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domingo, 11 de fevereiro de 2018

"A solução de Bolsonaro para a Rocinha" / Lauro Jardim


ELEIÇÕES 2018

A solução de Bolsonaro para a Rocinha

POR LAURO JARDIM
Marcos Alves

Jair Bolsonaro deu a sua receita para resolver a guerra da Rocinha, num grande evento promovido na semana passada pelo BTG Pactual. Uma solução simples — e idiota.
A uma plateia de mil executivos do mercado financeiro, Bolsonaro disse que mandaria um helicóptero derramar milhares de folhetos sobre a favela, avisando que daria um prazo de seis horas para os bandidos se entregarem.
Findo este tempo, se a bandidagem continuasse escondida, metralharia a Rocinha.
Sinal dos tempos, foi aplaudido pelo público.
(Atualização, às 18h34. A assessoria de Jair Bolsonaro enviou a seguinte nota: "O deputado esclarece que, ao mencionar a Rocinha no evento, se referiu exclusivamente à guerra travada entre traficantes, em setembro do ano passado, quando 200 marginais fugiram pela mata no alto da comunidade e se espalharam e se refugiaram em outras favelas na zona norte do Rio, levando pânico e terror à população carioca. A fuga foi acompanhada por helicópteros da polícia e de emissoras de TV, sem que os policiais os tivessem detido, pois o Estado não os permite agir, pela falta de retaguarda jurídica. Ao falar daquele episódio específico da Rocinha, uma vez que os marginais estavam claramente afastados da comunidade e, portanto, passíveis de sofrer efetiva ação policial para prisão, sem o risco de ferir os cidadãos de bem que moravam no local, o deputado tomou tal exemplo para se manifestar, no sentido de ser favorável a ações efetivas por parte do Estado, inclusive atirando em casos de confronto ou não rendição. O deputado lembra que, em episódio bastante similar, o Brasil também assistiu, estarrecido, à fuga em massa de traficantes armados da Vila Cruzeiro e Complexo do Alemão em novembro de 2010. O deputado afirma que tais episódios não voltarão a ocorrer caso seja eleito este ano.")

sábado, 10 de fevereiro de 2018

O Politicamente Incorreto ganha mais incentivador ....




O filósofo coreano que ataca as redes e se tornou viral

Entenda os motivos do sucesso de Byung Chul-Han, um dos maiores críticos do uso da Internet e da sociedade contemporânea




Byung Chul-Han em Barcelona.
Byung Chul-Han em Barcelona.  EL PAÍS




Fala da alienação e dominação, do inferno do igual, da sociedade do cansaço e da exploração a que nos submetemos. É um filósofo de origem sul-coreana que fez sua carreira na Alemanha e em alemão, inspirado na obra de alguns dos mais célebres – e mais difíceis – pensadores desse país, de Hegel a Martin Heidegger. Tem um livro, inclusive, chamado No Enxame: reflexões sobre o digital, que é uma crítica demolidora do papel das redes sociais na sociedade atual. Não parecem argumentos para o sucesso viral e, entretanto, a matéria sobre o pensamento de Byung Chul-Han publicada na quarta-feira pelo EL PAÍS teve mais de meio milhão de usuários únicos nos dois primeiros dias e foi o conteúdo mais visto do site durante mais de 30 horas. A versão em português também se transformou na matéria mais lida do jornal em toda a América Latina. Conversamos com outros filósofos e escritores para falar dos motivos do sucesso do pensamento de um autor cujas principais obras – A Sociedade do CansaçoA Sociedade da Transparência e a Agonia do Eros – estão traduzidas ao português.
Algo parecido já aconteceu à época com a morte de Zygmunt Bauman e o surgimento de Slavoj Zižek, conhecido como o filósofo viral. Em maior ou menor grau, são todos eruditos, controversos e politicamente incorretos. “É uma leitura crítica do mundo acelerado que tem a ver com a transparência e as tecnologias e isso para ele funciona e gera cumplicidade. É o tipo de pensamento que acompanha as solidões”, explica o filósofo e jornalista Josep Ramoneda.
“Existem quatro aspectos essenciais”, comenta o professor de Filosofia Contemporânea da Universidade de Barcelona Manuel Cruz. “Por um lado, acertou no formato. Esses textos de intervenção curta e clara são fundamentais. Além disso, há o estilo. Tem um modo de colocar as coisas especialmente atrativo. Parte de um conceito intuitivamente aparente – a transparência, por exemplo – ou uma metáfora – a sociedade do cansaço – e consegue um grau de acessibilidade muito grande. Também está muito preocupado pela experiência. Por último, afiança solvência. Você pode ou não gostar, mas não pode dizer que ele é um charlatão”.



Contra o mito das redes

Quase sete em cada dez leitores da matéria do EL PAÍS, tanto em espanhol como em português, chegaram a ela através das redes sociais, fundamentalmente o Facebook. É quase uma ironia, porque Han ataca com dureza o papel das redes e se pergunta se no final será o algoritmo a construir o homem e não o inverso.
A ensaísta Remedios Zafra, autora de El Entusiasmo (O Entusiasmo), um estudo sobre a precariedade e a desilusão, reflete sobre a pertinência da análise de Han: “Na vida contemporânea (online) são tão poucos os tempos vazios que não é fácil ativar a consciência, o que prima é a inércia. A vida tal como a conhecíamos parece estar em risco, fagocitada por trabalhos e tarefas derivados da conexão permanente. Que grande parte dessas tarefas tenham a ver com a própria visibilidade e com o protagonismo do eu na vida digital está muito relacionado com o mecanismo que faz a conexão. O que não tenho claro é até que ponto essa “autoexploração” sugerida por Han é promovida pelo próprio indivíduo”.
A aparente simplicidade é outra de suas virtudes. “Han utiliza uma linguagem inteligível, também simplificando muito. Daí a enganosa sensação de que tudo pode ser explicado, algo que reconforta muito. Acho que o sucesso de Han se deve em boa parte a esse fator reconfortante”, afirma Cecilia Dreymüller, tradutora especializada em literatura alemã e escritora. “São livros muito curtos, isso é importante nos tempos atuais. Bastante contundentes e fáceis de se ler”, acrescenta Ramoneda. “É uma mistura de profundidade filosófica (principalmente à base de citações indiscriminadas de toda a filosofia ocidental) com questões da cotidianidade mais comum. Tudo reconhecível. E esse é outro grande fator de seu sucesso”, diz Dreymüller.
Por trás da fama de Byung Chul-Han há uma carreira de fundo contra a lógica da vida. Nascido em 1959 em Seul, Han decidiu ir à Alemanha após abandonar seus estudos de metalurgia. Em 1994 se doutorou pela Universidade de Munique com uma tese sobre Heidegger e pouco depois começou a trabalhar como professor universitário. Surpreendente para alguém que não dominava o alemão quando chegou. “É assombroso o domínio do idioma de Han, verdadeiramente. Mas uma pessoa disciplinada e inteligente como ele consegue fazê-lo com muita aplicação. Parece ter uma enorme força de vontade. Ele adora poesia, recita Goethe de memória assim como Leopardi – em italiano”, afirma Dreymüller.


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A Política está em baixa na 'bolsa de admiração' da população mundial...



Pacífico terá cidades flutuantes para que moradores 'se libertem de políticos'

POR FERNANDO MOREIRA
Detalhe do projeto de cidade flutuante no Pacífico
Um consórcio de empresas americanas sob o nome de The Seasteading Institute - que é bancada pelo bilionário fundador do PayPal, Peter Thiel - vai começar a construir no meio do Oceano Pacífico, em 2019, a primeira de uma série de cidades flutuantes.
A ideia é oferecer aos futuros moradores a chance de "se libertarem de políticos, patrões e burocratas" com a criação de nova nações oceânicos que criem as suas próprias regras como sociedade. O projeto é chamado "Blue Frontiers" (Fronteiras Azuis).
Detalhe do projeto de cidade flutuante no Pacífico
Um acordo já foi assinado entre o Seasteading Institute e o governo da Polínésia Francesa, que não vai intervir na administração das novas cidades. A partir de 2020, dezenas de outros Estados flutuantes começarão a ganhar forma.
O consórcio acredita que, em 2050, o Pacífico abrigue milhares de novas cidades-Estados.
O slogan do Seasteading Institute é "Abrindo a nova fronteira da Humanidade" - os oceanos.
Detalhe do projeto de cidade flutuante no Pacífico
Detalhe do projeto de cidade flutuante no Pacífico
Detalhe do projeto de cidade flutuante no Pacífico
Detalhe do projeto de cidade flutuante no Pacífico
"Os governos não melhoram. Estamos parados séculos atrás, porque a terra incentiva a criação de um violento monopólio para controlá-la", disse Joe Quirk, presidente do Seasteading Institute, segundo o "Sun".
Assista:




As praias brasileiras não podem sustentar sozinhas o poder de sedução e atração de capital externo para investimentos no país...

Tributo menor lá fora dificulta nosso caminho à competitividade

PEDRO LUIZ PASSOS

FOLHA DE SP - 09/02

País em que as empresas são sufocadas por impostos e burocratismo não tem futuro


A recente decisão dos EUA de reduzir o Imposto de Renda corporativo colocou uma lente de aumento sobre nossa perda de competitividade no palco internacional, alimentando a ameaça nada desprezível de afugentar o capital externo num futuro não muito distante.

Planejar, empregar e produzir num país em que tudo é complicado, de crédito caro e tributos elevados à burocracia pesada e infraestrutura inadequada, se tornou atividade de risco. E poderá ficar pior, com eventos como a reforma tributária nos EUA.

O país se mantém relativamente bem no mapa do investimento estrangeiro é —o 7º no ranking da Unctad. Mas a atratividade da economia está nos estertores. O crescimento ainda é capenga, o investimento, irrisório, sobretudo em infraestrutura, a falta de inovação é chocante. E o senso de urgência é nenhum.

As economias avançadas e as emergentes aprimoram instrumentos de sedução do capital, enquanto nosso fôlego para enfrentá-las perde força paulatinamente. Com deficit público portentoso e dívida volumosa, crescente e financiada a juros indecentes, o Brasil não aderiu à dieta tributária global devido à carência de estratégias focadas no investimento e à visão obtusa das políticas voltadas ao incremento das conexões externas, entre outras razões.

Nos últimos anos, os sucessivos governos bancaram a aposta nos atributos que sempre atraíram capital externo: o porte do mercado interno, a posição de liderança na América do Sul e, mais recentemente, a avalanche de políticas setoriais sustentadas por subsídios e incentivos que cobram um preço salgado da sociedade.

É um modelo cujo esgotamento se acentua não só pela decisão do governo de Donald Trump mas também pela redução do Imposto de Renda das empresas em outros países. Ao derrubar a alíquota de 35% para 21%, os EUA acompanharam o que outras grandes economias já haviam feito desde 2000. Nesse período, segundo a OCDE, a alíquota média dos 35 países associados caiu de 32% para 24%. Estamos bem acima desse patamar, com o IR de pessoas jurídicas de até 34%.

Somem-se a isso nossas velhas e conhecidas mazelas e está formado um ambiente com potencial de afastar tanto novos investidores como empresas aqui instaladas. Não basta mais ombrear nossa carga tributária aos níveis praticados lá fora. É crucial, porém insuficiente.

O desalinhamento tributário se tornará mais ameaçador à medida que nossos vizinhos também se movimentem, a exemplo da Argentina, que reduziu a alíquota do IR das empresas de 35% para 30%, com previsão de baixar a 25% em 2020. Com ônus fiscal baixo, o Paraguai vem induzindo a migração de empresas brasileiras para lá.

Se a atual crise fiscal já exige enorme esforço para enxugar o Estado ineficiente, o ajuste a ser feito diante do novo cenário da competição tributária internacional será ainda mais profundo.

Não somos uma ilha, como sonharam alguns, e teremos de encarar esse desafio, entre tantos que formam nosso passivo do atraso. Outro exemplo: o tratamento dado às empresas brasileiras com operações no exterior, cujos lucros são tributados de acordo com as alíquotas aqui vigentes. É como um convite a que façam as malas e desistam do Brasil.

Se quisermos reaver o crescimento e alguma relevância no mundo, teremos que remover os obstáculos que nos apequenam, começando pela reforma da gestão de um Estado disfuncional e alheio às necessidades sociais e econômicas do desenvolvimento. E não só.
País em que as empresas são sufocadas por impostos, burocratismo, regulações desarrazoadas não tem futuro.

"Que tiro foi esse ? / Arnaldo Jabor

Que tiro foi esse?

Arnaldo Jabor

Texto que dispensa comentários e abre-nos a uma profunda reflexão: acorda Brasil!!!!

*QUE TIRO FOI ESSE?* *Arnaldo Jabor*

Que tiro foi esse?
Que deram nos cérebros brasileiros roubando-lhes a capacidade de pensar sobre o que cantam e não proclamar o que encanta.

Que tiro foi esse?
Que acertou os tímpanos do nosso povo fazendo-os ouvir lixo achando que é música.

Que tiro foi esse?
Que acertou os olhos de uma nação fazendo-os cegos às mazelas do nosso país.

Que tiro foi esse?
Que paralisou o nosso povo impedindo-os de reagir aos constantes assaltos aos cofres públicos.

Que tiro foi esse?

Ah, Brasil! Que tiro foi esse que nos acertou em cheio, que roubou o nosso brilho e que nos fez retroceder?

É verdade que nós não sabemos de onde veio o tiro, mas é bem certo que esse tiro já derrubou muita gente.

Que Deus nos ajude!!!