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sexta-feira, 30 de junho de 2017

"QUEM É O GREVISTA DE GREVE GERAL? / Percival Puggina

QUEM É O GREVISTA DE GREVE GERAL?

por Percival Puggina. Artigo publicado em 
  Inicialmente cabe perguntar: como pode ser "geral" uma greve sem apoio da população? Pelas siglas das bandeiras que agitam, os habituais construtores da confusão e suas massas de manobra acham muito bom o ambiente político promovido na Venezuela e os resultados colhidos em Cuba. Creem, então, ser de boa política demonstrar força parando o país na marra. O sucesso deles depende do fracasso de todos os demais.
 São pequenos grupos, porém, articulados nacionalmente. Param o transporte coletivo na base da pedrada e do "miguelito", mas não são, eles mesmos, motoristas de ônibus porque isso é muito trabalhoso. Bloqueiam rodovias e avenidas, incendiando pneus, mas não são, eles mesmos, transeuntes desses caminhos. Impedem os demais de trabalhar, mas são raros, raríssimos em tais grupos, os ativistas que ganham seu sustento com o suor do próprio rosto. Menor ainda é o número daqueles cuja atividade, por sua natureza, agrega algum valor à economia nacional. Querem é distância do mérito, da concorrência, do livre mercado. São nutridos por alguma teta política, pública, sindical ou familiar. São, estes últimos, filhinhos do papai entregues à sanha dos encolhedores de cabeças do sistema de ensino. É a geração nem-nem, mas com direito à mesada.
O que estou descrevendo aqui por intuição, os italianos diriam ser algo que "si sente col naso" (se percebe com o nariz). E bem mereceria ser objeto de uma pesquisa acadêmica. Conviria à sociedade conhecer o perfil dessas pessoas que volta e meia se congregam para infernizar a vida dos outros. No entanto, também com o nariz, posso intuir que a academia brasileira não teria o menor interesse em executar essa tarefa porque ela iria desmoralizar, politicamente, as seivas de que essa militância se nutre. E as grandes empresas de comunicação? Bem, pelo que tenho visto ao longo deste dia 30 de junho, tampouco elas, diante das depredações e da queimação de pneus, pronunciaram uma sílaba sequer que fosse além da mais cirúrgica narrativa dos fatos em curso. Tão lépidos em comentar tudo, entendam ou não dos assuntos, demonstram-se, hoje, absolutamente indispostos a qualquer análise do que está acontecendo. No entanto, há uma riqueza de conteúdo, tanto no que não aconteceu quanto no que aconteceu. Tudo por ser investigado.
Creio que só uma colaboração premiada poderia desvendar as entranhas dessas articulações político-ideológicas tão nocivas ao bem comum...
_______________________________
* Percival Puggina (72), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A tomada do Brasil. integrante do grupo Pensar+.

A decadência da civilização. .. /João Pereira Coutinho

sexta-feira, maio 05, 2017

Olhos abertos, boca fechada! - 

JOÃO PEREIRA COUTINHO


FOLHA DE SP - 05/05


A decadência da civilização é coisa divertida. Ainda me lembro do tempo em que a minha avó ensinava algumas regras de etiqueta. Coisas simples, como não comer com as mãos ou não olhar pasmado para as pessoas. "Menino, maneiras!" E o menino, com a dificuldade própria dos selvagens, tentou refinar-se.

Podemos dizer que usa talheres. E não tem por hábito imitar o personagem central de "Laranja Mecânica", com os olhos esbugalhados, a olhar em volta como um demente.

Pois bem: que diria a minha avó - que hoje faria 93 anos - sobre a mais recente recomendação da Universidade de Oxford aos seus estudantes?

Leio na imprensa britânica que a Unidade para a Igualdade e a Diversidade está preocupada com "microagressões racistas". Essa frase é todo um manicómio. "Unidade para a Igualdade e a Diversidade". "Microagressões racistas". Matem-me. Já. E depois enterrem-me: Oxford afirma que desviar o olhar quando se fala com "alguém" (leia-se: negro, asiático, talvez esquimó) pode ter consequências nefastas na saúde mental do outro.

Não pode, gente: se o outro se sente ofendido porque alguém desviou o olhar é porque já não tem grande saúde mental para preservar.

Além disso, Oxford também recomenda que ninguém seja inquirido sobre a sua origem. "De onde vem?" deixou de ser uma curiosidade normal entre gente normal - e internacional. É um ofensa que esconde, sei lá, um prazer perverso, colonialista, obviamente genocida. Presumo que, para a Unidade, o ideal é ninguém falar com ninguém - mas sempre de olhos abertos, como peixes no aquário.

Comecemos pelo óbvio: na sua ânsia paranóica de combater o "racismo", a Unidade comete uma "macroagressão racista". Porque parte sempre do pressuposto de que um branco que desvia o olhar perante um negro é um nazista em potência. Não existem outras razões: distracção, cansaço, timidez, educação. Ou a velha e boa indiferença que é a base de uma sociedade tolerável.

A Unidade, como qualquer organismo totalitário, inverte a presunção de inocência. E, como qualquer organismo totalitário, condena com base em suposições. Pior: condena o que acredita existir na cabeça dos outros. O racismo já não é um crime objectivo, ou seja, identificável em palavras ou actos. Pode ser um delito de consciência. Socorro?

Seja bom companheiro de si mesmo...


Quem não ama a solidão, não ama a liberdade 

 Arthur Schopenhauer

Frases... / Zygmunt Bauman


“Cuidado com políticos que fazem dos nossos sentimentos um instrumento de poder”, 

 Zygmunt Bauman

"Desejo"de Vitor Hugo poder ser considerado uma Constituição para a Humanidade...! Tem dúvida ? Leia


Desejo – Vítor Hugo
Desejo primeiro que você ame,
E que amando, também seja amado.
E que se não for, seja breve em esquecer.
E que esquecendo, não guarde mágoa.
Desejo, pois, que não seja assim,
Mas se for, saiba ser sem desesperar.
Desejo também que tenha amigos,
Que mesmo maus e inconseqüentes,
Sejam corajosos e fiéis,
E que pelo menos num deles
Você possa confiar sem duvidar.
E porque a vida é assim,
Desejo ainda que você tenha inimigos.
Nem muitos, nem poucos,
Mas na medida exata para que, algumas vezes,
Você se interpele a respeito
De suas próprias certezas.
E que entre eles, haja pelo menos um que seja justo,
Para que você não se sinta demasiado seguro.
Desejo depois que você seja útil,
Mas não insubstituível.
E que nos maus momentos,
Quando não restar mais nada,
Essa utilidade seja suficiente para manter você de pé.
Desejo ainda que você seja tolerante,
Não com os que erram pouco, porque isso é fácil,
Mas com os que erram muito e irremediavelmente,
E que fazendo bom uso dessa tolerância,
Você sirva de exemplo aos outros.
Desejo que você, sendo jovem,
Não amadureça depressa demais,
E que sendo maduro, não insista em rejuvenescer
E que sendo velho, não se dedique ao desespero.
Porque cada idade tem o seu prazer e a sua dor e
É preciso deixar que eles escorram por entre nós.
Desejo por sinal que você seja triste,
Não o ano todo, mas apenas um dia.
Mas que nesse dia descubra
Que o riso diário é bom,
O riso habitual é insosso e o riso constante é insano.
Desejo que você descubra ,
Com o máximo de urgência,
Acima e a respeito de tudo, que existem oprimidos,
Injustiçados e infelizes, e que estão à sua volta.
Desejo, outrossim, que você tenha dinheiro,
Porque é preciso ser prático.
E que pelo menos uma vez por ano
Coloque um pouco dele
Na sua frente e diga “Isso é meu”,
Só para que fique bem claro quem é o dono de quem.
Desejo também que nenhum de seus afetos morra,
Por ele e por você,
Mas que se morrer, você possa chorar
Sem se lamentar e sofrer sem se culpar.
Desejo por fim que você sendo homem,
Tenha uma boa mulher,
E que sendo mulher,
Tenha um bom homem
E que se amem hoje, amanhã e nos dias seguintes,
E quando estiverem exaustos e sorridentes,
Ainda haja amor para recomeçar.
E se tudo isso acontecer,
Não tenho mais nada a te desejar.

quinta-feira, 29 de junho de 2017

quarta-feira, 28 de junho de 2017

Polícia Federal suspende emissão de passaportes...

POLÍCIA FEDERAL SUSPENDE EMISSÃO DE NOVOS PASSAPORTES POR FALTA DE RECURSOS FINANCEIROS 

A Polícia Federal suspendeu a emissão de novos passaportes a partir das 22h desta terça-feira. Em nota, a PF informou que a medida é resultado da “insuficiência do orçamento destinado às atividades de controle migratório e emissão de documentos de viagem”.
O agendamento online do serviço e o atendimento nos postos da PF vão continuar funcionando, mas não há previsão para confecção e entrega dos novos passaportes que forem solicitados. Quem solicitou os passaportes até esta terça-feira receberá o documento normalmente.
A Polícia Federal afirmou que “acompanha atentamente a situação junto ao governo federal para o restabelecimento completo do serviço”. O governo ainda não se pronunciou sobre a suspensão. Do site de Veja Aluizio Amorim às 6/28/2017 12:37:00 AM

Lula destruiu sua biografia além de prejudicar o Brasil

https://www.newsatual.com/lula-fez-com-a-familia-o-que-fez-com-o-brasil-promoveu-crimes-desordens-corrupcao-traicao-discordia-e-infelicidade/

Cidade Richmond, EUA, paga "bolsa-bandido para aliviar violência

Cidade paga “bolsa-bandido” para manter jovens longe do crime.
(Entenda Richmond dá dinheiro para jovens com histórico violento não cometerem crimes. A controversa iniciativa está dando certo 1   
Saiba quem dos seus amigos leu
Tiago Cordeiro especial para a Gazeta do Povo [23/06/2017] [17h14] 
Para receber o dinheiro, não basta apenas não cometer crimes. É necessário cumprir uma lista de metas que inclui, por exemplo, parar de suar drogas, voltar a estudar, tirar carta de motorista, ajudar algum membro idoso da família, e conseguir um emprego Reprodução [3] ↑ TOPO Pense na violência como uma doença. Ela surge em regiões específicas do corpo (ou, no caso, em determinadas áreas de uma cidade) e se alastra a partir daí. É possível neutralizar seus agentes causadores, que, em geral, são homens jovens que vivem em bairros dominados pelo crime organizado. Mas não é necessário neutralizar matando, ou colocando na cadeia, até porque geralmente os mesmos jovens também são vítimas. É possível curar essas pessoas, dando a elas novas oportunidades de estudo e carreira. E, assim, recuperar o corpo todo. Dezenas de programas de redução da violência e da criminalidade trabalham com esses pressupostos: em vez de operações policiais massivas e agressivas, ações pontuais junto a pessoas selecionadas. Há pelo menos 20 anos cidades americanas como Chicago, Boston, Nova York e Detroit mantêm programas que investem na abordagem dos indivíduos específicos que fazem parte de um ciclo vicioso: eles crescem em lugares violentos, perdem amigos e familiares em situação violenta e acabam envolvidos em atividades violentas que fazem outras pessoas perderem amigos e familiares. PUBLICIDADE 
 Richmond, na Califórnia, também tem uma iniciativa desse gênero. Com uma diferença: ali, parte da recuperação consiste em dar dinheiro para jovens de comportamento agressivo reorganizarem sua vida. É isso mesmo: a cidade paga para possíveis bandidos não cometerem crimes. Os valores partem de US$ 300 e chegam a um teto de US$ 1000. São concedidos por nove meses seguidos, no máximo, para os jovens que participam do programa e não se envolveram em confusão por seis meses. E mais: neste período, os garotos são orientados por ex-criminosos – é um dos poucos empregos do mundo em que ter ficha policial é pré-requisito. Eles comunicam a experiência de quem já passou por problemas parecidos até encontrar um caminho de reabilitação. Um dos instrutores, por exemplo, é James Houston, que cumpriu 18 anos de pena por duplo homicídio. Resultados expressivos O programa gera polêmica nos Estados Unidos.
Em 2016, Washington anunciou que adotaria uma iniciativa parecida, mas voltou atrás porque a ideia encontrou resistência ferrenha do prefeito. Sacramento, Toledo, Los Angeles e Filadélfia ainda observam Richmond com atenção, sem começar seus próprios programas. A insegurança é razoável. Por enquanto, além da cidade californiana, a ideia só foi aplicada uma vez, e por apenas poucos anos, em Baltimore, a partir de 1972 e até que um novo prefeito cancelou a iniciativa por não concordar com as mesadas. Mas a questão é que, por mais difícil que seja aceitar a iniciativa, ela parece estar funcionando: os índices de homicídio de Richmond vêm caindo. Em 2014, chegaram a 11, o menor número em quarenta anos, uma queda de 77% em relação a 2007. O total tem se mantido na média de 15, contra 47 há dez anos. Pode-se alegar que Richmond pode ter alcançado tal avanço porque, nos últimos anos, também reorganizou suas delegacias e instituiu o policiamento comunitário. Além disso, a crise econômica americana diminuiu e a população envelheceu. Mas Oakland, outra cidade californiana marcada pelos assassinatos, também mudou a estrutura da força policial, passou pelas mesmas mudanças econômicas e demográficas, e ainda assim não atingiu os mesmos resultados. Parece mesmo que pagar pela paz compensa. Ou, pelo menos, é um recurso útil de prevenção, que funciona em paralelo ao trabalho da polícia.
 Na verdade, a iniciativa é mais complexa do que simplesmente dar dinheiro para jovens ficarem quietos. Os garotos também participam de atividades variadas, que incluem desde tratamentos de controle de raiva e conversas com mães de jovens assassinados até visitas a campi universitários e a outras cidades. Alguns dos jovens já foram à Disney, a Washington, ou mesmo ao México, à Arábia Saudita e à África do Sul. Membros de diferentes gangues viajam juntos e assim têm a oportunidade de se conhecer melhor. Além disso, para receber os US$ 1000 mensais, não basta apenas não cometer crimes. É necessário cumprir uma lista de metas, estabelecidas caso a caso, mas que inclui, por exemplo, parar de suar drogas, voltar a estudar, tirar carta de motorista, ajudar algum membro idoso da família, conseguir um emprego. “Nossa ação é baseada em práticas tradicionais, de eficácia comprovada, como o contato pessoal nas ruas, o trabalho com conselheiros e a terapia”, diz o idealizador da iniciativa, DeVone Boggan. “O resultado é uma redução significativa da violência urbana com armas de fogo”. Iraque na Califórnia A Operação Peacemaker começou a partir de 2007, quando a cidade estava em pânico. Com pouco mais de 100 mil habitantes, era a 9ª mais perigosa para se viver nos Estados Unidos. Nada parecia funcionar. Os políticos locais a comparavam a viver no Iraque. Em setembro de 2006, por exemplo, um homem levou um tiro no rosto durante o funeral de um adolescente que havia sido morto a tiros. Foi quando a comunidade aceitou contratar DeVone Boggan. Ele criou um departamento municipal, o Office of Neighborhood Safety, para sustentar a operação. Se decidiu dedicar sua vida a recuperar jovens, é porque DeVone foi um deles. Nascido em Michigan, chegou a ser detido por tráfico de drogas. Dois conselheiros o ajudaram a mudar de vida. “Foram pessoas mais velhas, que se interessaram por mim e investiram tempo, energia e recursos”, o ativista conta. “Eles viram algo positivo em mim num momento em que muitos outros não viam, nem mesmo eu”. O jovem acabou por cursar direito na Universidade da Califórnia-Berkeley. Um de seus irmãos se tornou treinador de futebol americano. Outro, Dhanthan, morreu assassinado em agosto de 2008. DeVone já estava envolvido com iniciativas contra a violência (era diretor de uma consultoria da área em Oakland) e havia acabado de começar o trabalho em Richmond quando chegou para o enterro e os amigos disseram que sabiam quem eram os culpados pela morte de Dhanthan. “A polícia não vai fazer nada. Se você quiser, podemos nos vingar deles”, afirmaram. O ativista teve que manter o autocontrole e dizer não. Foi embora da cidade rápido, antes que mudasse de ideia e deixasse o desejo de vingança falar mais alto do que seus ideais.
 Nos primeiros dois anos em Richmond, DeVone criou um sistema de ronda nos bairros violentos. Em 2008, os homicídios caíram para 27. Mas, em 2009, chegaram a 47 de novo. Foi quando ele, contando com a consultoria do especialista em criminologia Barry Krisberg, desenvolveu o formato atual do programa, com os conselheiros com ficha criminal e o pagamento de mensalidades. Dessa vez, o trabalho começou com uma análise dos arquivos da polícia. DeVone concluiu que, da cidade inteira, havia 17 jovens suspeitos de terem participação em 70% dos 47 homicídios de 2009. Começou então a pesquisar a vida um a um, para conhecer seus hábitos antes de fazer o primeiro contato. O trabalho demorou três meses. Neste meio tempo, a equipe descobriu que o número era maior: 28 suspeitos de envolvimento, ainda que sem provas contra eles. Antes mesmo do primeiro contato, três deles já tinham sido assassinados. Dos 25 que sobraram, 21 toparam conversar. Todos homens, com mais de 16 e menos de 26 anos. Começava assim a nova etapa do programa. Até hoje, foram convidados 93 garotos, dos quais 84 aceitaram. Nenhum desistiu durante os 18 meses de programa, que custa US$ 3 milhões anuais, divididos meio a meio entre a prefeitura e a iniciativa privada. Críticos e defensores Em outubro de 2011, dois grupos de jovens, de gangues rivais, chegaram ao Office of Neighborhood Safety ao mesmo tempo. Começaram a se agredir logo no estacionamento. Algumas fraturas (mas nenhuma morte) depois, todos fugiram. DeVone se recusou a fornecer qualquer tipo de informação à polícia sobre o incidente. Diz que foi neste dia que ganhou a confiança dos jovens. Desde então, mantém a política: não colabora com dados, nem obriga seus jovens a testemunhar contra ou a favor de ninguém. Os críticos da iniciativa são muitos. “Concordo com a ideia de focar as ações nos indivíduos com maior risco de cometer atos violentos ou se tornar vítima de crimes. Mas acredito que existem ações mais eficazes do que o pagamento aos participantes”, diz John Roman, professor da Universidade de Chicago e especialista em violência urbana do Urban Institute, de Washington. Para ele, fornecer educação e treinamento profissional não deixa de ser uma forma de investir nos garotos, mas funciona melhor. “Pequenas mesadas por um curto período de tempo não dão conta de mudar o comportamento no longo prazo.” Também é comum que programas desse tipo sejam obrigatórios e voltados para os jovens que estão em condicional. Em Richmond, é voluntário. O jovem pode sair quando quiser. Mas DeVone tem seus defensores. Uma entidade dedicada ao problema, a National Council on Crime & Deliquency, publicou em julho de 2015 um levantamento a respeito do impacto do programa de Richmond. Identificou que, das 68 pessoas que participaram até 2014, 66 eram negros, 30 tinham filhos e 14 já tinham sido baleados. Entre os 68, 54 se mantiveram longe de problemas com a lei. Quatro morreram baleados. Será que o programa funcionaria em cidades maiores? Mesmo no Brasil? DeVone acredita que sim: “Desde que replicado na escala apropriada e com fidelidade ao programa, pode funcionar até mesmo em cidades com o tamanho e os problemas do Rio de Janeiro.” 

28 de junho
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terça-feira, 27 de junho de 2017