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quarta-feira, 3 de agosto de 2016

"Restam muitos..." Carlos Brickmann

“Ter sem ter, tendo tudo” e outras quatro notas de Carlos Brickmann

Há provas de que Lula e sua família orientaram as empreiteirovskas, escolheram a mobília, lá guardaram bens pessoais em grande quantidade, incluindo presentes recebidos de autoridades estrangeiras

Por: Augusto Nunes  
Quando morreu Stalin, o todo-poderoso dirigente de todas as Rússias, coube a sua filha Svetlana esvaziar as gavetas. Lá, narra ela (terá sido em seu livro Vinte cartas a um amigo? Este colunista não fez a pesquisa), encontrou  dezenas de envelopes de pagamento, intactos, sem que o marechal tivesse tocado no dinheiro. Mas pensemos com ele: para que Stalin iria querer dinheiro? Tudo o que existia na União Soviética seria dele no momento em que quisesse. Se tivesse vontade de tomar um Chicabon, caminhões carregados de Chicabon apareceriam em seguida, e não lhe custariam um rublo furado. Se quisesse um apartamento triplex em frente ao Mar Negro, o apê apareceria como que por encanto. Dinheiro, pra que dinheiro?
Stalin morreu há mais de 60 anos, sua União Soviética se dissolveu. E Lula diz que o apartamento triplex do Guarujá e o sítio de Atibaia, ambos reformados no capricho por empreiteiras entupidas de bons contratos com o Governo, não são dele porque não há documento de compra, nem contrato assinado. Mas há provas de que ele e sua família orientaram as empreiteirovskas, escolheram a mobília, lá guardaram bens pessoais em grande quantidade, incluindo presentes recebidos de autoridades estrangeiras. Talvez não haja documentos, mas é ele, sem dúvida, quem manda no pedaço.
E, claro, este colunista não está comparando Lula com Stalin. Jamais imaginaria que Lula esquecesse seus pagamentos na gaveta.

Restam muitos…
Semana quente: a Operação Resta Um, da Polícia Federal, como de costume vai atingir os petistas (afinal de contas, como notou o jornalista Cláudio Tognolli, não se escreve “corrupto” sem “p” e “t”), mas entra fundo no PSDB. Atinge, por exemplo, um presidente do partido, Sérgio Guerra (que já morreu), e muita gente que, de acordo com a delação premiada de Pedro Corrêa, trabalhou para abafar a CPI da Petrobras — trabalho que, a propósito, deu certo.
Bate também no PP do hoje governador interino do Rio, Francisco Dornelles, acusado de levar R$ 9 milhões da empreiteira Queiroz Galvão.

…resta um
Curioso o nome desta operação, não? Mas coincide com a libertação do casal João Santana – Mônica Moura. Eles não sairiam sem falar; se saíram, é porque já fizeram revelações. E ambos, marqueteiros das campanhas de Lula e Dilma, conhecem os segredos das eleições. Foram eles também que fizeram campanhas para partidos bolivarianos em vários países latino-americanos, sempre por indicação de Lula. Sabem como funcionam essas negociações.
Quando falarem tudo, talvez não reste mais ninguém.

Os números falam
A defesa de Dilma na comissão que decidirá se deve ou não ser afastada definitivamente do cargo foi protocolado com no Senado com o número 171.

O custo dos partidos
O levantamento é do jornal O Estado de S. Paulo, com base em números do Tribunal Superior Eleitoral: os partidos políticos consumiram R$ 9,4 bilhões de dinheiro público nos últimos dez anos. Detalhando, o Fundo Partidário distribuiu 4,4 bilhões. O restante é dinheiro que as emissoras de rádio e TV recebem, como dedução de impostos, pela transmissão do horário gratuito.
E, em compensação, os partidos nos prestam todos os seus serviços.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Crônica de Natal com sete notas dissonantes.../ Carlos Brickmann


23/12/2015
 às 14:08 \ Opinião

“Natal Tropical” e outras sete notas de Carlos Brickmann

E eis que, num país muito longe da gelada Lapônia, Mamãe Noela assume o comando do Natal Tropical. Seu trenó voador, puxado por renans que ela sabe direitinho como domesticar, é extremamente seguro: entre um Natal e outro, os renans se mantêm treinados, voando para ir a casamentos de amigos, para visitar as bases, para transplante de pelos há muito perdidos. O peso do trenó é baixo: em vez de carga, transporta cargos, levíssimos papéis com nomeações, indicações, autorizações high-tech para fazer boas transações ─ documentos que, cumprida sua função de autorizar o negócio, se autodestroem em segundos. Pixuleco é coisa feia, fora do espírito de Natal, não deve e não pode deixar nem vestígios.
Confiabilíssimo, o trenó de Mamãe Noela. Pois precisa voar diuturnamente e noturnamente, enfrentando perigosos ventos estocados. Tem de ir da linha do Equador até a Terra do Fogo, no Extremo Sul da América. É lá que vive o líder de Mamãe Noela, o Grande Apreciador de Uma Boa Ideia e Supremo Cumpanhêro, um senhor gorducho de barbas brancas, sempre vestido de vermelho. Tem de ser lá, o encontro: o Supremo Cumpanhêro odeia sair da Terra do Fogo. Em outros tempos, até gostava de receber homenagens em países ricos e visitar a África com amigos de se guardar no bolso esquerdo do peito, mas sabe como é o Exterior, a história do Marin é preocupante. E na Terra do Fogo ele é o Brahma, o Número 1, Aquele que Iniciou Todas as Coisas, Pois Antes Dele Nada Existia.
Natal Tropical. Na ceia, por culpa da zelite, em vez peru só se come arroz.
Trenó em risco
O problema de Mamãe Noela está na oscilação de humor de quem cuida de sua segurança. Renans como os que puxam seu trenó voador têm variações súbitas de personalidade, conforme ações de terceiros sejam mais ou menos generosas. Precisam ser comandados por quem tenha personalidade, poder e perspectivas de futuro; ou se aborrecem rapidamente.
Fora isso, há quem queira alvejá-los atirando-lhes inquéritos e acusações. Se não forem protegidos, proteger não irão.
Mal-traçadas
Ah, sim: nunca mande seus pedidos a Mamãe Noela por carta. Uma que recebeu há pouco tempo a deixou traumatizada. Temer cartas é sua superstição.
Mas os pedidos podem ser bem encaminhados por quem conheça o duende certo.
Serpentário
De Jorge Moreno no Globo, sobre o ministro das Comunicações: “Edinho Silva reclama que é perseguido pela coluna. Grande injustiça. Não por falta de merecimento. É que não há nem tempo para isso. A crise não deixa.
Deve ser pelos mesmos motivos que Dilma não tem tempo também para recebê-lo” (http://blogs.oglobo.globo.com/blog-do-moreno/post/coluna-do-moreno-1912.html)
Próspero Ano Novo
Crise é para os fracos. Há gente que se dá bem. O novo ministro do Planejamento, Valdir Simão, recebe neste mês R$ 109.764,00. Teto salarial de R$ 33.763,00 também é para os fracos. Além do teto, Simão recebe em dezembro R$ 60.701,00 como “verba indenizatória”, mais R$ 15.300,00 como conselheiro de duas seguradoras estatais, a BrasilCap e a BrasilPrev, do Banco do Brasil. São números oficiais, obtidos pelo ótimo Portal da Transparência.
Como vê o caro leitor, há um Brasil que dá certo, em que o dinheiro é farto e todos vivem felizes.
Agora, vai
Preocupado com dengue, zika, chikunguya, microcefalia? Pois o governo federal está tomando providências: o decreto nº 8.612, de 21/12/2015, institui a Sala Nacional de Coordenação e Controle para o enfrentamento da dengue e dos vírus Zika e Chikunguya. Sala com ar condicionado, claro, para manter os mosquitos afastados.
O trabalho começa logo ─ logo que terminarem as festas. Ou não.
Crônica do incêndio evitável
O professor Deonísio da Silva, brilhante filólogo, nem precisou investigar: acertou na veia ao identificar a causa do incêndio que destruiu o Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo. Seu texto vai entre aspas: é irretocável.
Incêndio do Museu: infringiram o art. 1º da Constituição que ainda não existe.
“O prédio não tinha alvará para funcionar! É mole? Deram entrada com o processo no Corpo de Bombeiros em 2004 e jamais prosseguiram para atender às exigências. É mole? O fogo é tão traiçoeiro que até a sabedoria popular cunhou o perigo de ‘brincar com fogo’. Pois é… Cadê os responsáveis? Alguns dos principais estão dando entrevistas sentimentais, quase em lágrimas… Serão de vergonha? Não, o artigo 1º de Capistrano de Abreu para a Constituição ─ “todo brasileiro é obrigado a ter vergonha na cara” ─ não está em vigor!”
O que o governo não vê
Em sucessivas entrevistas, responsáveis pelo Museu da Língua Portuguesa e autoridades paulistas disseram que os prejuízos causados pelo incêndio são recuperáveis. O acervo é digital e tem cópia de segurança; o prédio tem seguro. E o bombeiro que morreu, tem cópia de segurança? O governador Geraldo Alckmin, que quer ser candidato á Presidência pelo PSDB, é médico. Nada percebeu?
Tem gente que, antes de falar, deveria pensar pelo menos uma vez ─ se conseguisse.

quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Petiscos do Planalto ... / da coluna de Carlos Brickmann by Augusto Nunes

27/09/2015
 às 8:17 \ Opinião

“A tragédia e a chanchada” e outras sete notas de Carlos Brickmann 

CARLOS BRICKMANN
É uma frase clássica de Karl Marx, o grande ídolo da esquerda que estudou: a História acontece como tragédia e se repete como farsa. 

Fernando Collor, tentando salvar seu governo ameaçado pelo impeachment, montou o Ministério dos Notáveis, com Marcílio Marques Moreira, Célio Borja, Eliezer Batista. Não se salvou; e jogou a culpa pela tragédia pessoal em seus ministros, por terem compromisso maior com o país do que com o governo.
Dilma Rousseff, tentando salvar seu governo ameaçado pelo impeachment, anunciou publicamente que iria demitir o ministro da Saúde para entregar o cargo ao PMDB. Não conseguiu encontrar um nome, e a crise continua; e o ministro que deixou de ser ministro continua a ser ministro, só que sem mandar nada.
E quem são os notáveis em que Dilma pensa? O deputado Marcelo Jr., da Paraíba; o deputado Helder Barbalho, do Pará, filho dos parlamentares Helder Barbalho e Elcione Barbalho (donos daquele famoso ranário que não tinha rãs, mas ao qual jamais faltaram verbas oficiais), Celso Pansera, do Rio ─ aquele que o doleiro e delator premiado Alberto Youssef chamou de “pau mandado” de Eduardo Cunha. Tudo bem, Pansera costuma ser enviado por Cunha para representá-lo em reuniões menos importantes, mas não é só isso que faz: também cuida de seu restaurante em Caxias, cujo nome é “Barganha”. Outros nomes há, mas para que citá-los se Dilma ainda nem sabe quais pastas serão mantidas ou fechadas?
Com Dilma, a história não se repete como farsa, mas como chanchada.

Elas por elas

Dilma viajou para os EUA sem definir seus ministros. Em compensação, os ministros também não sabem direito quem está hoje na Presidência.

A opinião de quem sabe
Para salvar seu cargo, Dilma concordou com todas as exigências do PMDB. Comentários de Eduardo Cunha, líder operacional do partido, presidente da Câmara Federal (e responsável por aceitar ou rejeitar o pedido de impeachment): 

1 - Não há a menor possibilidade de aprovação da nova CPMF;

- Há grandes possibilidades de que o PMDB deixe o governo de Dilma em novembro.

O governo deu tudo. Os pixulecos foram liberados. E não adiantou nada.

Eles por eles

O pessoal do Instituto do Desenvolvimento do Varejo, que promoveu reunião na Fiesp na sexta, não compartilha as dúvidas dos ministros. O tempo todo trataram o vice-presidente como “presidente Temer”.

Ato falho. Ato muito sábio.

Os olhos da presidente

O helicóptero de Dilma soltou chamas ao decolar, mas seguiu para a Base Aérea, onde ela pegaria o avião para os Estados Unidos. Dilma disse que não percebeu as labaredas. 

É a prova de que falava a verdade ao garantir que não sabia de nada: como saberia do Petrolão, se nem o fogo na cauda conseguiu perceber?

Um, dois, mil Moros

A militância petista que detesta o juiz Sérgio Moro festeja sem parar a decisão do Supremo que divide as investigações sobre casos até agora unicamente de sua responsabilidade. Acham que, com isso, o Supremo quebrou as pernas de Moro e agora será muito mais fácil livrar mensaleiros, petroleiros e outros gatunos da possibilidade da punição. 

Acontece que Moro já foi recebido em São Paulo, no lançamento de um livro, com palmas e flores; foi aplaudido numa palestra com líderes empresariais; é cumprimentado nas ruas. Será que outros juízes não se sentirão tentados a buscar este reconhecimento público? Ou não se sentirão obrigados a julgar com severidade, seguindo o exemplo de conduta de Moro? Ou não estarão dispostos a demonstrar que Moro não é o único juiz corajoso o suficiente para enfrentar o poder político, empresarial e econômico da alta gatunagem?

Se isso acontecer, muita gente vai ter saudades dos tempos em que só Sérgio Moro e seu pessoal de Curitiba mandavam nos processos.

Pão com pão

Na guerra petista contra Moro há lances engraçados. Um deles é uma reportagem com título na linha “Provas duvidosas nos processos”, algo assim. Os três entrevistados faziam duras referências ao juiz e criticavam suas sentenças: um jurista tradicionalmente ligado ao PT, por ideologia e laços de família; o advogado de um dos réus condenados por Moro; e o presidente da CUT, aquele que ameaçava pegar em armas contra os adversários dos petistas. 

Se até estes estivessem a favor de Sérgio Moro e da Polícia Federal, quem estaria contra?

PT, saudações

Como na mata, os pixulequinhos crescem à sombra do pixulecão. São Bernardo, SP, reduto político de Lula, fortaleza do PT, tem como prefeito um ex-presidente da CUT, Luiz Marinho. A funcionária municipal Neide Aparecida conseguiu licença médica para uma cirurgia. E foi localizada pela BandNews FM

Onde? No Egito. Sim, Egito. Disse que no período de licença médica pode fazer o que quiser. A Prefeitura, por ordem de Luiz Marinho, não comentou o assunto. Ah, sim: Neide foi candidata a deputada federal em 2014. Pelo PT.

domingo, 20 de setembro de 2015

Um pedaço da coluna de Augusto Nunes / Veja /

20/09/2015
 às 11:18 \ Opinião

Oliver: A Perestroika

VLADY OLIVER
Gilmar Mendes está falando sozinho. O juiz Sérgio Moro está falando sozinho. Joaquim Barbosa falava sozinho. Ainda fala. O procurador Dalton Dallagnol está falando sozinho. Todos estes ilustres senhores estão escancarando a verdade na cara dos pagantes e nem isto é razão para uma tal de “imprensa” sair de sua confortável saleta com ar condicionado, onde dão um verniz nos press-releases picaretas de um governo idem, e conferir o que está sendo dito por todos estes ilustres senhores sobre a sofisticada organização criminosa.
19/09/2015
 às 21:10 \ Opinião

“The Walking Dead” e outras seis notas de Carlos Brickmann

CARLOS BRICKMANN
A tropa de funcionários sem concurso continua lá, como se tudo estivesse normal. Aloizio Mercadante faz cara de bravo e ocupa o espaço ao lado do rosto e acima do ombro de Dilma, como se as fotos ainda valessem a pena. Sibá Machado e José Guimarães ─ aquele cujo assessor andava com dólares na cueca ─ ainda discursam, como se alguma vez tivessem sido importantes. E todos correram para buscar socorro com o Pai de Todos, o Número 1, o Boa Ideia, O Cara, como se Lula ainda pudesse salvar seus empregos e mordomias. No momento em que pediram socorro ao Pai dos Postes, anunciaram que o governo acabou.
Se a Benemerenta que distribui nomeações e benesses e manda no Diário Oficial não consegue sustentar-se no poder, nem distribuindo dezenas de Ministérios, não tem como ostentar o majestoso título de Denta. Denta virou cargo honorífico. Como diria um filho cujo pai o chamou de Ronaldinho dos Negócios, game over. Como nos desenhos animados em que o personagem anda na prancha e só despenca no abismo ao perceber que a prancha acabou, falta apenas cair.
E táticas que já deram certo dificilmente funcionarão agora. Lula, estrela máxima do petismo, já se queixou de que não pode sequer ir a um restaurante. Não pode tomar um voo comercial nem, por outro motivo, os bons jatos dos empresários. Sujeita-se a um jatinho pequeno, apertado. Aliados o abandonam; amigos antigos, como José Dirceu, ele os abandonou. E, se nem aos tradicionais restaurantes do tempo de metalúrgico pode ir, que prestígio lhe resta para dar a Dilma?

domingo, 12 de julho de 2015

"Em Política palavra não tem muito valor..." Carlos Brickmann


12/07/2015
 às 3:03 \ Opinião

‘Palavras o vento leva’ e outras quatro notas de Carlos Brickmann

CARLOS BRICKMANN
Em política, palavra não tem lá muito valor: fala-se o que dá voto, raramente o que se pensa. Mas a linguagem dos sinais é precisa. Diz que a crise é brava.
1 – A senadora Gleisi Hoffmann, do PT paranaense, ex-ministra de Dilma (e esposa de ex-ministro), estava no Senado no dia 8, na hora da votação que elevou o reajuste dos aposentados. Dilma precisava derrotar o reajuste. Gleisi sumiu, não votou. Também não votaram governistas radicais que estavam lá, como Angela Portela, PT de Roraima, e Vanessa Grazziotin, PCdoB do Amazonas. Sandra Braga, do PMDB do Amazonas, é governista e mulher do ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga; cadê? Eunício Oliveira é líder do PMDB, maior partido da base aliada. Não votou. Peemedebistas bem atendidos pelo Governo, como Dario Berger, José Maranhão, Simone Tebet e Waldemir Moka, estavam no Senado, mas não na votação. Do PMDB, 11 senadores votaram, sete contra Dilma. Dois petistas, o gaúcho Paulo Paim e o baiano Walter Pinheiro, votaram contra o Governo. Zezé Perrela, governista do PDT mineiro, também.
2 – A CPI da Petrobras convocou para depor o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. A lista das convocações é de autoria do relator, Luiz Sérgio, PT.
Traduzindo a linguagem dos sinais: o apoio político a Dilma se esvaiu. Petista votando contra o PT? Ou fugindo da raia na hora de votar para não se comprometer? Peemedebista bem atendido mordendo a mão que o alimenta? Como diria o padre Quevedo, “esso non ekziste”.
Ou só existe quando a crise é terminal.

quinta-feira, 21 de maio de 2015

"Casa da mãe Dilma"; ... na coluna de Carlos Birckmann

http://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/opiniao-2/a-casa-da-mae-dilma-e-outras-cinco-notas-da-coluna-de-carlos-brickmann/



20/05/2015 
 às 8:03 \ Opinião

‘A Casa da Mãe Dilma’ e outras cinco notas da coluna de Carlos Brickmann

COLUNA DE CARLOS BRICKMANN
A Casa da Mãe Dilma
Imagine o caro leitor que esteja andando na rua e, por algum motivo, pegue uma pedra e a atire na janela de uma casa. Na hipótese de haver algum policial por perto, o caro leitor será preso e, no mínimo, terá de prestar declarações na delegacia mais próxima – isso se tiver sorte e não apanhar antes de ser levado.
Pois bem: o Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra, MST, invadiu ontem, em Brasília, o Ministério da Fazenda ─ nada mais justo, porque fazendas é exatamente o que querem invadir. Quebraram janelas, arrombaram portas, causaram prejuízos que serão pagos com dinheiro de nossos impostos. Impediram o ministro Joaquim Levy, por quase meia hora, de entrar em seu gabinete. Foram fotografados, filmados, gravados. Nenhum militante foi preso, nenhum militante detido para averiguações, a ninguém se pediu o pagamento pelo prejuízo. Foram embora, enfim ─ em direção ao outro Ministério, o do Desenvolvimento Agrário.
Todos os cidadãos são iguais, mas alguns são mais iguais que os outros. Há os que têm direito de depredar a Câmara dos Deputados, como fez o grupo liderado por Bruno Maranhão, dirigente petista de nobre estirpe; há os que têm direito de invadir institutos de pesquisa e destruir espécimes desenvolvidos por mais de dez anos. Há os que invadem áreas próximas ao Pico do Jaraguá, em São Paulo, recebem determinação judicial de deixar a área mas têm direito à proteção da Funai para descumpri-la.
São os que, como o agente 007, dispõem de licença oficial para agir à margem da lei.
São os hóspedes queridos da casa da Mãe Dilma.
A Pátria Educadora
Nunca dantes na História deste país aconteceu fato semelhante: o governo federal ainda não pagou os livros comprados para escolas públicas em 2014 pelo PNLD, Programa Nacional do Livro Didático. Todos os governos dos últimos 30 anos pagaram os livros em dia, sempre em janeiro. E não é tudo: já se sabe que, nas licitações de setembro e outubro, a Pátria Educadora cortará fundo as verbas destinadas a livros didáticos. Como disse um líder educador, ler dá azia.
A Pátria transparente
Informação da coluna Cláudio Humberto (www.diariodopoder.com.br): apesar da Lei de Transparência, a Presidência da República segura as informações sobre o cartão corporativo de Rose Noronha, que chefiou seu escritório em São Paulo.
Pediu 45 dias para copiar e entregar o relatório dos gastos da servidora.
Dilma, ao vivo
Inauguração de três edifícios do Minha Casa, Minha Vida no Rio. Dilma caprichou: começou chamando o ministro interino do Esporte, Ricardo Leyser, de “Gleyser”. E chamou-o de ministro dos Transportes. Claro: com 38 ministérios, não vai lembrar todos os cargos que distribuiu nem o nome das Excelências. Em seguida, garantiu que muitos dos beneficiados pelos apartamentos pagavam “de R$ 300 mil a R$ 400 mil” de aluguel. Um dos condomínios foi chamado primeiro de Recanto das Gaivotas e, depois, de Jardim das Gaivotas. Na terceira virou Vivenda das Gaivotas, o nome certo.
Mas Dilma foi aplaudida assim mesmo. E o Gleyser que já foi Leyser e era ministro de outra pasta puxou as palmas.
O destino do dinheiro
A prefeitura paulistana paga, pelas salsichas que compra para a merenda escolar, mais caro que o produto da mesma marca e categoria encontrado em qualquer rede de supermercados. O Governo paulista já foi surpreendido ao pagar, pelo leite entregue à então Febem, o mesmo preço de varejo cobrado por padarias caras de classe média alta.
O Governo Federal está comprando Guaraná de dois litros por R$ 5,34 a garrafa. No comércio, o preço habitual é de R$ 4,25. E, nas promoções de supermercados, este colunista já pagou R$ 3,00. O detalhe curioso é que as compras dos Governos são feitas por licitação.
Não estaria na hora de investigar como é que são feitas as licitações? Se é assim em produtos do dia a dia, como será em compras de mercadorias de uso específico?
Justiça a uma brasileira
Margarida Genevois, ativista de Direitos Humanos, ex-presidente da Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo (escolhida pelo então cardeal d. Paulo Evaristo Arns), recebeu ontem a Legião de Honra, maior condecoração francesa. A Legião de Honra, criada em 1802 por Napoleão Bonaparte, não pode ser conferida a mais de 75 pessoas – entre elas, Margarida Genevois.
A condecoração foi entregue pelo cônsul-geral da França em São Paulo, Damien Loras.