12/07/2015
às 3:03 \ Opinião‘Palavras o vento leva’ e outras quatro notas de Carlos Brickmann
CARLOS BRICKMANN
Publicado na coluna de Carlos Brickmann
Em política, palavra não tem lá muito valor: fala-se o que dá voto, raramente o que se pensa. Mas a linguagem dos sinais é precisa. Diz que a crise é brava.
1 – A senadora Gleisi Hoffmann, do PT paranaense, ex-ministra de Dilma (e esposa de ex-ministro), estava no Senado no dia 8, na hora da votação que elevou o reajuste dos aposentados. Dilma precisava derrotar o reajuste. Gleisi sumiu, não votou. Também não votaram governistas radicais que estavam lá, como Angela Portela, PT de Roraima, e Vanessa Grazziotin, PCdoB do Amazonas. Sandra Braga, do PMDB do Amazonas, é governista e mulher do ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga; cadê? Eunício Oliveira é líder do PMDB, maior partido da base aliada. Não votou. Peemedebistas bem atendidos pelo Governo, como Dario Berger, José Maranhão, Simone Tebet e Waldemir Moka, estavam no Senado, mas não na votação. Do PMDB, 11 senadores votaram, sete contra Dilma. Dois petistas, o gaúcho Paulo Paim e o baiano Walter Pinheiro, votaram contra o Governo. Zezé Perrela, governista do PDT mineiro, também.
2 – A CPI da Petrobras convocou para depor o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. A lista das convocações é de autoria do relator, Luiz Sérgio, PT.
Traduzindo a linguagem dos sinais: o apoio político a Dilma se esvaiu. Petista votando contra o PT? Ou fugindo da raia na hora de votar para não se comprometer? Peemedebista bem atendido mordendo a mão que o alimenta? Como diria o padre Quevedo, “esso non ekziste”.
Ou só existe quando a crise é terminal.
Tags: Carlos Brickmann, Dilma Rousseff, Gleisi Hoffman, José Eduardo Cardozo, PT, Ricardo Lewandowski
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