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segunda-feira, 12 de novembro de 2018

O Brasil tem povo / Maria Lúcia Victor Barbosa

terça-feira, novembro 06, 2018

O BRASIL TEM POVO


Por Maria Lucia Victor Barbosa (*)
Em 1881, na obra L’esclavage au Brésil, o francês Louis Couty analisou nosso país. Afirmou o autor que:
“O Brasil não tem povo, pois o largo espaço compreendido entre a alta classe dirigente e os escravos não se acha suficientemente preenchida”.
“Em nenhuma parte se encontrarão estas massas fortemente organizadas de produtores livres, agrícolas e industriais, que em nossos povos civilizados são a base de toda riqueza, bem como não se acharão massas de eleitores sabendo pensar e votar, capazes de impor ao governo uma direção definida”.
De lá para cá muita coisa mudou, mas será que o Brasil já tem povo? 
Voltemos ao ano de 2002. O PT, na quarta tentativa logrou eleger Luiz Inácio Lula da Silva, que em si é um fake news. Isso porque, o senhor Silva nunca foi o que disseram que ele era, em que pese o culto da personalidade que o PT elaborou para ele.
Na verdade, o senhor Silva nunca foi um estadista, um líder carismático no verdadeiro sentido do termo. Foi, isso sim, um esperto enganador de massas, arte que aprendeu na sua fase pelega quando, segundo testemunhos da época, conseguia desencadear greves em proveito dos patrões e não dos operários.
A eleição do senhor Silva se deu através de outro monumental fake news, pois se dizia que o PT era o único partido ético, imaculadamente puro, capaz de salvar os pobres e oprimidos.
No poder o PT institucionalizou a corrupção, governou na base do mensalão e do petrolão, deu migalhas aos pobres e locupletou-se junto a grupos de ricos. Enquanto isso, a classe dirigente petista, de viés comunista, mostrava por palavras e atitudes sua essência totalitária. Para os que não rezavam por sua cartilha os arrogantes petistas foram e continuam ser agressivos, sectários, intimidadores, patrulheiros.
Resumindo, o PT é a antítese da democracia. Inclusive, o senhor Silva se dedicou a enaltecer e financiar os piores déspotas, não só latino-americanos, como a escória internacional.  Além disso, o PT sofre de aristofobia (medo ou horror aos melhores), sendo que nos seus quadros governamentais prevaleceram os piores, os incompetentes, os gananciosos.
Pode-se também dizer que o PT é o partido do ódio, da divisão social, da negação, da amoralidade. 
Relembro também a invenção nefasta do senhor Silva: Dilma Rousseff, a atrapalhada e confusa senhora que, juntamente com seu criador conduziu ao Brasil à pior recessão de nossa história.
Desse modo, quando o presidiário Silva pergunta o porquê do antipetismo que ajudou eleger Jair Messias Bolsonaro, há na indagação um misto de ironia e cinismo. Não é possível que ele não saiba sobre os males que seu governo causou ao país.
Não há que negar que o repúdio ao PT ajudou Bolsonaro vencer. Porém, existem fatores que já analisei em outros artigos como: carisma, identificação e confiabilidade, características do candidato, além do que denominei de Quinto Poder e Palanque Digital, me referindo as redes sociais como o Face Book, o Instagram, o WhatsApp, o Twitter, etc. que superaram o palanque eletrônico da TV. Estes fatores levaram Bolsonaro à vitória.
Outra característica petista: Conforme seu modo de ser totalitário, próprio do comunismo, os petistas deturpam palavras, invertem conceitos e estigmatizam pessoas com certos termos. Assim, Bolsonaro, que é amigo de Israel, foi taxado de nazista.
Nada mais parecido com Mussolini do que o presidiário, mas chamar Bolsonaro de fascista tornou-se a repetição dos que falam sobre o que não conhecem.
Conservador é outro xingamento, quando na verdade trata-se da moral no tocante a temas como aborto, ideologia de gênero, etc. coisas que o PT defende. E moral, recorde-se, “é o conjunto de regras de conduta consideradas como válidas, quer de modo absoluto para qualquer tempo e lugar, quer para um grupo ou pessoa determinada”.
Liberal (não no sentido norte-americano), virou outro estigma, quando na verdade significa liberdade em todos os sentidos, de pensamento, de religião, de reunião e muito mais, sendo que do liberalismo floresceu a democracia.
Bolsonaro venceu com o entusiástico e fiel apoio de 57,7 milhões de eleitores, perfazendo 55% dos votos válidos. Como democrata e afeito a meritocracia ele está constituindo o melhor ministério de nossa história Entre os ministros já indicados está o notável juiz, Sérgio Moro. Este continuará a fazer justiça com poderes ampliados, para o temor dos que têm contas a ajustar com a lei.
Inconformado com a derrota, o PT já faz oposição encarniçada ao eleito que ainda não tomou posse e até já trama seu impeachment. O problema do PT e de outros opositores que se dizem de esquerda é que, com a eleição de Jair Bolsonaro o país já tem povo. E quem tem o povo ao seu lado nada tem a temer. Fiquemos, porém, atentos e não nos deixemos enganar, pois no grito dos derrotados há choro e ranger de dentes.
(*) Maria Lucia Victor Barbosa é socióloga

A Escola sem Partido sofre bullying do Google ?!

Artigos do Puggina

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ESCOLAS COM PARTIDO E SEUS ATIVISTAS

por Percival Puggina. Artigo publicado em

Escreveu-me certa feita um avô: “Hoje minha neta estava estudando para a prova de História. Tema da prova: o período dos governos militares de 1964 a 1985. Como eu vivi esses anos todos como estudante e professor, muita coisa para mim é memória, enquanto para ela é história. Comecei a lhe explicar os motivos da ascensão dos militares ao governo do país, as encrencas que os movimentos ditos sociais arranjaram com os militares, etc. etc. Ela me interrompeu: ‘Vovô, o livro de História que eu tenho que estudar é petista, o professor é petista! Eu quero que você me explique o que eu devo responder para o professor me dar nota! A verdade você me conta depois!’".
 Este país, aos poucos, vai acordando de um sono letárgico. O predomínio da esquerda, iniciado na Constituinte de 1988, nos conduziu a anos de chumbo do intelecto brasileiro, causando gravíssimas sequelas. Entramos numa nebulosa cultural onde nem em bilhões de anos se produziria vida inteligente. A sociedade se desagregou e brutalizou, a violência se instalou, a criminalidade – pasmem! – teve reconhecido seu viés revolucionário e ganhou salvaguardas do politicamente correto. Dcadas de tortura da razão, da verdade, do bem.
 Duas gerações de brasileiros foram, em boa parte, submetidas a isso por professores que, diante do espelho, se veem como ativistas de um projeto revolucionário. O que aconteceu com o ensino de História daria causa, fosse ela sujeito menos passivo, a um processo de reparação por danos. Outro dia, falando a um grupo de estudantes, perguntei se algo lhes havia sido ensinado, em aula, sobre a Revolução Russa. Todos estavam a par dos motivos sociais, do absolutismo monárquico dos czares e do triunfo dos bolcheviques em 1917. E por aí terminavam as dissertações! Nada lhes fora informado sobre o totalitarismo comunista, o genocídio e o verdadeiro laboratório de taras políticas proporcionadas pelo regime ao longo das décadas subsequentes. Ocultação sumária dos acontecimentos!
 Gradualmente, nos últimos anos, a sociedade foi acordando de sua letargia para perceber o desastre em curso. O movimento e o projeto Escola Sem Partido refletem esse despertar. A reação a ele tem sido mais vigorosa do que a própria mobilização pelo projeto. Enquanto a mobilização é civilizada, a oposição tem o nível de uma campanha política petista, com direito a mistificação e histeria. Mobiliza pessoas que têm pela verdade da sala de aula o mesmo desapreço que têm pela verdade na História.
 Olavo tem razão. Não há, mesmo, doutrinação porque sequer saberiam como promovê-la. Há pura e simples enganação e ocultação. Sepultamento de fatos e autores. Cuidadosa construção de versões. Glorificação de camaradas e companheiros. Ao mar da ignorância as cinzas inconvenientes.
É claro que, sob tais circunstâncias, a ideia de registrar em vídeo ocorrências de sala de aula passa a ser vista (aí nova inversão da realidade), como forma de “opressão do aluno sobre o professor”... Toda mente formada fora dessa cápsula ideológica, sabe que o verdadeiro opressor é o professor militante, ativista, abusador cotidiano de seu poder, e que o registro de imagem é mera atitude de defesa dos colegiais e de suas famílias. O cérebro esquerdista, porém, anda por caminhos e traça sulcos num deserto onde só existe o querer revolucionário. Por isso, o discurso do pluralismo, da diversidade e da infinita tolerância (com as pautas de seu agrado) e a ação absolutamente intolerante para com tudo que o contrarie.
Nessa perspectiva, o que o professor manipulador diz e faz, constrói e destrói em sala de aula precisa ser tão secreto quanto os contratos de financiamento proporcionados por Lula e Dilma aos camaradas ditadores mundo afora. Sigilo na sala de aula. Juras de cumplicidade. O que aqui se diz, morre aqui.
Dê uma olhada no Google. Procure por Escola Sem Partido e peça para ver imagens. Você terá ali verdadeira aula sobre os interesses em jogo. Noventa e cinco por cento, ou mais, dos cards, memes, gravuras e cartazes sustentam a ideia de que a escola, sem partido, emudece o professor e emburrece os alunos. E esperam que todos concordem.
Imenso respeito aos bons professores! Também eles são vítimas dessa crise a que não deram causa. Teimosamente abrem, todos os dias, as portas saber e da arte de viver.

* Percival Puggina (73), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A tomada do Brasil. integrante do grupo Pensar+.

O Banco Mundial avisa ...

‘Estados terão de se esforçar mais para não quebrar’ http://www.band.com.br/noticias/mundo/conteudo.asp?ID=100000938758

sexta-feira, 2 de novembro de 2018

No fundo do poço/ JR Guzzo




sexta-feira, novembro 02, 2018


No fundo do poço - J.R. GUZZO


No fundo do poço - J.R. GUZZO


REVISTA VEJA

Deve ser extraordinariamente pesado para Lula convencer o público de que é um "preso político" após a sentença que recebeu do eleitorado brasileiro

Quatro anos atrás, apenas quatro anos atrás, o ex-­presidente Lula estava no topo do mundo — ou, pelo menos, acreditava que não havia ninguém acima dele no resto do planeta. Tinha sido presidente da República, eleito e reeleito, por oito anos seguidos. Nesse período, por uma razão ou outra, convenceu os grandes colossos do pensamento político brasileiro e internacional de que seu governo havia sido um fabuloso sucesso, e de que ele, pessoalmente, era um novo Stupor Mundi, o “Espanto do Mundo” neste despertar do século XXI. “He’s the man”,disse dele Barack Obama — ele é “o cara”. Outros altos lordes da cena mundial, do secretário-geral da ONU ao Santo Padre o Papa, lhe prestavam homenagem. Economistas, sociólogos e filósofos acreditavam que Lula conseguira “avanços sociais” inéditos para o Brasil — uma combinação rara de distribuição de renda, eliminação da pobreza e progresso econômico. Tinha eleito sua sucessora Dilma Rousseff, uma nulidade da qual ninguém jamais ouvira falar — e, mais ainda, conseguira o quase milagre da sua reeleição, em 2014. Tinha sobrevivido a pelo menos um escândalo gigante, o da corrupção em massa de parlamentares do mensalão. Tinha descoberto o pré-sal e ia fazer o Brasil entrar na Opep. Tinha construído um estádio bilionário para o Sport Club Corinthians Paulista.

Neste domingo, ao se encerrar a apuração do segundo turno da eleição presidencial de 2018, Lula estava na lona — ou, se quiserem, continuava na sua viagem rumo ao fundo do poço, que ele iniciou dois ou três anos atrás e imaginou que fosse capaz de interromper com uma vitória eleitoral milagrosa. Seu candidato, Fernando Haddad, foi derrotado por um adversário que até seis meses atrás não existia na política brasileira. Confirmou-se, no segundo turno, o que foi anunciado no primeiro: Lula, hoje, é uma garantia de derrota para tudo o que aparece ligado ao seu nome. Quer ganhar uma eleição? Mostre ao eleitorado, como fez Jair Bolsonaro, que você é 100% contra Lula. Seu partido virou picadinho. Sua reputação continua em ruínas, e só afundou mais com a ação arruaceira do PT para tumultuar o pleito. Pior que tudo, Lula sai das eleições no mesmo lugar onde estava quando entrou nelas: na cadeia, cumprindo há sete meses uma pena de doze anos por corrupção e lavagem de dinheiro. Após mais de trinta anos no centro das decisões, pode estar a caminho de ser eliminado como uma força ativa na vida política do Brasil.

O que aconteceu com Lula e com o PT em tão pouco tempo? É extraordinariamente pesado para Lula, depois de usar um maciço sistema de forças, pressões e dinheiro para convencer o público de que é um “preso político” condenado sem “provas”, receber a sentença que ele recebeu do eleitorado brasileiro: não, não queremos mais que você seja presidente; queremos, isto sim, que você continue na cadeia. Está na cara que em algum momento, entre as alturas de 2014 e o desastre da eleição de 2018, alguma coisa deu horrivelmente errado. O que foi? Na verdade, muitas coisas deram errado — ou, mais exatamente, quase nada mais deu certo desde o momento em que, já no segundo governo Dilma, a Justiça brasileira começou a investigar de verdade a corrupção no governo. A Operação Lava-Jato foi um terremoto em câmera lenta. Continua até hoje a mandar gente para a penitenciária, mas no início praticamente ninguém acreditava que aquilo fosse dar em alguma coisa. Nunca tinha dado. Por que iria dar agora?

Pior que estar errado é continuar errando, e nisso Lula tem se mostrado insuperável ao longo de seus anos de desmanche. Não é tão complicado assim entender o porquê. Um dos problemas do ex-presidente é essa coisa de dizerem o tempo todo que ele é um gênio da política, um cérebro com capacidade sobrenatural para sair ganhando de qualquer desastre em que se mete. Falam assim os devotos, os admiradores liberais, a mídia, o mundo e os adversários. A complicação é que o ex-presidente acredita nisso tudo. Parece não compreender que, quando os entendidos em política anunciam que Lula é capaz de voar, quem tem de acreditar é a plateia, não ele. Mas Lula acredita — e, como não voa, só pode mesmo acabar despencando no chão. Talvez ninguém tenha resumido a situação tão bem quanto o senador eleito Cid Gomes, do Ceará, ao ser confrontado com um pelotão de fiéis que gritavam “Lula, Lula”, logo após o naufrágio no primeiro turno. “O Lula está na cadeia, babaca”. Acontece que a Lava-Jato e o trabalho do juiz Sergio Moro, mais o Ministério Público, a Polícia Federal e o TRF-4 de Porto Alegre, acabaram, sim, dando em muita coisa — na verdade, jamais uma ação do Judiciário brasileiro deu em tanta coisa. Eventualmente, com o tempo, mostraram que o rei estava nu, ao provar que nos governos de Lula e de Dilma a prática da corrupção superou a roubalheira de qualquer outra época, talvez em qualquer lugar do mundo. Lula esteve entre os que não acreditaram que a terra começava a tremer. Estava errado.

Pra onde está indo o imposto que pagamos...!

Artigos do Puggina

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SECTARISMO E INTOLERÂNCIA NA UNIVERSIDADE PÚBLICA

por Percival Puggina. Artigo publicado em 

Qual é o problema de vocês? Quem lhes disse que a nação está interessada em custear uma universidade para ser transformada em feudo esquerdista, de onde a divergência é expulsa a gritos e atos de selvageria intolerante? De onde lhes vem essa pretensa superioridade moral quando os frutos mais amargos da história são colhidos nas suas bibliografias? Querem uma universidade para a esquerda, criem uma. Querem duas, criem duas, criem três, criem quantas quiserem. Mas não usurpem o que pertence a todos! A universidade tem autonomia para que o pluralismo seja possível; não para que seja impedido!
Desculpem-me os demais leitores, mas eu precisava mandar a mensagem acima às universidades públicas. Há muitos anos, notadamente na área de Humanas, elas foram tomadas de assalto pelo pensamento esquerdista. Tornaram-se, no Brasil, versão acabada do que Antonio Gramsci denominava “intelectuais coletivos” – grandes centros de formação e difusão do pensamento do partido.
É patrimônio nacional, custeado pela sociedade, escandalosamente usado para serviço político e ideológico tão explícito quanto desonesto, onde se ocultam autores liberais e conservadores, relegados ao mais empoeirado ostracismo.
Os males se consolidam ao longo dos anos porque protegidos com o inexpugnável escudo da autonomia universitária. Toda divergência é castigada sob o manto sagrado dessa autonomia! Ela é invocada para encobrir abusos e para que, atrás de seus muros, a verdade seja torturada. Dirão que a verdade merece porque ela mesma é coisa de fascista, que a história dos crimes praticados em nome das ideias que defendem também é fascista, que o combate à corrupção é fascista, que o enfrentamento à criminalidade é fascista, que os ideais de liberdade econômica e empreendedorismo são fascistas. Só a esquerda não é fascista, nesse vocabulário bronco de militante chapado.
A água do batismo da universidade é a cristalina abertura ao universo do conhecimento. Nobilíssimo atributo! Ela tem autonomia para que isso seja possível. Não para que seja impedido!
Vê-la convertida em mera caixa de ressonância desses chavões vulgares que a esquerda produz e embala não os faz sofrer? Não os sensibiliza pensar em tudo que ela deixa de promover enquanto mentes jovens vão sendo zelosamente calafetadas e lacradas, inibidas de buscar a verdade? Dezenas de campi universitários, nos estertores da campanha de Fernando Haddad, dito o Poste, registraram consequências disso.
No sprint final da disputa pelo voto, de modo simultâneo e coordenado, universidades públicas de nove estados sediaram agitados eventos “antifascistas”, artimanha com que, combatendo Bolsonaro, ajudavam Haddad. Os juízes entenderam os atos pelo que de fato eram: propaganda eleitoral em órgãos públicos. E trataram de sustá-los, mas a ministra Cármen Lúcia determinou a suspensão das medidas.
Disse ela: que as ações dos TREs e da Polícia Federal "impediam a manifestação livre de ideias e divulgação do pensamento nos ambientes universitários”. Foi secundada por Dias Toffoli, presidente do STF, para quem o Supremo "sempre defendeu a autonomia e a independência das universidades brasileiras, bem como o livre exercício do pensar, da expressão e da manifestação pacífica".
Na última quarta-feira o STF, por unanimidade, manteve a decisão da ministra Cármen Lúcia, relatora do caso ao plenário. Assim, as palavras são usadas para consagrar como nobre o uso vicioso do espaço universitário e dar por são, legítimo e plural, o que é rasgadamente enfermo, ilegítimo e sectário. Pelas mãos do STF, converte-se o ambiente acadêmico em casamata portadora de uma dignidade negada pela prática. Quem duvida, assista aqui cenas dessa “plural liberdade de manifestação e expressão”. São sempre os mesmos, contra os mesmos, fazendo o mesmo, em toda parte.
Será que os ministros do STF, vendo estas cenas tão comuns, dirão que elas correspondem a um bem merecedor das palavras que lhe dedicam?

domingo, 28 de outubro de 2018

O democrata de porta de cadeia / Guilherme Fiuza

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Guilherme Fiuza
   
O transformismo cívico

 por Guilherme Fiúza  [ 26/10/2018 ] [ 21:00 ] Atualizado em [ 26/10/2018 ] [ 14:32 ]

Foto: André Rodrigues

      
Seja qual for o futuro do país, esta eleição terá consagrado uma figura emblemática, impressionante e insuperável: a do democrata de porta de cadeia.

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Quando você achava que o arsenal de imposturas e a feira de fantasias políticas de 1,99 já estavam esgotados, eis que surge esse personagem – saído súbita e corajosamente do seu próprio armário.

O democrata de porta de cadeia estava por aí em estado latente, boiando dissimulado entre os comuns, virtualmente imperceptível a olho nu. Mas ele é um ser tenaz, agudo, enfim, uma águia à espreita das oportunidades da vida. E oportunidade não é coisa que se perca – não para uma águia.

Eis que surge, então, a chance de ouro: grudar uma suástica na testa do inimigo imaginário e sair gritando pega fascista.

Foi bonito de se ver. Aqueles parasitas do charme politicamente correto, que andavam murchos pelos cantos desde que seu conto de fadas fora parar nas páginas policiais, emergindo novamente de peito estufado e gritando “Haddad sim”.

O sujeito tem que ser muito valente para sair do armário já fazendo esse barulho todo. Mas pensa bem: se você vê um mar de inocentes úteis e malandros otários reunidos por Caetano Veloso e Chico Buarque dispostos a fingir, todos juntos, que os estupradores do país serão agora os seus salvadores, por que não mergulhar nessa simpática multidão sadomasô?

Como diria Marta Suplicy, relaxa e goza. Ou como diria o general do AI-5, às favas com os escrúpulos de consciência. Enfim, não faltam referências democráticas para encorajar o seu transformismo cívico.

A palavra de ordem completa é: Haddad sim, ungido de dentro da cadeia sim, representante dos pilantras que esfolaram o povo fingindo defendê-lo sim, porque eu sou como eles sim e também retoco diariamente minha maquiagem solidária para obter minhas vantagenzinhas pessoais sim, porque o que me interessa é descolar o meu poderzinho sim, ficar bem na foto da minha panelinha egoísta e reacionária com verniz progressista impecável sim.

Mas não pense que um democrata de porta de cadeia surge assim do nada para a glória. É gente que trabalha duro.

Ninguém há de ter esquecido as bravas tentativas de chamar o impeachment da companheira presidenta (agora escorraçada nas urnas e à espera de Sergio Moro) de golpe de estado. Também é inesquecível o esforço dessa gente para tentar classificar a intervenção no faroeste do Rio de Janeiro como golpe militar ou guinada autoritária. O mordomo já tinha virado fascista, e de repente o próprio Haddad-sim aparece revelando que o vice do adversário era torturador na ditadura de 64 (quando o acusado não tinha idade nem para vestir uma farda).

Não interessa. O democrata de porta de cadeia vê ditadura em tudo, porque é assim que vive uma vítima profissional, um cafetão da liberdade.

Cada um tem o seu fetiche e isso não se discute, mas faltou assessoria aí. Um sujeito tarado por despotismo e opressão não precisaria ficar por aí se consolando em comício da MPB ou sarau de milionário na Delfim Moreira – eventos com muito pouca pressão para as fantasias dele.

Faz o seguinte, parceiro: dá um pulo na Venezuela, grita democracia na orelha de um guarda do companheiro Maduro e sinta na pele o que é o prazer de verdade. Pare de pensar pequeno.

De qualquer forma, por enquanto, você está de parabéns. Seu investimento de sol a sol numa polarização burra que pudesse ressuscitar os seus picaretas proscritos deu certo. Saia por aí agora fazendo o que você mais gosta – apontar o dedo para todo mundo, grudar suásticas de butique na cara de geral, fazer como a Daniela Mercury fez com a Anitta em nome da patrulha consciente: não tem direito de ficar na sua não, parceira; ou dá, ou desce.

Democracia é tudo.

E não se esqueça, bravo democrata de porta de cadeia: faça tudo que estiver ao seu alcance para que isso aqui seja engolido pelo autoritarismo obscuro. Porque vai que o Brasil acha uma brecha para continuar se libertando do desastre populista e a vida do povo começa a melhorar rápido?

Aí, parceiro, será uma tragédia. Imagina você com um monte de suástica encalhada, sem ter em quem colar, e ainda tendo que encontrar as pessoas que te viram gritando Haddad sim que nem uma chacrete de presidiário?

Não vai ser legal. A sua esperança, como sempre, é a ditadura"
Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/colunistas/guilherme-fiuza/o-transformismo-civico/
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Jornais dos EUA informam com mais rigor as aventuras do PT


sábado, outubro 27, 2018

LÁ FORA JORNALISTAS BEM INFORMADOS JÁ SABEM: SÓ JAIR MESSIAS BOLSONARO GARANTE A DEMOCRACIA E A LIBERDADE NO BRASIL.


Com tradução dos Tradutores de Direita agora em português o editorial de um dos principais jornais de economia dos Estados Unidos, The Wall Street Journal, sobre o fenômeno Jair Bolsonaro. Refere-se também ao fato de que os esquerdistas ao redor do mundo estão ansiosos com a provável vitória de Bolsonaro, mas adverte que seus eleitores talvez saibam mais que os críticos internacionais. Diz também que Haddad é uma ameaça à liberdade pois deseja reescrever a Constituição incluindo dispositivos ‘bolivarianos”, tornando-a  igual à Constituição da Venezuela, cujo modelo foi desenhado pelo finado caudilho comunista Hugo Chávez. Leiam:
Os progressistas ao redor do mundo estão tendo um ataque de ansiedade devido à quase vitória de um candidato conservador nas eleições de domingo no Brasil, Jair Bolsonaro. Depois de anos de corrupção e recessão, evidentemente milhões de brasileiros acham que um outsider é exatamente o que o país precisa. Talvez eles saibam mais do que os críticos internacionais.
Bolsonaro obteve surpreendentes 46%, pouco menos que os 50% necessários para vencer no primeiro turno. Ele agora está na frente de Fernando Haddad, um prefeito de São Paulo que obteve 29%. O segundo turno é em 28 de outubro.
Bolsonaro, que passou 27 anos no Congresso, é melhor entendido como um conservador popular que promete tornar o Brasil excelente pela primeira vez. O homem de 63 anos está seguindo os valores tradicionais e freqüentemente diz coisas politicamente incorretas sobre políticas de identidade que enfurecem seus oponentes. No entanto, ele atraiu o apoio da classe média ao se comprometer a reduzir a corrupção, reprimir o crime desenfreado no Brasil e libertar os empresários do controle do governo.
Ele não chegou a prometer a privatização total da estatal Petrobras, mas seu assessor econômico disse que venderia suas subsidiárias, desregulamentaria grande parte da economia e restringiria os gastos do governo. Quanto ao combate à criminalidade, ele prometeu restaurar a presença policial em áreas urbanas e rurais que se tornaram sem lei.
Os oponentes alegam que o apoio de Bolsonaro às forças armadas e, às vezes, ao regime militar de 1964-1985, sugere que ele é uma ameaça à democracia. Mas ele não está propondo mudar a constituição, que restringe o poder dos militares no país.
Por outro lado, Haddad quer reescrever a constituição para incluir uma assembléia constituinte semelhante ao modelo venezuelano. Ele também quer mudar a forma como as promoções militares são feitas, dando o poder ao presidente. Isto vem do manual de Hugo Chávez.
Haddad é o candidato escolhido a dedo pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que está cumprindo uma sentença de 12 anos por suborno, mas continua sendo um herói da esquerda. Lula ganhou popularidade ao surfar no boom das commodities nos anos 2000, mas ele e sua sucessora geriram mal a economia, e um escândalo de corrupção envolvendo a Petrobas manchou grande parte da classe política.
O pequeno Partido Social Liberal, de Bolsonaro, não possui o dinheiro e a máquina do Partido dos Trabalhadores (PT) de Haddad, mas Bolsonaro está em alta e no domingo ele também elegeu os seus. O PT continua sendo o maior bloco na câmara dos deputados com 56 deputados, mas o partido de Bolsonaro elegeu 52 deputados e conquistou quatro cadeiras no Senado. O PT se saiu bem em sua base eleitoral do nordeste, mas não conseguiu eleger um governador no resto do país.
Depois de tanto escândalo político e corrupção, não é de surpreender que os brasileiros estejam aderindo a um candidato que promete algo melhor.
[*] Editorial. “Brazilian Swamp Drainer”. The Wall Street Journal, 9 de Outubro de 2018.
Tradução: Lívia Prates
Revisão: Jonatas

sábado, 27 de outubro de 2018

O PT perde a eleição e ganha um discurso que ele sabe explorar bem... O discurso de oposição arrogante !

"Jogaram a toalha e se agarram no tapete
Se Bolsonaro vencer a eleição, muita ciência e paciência serão requeridas para conviver com as tropas de choque petistas que se formarão em diversos setores da sociedade
  
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Percival Puggina  [24/10/2018]  [19h00]

Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

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Pretendem puxá-lo. Ante a iminência da derrota não esperaram pelo dia 28. Oposição, para o PT, sempre foi sinônimo de puxar o tapete de quem venceu e de criar factoides para alimentar o golpismo que os mobiliza quando alguém senta na cadeira que ambicionam. Se Bolsonaro vencer a eleição, muita ciência e paciência serão requeridas para conviver com as tropas de choque petistas que se formarão nos parlamentos, nas greves políticas, nos sindicatos, nas salas de aula, nas redações dos jornais, com a finalidade explícita de desestabilizá-lo. A nação que rejeitou o partido nas urnas não merece ser levada em conta. Vem aí o petismo em sua versão clássica, aquela que, em 2003, lhe proporcionou acesso ao poder.


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A suposta compra de pacotes do WhatsApp para envio de mensagens políticas é um daqueles casos em que notícia é o que vem depois da circulação do jornal. A repercussão é a notícia. E isso a militância petista na mídia e nas organizações da sociedade sabe conduzir muito bem.

Vem aí o petismo em sua versão clássica, aquela que, em 2003, lhe proporcionou acesso ao poder


Desculpe, o reprodutor de vídeo não foi carregado.(Código de erro: 101104)
Notícia! Gleisi Hoffman, diante da matéria da Folha, pediu à presidente do TSE que Jair Bolsonaro seja declarado inelegível pelo prazo de oito anos. Notícia! Citando Noam Chomski, juristas militantes do PT acreditam tanto nos companheiros da Folha que vão ao Tribunal, provavelmente com um exemplar do jornal embaixo do braço fazendo vezes de dossiê, apenas para dizer que “os fatos realmente existem”. Notícia! O PSol requer ao TSE que determine, pelo prazo de nove dias, restrições ao uso do WhatsApp. E por aí segue o cortejo de sandices que se vai constituindo a partir de matéria original, que falha na tentativa de vincular fatos e causas. Fosse consistente a denúncia, parece pouco provável que Luciano Hang, proprietário das lojas Havan iniciasse dois processos de indenização por dano moral tendo a notícia como fundamento. O primeiro é contra a Folha, no montante de R$ 2 milhões. O segundo contra à senadora Gleisi Hoffmann, no valor de R$ 1,5 milhão pelos adjetivos que lhe dirigiu durante um comício, tendo como fato gerador a matéria do jornal paulista.

Ninguém com um pingo de juízo imaginaria, por outro lado, que as providências solicitadas pelos partidos de esquerda venham a produzir os efeitos pretendidos. O que temos diante de nós é outra coisa. São os primeiros tijolos sobre os quais essas legendas, varridas pelo eleitorado do palco central da política brasileira, passarão a construir suas campanhas de desestabilização e contestação de legitimidade da vitória que se presume para o candidato do PSL no próximo domingo (28/10).

Leia também: A ameaça do PT à democracia é real (editorial de 8 de outubro de 2018)

Leia também: O lema político de Bolsonaro e o Estado laico (artigo de Acyr de Gerone e Gabriel Dayan, publicado em 23 de outubro de 2018)

Pela primeira vez nos últimos 30 anos se desenha ao país um governo de perfil conservador e liberal. Tal afirmação é suficiente para que a esquerda comece a sufocar, entre em dispneia. A isso, preferem a Venezuela. A isso preferem Cuba, Nicarágua, El Salvador. E quem discorda é dito fascista. Por quê? Porque é o insulto da moda, proferido sem qualquer fundamento e que deve ser devolvido com fundamento: Corruptos não passarão!

Percival Puggina, arquiteto, empresário e escritor, é membro da Academia Rio-Grandense de Letras e autor de “Crônicas contra o totalitarismo” e “Cuba, a tragédia da utopia”.
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Gabeira, o esquerdista equilibrado