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terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Provas da tragédia em Santa Maria foram retiradas e onde estão ?


Tragédia

Principais provas da tragédia foram retiradas da boate Kiss

Peritos encontram fios, mas câmeras de vídeo e computadores do circuito interno de TV e da administração desapareceram. Empresários e músicos são suspeitos de adulteração de provas

Pâmela Oliveira, do Rio de Janeiro
Um homem coloca flores em frente a boate Kiss em homenagem as vítimas da tragédia
Um homem coloca flores em frente a boate Kiss em homenagem as vítimas da tragédia - Jefferson Bernardes/AFP
“Essas imagens e os registros dos computadores podem conter, por exemplo, as informações sobre excesso de público, dados sobre o momento exato do início da tragédia, a demora para liberar a saída e o funcionamento dos equipamentos de segurança”, disse Waleska
   















Os peritos que foram à boate Kiss horas depois do incêndio que matou 231 pessoas, no domingo, voltaram sem os principais elementos capazes de detalhar a mecânica da tragédia em Santa Maria. A casa noturna tinha câmeras em quase todos os ambientes, mas nenhum dos equipamentos foi encontrado – apesar de os fios, muitos deles intactos, estarem no local. Os computadores que registravam a contabilidade, consumo de frequentadores e o total de pagantes também sumiram. Segundo a promotora Waleska Agostini, a suspeita é de essas provas tenham sido removidas no intervalo entre a morte dos jovens e o início do trabalho de perícia. "Havia a fiação, mas as câmeras e as imagens sumiram", disse Waleska.
Apesar dos fortes indícios de que as câmeras foram intencionalmente removidas, Waleska, que é uma das responsáveis pela investigação da tragédia, diz não ter como afirmar categoricamente que isso ocorreu, nem atribuir culpa aos donos da boate. Em relação aos computadores, no entanto, a promotora foi taxativa. “Os computadores da boate Kiss foram retirados antes da chegada da polícia. Os dois empresários presos e os músicos são suspeitos de adulteração de provas”, disse. Segundo ela, as prisões foram pedidas pois havia a necessidade de afastar a chance de novas interferências na investigação.
Há ainda um terceiro conjunto de provas que, estranhamente, não foi encontrado: as caixas e vestígios do espetáculo pirotécnico da banda Gurizada Fandangueira. Um dos presos é o cantor da banda, Marcelo de Jesus dos Santos. Outro integrante da banda também foi preso, o auxiliar Luciano Bonilha, que transporta instrumentos e ajuda nos efeitos especiais durante as apresentações. Os dois estão entre os suspeitos de acionamento dos fogos que iniciaram a queima do material de isolamento acústico. Waleska Agostini disse ao site de VEJA que não foram localizados itens como caixas, peças ou componentes usados no show de fogos de artifícios relatado pelas testemunhas do incêndio.
A Polícia Civil do Rio Grande do Sul obteve na Justiça mandados de busca e apreensão para uma série de endereços dos envolvidos na tragédia. O objetivo é tentar localizar equipamentos, como as câmeras e computadores, e outros indícios que ajudem a esclarecer o total de pessoas na casa, as condições dos equipamentos, os tipos de fogos empregados no show e, ainda, as imagens sobre o comportamento dos funcionários da casa no momento da tentativa de fuga das vítimas.
“Essas imagens e os registros dos computadores podem conter, por exemplo, as informações sobre excesso de público, dados sobre o momento exato do início da tragédia, a demora para liberar a saída e o funcionamento dos equipamentos de segurança”, disse Waleska.
Presos – Até o momento, há quatro presos. O empresário Mauro Hoffmann, um dos sócios da boate Kiss, de Santa Maria, se entregou à polícia às 14h15 desta segunda-feira. Com a prisão temporária decretada, ele era considerado foragido e chegou acompanhado de um advogado. Mais cedo, foram detidos outro proprietário do estabelecimento, Elissandro Spohr, e os dois músicos da banda. Todas as prisões temporárias por cinco dias podem ser prorrogadas.
A apresentação da banda Gurizada Fandangueira na boate Kiss:
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1 de 13

Boston, 1942 (Estados Unidos) - 492 mortes


A Cocoanut Grove era uma das casas noturnas mais chiques de Boston. A causa do fogo que matou 492 pessoas jamais foi determinada pela polícia. Outras 166 pessoas foram encaminhadas para hospitais da região. Como o incêndio ocorreu durante a Segunda Guerra Mundial, os investigadores consideraram a hipótese de sabotagem. 

"Os sinos de Santa Maria" // Carlos Brickman


29/01/2013
 às 17:26 \ Feira Livre

‘Os sinos de Santa Maria’, por Carlos Brickmann

CARLOS BRICKMANN
Um grande poeta britânico, John Donne, escreveu no século 16 que nenhum homem é uma ilha. “A morte de qualquer homem me diminui, porque sou parte do gênero humano”. As mortes de Santa Maria nos diminuem; e nos obrigam a agir para evitar novas tragédias, que nos diminuiriam ainda mais.
Punir os responsáveis, claro. Mas sem esquecer que tirar um alvará é um procedimento que pode levar anos, e que empresário nenhum tem condições econômicas de aguardar. E por que leva anos? Porque há maneiras de contornar as dificuldades e comprar facilidades. Alvará de botequim, por exemplo, sai mais rápido que o de restaurantes; por isso muitos restaurantes funcionam com alvarás de botequim. Há materiais acústicos que retardam as chamas; mas são mais caros. Bote-se um material parecidíssimo, porém muito mais inflamável, e parte da diferença de preço ajudará alguém a ajudá-lo. Superlotação? Nada que um agrado às pessoas certas não consiga transformar em coisa das mais normais.
Há um esquema (que não depende de partidos) para redistribuir a renda obtida com o desprezo à segurança. Pode ser desmontado? Pode: imagine equipes (cujos integrantes se alternem, para evitar cumplicidades) que visitem um estabelecimento a inaugurar e decidam de uma vez se está tudo em ordem. Por que não?
Porque, se houver problema, quem morre não é o dono, nem o fiscal, nem as autoridades. Somos nós, nossos irmãos, nossos filhos. Citando John Donne mais uma vez, não pergunte por quem os sinos dobram.
Eles dobram por nós.
 Mata, esfola
A opinião pública quer cabeças ─ seria difícil esperar algo diferente. O delegado de Santa Maria prendeu alguns dos possíveis responsáveis pelo incêndio. Mas por que algemar o sócio da boate? Qual a necessidade das algemas? O risco foi alto: se houvesse tentativa de linchamento, as algemas impediriam o preso de se proteger. Aliás, diz um advogado, a prisão para interrogatório foi inadequada. Veja emwww.conjur.com.br/2013-jan-28/justica-gaucha-bloqueia-bens-socios-boate-santa-maria.
Não briguem com este colunista: a opinião é do advogado.
 Palavras, palavras…
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, anunciou a operação Prevenção Máxima, com 300 equipes fiscalizando boates. Ótimo: poderia começar com uma das mais requintadas casas paulistanas, a Número, que tem uma porta só, com acesso por uma passarela estreita, e já teve um bar no subsolo. Em frente, um estacionamento tem uma só porta, para entrada e saída, contra a lei. Ambos foram denunciados “n” vezes, sem resultado. Ambos ficam em área elegante.
E o Rio? Também inseguro. O ex-deputado federal Milton Steinbruch lembra que as casas da Lapa são antigas, com janelas pequenas e só uma porta ─ lá estão as boates. Numa delas, aliás, é hábito soltar buscapés nos shows. Casas velhas, com madeira seca, espuma isolante, buscapés.
Depois, a culpa é do destino.
 …e mais palavras
Frase do deputado federal (e ex-governador do Rio) Anthony Garotinho, sobre a posição de seu partido, o PR: “Não vamos fazer oposição, nem ser situação”.
Aliás, o PR não será oposição, nem situação, nem muito pelo contrário.