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sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Advogados tomam lugar de jogadores no Futebol do Brasil / Corneta F C

Novos astros do futebol brasileiro, advogados estreiam filme

UOL Esporte


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By GuedeX

O protagonismo da droga no México embaça a sensação de segurança do país / BBC

Violência faz Cidade do México perder imagem de oásis de segurança

Atualizado em  27 de dezembro, 2013 - 07:30 (Brasília) 09:30 GMT
Jovens sequestrados no México. Foto: AP
Caso de jovens sequestrados e executados aumentou percepção de violência na Cidade do México
Por anos da guerra contra o narcotráfico, grande parte das cidades no México tiveram constantes conflitos armados, explosões de bombas e aparições de dezenas de cadáveres nas ruas. Mas no período de 2007 a 2011, a capital do país se manteve relativamente isolada da guerra.
Agora este "oásis" parece estar desaparecendo. Nos últimos meses, a Cidade do México registrou o sequestro e execução de 13 jovens, o assassinato de adolescentes e uma disputa de gangues pelo controle do mercado de drogas.
Especialistas e ONGs dizem que o crescimento da violência é reflexo da atuação de novos grupos criminosos no Distrito Federal mexicano que eram relativamente desconhecidos até recentemente.
As autoridades rejeitam esse argumento. "Na Cidade do México o crime organizado não opera", diz o procurador da Justiça Rodolfo Ríos.
Mas para alguns cidadãos, há uma crescente sensação de insegurança.
"Havia uma época, há uns quatro anos, em que a Cidade do México era vista como segura, mas agora já não é mais", disse à BBC María Elena Morera, presidente da organização Causa en Común, entidade que luta por direitos civis.
"Estamos arriscando perder um espaço em que nos sentíamos bastante seguros", diz.

Caso Heaven

Um dos casos que mais despertou preocupações foi o sequestro e execução de 13 jovens no Bar Heaven, que fica em uma das principais regiões turísticas da capital, a Zona Rosa. O ato teria sido uma vingança de traficantes contra um grupo rival, diz a procuradoria geral da Justiça do Distrito Federal.
Os jovens apareceram mortos meses depois em uma vala. As investigações estabeleceram que policiais participaram do sequestro.
O caso do Bar Heaven também provocou divergências políticas entre o governo federal e a prefeitura da Cidade do México. O comissário nacional de Segurança, Manuel Mondragón, diz que gangues de narcotráfico atuam na capital, mas o prefeito, Miguel Mancera, nega.
A sensação de insegurança aumentou. Uma pesquisa recente no jornal Reforma mostrou que 49% dos entrevistados acreditam que o Distrito Federal é menos seguro do que outras cidades do país, enquanto para outros 29% a violência aumentou no último ano.
As autoridades afirmam que se trata meramente de uma percepção popular, já que as estatísticas oficiais indicam que houve uma queda de 12,4% nos índices de criminalidade.
A população duvida dos números oficiais e toma precauções.
"Em dezembro não vamos sair de férias. Sempre passamos o Ano Novo em Acapulco, mas agora os ladrões não nos deram permissão", disse Angélica Zuñiga, que mora no bairro Mixcoac, no sul da capital mexicana.
Para a presidente da ONG Causa en Común, as estatísticas oficiais de crimes podem ser baixas porque muitas pessoas não estariam registrando ocorrências.
A prefeitura da Cidade do México lançou uma nova estratégia de segurança para tentar reconquistar a confiança dos cidadãos. Foram criados gabinetes de segurança nas 16 microrregiões da capital, que deverão elaborar relatórios diários sobre os registros de crimes nas suas áreas.
"Os números são positivos, mas precisamos também combater a percepção – conhecida como insegurança objetiva", diz Mancera. "É algo que precisa ser conquistado a cada dia", afirma.

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

"A MPB foi uma doce jabuticaba" / Hugo Suckman / O Estado da Arte

O Estado da arte

Convidado da semana Hugo Sukman, jornalista e crítico


Doce anomalia

O crítico e jornalista Hugo Sukman expõe tese de que a MPB está restrita ao gueto

A MPB foi uma doce jabuticaba. Ou, em termos menos poéticos, uma maravilhosa anomalia. Enquanto a chamada música popular definhava no mundo inteiro a partir da varredura estética promovida pelo rock americano nos anos 1950 e pelo rock inglês nos anos 60, a música brasileira insistia solitariamente em manter e desenvolver sua vertente popular. Assim mesmo: po-pu-lar, três sílabas complexas, e não a sua corruptela monossilábica — pop —mais direta, pragmática, globalizada. Depois de Elvis e Beatles, a arte de Charles Trenet na França, de Ernesto Lecuona em Cuba, de Cole Porter nos EUA, ou de um Ary Barroso no Brasil — ou seja, a música popular — parecia condenada à extinção, substituída primeiro por clones locais de Elvis e Beatles (alô Jovem Guarda) e depois por variantes da música jovem mundial: BRock, funk carioca, hip-hop paulista, axé, gospel, sertanejos de inspiração folk e country, tecnobrega e assim por diante.
Acontece que no Brasil desenvolveu-se a jabuticaba, doce e única, a tal da MPB. Não se sabe como: se pela força cultural e musical do samba; se pela sólida base do choro; se pela capacidade da bossa nova de pegar o vácuo da decadência da canção americana; se pela herança de Villa-Lobos que germinou em Tom, Baden, Edu, Dori, Gismonti, Toninho Horta, Guinga; se pelo fato de nosso grande ídolo pop-popular, Luiz Gonzaga, ter sido um grande inventor; se pelo gênio de Caymmi e de Vinicius; a graça e a musicalidade de Elis e das grandes cantoras; se por uma geração insuperável de artistas se dedicar justamente à música popular: Chico, Paulinho, Caetano, Gil, Milton, Francis, Aldir, PC Pinheiro, Joyce, João Bosco, Ivan Lins e tantos mais; se pelos reinventores do samba, Martinho, Candeia, Monarco, Elton, Mauro Duarte, Beth Carvalho, Alcione, Wilson Moreira, Nei Lopes; se pelos inventores do Nordeste, Fagner, Belchior, Alceu, Geraldo Azevedo, Morais, Pepeu; e os reinventores do sertão, Renato Teixeira, Almir Sater; se pela criatividade dos bregas; se pela vanguarda de Hermeto, Arrigo e Itamar; se por uma geração de seguidores de Radamés, Moacir Santos, Luiz Eça; se pela associação inicial com rádio, disco e TV, a indústria cultural toda trabalhando a favor.
O fato é que por 50 anos essa geração conseguiu transformar a música popular brasileira em algo criativo e de altíssimo nível estético, mas de fato popular; inegavelmente brasileira e de circulação internacional; que gerava teses acadêmicas e era assoviada nas ruas; que não fazia grandes concessões ao mercado e era sua grande estrela de vendas; que fazia parte da intimidade sentimental dos brasileiros e era porta-voz artístico da nacionalidade, da resistência política à gestação de vanguardas.
A MPB foi, muito provavelmente, a única linguagem artística moderna inteiramente gestada no Brasil e não caudatária, como todas as outras, de matrizes europeias e americanas. Por isso, hoje soa tão estranho quando, no programa “The Voice Brasil”, depois de ouvir alguém cantando a obra-prima “Resposta ao tempo”, feita anos atrás por Cristóvão Bastos e Aldir Blanc para a abertura de uma novela (hoje isso parece impossível), Lulu Santos comenta: “É impressionante como a verdadeira MPB nos aproxima das palavras.” O simpático comentário denota algo de fato estranho: aquela seria a “verdadeira MPB” de um programa musical feito por brasileiros, mas que na forma é dominado por técnicas musicais da soul music americana e no conteúdo traz música estrangeira ou os gêneros brasileiros globalizados. Assim como soa estranho o fato de que entre as 50 músicas mais tocadas nas rádios brasileiras não haja sequer uma “verdadeira MPB”, lista liderada por sertanejos (Bruno & Marrone, Luan Santana) e funk carioca (Anitta, Naldo).
Ou soa ainda mais estranho que numa recente pesquisa do Ibope sobre o gosto musical do brasileiro, o público de MPB apontar Ana Carolina como sua preferência, cantora e compositora de qualidades evidentes mas com uma linguagem pop, descolada da estética emepebista (e quando a abraça, o faz de forma simplificadora, vide seu “Retrato em branco e preto” ou “Beatriz”).
Num outro sintoma, ninguém estranha quando Guinga e Francis Hime são escolhidos para encerrar o Festival Villa-Lobos de 2013 — a música criativa brasileira se aproximando cada vez mais das características geralmente associadas à música clássica, de plateia atenta e restrita. Ou que um Arrigo Barnabé, grande renovador da MPB nos anos 80, hoje se dedique mais a fazer óperas do que canções.
Tal retrato encerra aspectos positivos, como a ascensão ao mercado de consumo de classes desprezadas: das favelas cariocas e seu potente e criativo funk, aos brasileiros do interior que não têm mais vergonha de serem “caipiras” pois, se nos EUA ambos os gêneros são o mainstream, por que não no Brasil? Os aspectos negativos, contudo, também são eloquentes: o baixo nível educacional espelhado pela nova música brasileira, e a vitória de uma campanha feita há décadas para “atualizar” a música jovem brasileira em relação à música jovem mundial.

Enquanto isso, a chamada MPB (na falta de nome melhor) anda nas alcovas, nos becos, nas bocas, nos botecos, de volta ao underground de onde saiu há uns cem anos. Ela está, por exemplo, numa nova e faminta geração de compositores, intérpretes e instrumentistas na faixa dos 30 anos que circula quase despercebida, rara na mídia — e que busca estar perto dos artistas consagrados, aprendendo e levando à frente uma linguagem artística reverenciada no mundo todo, mesmo com eco rouco no Brasil. Está nas escolas, como a Escola Portátil de Música do Rio, na qual mil alunos todos os semestres exercitam e renovam gêneros como o choro e o samba, levando-os para a vida e o mercado (a este a duras penas). Ou na escola espalhada pela dunas e areias do Ceará e mantida pelo Festival de Choro e Jazz de Jericoacoara, que todo ano conjuga música e formação de músicos e plateias num canto afastado do país — entre tantas outras iniciativas heroicas.A MPB está, inteira, na obra de Dori Caymmi, que aos 70 anos vem compondo como garoto, lançando CD atrás de CD para ouvintes jovens e ávidos. Na verdade, é o maior compositor numa linguagem que o Brasil inventou, que o distingue entre as nações, mas que parece querer jogar fora, desperdiçar (como faz com a floresta, com a água, com gente, com tanta coisa). Não se trata de uma mensagem preservacionista ou, pior, reacionária — funk, arrocha e brega são gêneros potencialmente renovadores e divertidos, que mostram a vitalidade musical do Brasil — mas de perceber a marginalização artificial de uma linguagem nossa. Jogar fora essa única linguagem inventada no Brasil: é isso que se quer?

Como será o jornal diário do futuro? / Observatório da Imprensa

Que jornal diário existirá no futuro?

Por Leneide Duarte-Plon em 24/12/2013 na edição 778

O que seria o mundo sem os jornais cotidianos? O que será o mundo do futuro quando a notícia impressa que chega às bancas diariamente for uma coisa do passado?
Nesse contexto de smartphones, iPads, Twitter e demais redes sociais, estações de TV all news, sites e blogs que cobrem os acontecimentos em tempo real, o jornal impresso que aparece nas bancas no dia seguinte parecerá cada dia mais velho se jornalistas e profissionais da comunicação não se debruçarem sobre o futuro do jornal.
Robert Maggiori, filósofo e jornalista do diário francês Libération, responsável pelo suplemento literário semanal do jornal, aprofunda essa reflexão no excelente artigo “O cotidiano de papel, uma singularidade, um futuro”, publicado na quinta-feira (12/12). Nele, Maggiori analisa a verdadeira revolução em curso no mundo, que leva os jornais impressos a desaparecerem ou, na melhor das hipóteses, a perderem parte de seus leitores. Inexorável e paulatinamente.
No dia 13 de dezembro, o Libération – criado em 1973, por um grupo de maoístas unidos em torno do filósofo Jean-Paul Sartre – realizou uma grande festa em Paris para comemorar os 40 anos de inteligência, irreverência e inovação que o jornal representou no panorama da imprensa francesa. Libérationrevolucionou a linguagem e o visual da imprensa francesa. Sempre ligado às causas da esquerda francesa e mundial, o jornal defende com ardor o serviço público e o modelo social francês, ameaçados pela mundialização, pelo neoliberalismo e pela crise.
Apesar de ter como acionista majoritário o milionário Édouard de Rothschild, o Libé – como é conhecido pelos franceses que não conseguem viver sem ele – não esconde suas ideias socialistas, em sintonia com os fundadores. Mas o jornal foi tão atingido pela mudança de paradigmas no mundo da informação quanto seus concorrentes.
Elementos de compreensão
International Herald Tribune (que circulou inicialmente com o nome de The New York Herald no século 19, para informar os americanos expatriados na França) anunciou na edição do dia 14 de outubro que aquele era um número histórico pois no dia seguinte o jornal parava de circular. A partir dali, ele passaria à égide do New York Times e se agora se chama International New York Times. É a crise da imprensa escrita fazendo novas vítimas.
Se a crise, segundo Antonio Gramsci, é aquele estado incerto em que o ‘velho’ ainda não morreu e o ‘novo’ ainda não nasceu, por que na situação crítica em que se encontram os jornais não tentar uma última cartada e pensar uma nova forma de cotidiano que resistiria às forças econômicas, midiáticas e culturais que o destinam a ser relíquia do passado?, perguntou Maggiori em seu artigo.
Segundo ele, não seria necessário lembrar a alteração ou desfiguração do espaço público que provocaria a ausência dos jornais diários nas bancas. Eles são exibidos como emblemas do pluralismo, da liberdade de expressão, da confrontação de opiniões, da ética da discussão e da política deliberativa, da qual fala Habermas.
Mas o jornal não pode se adaptar aos novos tempos aderindo à tentação da notícia breve, sintética, lida às pressas. Ao adotar esse modelo, os jornais se tornariam uma simples colagem de telegramas. Para Maggiori, a imprensa escrita deve continuar a hierarquizar, selecionar, narrar e fornecer ao leitor elementos de compreensão. Ela deve substituir opiniões dadas por todo mundo sobre tudo por uma verdadeira informação que ajude o leitor a formar uma opinião sobre o que realmente acontece no mundo.
Jornal renovado
O panorama no mundo aponta para uma transição em curso. Mais que isso, para uma revolução, que acontece sem que se perceba aonde chegaremos. Os jornais franceses apresentaram 7,1% de queda média nas vendas nos primeiros nove meses de 2013, e nesse contexto Libération teve 16,5% de queda, enquanto o Le Monde teve 5,1% e Le Figaro vendeu menos 3,7% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Nos três primeiros trimestres de 2013, as vendas dos jornais online aumentaram de 39%, em média. O mais representativo salto foi do jornal La Croix (78%), enquanto Le Figaro cresceu 53%, Le Monde 30% e Libération viu os leitores da versão eletrônica aumentarem em 24%.
No setor impresso, a boa notícia em 2013 foi o processo de recuperação das finanças da Quinzaine Littéraire, ameaçada de desaparecer com a morte de seu fundador, Maurice Nadeau, em maio, aos 102 anos. Salva do naufrágio por uma ajuda financeira de intelectuais de diversas áreas, o jornal literário mais prestigioso da França retomou seu ritmo quinzenal despois do recesso de verão. Assim, nasceu em novembro de 2013 a Nouvelle Quinzaine Littéraire, com nova diagramação e uma direção renovada, pronta para continuar a ocupar o panorama intelectual francês nas mais diversas áreas das ciências humanas como um must que é desde 1966, quando foi criada.
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Leneide Duarte-Plon é jornalista, em Pari
s

Chuvas no Espírito Santo / Gazeta online / 26/12/ 2013/ 16 horas

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