Postagem em destaque

Tem novidade no Vaticano ...

Mostrando postagens com marcador Valentina de Botas. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Valentina de Botas. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 25 de maio de 2016

Dilma tem a seu dispor 120 empregados no Alvorada ....

Valentina de Botas: Dilma é tão despreparada para ser presidente quanto para deixar de ser

A czarina patética legou um rombo de 170 bilhões de reais e foi gozar a agonia de um golpe imaginário em meio a 120 empregados no Alvorada

Por: Augusto Nunes  
Na primeira semana do Governo Temer, fruindo o silêncio melodioso que ecoava da boca fechada e da figura sumida do jeca, também silenciei um pouco. Uma pedra desvitalizou meu texto, aquela que Drummond viu no meio do caminho. Como todo sonho, essa coisa que abre caminho para a realidade, livrar a nação da escória que o desgraçou exige tempo até que se torne um fato.
Um fato não é de direita nem de esquerda: um fato é um fato. A lição básica de discernimento vem de Karl Marx, famoso desconhecido dos esquerdistas com menos de 50 anos. E o fato é que, entre a ternura e o abatimento, não sei se a pedra no meio do caminho apareceu ou reapareceu; se o caminho será retomado; se espero ou se leio outro Drummond.
Outro fato é que Dilma Rousseff, crescentemente detestável de dentro de um apego chulo ao poder, é tão despreparada para ser presidente quanto para deixar de ser. Apoiada por pessoas despreparadas para deixar de orbitar o poder, a mulherzinha faz dos restos de imperceptíveis racionalidade e honradez a saga ordinária de perene delírio que a consolará nos dias vazios e nas noites longas do resto de uma existência que volta à irrelevância da qual foi desgraçadamente desperta pelo jeca. Entre elas, os artistas fascistoides adoradores do PT e do PCdoB e, portanto, da estatização da cultura – como tudo o mais – num MINC aparelhado.
Pretendem-se comissários do povo sem saber do que ele é feito. Assim, pretextando a defesa da cultura e da memória, partem para a truculência na invasão de prédios do MINC apropriando-se de patrimônio que é de todo o povo. Esse ente idealizado entre a Vila Madalena e o Leblon, mas que não está nem lá nem muito menos entre a alucinação fascista de Marilena Chauí e a de Olavo de Carvalho: a maior parte dele está preocupado em ir trabalhar se ainda tiver emprego rezando para que não haja meliantes queimando pneus no meio da rua em defesa do gangsterismo de Estado cuja czarina patética legou um rombo de 170 bilhões de reais e foi gozar a agonia de um golpe imaginário em meio a 120 empregados no Alvorada.
Em razão desse anseio do país por ordem para progredir, é que discordo da crítica de Marco Antonio Villa à escolha do lema da bandeira nacional como slogan de Michel Temer. Ora, ela foi o símbolo onipresente nas marchas pró-impeachment dilatando o sentimento de pertença a uma mesma nação no verdeamarelismo – que, atacado por Marilena Chauí em surto permanente, só pode ser coisa boa – farta do vermelhismo que a cindia para a esbulhar.
Quem é que liga para Augusto Comte e a doutrina positivista? Os brasileiros se reconheceram na bandeira nacional, só isso; e Temer fez bem ao acolher esse reconhecimento. Também por isso deve remover a inadmissível pedra no caminho: André Moura (PSC-SE). Acusado de homicídio e réu num processo no STF, não pode continuar líder do governo na Câmara ou Temer estará ignorando o clamor das manifestações que resultaram no afastamento de Dilma em favor de nossas retinas tão fatigadas de patifarias.
Voltando à discussão sobre o MINC, registre-se que foi ignorada a perspectiva do consumidor de cultura. A classe artística despreza o fato de que, num país com Estado demais onde ele é desnecessário e de menos onde é fundamental, não há ambiente cultural para a cultura – nem para a tal alta cultura enquanto os filhos da elite que estudam em universidades públicas não se lembrarem delas em seus testamentos (José Mindlin uma das poucas exceções) ou Machado de Assis for considerado um autor elitista; nem para a tal cultura popular enquanto o “povo” achar que pode jogar o sofá velho num rio: cultura é educação.
MINC? Que MINC? O povo nunca viu nem comeu e agora só ouve falar. Povo? Que povo? O MINC nunca viu, só o assaltou. Ótimo fundir a Pasta da Cultura ao MEC porque as estruturas são parecidas e, se a economia seria insignificante, a intermitente racionalidade nacional, extinta nos governos lulopetistas, ganharia espaço. O barulho serviu para nos darmos conta de uma coisa boa, só possível com o PT fora: o Brasil voltou a falar de si, mal ou bem; a bandidagem petista ficou em segundo plano até começar a gritaria autoritária em defesa da cultura das divinas tetas e boquinhas.
Mesmo considerando que Temer não deveria ceder a militantes da chantagem que sequer reconhecem a legitimidade do governo interino, não me junto aos que o acusam de “amarelar” recuando da fusão, afinal nem tudo é uma questão de ser contra ou a favor, mas de reflexão: Temer não disseminará a racionalidade por decreto num meio impermeável e, com apenas dois anos para evitar a colisão do país com uma catástrofe maior, deve se concentrar nos embates relevantes futuros em vez de se desgastar com gente a quem não faltam grana fácil e tempo.
Um MINC desaparelhado que resolva isso basta. Os progressistas agora revoltados com a nomeação de um evangélico para o ministério da Ciência e Tecnologia no novo governo nada disseram enquanto aberrações de Mercadante a Celso Pansera passaram pelo ministério deixando como marca a redução drástica de recursos para o CNPq e para a Capes. Os fascistoides-tipo-descolados que defendem o MINC foram incapazes de ajudar Niède Guidon na defesa da Serra da Capivara.
As militantes da representatividade de gênero – só de escrever uma coisa assim já me diverte – deveriam ter queimado todos os sutiãs da presidente quando ela escolheu umas vigaristas para o governo, mas guardaram o discurso patrulheiro contra Temer por não incluir mulheres no ministério. Dilma já o alertou: as mulheres não aceitam ser “fetiche decorativo”! Claro, ou ela não teria se cercado de adornos adequados somente à sala da Família Adams; não, Erenice Guerra, Miriam Belchior e Graça Foster não foram decorativas, mas muito ativas. E fetichista é a relação da mulherzinha com a presidenta, a tal ponto que deixou 50 mil famílias esperando a entrega de unidades prontas do Minha Casa Minha Vida porque não havia espaço na agenda oficial, segundo o novo Ministro das Cidades, Bruno Araújo: é o mesmo povo do MINC que só tem concretude no gozo fetichista de ser presidenta.
Tudo refletindo o fato de que a academia onde pensadores glorificam tiranos, a classe artística que celebra tiranos e a militância que serve a tiranos não enxergam o país imenso, real, heterogêneo e devastado justamente pelo que buscam manter ao rejeitarem o governo legítimo de Temer e, como pastores da tirania viciados nas benesses do Estado, farão o diabo para inviabilizá-lo. Isso é Dilma, a pedra no nosso caminho impedindo que nossas retinas tão fatigadas de cafajestice esqueçam que tinha uma Dilma no meio do caminho. Lembrarão nas próximas eleições, em toda elas. Pelo tamanho do texto, vê-se que decidi buscar outro Drummond: o silêncio não é o companheiro preferido das minhas emoções mais puras. Perdão se me excedi.

quarta-feira, 13 de abril de 2016

"Para quem uma mulher se veste? Para si mesma, o que inclui os homens e as outras mulheres"... / Valentina de Botas

13/04/2016
 às 16:49 \ Opinião

Valentina de Botas: Dentro do ataúde, a mulher grita

Para quem uma mulher se veste? Para si mesma, o que inclui os homens e as outras mulheres. Mas evitemos generalizações: isso não se aplica a todas as mulheres, claro, somente àquelas que veem alguma graça na vida, que catam uma felicidade mínima aqui, outra ali, em instantes do cotidiano.
As mulheres e os homens mais próximos da presidente têm problemas com a lei: Erenice Guerra é investigada na Zelotes, Lula e Mercadante serão presos, Gim Argello acaba de ser preso, José Eduardo Cardozo será processado, Fernando Pimentel será cassado e ela mesma não se sente muito bem com os últimos gestos de Rodrigo Janot que finalmente descobriu que Eduardo Cunha não é o único nem o mais grave de todos os gravíssimos casos de polícia debaixo do nariz do Procurador-Geral. Entretanto, isso nem é o pior para a governante durona diluída em crimes que vê pelas costas os partidos governistas se afastando de certo caixão que carregaram até a beirada da sepultura.
Dentro do ataúde, a mulher grita. Grita denunciando o vice-presidente por exercer as funções políticas e institucionais dele; acusando talvez mais de 2/3 dos brasileiros de golpistas que ela vitimou; queixando-se de um golpe do Congresso obediente ao rito que o próprio governo encomendou no Supremo Tribunal Federal ao custo de uma interpretação malandra da Constituição e da fraude ao regimento interno da Câmara resultando no prolongamento inútil do transe do país.
Ainda se debatendo em delinquências diárias no interior do esquife, repete, sempre aos gritos a lhe deformar as feições desgraciosas e os modos democráticos ausentes, que foi eleita-pelo-voto-popular como se não soubéssemos que só conseguiu isso fazendo o diabo: com fraudes, extorsão, propinas. E como se o voto que não imunizou Collor quando sofreu impeachment e que não impediu o PT de pedir o afastamento de Itamar Franco e FHC, pudesse imunizá-la contra a lei.
A escalada de crimes para preservar o poder mantém o governo nessa putrefação pública que poderia ser evitada se – e aqui, creio, reside a desgraça de Dilma Rousseff do ponto de vista pessoal – um dos homens ou das mulheres próximas da presidente tivesse, não digo honestidade que já é demais, mas alguma temperança para fazê-la saber que há limites para a falta de limites. Mas a insanidade mal calculada e a parvoíce eficiente não a fazem burra: Dilma sabe que sabemos que ela sabe que termina – domingo no Congresso (detestado pela mulherzinha de alma tirana na crença de que poderia e mesmo tinha o direito de governar sozinha) e, mais tarde, na cadeia – a mais sórdida mentira já havida num Brasil que terá visto de tudo quando os poderosos mentores e patronos dela ainda livres forem para cadeia porque, ricos ou pobres de origem, não são nem elite nem povo, mas escória.
No próximo domingo, a irascível czarina da roubalheira vestirá a mortalha do impeachment. Para quem? Será obrigada legalmente a fazê-lo por e para homens e mulheres indignados num país destruído que terá dado o primeiro passo para se refazer, ainda zonzo com a nova ordem que ele mesmo inaugura.

quarta-feira, 2 de março de 2016

"Lula tenta um estupro bolivariano enquanto mente que “lutamos” para tê-lo forte, “e não fazendo o jogo da Veja”.... Valentina de Botas


01/03/2016
 às 7:49 \ Opinião

Valentina de Botas: O que o Príapo da república pixuleca teme é a nossa liberdade

VALENTINA DE BOTAS
“Se for necessário, se vocês entenderem que a manutenção do projeto corre risco, estarei com 72 anos e tesão de 30 para ser presidente da República”. Como Hilda Hilst, quero brincar de ver beleza nas coisas, numa resistência ao vício do jeca em enfear tudo com esse priapismo vigarista.
“Vocês” se refere à escumalha militante no aniversário flácido do PT; o caudilho não se importa com o tesão da nação, se ela está no clima ou não. E ela não está. Ou está sim, mas não com o fauno grotesco. O “não” que ela tem lhe dito, traduzido em pesquisas e que temos de reafirmar no dia 13 de março, soa como charminho golpista para o macho mais incivilizado da história da política brasileira. Claro, ele só satisfaz as deformações da libido autoritária no primitivismo, pois dar no couro como democrata que é bom, esqueça.
Julga o estado de direito democrático uma preliminar dispensável, de tal modo que a tentativa de bolinar a Polícia Federal via Ministério da Justiça, as espertezas para não encarar o procurador Cassio Conserino e as ameaças transmitidas por eunucos morais de convulsionar o país se a Justiça cumprir o dever evidenciam não só a impossibilidade de atestar uma honestidade fictícia, mas sobretudo a percepção do jeca como alguém cuja conduta não há parâmetro ou ser terrenos ou divinos dignos de avaliar.
É mais do que estar acima da lei, nessa condição se pretendem Cunha, Calheiros, o casal marqueteiro – ao Priapo da república pixuleca sequer ocorreu que um dia seria necessário invocar o status que acredita inerente. Não sei que parte do “não” ele ainda não entendeu, mas a nação pode deixar ainda mais claras a consoante e as duas vogais no dia 13.
Não é só pelo fim de um governo cuja remoção é indispensável para o Brasil se reconstruir, ter a si como assunto e projeto, é também pela defesa das investigações, da Política Federal, do Ministério Público, contra o qual Lula tenta um estupro bolivariano enquanto mente que “lutamos” para tê-lo forte, “e não fazendo o jogo da Veja”. Ora, o jogo da revista é o do país que presta, como no fundo sabem ressentidos que apregoam, nas redes sociais, uma súbita sedução da revista pelo PT e convencem gente chegada a uma conspiração de boteco virtual.
Pesquisas mostram que Eduardo Cunha na presidência da Câmara desanima muitos brasileiros a irem para as ruas defender o impeachment, numa lógica desossada determinando que, por não se remover um patife menor, preserva-se o maior; além do tal não-adianta-nada. Por favor, não há mais território para esses medos e, conforme ensinou Nietzsche, do outro lado do medo está a liberdade. O que o jeca teme é nossa liberdade, é descobrirmo-nos livres – apesar de Cunha e do que mais for – para brincar de ver a beleza em mandar para a cadeia um garanhão tosco de alma senil porque para ele (parafraseando Roberto Freire), com ou sem tesão, não há solução. Um beijo

domingo, 21 de fevereiro de 2016

As mulheres da República e seus silêncios e seus arroubos


Valentina de Botas: O que Mirian pretendia? Acusar FHC de ser um bom pai do filho que não gerou?

VALENTINA DE BOTAS
O texto de Augusto Nunes ajuda a entender por que um homem de caráter e alma sãos é diferente de um sem caráter até mesmo quando ambos cometem erros na vida pessoal que podem ou não se refletir no exercício da vida pública e erros desta que servem àquela.» Clique para continuar lendo
20/02/2016
 às 10:00 \ Direto ao Ponto

A ressentida e a vigarista

Rose - Miriam 2
“Não quero morrer amanhã e tudo isso ficar na tumba, eu quero falar e fechar a página”, disse Mirian Dutra para justificar a punhalada desferida nas costas de Fernando Henrique Cardoso, com quem teve um caso amoroso quando trabalhava na TV Globo em Brasília e o ex-presidente era ainda senador. O romance durou seis anos. Durou quase 30 o silêncio quebrado nesta semana por duas entrevistas. O pote até aqui de mágoa, esse vai durar para sempre, avisa o caótico desfile de denúncias contraditórias, acusações explícitas ou insinuadas, fatos e fantasias irrompendo de braços dados, cobranças indevidas e cachos de queixumes. Tudo somado, está claro que Mirian Dutra é uma prisioneira do ressentimento.
Não há cura para esse oitavo pecado capital. Primo da ira, do orgulho e da cobiça, o ressentimento costuma ser equivocadamente confundido com a inveja, da qual é irmão. As diferenças superam as semelhanças.Invejar, por exemplo, pode ser intransitivo; a inveja frequentemente dispensa objetos diretos. Ressentir (que segundo os dicionários significa “sentir novamente”) é verbo necessariamente transitivo. É sempre conjugado contra alguém, alguma coisa, alguma entidade. No caso de Mirian Dutra, os alvos do ressentimento são FHC, que responsabiliza por não ser feliz, e a TV Globo, que obstruiu os caminhos que a levariam ao sucesso profissional.
“A memória do ressentido é uma digestão que não termina”, constatou o filósofo alemão Friedrich Nietzsche. O ressentido pensa todo o tempo no ajuste de contas. E invariavelmente acredita que sua infelicidade resultou de erros cometidos por outros. A mulher ressentida precisa acreditar que seu único erro foi amar demais. Aos 55 anos, segue enxergando no espelho uma jovem ingênua apaixonada pelo sedutor desalmado que, depois de induzi-la a dois abortos, tratou de afastá-la do país quando o filho Tomás nasceu, para manter em segredo um pecado que, descoberto, colocaria em risco o projeto presidencial acalentado desde criancinha. Com a cumplicidade da Globo, que ampliou a sequência de erros com a decisão de não renovar o contrato vencido em novembro.
As estações do calvário impostas pela emissora de TV são de espantar o mais cruel legionário romano. Redesenhada pela memória de uma ressentida juramentada, a vida mansa em capitais europeias virou desterro, o expediente curto ficou com cara de menoscabo e o salário de milhares de dólares tornou-se um quase nada se comparado ao tamanho do talento sufocado. “Sou a última exilada”, comunicou a desterrada de araque. Haja conversa fiada. Até o gramado do Congresso sabia da relação extraconjugal entre o senador e a jornalista. Em 1994, Ruth Cardoso foi informada pelo próprio marido do que ocorrera. E Mirian reiterou anos a fio que um biólogo era o pai do menino que FHC sempre tratou como filho.
Além das quantias em dinheiro com que foi contemplado desde o dia do parto, o fruto do romance malogrado ganhou do ex-presidente um apartamento avaliado em 200 mil euros. Em 2009, Fernando Henrique assumiu publicamente a paternidade de Tomás. Meses depois, dois exames de DNA atestaram que o pai biológico era outro. Amparado nos laços afetivos, FHC não mudou de ideia. “Ele sempre será meu filho”, explicou. Mirian contestou a autenticidade dos exames, afirmou que a admissão de paternidade nunca foi oficializada, culpou FHC pela fragilidade dos vínculos que unem Tomás à mãe e acusou o objeto do ressentimento de ter forjado contratos com uma empresa com braços no exterior para consumar as remessas de dinheiro.
“Mas os recursos sempre saíram da renda dele”, ressalvou. Foi o que ressaltou o ex-presidente na nota divulgada no mesmo dia da entrevista publicada pela Folha. Com a elegância possível, a vítima do acesso de cólera dissipou as zonas de sombra produzidas pela entrevistada, rebateu as acusações, declarou-se pronto para outros testes de DNA e deixou claro que, por mais constrangedoras que tenham sido as declarações, não tem motivos para preocupar-se com o que diz a ex-namorada. De novo, FHC fez o contrário do que Lula faz. Mas o PT reagiu à providencial reaparição de Mirian Dutra com a euforia dos colonos de velhos faroestes que, entrincheirados no círculo de carroções atacados por índios, ouvem o clarim que anuncia a chegada da cavalaria americana.
Apavorados com as evidências de que as bandalheiras no sítio em Atibaia e no triplex do Guarujá anteciparam a morte política de Lula, alguns devotos da seita agonizante se empoleiraram na manifestação de ódio da ex-amante sem esperança para convencer o país de que nada do que o chefe fez é mais grave do que FHC foi acusado de fazer. Como no PT não há limites para o cinismo, nem para o ridículo, querem que o ex-presidente seja investigado pela Operação Lava Jato. Se houver algo a apurar sobre Fernando Henrique, que venham as investigações. Mas que sigam adiante, e em ritmo menos exasperante, os inquéritos e processos que cuidam dos crimes cometidos por Lula e sua amante Rosemary Noronha. O Brasil decente exige que seja concluído o que a Operação Porto Seguro começou em 23 de novembro de 2012.
Faz três anos e três meses que o país que presta aguarda o desfecho do escândalo em que o chefe supremo se meteu ao lado de Rose ─ e a punição dos delinquentes que embolsaram milhões de reais com o tráfico de influência e o comércio de pareceres pilantras. Faz três anos e três meses que os que cumprem as leis são afrontados pela mudez malandra do farsante que promoveu uma gatuna de quinta categoria a chefe do escritório da Presidência da República em São Paulo. Faz três anos e três meses que o Estado Democrático de Direito é desafiado pelo poço de arrogância que nunca deu um pio sobre a chanchada pornopolítica que estrelou em dupla com a Segunda Dama.
Abalroado pela divulgação parcial das patifarias desvendadas pela Operação Porto Seguro, o reizinho enfim destronado reprisou o ritual a que obedece quando pilhado em encrencas de bom tamanho: emudeceu, evadiu-se da cena do crime e foi para o exterior esperar que a poeira baixasse. Três semanas depois, recuperou a voz para dizer que nada tinha a dizer sobre “assuntos íntimos”. De lá para cá, não recitou uma única e escassa palavra aproveitável sobre o caso de polícia que apresentou ao país, além da Primeiríssima Amiga, os bebês de Rosemary.
Foi o primeiro escândalo que Lula não pôde terceirizar. Não houve intermediários entre os parceiros de alcova. Não há bodes expiatórios a mobilizar. É compreensível (e intolerável) que fuja como o diabo da cruz de pelo menos 20 perguntas sem resposta:
1. Onde e quando conheceu Rosemary Noronha?
2. Como qualifica a relação que manteve com Rose durante pelo menos 12 anos?
3. Por que escolheu uma mulher sem experiência administrativa para chefiar o gabinete presidencial em São Paulo?
4. Por que pediu a Dilma Rousseff que mantivesse Rose no cargo?
5. Por que Rose foi incluída na comitiva presidencial em mais de 20 viagens internacionais?
6. Por que Rose usava passaporte diplomático?
7. Por que o nome de Rosemary Noronha nunca apareceu nas listas oficiais de passageiros do avião presidencial divulgadas pelo Diário Oficial da União?
8.  Todo avião utilizado por autoridades em missão oficial é considerado Unidade Militar. Os militares que tripulavam a aeronave sabiam que havia uma clandestina a bordo?
9. Por que Marisa Letícia e Rose nunca foram incluídas numa mesma comitiva?
10. Quais eram as tarefas confiadas a Rose durante as viagens?
11. Como foram pagas e justificadas as despesas de uma passageira que oficialmente não existia?
12. Por que nomeou a pedido de Rose os irmãos Paulo e Rubens Vieira para cargos de direção em agências reguladoras? Conhecia os nomeados?
13. Por que Rose tinha direito ao uso de cartão corporativo da Presidência ?
14. Por que foram mantidos em sigilo os pagamentos feitos por Rose com o cartão corporativo ?
15. Como se comunicava com Rose? Por telefone? Por e-mail?
16. Sabia das reuniões promovidas por Rose no escritório da presidência? Depois das reuniões, era informado sobre o que fora decidido pelos integrantes da quadrilha?
17. Por que os honorários dos advogados de Rose são pagos por Instituto Lula?
18. Encontrou-se com Rose nos últimos 3 anos e 3 meses?
19. Nunca soube de nada?
20. O que foi que disse em casa?
Sem medo da sordidez do PT, FHC replicou imediatamente ao que disse a ex-amante ressentida. Favorecido pela tibieza da oposição oficial, Lula jamais comentou o que fez a concubina vigarista.

terça-feira, 12 de janeiro de 2016

O PT evenrgonha alguns milhões de brasileiros... / Valentina de Botas na coluna de Augusto Nunes


12/01/2016
 às 13:54 \ Opinião

Valentina de Botas: O governo que acolhe devotos de Bin Laden continua castigando o senador boliviano perseguido por Morales

VALENTINA DE BOTAS
É tarde para sermos inocentes ou talvez nunca tenha havido o chamado tempo da inocência, mas sempre há tempo para a decência se houver homens decentes. As últimas notícias sobre o senador boliviano Roger Pinto Molina informam que continua morando em Brasília, longe da família que veio da Bolívia para o Acre, e que se desfaz do patrimônio para sobreviver já que não tem visto de permanência no Brasil que o permita trabalhar – ele ainda aguarda uma resposta do governo de Dilma Rousseff.
Antes da fuga angustiante empreendida para o Brasil graças à coragem movida por indignação do diplomata Eduardo Saboya, que não ficou impune pela escolha moralmente correta, Molina, todos nos lembramos, viveu o drama e a humilhação de se confinar a um quarto de 20 metros quadrados na embaixada brasileira na Bolívia por 455 dias enquanto o governo brasileiro, na cumplicidade asquerosa com regimes asquerosos, ignorava os apelos do senador e do pessoal diplomático pelo salvo-conduto indispensável para que o senador viajasse, pois apenas a concessão de asilo já feita não bastava.
O crime do senador foi denunciar as relações do regime de Evo Morales com o narcotráfico. Enquanto isso, Adlene Hicheur, um cientista franco-argelino ligado à Al-Qaeda e condenado por terrorismo na França, entrou sem dificuldades no Brasil em 2013, vive no Rio de Janeiro e ganhou emprego na UFRJ, com salário mensal de 11 mil reais. Ambos, o boliviano e o franco-argelino, vivem cotidiano incerto de fugitivos. Aquele porque inocente, este porque culpado. No país governado pela escória, os brasileiros decentes constatamos envergonhados que Hicheur não tinha com o que se preocupar até sua história ser noticiada; Molina só tem chance à vida decente que busca se não for esquecido.
E o Brasil deixará de ser a escarradeira do mundo apenas quando se livrar da dinastia petista alinhada ao antissemitismo protuberante, ao antiamericanismo sempre bocó e a facínoras internacionais. Como o trabalho decente que os venezuelanos ensaiam e que os argentinos já iniciaram com a eleição de Macri, arejando moralmente os respectivos países, deixando-os mais leves também para voos na economia, sem o peso da roubalheira, do autoritarismo e da incompetência. Que os brasileiros decentes se apresentem para o mesmo trabalho.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

"Ninguém precisa de ninguém até, claro, precisar...." / Valentina de Botas / na coluna de Augusto Nunes


 23/12/2015
 às 22:17 \ Opinião

Valentina de Botas: É só nas ruas que mostraremos nosso pulso à escória

VALENTINA DE BOTAS
Ninguém precisa de ninguém até, claro, precisar. Para continuar a ser o que é, Dilma Rousseff precisa de vigaristas, de equivocados e de vigaristas equivocados que precisam dela e, sem um Eduardo Cunha para chamar de seu, passou a honrar o exercício grotesco do mandato com quem veio a calhar: um Renan do saco de gatunos do PMDB, crédulo na salvação dele e dela nessa novela torpe, tão arrastada que parece refundar o tempo.
É o governo na ilegalidade somando vigarices a equívocos e, depois de o lulopetismo estabelecer o Estado mafioso, os governistas erigem o presidente da Câmara o inimigo da nação como se a diferença entre ele e Renan não fosse apenas um Janot equivocado, na hipótese benigna. Entre as cenas da danação do país, a decisão do STF é um nu frontal dessa obra prima do atraso que pune o país com um final infeliz a cada aurora e crepúsculo sob um governo indiferente à nossa desgraça por ele tecida.
Com o confuso rito do equivocado – outra vez, na hipótese benevolente – ministro Barroso, o Supremo neutralizou a falácia de que o impeachment é golpe, mas também baniu o processo para o quase impossível, permitindo à presidente continuar pensando só naquilo: concluir o mandato, entontecida na mitologia pessoal de que resiste a pressões indizíveis. O que resta evidente é a resistência dela às leis e à democracia.
A biografia vergonhosa mostra alguém cuja tolerância à democracia é não mais do que concessão calculada. Entre a jovem que sonhava substituir uma ditadura por outra e a senhora que descobriu que, para sonho tão sombrio, a chave do cofrão público e uma metafísica mixuruca podem mais do que fuzis, a diferença é a consciência do país lasseada pelo combate à ditadura militar: tornou-se golpismo tudo o que limita, fiscaliza, rejeita ou critica um governo esquerdista.
Nutrida nessa porcaria de Zeitgeist e enredada nos mitos íntimos, a governante atoleimada se esbalda na vã glória de mandar levando teses arcaicas às últimas consequências: o desvirtuamento da democracia chancelado pelo STF e a ruína do país. Antes de consumar a obra nefasta, a súcia e a metafísica xexelenta do estatismo para camuflar o gangsterismo de Estado já estão banidos do futuro, pois semeiam a própria extinção enquanto devastam o país. Para 2015 terminar inacabado, faltaram a oposição inexistente e um STF são, mas também os milhões de indignados aprenderem que ninguém fará por nós o que só nós podemos fazer. Que não se trata de quem nos permitirá, mas se permitiremos que nos impeçam.
Não tem jeito, é só nas ruas que mostraremos nosso pulso à escória. A indignação ativa transbordando nossas atitudes de ousadia é direito irrenunciável que nenhum político bom nos dá e nenhum político escroque tira de nós; a saída entre a náusea e a apatia; a revogação do absurdo revelando com limpidez que Dilma, Renan ou Cunha não estão uns nas mãos dos outros ou do STF, mas nas nossas. E o melhor: nós também.

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Um recorte da coluna de Augusto Nunes // Tem Carlos Alberto Sardenberg e Valentina de Botas





26/11/2015
 às 14:25 \ Opinião

Carlos Alberto Sardenberg: Viva a Lava Jato

Publicado no Globo
Dizem que as crises políticas e econômicas, num dado momento, geram os líderes necessários para sua solução. Dizem também que é muito difícil antecipar quando esse momento está se aproximando, mas que a gente percebe quando chegou. Pois no Brasil de hoje, parece o contrário. O momento já está passando. O senador Delcídio Amaral e o banqueiro André Esteves, dono do BTG Pactual, foram presos, por determinação do Supremo Tribunal Federal, sob a acusação de obstrução da Justiça. Mas as peças do processo mostram que essa denúncia, embora muito grave, é até menor diante dos casos que são ali mencionados.

26/11/2015
 às 14:19 \ Opinião

Valentina de Botas: Aqui ainda há um país

VALENTINA DE BOTAS
Cadê o Brasil? A sombra dele esteve na decisão do Congresso para manter Delcídio Amaral no lugar certo. Chocada, eu? Não. Experimento a repulsa serena, sedimentada, resoluta, curável apenas com o banimento do PT da vida pública, com a prisão do jeca mentor da inédita degeneração – pública e a olhos vistos, privada e íntima com família e amante no meio, pessoal com a história vitoriosa arruinada pelo caráter miserável – e o impeachment de Dilma Rousseff, a mulher honrada que já escolheu o substituto de Delcídio na liderança do governo: Wellington Fagundes, que responde no STF por peculato e está envolvido no escândalo dos Sanguessugas.