conseguiu salvar as Olimpíadas ao criar um modelo financeiro saudável depois do desastre de Montreal-1976. A receita de Ueberroth - que envolve forte participação da iniciativa privada para que o país-sede não precise arcar sozinho com todos os custos do evento - é adotada até hoje. O candidato republicano à Presidência dos EUA, Mitt Romney, foi presidente do comitê dos Jogos de Inverno de Salt Lake City, em 2002. Assumiu o cargo depois de uma série de escândalos que ameaçou até mesmo tirar os Jogos da cidade. O caixa do evento estava no vermelho. Em três anos na função, Romney reorganizou o comitê, conseguiu verbas adicionais e fechou a Olimpíada deixando Salt Lake City com lucro de 100 milhões de dólares. O sucesso olímpico colocou o republicano sob os holofotes - e hoje, em sua campanha eleitoral contra Barack Obama, Romney costuma listar a experiência nos Jogos como um dos principais pontos de seu currículo.

Os gerentes de Copas e Olimpíadas

Seis presidentes de comitês organizadores que não eram cartolas mas foram um sucesso

1 de 6

Sebastian Coe


O ex-corredor assumiu o comando da candidatura londrina na reta final do processo. Foi tão decisivo para a vitória no COI que acabou sendo escolhido para chefiar a organização.

Enquanto isso, Nuzman e Marin ainda seguem a velha cartilha da cartolagem brasileira. Na noite de terça, uma das funcionárias demitidas da Rio-2016 divulgou uma carta enviada a Nuzman depois de sua punição. Ela nega ter furtado dados em Londres e diz que dois dos demitidos nem chegaram a usar os computadores no escritório do comitê britânico. O chefe, no entanto, ordenou a demissão coletiva na tentativa de abafar o escândalo e de se distanciar ao máximo do episódio. Assim como José Maria Marin, 80 anos, ex-jogador de futebol que há décadas circula pelos bastidores do esporte, Carlos Arthur Nuzman, ex-atleta da seleção brasileira de vôlei, tem longa trajetória na cartolagem: já são 37 anos no ramo. Durante 21, foi o principal dirigente do vôlei brasileiro. Está no comando do COB há dezessete anos, desde 1995. Entre as grandes potências olímpicas, não há casos semelhantes ao dele. Em entrevista exclusiva publicada na edição de VEJA da semana passada, o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, defendeu o fim dos mandatos quase intermináveis dos cartolas do país. De acordo com ele, "é preciso limitar o tempo de mandato dos dirigentes a três ou quatro anos, com direito a apenas uma reeleição". "Democratização e profissionalismo são as palavras-chave", afirmou. Ao que parece, falta incluir esses termos no vocabulário dos dois principais dirigentes do esporte brasileiro.
Ricardo Moraes/Reuters
José Maria Marin, novo presidente da CBF, durante coletiva no Rio de Janeiro
José Maria Marin ao assumir a CBF: ele imitou Ricardo Teixeira e abraçou também o comitê da Copa
Um dos argumentos que a cúpula da Rio-2016 usa para afastar qualquer pedido de explicações do governo sobre o furto de informações confidenciais do comitê Londres 2012 por dez funcionários do comitê brasileiro é o de que como não há verba pública na Rio 2016, não há explicações a dar para Brasília. Independentemente de ser um argumento que despreza a opinião pública, não chega a ser 100% verdadeiro: todo o eventual déficit da Rio 2016 será coberto pelo governo federal. E o comitê já avisou que em meados de 2013, o primeiro déficit quase que certamente aparecerá.
Vídeo: Augusto Nunes comenta o furto de dados em Londres: