Governo de MT cancela despesa de R$ 7,7 milhões em bufê com salmão
- DivulgaçãoSalmão com molho tártaro
A Secretaria de Educação de Mato Grosso cancelou o pregão com gastos previstos de R$ 7,7 milhõespara aquisição de serviços de bufês para fornecimento de 433.512 refeições (almoços, jantares e cafés da manhã). Havia pratos sofisticados como badejo e salmão ao molho tártaro, saladas de mariscos, entre outros.
A ordem de cancelamento partiu do secretário Ságuas Moraes em decisão que ocorreu na segunda-feira (12). Moraes alega que o processo licitatório da Seduc foi legítimo e não nada de ilegal. A secretaria, agora, vai aderir a um pregão da SAD (Secretaria de Estado de Administração), convite este feito pelo secretário Francisco Faiad, logo após divulgação do bufê milionário.
Ságuas Moraes disse que o motivo para cancelamento do pregão foi a "polêmica criada em torno do fornecimento das refeições". Moraes se referiu às reportagens publicadas sobre a aquisição de refeições sofisticadas.
Pregão
Duas empresas foram escolhidas no pregão promovido pela SAD (Secretaria de Estado de Administração) e publicado no Diário Oficial do Estado que na segunda-feira (5). São elas: Ana Paula Farias Alves-ME (Real Buffet) e Laice Pereira da Silva-ME.
A licitação foi dividida em dois lotes com 26 itens cada um. O Real Buffet ficou com maior parte dos serviços e deve receber R$ 4,9 milhões pelas refeições fornecidas para a Seduc, referente a 277.556 mil pratos aos funcionários. A empresa Laice Pereira da Silva-ME ficou com menor fatia e vai fornecer 155.956 refeições, o que equivale a R$ 2,8 milhões.
O secretário informou que dos R$ 7,7 milhões destinados ao pagamento de refeições, R$ 4 milhões são recursos federais e o restante é contrapartida do Governo do Estado.
Salmão e marisco?
O secretário esteve hoje na Comissão de Educação da Assembleia Legislativa para esclarecer o pregão milionário. Ele usou as mesmas palavras dadas a jornalistas para explicar o cancelamento do procedimento licitatório.
Em abril deste ano, a Seduc teve as contas de 2011 rejeitadas pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado). O relator das contas, conselheiro Sérgio Ricardo, ex-deputado estadual do PR, afirmou que a educação em Mato Grosso é uma das piores do Brasil.
O presidente da Comissão, Alexandre César, do PT, mesmo partido de Ságuas Moraes, tentou minimizar os efeitos das reportagens. "A aquisição de refeições virou chacota em todo país. Agora é proibido professor almoçar salmão ou marisco", ironizou.