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domingo, 5 de março de 2017
O Brasil sofreu 'um derrame cerebral, um AVC nas instituições...' / Percival Puggina
ESTANCAR SANGRIA
por Percival Puggina. Artigo publicado em
Na conversa gravada com Sérgio Machado, Jucá registrou a necessidade de um acordo para travar a Lava Jato como forma de "estancar a sangria". Esse era o nome que ele dava ao jorro de denúncias, delações, investigações e prisões que, à época, diariamente, inundavam o noticiário. Para os pichelingues do erário, as seis gongadas do cuco eletrônico marcavam a hora dos horrores. A qualquer momento a Polícia Federal poderia bater à porta. Dá para viver assim? Por isso, aqueles cavalheiros de punhos limpos e alma suja ansiavam e anseiam pelo fim da Lava Jato.
Para os feirantes nos negócios do Estado, nada pode ser mais prejudicial do que a atividade desenvolvida em Curitiba. Contra ela se mobilizam altíssimos escalões da República e poderosíssimos agentes econômicos, para os quais uma cifra de milhões é fração. Contra a Lava Jato, a peso de ouro, confabulam alguns dos mais astutos e argutos advogados do país. E o STF? Pois é, já vi tantos ministros deliberarem, como queiram, ora com olho na forma da lei maior e contra seu espírito, ora no espírito da lei maior e contra sua forma, que o somatório das incoerências me levou à absoluta desconfiança. Quem devolve às ruas uma pessoa como o goleiro Bruno, ou manda indenizar presos, está, minimamente, preocupado com o bem da sociedade? Não, o meliante Jucá, que precisa de uns poucos votos para ser senador na despovoada Roraima, talvez dê mais importância aos cidadãos. São duras estas palavras? São, sim, eu sei.
A sangria que precisamos estancar é outra! Faz lembrar um derrame cerebral, um AVC nas instituições. Afeta funções importantes do corpo político deformando ou impedindo sua correta operacionalidade. É por causa dela que só tem base suficiente para governar quem integre ou negocie com a organização criminosa. Essa mesma sangria entrega poder aos espertalhões e afasta os sábios; cria um Estado de parvos e cúmplices; deixa-se roubar em bilhões e despacha os talentos. Não quer gente séria por perto.
Nosso AVC institucional implodiu os partidos políticos no que neles há de mais precioso e singular - seu programa, seus princípios, seus valores. Ou os partidos nascem disso, por causa disso, com vistas a isso, ou nascem assim como se forma uma nuvem de gafanhotos, voando na direção dos postos de poder. Dirigentes partidários, líderes políticos deveriam ser condutores com ideias na cabeça, ideais no coração e mãos operosas. São ingênuas estas palavras? São, sim, eu sei. Mas só o são porque a sangria nos levou a um realismo hipócrita que tornou ingênua, de fato, a mera normalidade.
A normalidade não nos faria sangrar 12,5 milhões de postos de trabalho. A normalidade não nos traria a estas pautas que abastecem as conversas cotidianas. Nela, na normalidade, partidos políticos seriam reconhecidos por suas propostas para o desenvolvimento social, econômico e cultural do país e não pelos prontuários de seus dirigentes. Sem essa sangria que nos levou o Brasil, não haveria entre as legendas brasileiras tanto banco de sangue à disposição dos vampiros da política. São duras? Sim, sei.
Enquanto no mundo civilizado, os países com boas instituições debatem grandes temas nacionais e internacionais, suas perspectivas de desenvolvimento econômico, tecnológico, sua sustentabilidade, sua integração, nós discutimos os humores de Jucá e de Moreira Franco e as delações de Marcelo Odebrecht. Enquanto o mundo civilizado está nas páginas de política internacional, economia, cultura, nós colocamos o país inteiro nas páginas policiais. Enquanto no mundo civilizado, a sociedade faz os debates, nós somos espectadores do Estado e escolhemos alguns personagens para vaiar. Estancar sangria é, também, acabar com isso e criarmos partidos que acreditem mais nas potencialidades da sociedade do que no suposto e fajuto protagonismo do Estado.
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* Percival Puggina (72), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A tomada do Brasil. integrante do grupo Pensar+.
* Percival Puggina (72), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A tomada do Brasil. integrante do grupo Pensar+.
" O problema são os ‘presos ilustres’ / Sergio Moro
Sergio Moro: o problema são os ‘presos ilustres’
Josias de Souza
Sergio Moro veio à boca do palco para contestar os críticos que o acusam de cometer abusos na decretação de prisões preventivas. O juiz da Lava Jato reagiu por meio de um artigo veiculado na edição mais recente da revista Veja. Atribuiu as queixas não a fatores como a quantidade de prisões —79 desde março de 2014—, mas à presença de “presos ilustres” atrás das grades.
“A questão real —e é necessário ser franco sobre isso— não é a quantidade, a duração ou as colaborações decorrentes, mas a qualidade das prisões, mais propriamente a qualidade dos presos provisórios”, escreveu Moro. “O problema não são as 79 prisões ou os atualmente sete presos sem julgamento, mas sim que se trata de presos ilustres.”
Sem mencionar-lhes os nomes, Moro deu quatro exemplos de “presos ilustres” da Lava Jato. Três estão hospedados na carceragem de Curitiba. Outro desfruta das facilidades do sistema penitenciário carioca: “…um dirigente de empreiteira [Marcelo Odebrecht], um ex-ministro da Fazenda [Antonio Palocci], um ex-governador [Sergio Cabral] e um ex-presidente da Câmara dos Deputados [Eduardo Cunha].”
Na opinião do magistrado, “as críticas às prisões preventivas refletem, no fundo, o lamentável entendimento de que há pessoas acima da lei.” Sinalizam também “que ainda vivemos em uma sociedade de castas, distante de nós a igualdade rerpublicana.”
A certa altura, Moro realçou algo que os críticos costumam negligenciar: os resultados da Lava Jato. “Mesmo considerando-se as 79 preventivas e o fato de elas envolverem presos ilustres, é necessário ter presente que a operação revelou, segundo casos já julgados, um esquema de corrupção sistêmica, no qual o pagamento de propinas em contratos públicos consistia na regra do jogo.”
Moro acrescentou: “A atividade delitiva durou anos e apresentou caráter repetido e serial, caracterizando, da parte dos envolvidos, natureza profissional. Para interromoer o ciclo delitivo, a prisão preventiva foi decretada de modo a proteger a ordem pública, especificamente a sociedade, outros indivíduos e os cofres públicos da prática serial e reiterada desses crimes.”
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15.dez.2015 - Movimentação de policiais federais em frente à casa do presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro. A Polícia Federal faz nesta terça-feira (15), por ordem do STF (Supremo Tribunal Federal), uma operação de busca e apreensão na casa de Cunha. O deputado é acusado de corrupção e lavagem de dinheiro pela Procuradoria-Geral da República nas investigações da Operação Lava JatoVEJA MAIS >Imagem: Fábio Motta/Estadão Conteúdo
Sem citar a Odebrecht, o juiz mencionou o caso da empreiteira para como um dos que inspiraram críticas que se revelariam injustificadas. “Foi decretada, em junho de 2015, a prisão preventiva de dirigentes de um grande grupo empresarial”, anotou Moro. “Os fundamentos foram diversos, mas a garantia da ordem pública estava entre eles. Posteriormente, tais dirigentes foram condenados criminalmente, embora com recursos pendentes.”
Moro prosseguiu: “As críticas contra essas prisões foram severas, tanto pelas partes como por interessados ou desinteressados, que apontaram o suposto exagero da medida diante da prisão de ‘pessoas conhecidas’. Posteriormente, dirigentes desse grupo empresarial resolveram colaborar com a Justiça e admitiram o pagamento sistemático de propinas não só no Brasil, isso por anos, mas também em diversos países no exterior, bem como a participação em ajustes fraudulentos de licitações da Petrobras.”
Os delatores da Odebrecht revelaram “mais do que isso: confirmaram a existência no grupo empresarial de um setor próprio encarregado do pagamento de propina (Departamento de Operações Estruturadas) e que este permaneceu funcionando mesmo durante as investigações da Lava Jato…”
Para Moro, o caso da Odebrecht “é bem ilustrativo do equívoco das críticas, pois o tempo confirmou ainda mais o acerto da prisão. Foi a prisão preventiva, em junho de 2015, que causou o desmantelamento do departamento de propinas do grupo empresarial, interrompendo a continuidade da prática de sérios crimes de corrupção. Assim não fosse, o departamento da propina ainda estaria em plena atividade.”
Ao longo do artigo, o magistrado diz o que pensa sobre as prisões preventivas em termos genéricos. “São excepcionais e devem ser longamente justificadas”, diz logo no primeiro parágrafo do texto. Depois de discorrer sobre o acerto das ordens de prisão expedidas contra executivos da Odebrecht, Moro ponderou: “Isso não significa que a prisão preventiva pode ser vulgarizada, mas ilustra que, em um quadro de corrupção sistêmica, com a prática serial, reiterada e profissional de crimes sérios, é preciso que a Justiça, na forma do Direito, aja com a firmeza necessária e que, presentes boas provas, imponha a prisão preventiva para interromper o ciclo delitivo, sem importar o poder político ou econômico dos envolvidos.”
No encerramento do artigo, Sergio Moro insinua que há entre os seus críticos pessoas movidas por interesses subalternos. “As críticas genéricas às prisões preventivas na Lava Jato não aparentam ser consistentes com os motivos usualmente invocados pelos seus autores”, escreveu o juiz, sem dar nomes aos bois. “Admita-se que é possível que, para parte minoritária dos críticos, os motivos reais sejam outros, como a aludida qualidade dos presos ou algum desejo inconfesso de retornar ao status quo de corrupção e impunidade.”
Com esse tipo de crítico, arrematou Sergio Moro, “nem sequer é viável debater, pois tais argumentos são incompatíveis com os majestosos princípios da liberdade, da igualdade e da moralidade pública consagrados na Constituição brasileira.”
O politico brasileiro, em grande parte deste universo, pensa com o bolso de suas calças ...
http://g1.globo.com/politica/blog/blog-do-camarotti/post/planalto-sinaliza-com-cargos-e-verbas-para-aprovar-reforma-da-previdencia.html
por Gerson Camarotti
Planalto sinaliza com cargos e verbas para aprovar reforma da Previdência
Veja comentário no Jornal das Dez:
sábado, 4 de março de 2017
A Política brasileira tem intimidade com a crônica policial da imprensa
http://lavajatosergiomoros2.blogspot.com.br/2017/03/valerio-teme-ser-morto-sombra-morreu.html?m=1
sexta-feira, 3 de março de 2017
Sobre a Reforma da Previdência. ..
https://news.google.com.br/news/amp?caurl=http%3A%2F%2Fg1.globo.com%2Fgoogle%2Famp%2Fg1.globo.com%2Feconomia%2Fnoticia%2Fnao-tem-formula-magica-diz-rodrigo-maia-sobre-reforma-da-previdencia.ghtml#pt0-156950
quinta-feira, 2 de março de 2017
O Brasil tem dificuldade em ser feliz... Complica tudo! Falta Educação !
Turista cega é ameaçada de prisão por causa de cão-guia na praia
Falta de informação provoca confusão na beira da praia, em Santa Catarina.
Uma turista do Rio Grande do Sul foi alvo de uma grande injustiça em Balneário Camboriú na semana passada. Olga Souza, uma professora de 57 anos, curtia a praia acompanhada de Darwin, seu cão-guia, um flat coated retriever. Para espanto de muita gente, uma banhista não concordou com a presença do cão e acionou a PM.
Com a chegada da polícia a confusão aumentou. Os agentes desconheciam a lei que assegura cães-guias acompanharem seus donos. O cenário ficou tenso. Os argumentos de Olga não foram aceitos e quase a levaram presa.
Darwin foi treinado especialmente para ser cão-guia no Instituto Federal Catarinense (IFC) em Balneário Camboriú.
Ele simplesmente leva Olga para todos os lugares, inclusive ao trabalho. Ambos têm a companhia um do outro desde 2016, mas foi a primeira vez que a situação alcançou a este extremo. Foi explicado para a banhista incomodada que Darwin não ficou solto nenhuma vez, mas de nada adiantou.
Antes que fosse levada para a delegacia, Olga entrou em contato com os técnicos do Curso de Treinadores e Instrutores de Cães-Guias do IFC. A partir disso foi feita uma ligação destes com a PM. Para acabar de vez com a confusão, o oficial responsável pelo policiamento se deslocou até a praia e esclareceu aos PMs e demais banhistas que assistiam a cena que o cão podia ficar com Olga e sua presença é amparada por lei, já que o animal é um cão-guia.
A falta de informação rendeu desdobramentos e o oficial contou que realizará palestras sobre a legislação que versa sobre os cães-guia. Tudo isto para não repetir o constrangimento que Olga passou.
A falta de informação rendeu desdobramentos e o oficial contou que realizará palestras sobre a legislação que versa sobre os cães-guia. Tudo isto para não repetir o constrangimento que Olga passou.
Para quem não sabe, estabelecimentos privados que não aceitarem cães-guias podem ser multados e interditados. Confira o que diz a lei:
A Lei no 11.126, de 27 de junho de 2005, que dispõe sobre o direito da pessoa com deficiência visual de ingressar e permanecer em ambientes de uso coletivo acompanhada de cão-guia e dá outras providências.
– Cães-guias têm o direito de ingressar e permanecer em todos os locais públicos ou privados de uso coletivo
– Treinados e escolhidos a dedo, cães-guias são dóceis e não precisam usar focinheira
– Qualquer tentativa de impedir ou dificultar o acesso de um cão-guia é ilegal e ato de discriminação
– Ou usuário ou o socializador de cão-guia têm direito de mantê-lo em casa, independente de regras de condomínio
– O cão-guia só não pode entrar em locais esterilizados em hospitais, como centros cirúrgicos e UTIs, além de áreas de manipulação e processamento de alimentos
– Treinados e escolhidos a dedo, cães-guias são dóceis e não precisam usar focinheira
– Qualquer tentativa de impedir ou dificultar o acesso de um cão-guia é ilegal e ato de discriminação
– Ou usuário ou o socializador de cão-guia têm direito de mantê-lo em casa, independente de regras de condomínio
– O cão-guia só não pode entrar em locais esterilizados em hospitais, como centros cirúrgicos e UTIs, além de áreas de manipulação e processamento de alimentos
Como resolver este mistério ? Desconfio do filho do casal !
http://g1.globo.com/mundo/noticia/o-misterio-da-familia-que-desapareceu-na-franca-deixando-como-unico-rastro-manchas-de-sangue.ghtml
O mistério da família que desapareceu na França deixando como
único rastro manchas de sangue
Os Troadec - pai, mãe, filho e filha - sumiram misteriosamente em meados de fevereiro; sangue foi encontrado
na escada, no relógio da mãe e no telefone do filho.
Como pode uma família inteira desaparecer deixando como único rastro algumas manchas de sangue?
Essa é a pergunta que a polícia francesa tenta responder desde meados de fevereiro, quando foi aberta uma investigação para apurar o que aconteceu com os Troadec. Pai, mãe, filho e filha sumiram misteriosamente.
Nada se sabe sobre o paradeiro de Pascal e Brigitte, ambos de 50 anos, tampouco do filho deles, Sebastien, de 21, e da filha, Charlotte, de 18. Tampouco foram registradas transações bancárias ou chamadas telefônicas de membros da família.
Eles foram vistos pela última vez em 16 de fevereiro. Seu desaparecimento foi comunicado à polícia pela irmã de Brigitte.
Até agora, a única pista mais concreta são manchas de sangue encontradas na casa da família, perto de Nantes, no oeste do país. O DNA do sangue coincide com o de três integrantes da família.
Há informações de que o pai sofria de depressão e o filho tinha problemas psicológicos.
Investigadores encontraram manchas de sangue no telefone do filho e no relógio da mãe, informou o procurador Pierre Sennes. Também há sangue nas escadas da casa de dois andares.
Para Sennes, parece que alguém tentou apagar por completo a existência da família.
Ao entrar na casa, a polícia encontrou camas sem lençóis - alguns deles estavam na secadora de roupas - e roupa úmida na máquina de lavar. Restos de comida estavam apodrecendo na geladeira.
"É como se a casa tivesse congelado no tempo", observou o procurador francês que cuida do caso.
Falta um carro
Os dois carros da família também foram encontrados em frente à casa, mas os investigadores ainda procuram pelo veículo de Sebastien, o filho.
Em 2013, quando ainda era menor de idade, ele foi condenado a fazer trabalhos comunitários por fazer ameaças de morte através de seu blog.
Segundo o jornal francês "Le Monde", no passado, Sebastien publicou em um fórum online sobre videogames frases como: "O que mais odeio? Meu reflexo" e "O que me deixa mais triste? Minha vida".
No Twitter, um de seus posts dizia: "Se alguém realmente soubesse o que há em minha mente, pensaria que sou louco e não tenho moral".
A investigação trabalha com diferentes hipóteses, como sequestro e assassinato.
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