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"O MAL sempre esteve a serviço do BEM "

Rasgando o Verbo. Todos de uma certa forma foram avisados sobre o Apocalipse e que ele não representaria o fim do mundo, mas o fim de uma Er...

terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

De repente, 70 / Arthur Soffiati / Repaginado por merecimento!

http://www.folha1.com.br/_conteudo/2017/02/blogs/outraspalavras/1215077-de-repente-70.html
De repente, 70
 11/02/2017 19:53
Folha da Manhã, Campos dos Goytacazes, 12 de fevereiro de 2017
De repente, 70
Arthur Soffiati
Completei 70 anos de vida anteontem. Tenho a impressão de que tudo foi muito rápido. Lembro bem da minha infância. Houve muita mudança a minha volta. Hoje, o mundo se transforma mais rapidamente que as pessoas. 
Aos 70, enfrento alguns problemas existenciais. O corpo não vai tão mal. Embora eu tenha sofrido uma isquemia, mais por herança genética que por hábitos de vida, noto que meu corpo está melhor hoje do que antes do acidente. Faço exercícios físicos pesados para a minha idade. Minha dieta é bastante balanceada. Mas minha dependência de medicamentos é considerável. Caí nas garras de médicos e creio que não sairei mais.
Noto uma defasagem entre meu corpo e minha mente, meu espírito, se preferirem. Meu corpo envelhece, mas meu espírito não o acompanha. Ele estranha o tratamento que as pessoas me conferem como professor idoso e respeitável. O tratamento de “senhor” me soa muito esquisito. Na minha mente, eu sou “você”. Minha curiosidade aumentou com a idade. Aposentei-me do magistério depois de 40 anos em sala de aula não por cansaço da velhice, mas para me dedicar a meus projetos. Hoje, leio muito, estudo muito, escrevo muito. Ainda saio em explorações por nossa região.
Minhas reflexões, contudo, levaram-me ao desencanto com o mundo. Atualmente, sinto-me mais situado na minha história e na história do mundo. Era para eu me sentir melhor, mas estou triste. O mundo não é ruim porque sou pessimista. Sou pessimista porque ele é ruim. Não gosto dos otimistas. Na tentativa de melhorar o mundo, eles o destroem mais ainda.
O maior problema que enfrento decorre da defasagem entre mente e corpo. Sei perfeitamente que estou mais perto da morte natural do que aos 51 anos de idade, quando escrevi uma crônica muito melancólica e, ao mesmo tempo, cheia de humor. Dezenove anos depois, a presença da morte não se contenta com consolos fáceis. Ela está a minha espreita. Embora com minha saúde monitorada, posso sofrer um acidente repentino. Por mais longevo que seja (algo em que não acredito, dada a minha herança genética), a morte é inevitável. Não é medo dela propriamente o que sinto. Eu gostaria de viver o suficiente para realizar metade de meus planos. A totalidade deles é impossível porque eles aumentam diariamente. Nem a metade posso medir por não saber a dimensão do todo. 
Estudei e ainda estudo muito religiões e ciência. Meu parco conhecimento do mundo não me permite a conversão a qualquer religião. Por um lado, gosto do meu agnosticismo como atitude de sabedoria diante do universo. Creio que respostas provisórias para as minhas inquietações intelectuais com ele. Por outro lado, a falta de convicção em alguma crença sobre a sobrevivência do espírito após a morte do corpo me faz falta. Nem o mais convicto religioso pode garantir que sua alma sobreviverá à morte do corpo. Mas a esperança consola.
Pessoas amigas tentam me ajudar dizendo que eu devo crer no além. Ter certeza nele. Fico com a impressão de que ter fé é fácil. Parece que posso comprá-la no comércio. Uma conversão minha nesta idade pareceria surpreendente a mim e aos outros. Ter fé não depende da vontade, pessoal. Aconselham-me também viver um dia de cada vez. Não consigo. Viver um dia de cada vez é esquecer minha história e a história na qual estou inserido. Como começar do zero ao acordar? Quem me dá tal conselho não o segue. Mas se aproxima dele por não mergulhar profundamente na sua própria vida e no mundo. Cada vez mais, encontro pessoas superficiais que vivem por viver. São pessoas que fazem da vida um selfie.
Agradeço, amigos, mas não consigo ser um vivo-morto, um zumbi. Necessito viver os milênios, os séculos, os anos, os meses, as semanas e os dias. Não consigo viver sem passado nem me despreocupar do futuro. Aos 70 anos, voltei, de certa forma, aos meus 16. Na minha adolescência, eu queria me dedicar à música erudita, à literatura, às artes, ao estudo das ciências e da filosofia. E escrever muito. Só agora estou podendo. E a morte está a minha espreita. Gosto deste mundo, apesar de tudo. Se venho de outro, não me lembro dele. Se vou para outro depois da morte, não tenho certeza. 

Não sou feliz, como pessoas amigas desejariam para mim, mas não sou infeliz. Felicidade permanente estressa. Infelicidade permanente é depressão. Vivo momentos de felicidade e de tristeza. Não ostento felicidade falsa. Não gosto de Mário de Andrade porque ele me ensinou o interesse por muitos campos do saber. Gosto dele por ter aptidão ao saber múltiplo. Não gosto de Edgar Morin por ter me ensinado a complexidade, mas por encontrar nele um intelectual que atenua a minha profunda solidão.
Concluo invocando Denis Diderot, embora eu não seja um iluminista. Estou em meio a uma floresta numa noite escura. Só tenho um lampião para iluminar o rumo. Aparece alguém me dizendo que posso encontrar melhor o caminho se apagar o lampião. Desculpem, amigos, continuarei com a lanterna acesa.

O Brasil escolheu ser infeliz !

Tráfico ataca e deixa três feridos em favelas vizinhas à Sapucaí

Em dois episódios diferentes, bandidos deixaram turista argentina em estado grave no Morro dos Prazeres. Um PM foi baleado perto de Providência

Dois episódios de violência nos arredores da Marquês de Sapucaí deixaram três feridos em pouco mais de 24 horas, sendo uma das vítimas uma turista argentina, que está internada em estado gravíssimo no Hospital Souza Aguiar. Natália Cappetti Lorena, de 42 anos, foi atingida nas costas, enquanto seu marido, Juan Manoel Did, de 46, foi atingido de raspão, quando entraram errado em uma rua do Morro dos Prazeres, em Santa Tereza.
O episódio ocorreu por volta das 15h desta segunda-feira. Além deles, outro casal espanhol estava dentro do carro, mas nada sofreu. O grupo foi socorrido por policiais militares, já que a favela conta com uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), e levado para o Hospital Souza Aguiar. Natalia Lorena foi operada, mas seu estado é grave, já que um dos seis tiros que atingiram o veículo acertou-a na altura da barriga. No ano passado, um turista italiano morreu ao entrar de moto por engano na mesma favela.
Na noite anterior, o ataque de traficantes ocorreu no Morro da Providência. Policiais do 4oBPM (São Cristóvão) seguiam em direção à Sapucaí, quando a viatura foi fuzilada por criminosos na saída do Túnel João Ricardo, na Central do Brasil. Um tiro atingiu o soldado Edilson Cordeiro Ferreira, que dirigia o veículo. Ele foi operado no Souza Aguiar e seu estado é estável. No fim da noite de domingo, traficantes da Providência voltaram a atacar um carro que acabara de sair da Cidade do Samba, na Gamboa. Quando o motorista errou o caminho, entrando num dos acessos ao morrro, foi abordado e levou vários tiros. Por sorte, ninguém se feriu.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

Segredo revelado. ..

https://rolloid.net/secreto-oculto-gigante-appennino/

Descubren el secreto oculto del Interior de este Épico Gigante del siglo XVI


El famoso gigante Appennino: Esta épica y colosal escultura, mitad hombre, mitad montaña, fue construida a finales del siglo XVI por un famoso escultor italiano llamado Giambologna. Esta impresionante obra se realizó con el fin de crear un símbolo de los famosos Apeninos italianos. Este “Dios” de la montaña, curiosamente llamado Appennino, se eleva 12 metros sobre el suelo de la Villa di Pratolino en La Toscana.
Pero lo cierto es que esta impresionante y montañosa estatua esconde un maravilloso secreto. En su interior esconde una gran cantidad de salas con diferentes funciones que hicieron que este coloso pudiese volver a la vida. El monstruo que sostiene su mano izquierda, arrojaba agua desde una corriente subterránea, y se rumorea que hay un espacio en su cabeza que se construyó para situar una fogata, de manera que cuando se encendiese, podría emitir humo por su nariz.

Esta épica escultura fue construida a finales del siglo XVI por el escultor italiano Giambologna

Esta epica escultura esconde un enorme secreto en su interior 01
Flickr

El dios de la montaña mide 12 metros de alto y se encuentra situado en Florencia, Italia.

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imgur

Este modelo reducido revela las habitaciones ocultas dentro del gigante.

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blogspot
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Estas fotografías descubren algunos de los secretos de las profundidades de la montaña.

flickr
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domingo, 26 de fevereiro de 2017

Cuidado... O Brasil pode piorar com nossa inércia!



COMO GADO PARA O ABATEDOURO?

por Percival Puggina. Artigo publicado em 


 Quem se alinha com teses sempre desastrosas, como os defensores do desarmamento, por exemplo, senta-se sobre o lado esquerdo do traseiro. Por que será? As exceções são tão raras que não ocupam lugar na arquibancada dos fatos sociais. Não contentes com fincarem pé nos fracassos, nem com andarem por aí arredondando pilar quadrado até que a casa caia, esse pessoal se esmera em espancar o bom conselho e em desqualificar a divergência. Você é contra o desarmamento? Então você é raivoso, da turma da bala; está a serviço da indústria da guerra. Potencialmente, um assassino de aluguel.
No entanto, a entrega compulsória de todas as armas das pessoas de bem tem lugar de merecido destaque na lista das iniciativas absurdas e maléficas já adotadas em nosso país. Responde, diretamente, pelo aumento da criminalidade, tanto em razão do quantitativo quanto da desfaçatez com que os bandidos passaram a agir nos mais variados ambientes e circunstâncias. Percebem-se – e de fato são – “donos do pedaço”, tocadores de gado para o abatedouro ou para o brete da marcação. Rapidamente vamos adquirindo destreza em preencher boletins de ocorrência, aos quais já tratamos na intimidade como "os meus BOs".
Nós, os conservadores, e boa parte dos liberais, cremos que a pessoa humana é titular de direitos aos quais denominamos naturais. Entre eles, o direito à vida, à liberdade e à propriedade dos bens legitimamente havidos. Para os estatistas, socialistas, comunistas e outros totalitários em geral, as coisas não são assim. Entendem que os direitos nos são dados pelo Estado, motivo por que, fonte de todos os direitos, ele se torna, simultaneamente, objeto de reverência e de assédio. Estados vão à falência por conta do assédio. Sociedades são escravizadas por conta da reverência.
O leitor destas linhas pode estar pensando: “Mas se o Estado diz que eu não posso isto ou aquilo, na prática eu não posso mesmo; na prática eu não tenho tais direitos". Ora, se um direito é natural, inerente à condição humana, o Estado pode não o reconhecer, mas ele não deixa de existir. Os criminosos sentenciados têm a liberdade justificadamente tolhida; os presos políticos em regimes não democráticos, tem a liberdade injustificadamente contida. Mas o direito? Ah, o direito permanece na pessoa!
Isso é tão significativo quanto objeto de abuso. Se olharmos a pauta das postulações daqueles corpos políticos a que me referi no início, veremos que atuam invocando o reconhecimento de supostos direitos que seriam naturais aos grupos que manipulam. Normalmente, não são.
Pois bem, a turma das teses desastrosas acabou, simultaneamente, com o sistema penitenciário e com a possibilidade de dar devida vigência repressiva ao Código Penal. A realidade social evidencia que já há mais criminosos soltos do que presos. As baixas contabilizadas pelas estatísticas são indicativas de estado de guerra, e de guerra sangrenta. Em tais condições, nosso direito à vida não pode ser preservado, defendido ou exercido na ausência de legítimo e proporcional direito de defesa. No Brasil de 2017, a posse e o porte de armas deveria ser objeto de clamor nacional ante o Estado omisso no cumprimento das obrigações. Esse não cumprimento se torna ainda mais grave quando, simultaneamente, nos recusa o direito à posse e ao porte de armas de defesa pessoal. Como gado para o abatedouro, não!

sábado, 25 de fevereiro de 2017

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Slow Motion Bossa Nova - Celso Fonseca & Ronaldo Bastos


Encante-se ...!

". Entre idas e vindas, tomamos medidas paliativas, driblamos o presente e jogamos para a frente o que deve ser feito" / Murillo de Aragão

Slow Motion Bossa Nova

Slow motion - câmera lenta (Foto: Arquivo Google)
Tomo o título da música do meu querido amigo Celso Fonseca (com letra de Ronaldo Bastos) para o meu artigo desta semana no Blog do Noblat. Para quem não conhece, recomendo assistir ao vídeo.
As reformas no Brasil ocorrem em “slow motion”. Entre idas e vindas, tomamos medidas paliativas, driblamos o presente e jogamos para a frente o que deve ser feito. Claro que, quando estoura o encanamento, corremos para tomar providências.
Foi assim no governo Dilma. Estourou o cano da incompetência política, fiscal e econômica em um quadro de septicemia moral. O governo foi removido. Óbvio que tardiamente. Diante da tragédia de seu primeiro governo, Dilma não deveria ter sido reeleita. Mas, deixando de remexer na lata de lixo da história, devemos observar o pano de fundo, já que, ao largo do acidente de percurso, estão sendo realizadas reformas importantíssimas para o futuro do país. Pelo fato de ocorrerem em ritmo de “slow motion bossa nova”, não nos damos conta. Nem de como podem mudar o futuro para melhor. Afinal, somos treinados pela mídia a dar valor ao tradicional “good news are bad news”. Daí os avanços serem ignorados ou subavaliados.
Para não ir muito longe, podemos fazer uma limitada viagem retrospectiva. O impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff tem a ver com o fracasso de sua política fiscal e econômica, mas também com sua fragilidade frente à Operação Lava-Jato. Dilma abandonou a prudência fiscal e deu vazão a um esquerdismo pueril e fiscalmente inconsequente. Deu no que deu. Para piorar, retórica de honestidade foi fulminada pelo volume estonteante de falcatruas praticadas debaixo de seu nariz. Por sua complacência, omissão e incompetência. A ponto de ela mesma ter dito ao ex-presidente Lula, em reunião no Alvorada, que tinha entubado coisas que não gostaria.
A Lava-Jato tem raízes nos protestos de 2013, que resultaram no endurecimento da legislação anticorrupção. Tem ainda raízes na aprovação da Lei da Ficha-Limpa – que barrou centenas de políticos encrencados nas eleições – e no mensalão. Assim, para não irmos longe demais, as investigações da Lava-Jato – que tanto impacto causam ao país – têm raízes identificadas, pelo menos, desde 2005. Pelo menos. Ou seja, são mais de 12 anos de efeitos políticos e econômicos em um longo processo de transformação. É o que chamo de “slow motion bossa nova”!
A Lava-Jato foi decisiva para o impeachment de Dilma, mas também para determinar o banimento das doações empresariais nas eleições e o estabelecimento de tetos de gastos para campanhas mais adequados ao país. O despertar da cidadania, ensaiado em 2013, ganhou corpo e volume com a Lava-Jato. Milhões foram às ruas e o engajamento da cidadania no debate político tende a ganhar consistência.
O fracasso do governo Dilma levou ao renascimento da agenda de reformas, que, em curto espaço de tempo, está sendo pródiga em bons resultados: teto de gastos, lei do pré-sal, lei das estatais, reforma do ensino médio, reforma do setor energético, repatriação de recursos, entre outros. A Lava-Jato está deflagrando um processo de depuração na política sem precedentes em lugar nenhum do mundo. Está também promovendo a reconstrução do capitalismo nacional, que será, pelo menos, mais aberto e competitivo.
Portanto, mesmo que seja em “slow motion”, o Brasil é um país em reformas. Não apenas no que diz respeito às propostas do presidente Michel Temer – mais do que necessárias – no âmbito previdenciário e trabalhista. Mudanças muito importantes estão em curso há algum tempo. Basta olhar com calma os acontecimentos dos últimos 20 anos.

Mais sacanagem com dinheiro ...Até com religiosos!

PF indicia Silas Malafaia por lavagem de dinheiro na Operação Timóteo

Yahoo Notícias
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Silas Malafaia chega para prestar depoimento na sede da PF

O pastor Silas Malafaia se apresenta na sede da Polícia Federal em São Paulo (SP) onde prestou depoimento para esclarecimentos na Operação Timóteo em 16 de dezembro. Foto: Claudinei Ligieri/Futura Press
A Polícia Federal indiciou o pastor da Associação Vitória em Cristo Silas Malafaia por lavagem de dinheiro na Operação Timóteo. O pastor, que é ligado à Assembleia de Deus, foi alvo de mandado de condução coercitiva em dezembro do ano passado. A informação é do jornal O Estado de S. Paulo.
Malafaia é suspeito de apoiar a lavagem do dinheiro de um esquema de corrupção em cobranças judiciais de royalties da exploração mineral, segundo a reportagem.
Segundo a PF, a suspeita a ser esclarecida é que o líder religioso pode ter “emprestado” contas correntes de uma instituição religiosa para ocultar a origem ilícita do dinheiro.
O Estadão informou que procurou a assessoria de imprensa da Associação Vitória em Cristo e que aguarda manifestação do pastor.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

História triste do cão Blue King com final feliz ...!

http://www.caesonline.com/pit-bull-mostra-reacoes-humanas-quando-percebe-que-foi-abandonado-pela-familia/

Pit Bull mostra reações humanas quando percebe que foi abandonado pela família

Cão entra em depressão quando se dá conta que foi deixando em um canil pela sua família.

O Brasil, esse de hoje, tem uma queda para o suicídio... Sempre escolhe ser infeliz !

Artigos do Puggina 


O FORO É PRIVILEGIADO OU O TRIBUNAL É ERRADO?

por Percival Puggina. Artigo publicado em 

 A segunda turma do STF decidiu, nesta terça-feira, que o processo decorrente da delação de Sérgio Machado não será compartilhado com Curitiba. Isso significa, na prática, que o ex-senador José Sarney foi salvo por osmose. Como aquela delação envolveu, além de Sarney, outros senadores com mandato, a defesa do maranhense postulou o privilégio e levou. Sarney repousará nas dormentes prateleiras do Supremo, livrando-se da dedicação ao trabalho que caracteriza o juiz Sérgio Moro. O site O Antagonista, comentando o assunto, lembrou que Celso de Mello, recentemente, disse não haver privilégio algum nesse tipo de foro, tecnicamente chamado "foro especial por prerrogativa de função". Supõe-se, então, que os advogados de Sarney erraram e que o ex-senador deve ter ficado muito contrariado com a decisão. Oh, ministro!
 Fatos como esse transformaram a reprovação ao foro privilegiado numa unanimidade nacional. A sociedade brasileira nutre especial repulsa a esse instituto, que tem servido para homiziar criminosos, transformando o mandato, ou a função, em casamata protetora de patifes engravatados. No entanto (sempre pode haver um "no entanto"), observou hoje um ajuizado amigo que o problema não está no privilégio de foro, mas no STF.
O argumento com que justifica a afirmação me traz a este artigo. Ele propõe uma incerteza à reflexão dos leitores: o que estaria transformando o foro especial em privilégio seria esse Supremo, causa de tantos males infligidos à vida nacional, vertente de estapafúrdias decisões, contradições e desacertos. Esse tipo de Supremo é que teria, pelo seu formato, composição e amplitude de suas imperfeições, convertido um preceito de prudência política em providencial mecanismo a serviço da morosidade e da impunidade. O que deveria ser uma instância qualificada e célere, porque única, se tornou símbolo da justiça que não acontece.
Poucos dirão desconhecer, observou meu amigo, a presença numericamente expressiva de militantes de esquerda nos cursos de Direito, no ambiente acadêmico e, daí, para os vários compartimentos do universo judicial. O STF é apenas a parte mais visível, o ápice desse fenômeno que procede e avança pelos labirintos do sistema. Há uma diferença gritante entre a conduta dos magistrados, procuradores, promotores e defensores públicos de esquerda e os conservadores ou liberais. Os primeiros são, comumente, militantes de suas causas. Os últimos têm suas opiniões, mas não as transformam em causas pessoais ou "coletivas", levadas com militância aos autos.
Nessa perspectiva, a eliminação de todos os foros especiais seria mais uma arma, talvez a mais poderosa delas, nas mãos do ativismo judiciário para infernizar adversários políticos, extinguindo-se as últimas barreiras de atuação nesse sentido. Do mais humilde prefeito ao presidente da República, todos estariam sujeitos às eventuais animosidades e ativismos dos juízos singulares.
"Os males que vemos no foro especial por prerrogativa de função - males que o transformam em foro 'privilegiado' - são males do nosso STF, de sua genética partidária e/ou ideológica, de sua incompetência e incapacidade para a função de juízo criminal", concluiu meu amigo, abalando minhas certezas.
Como não tenho convicções que se sobreponham à boa razão, trago o assunto aos leitores. Que lhes parece? Suponha que seu preferido para a eleição presidencial de 2018 vença o pleito. Você sentiria aquele futuro governo num ambiente de estabilidade institucional sabendo que qualquer juizo federal, de qualquer lugar do país, poderia infernizar-lhe a vida? Verdade que, em tese, o pau bateria em Chico e em Francisco. Mas seria isso saudável? Não seria preferível mudar o STF?
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* Percival Puggina (72), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A tomada do Brasil. integrante do grupo Pensar+.


O que ainda não aprendemos sobre Nazismo, Fascismo e Comunismo? - Bill W...


Vídeo para bacharéis em Inocência