Postagem em destaque

"O MAL sempre esteve a serviço do BEM "

Rasgando o Verbo. Todos de uma certa forma foram avisados sobre o Apocalipse e que ele não representaria o fim do mundo, mas o fim de uma Er...

terça-feira, 5 de setembro de 2017

"Essa guerra não é nossa"..."Mas somos nós que morremos por conta dela."

'Essa guerra não é nossa, mas nós morremos por conta dela': os jovens de favelas que querem ter voz na política de drogas



Operação no complexo do alemão
Image captionFamílias frequentemente se veem em meio ao fogo cruzado entre polícia e tráfico. Foto: Bento Fábio

Jovens negros de favelas são as vítimas mais frequentes da guerra às drogas no Rio de Janeiro, segundo estatísticas. Um grupo quer, agora, inverter essa narrativa e assumir protagonismo no debate para buscar um fim a uma política que, na visão deles, mata, prende e viola direitos - sobretudo dos próprios moradores de favelas.
Com o Complexo do Alemão, na Zona Norte do Rio, espraiando-se ao fundo, Sabrina Martina, de 19 anos, a MC Martina, olha para a câmera para transmitir o recado do Movimentos, no vídeo que apresenta o coletivo.
"A guerra contra as drogas significa escolas fechadas, mudança de rotina, preocupação com a nossa família. Em nome dessa guerra, o Estado justifica uma série de violações de direitos contra nós, jovens moradores de favelas. Essa guerra não é nossa", diz a moradora do Alemão.
"Mas somos nós que morremos por conta dela."
O Movimentos é um grupo de 15 jovens que começou a se reunir há mais de um ano e lançou neste sábado o primeiro resultado desses encontros - uma cartilha sobre política de drogas que começa com a questão: "Por que jovens de favelas precisam falar sobre drogas?"
"Nós nunca fomos inseridos nesse debate, mas nós vivemos a política de drogas", diz Jéssica Souto, de 24 anos, compositora e videomaker, também do Alemão.
"Quando entrei no projeto, eu não me dava conta de que tudo que a gente vivia - um vizinho morrendo a cada semana, a escola fechada, o medo de sair de casa - é por causa das drogas. Por causa dessas substâncias e de seus efeitos, morre essa cambada de gente. São anos e anos de ações truculentas, tirando vidas, acabando com milhares de famílias", diz ela.
"A gente não conseguia assimilar o quanto a política de drogas afetava as nossas vidas", complementa André Galdino, de 30 anos, do Complexo da Maré. "Nossos encontros e a formulação da cartilha permitiram desenvolver essa consciência."


Operação policial perto de escola
Image captionJoven relatam experiências negativas no contato com a polícia. Foto: Bento Fábio

Tão longe, tão perto

A cartilha vai ser apresentada no Complexo da Maré em um evento que inclui debate, rap e poesia. Haverá vans saindo de diferentes pontos do Rio para incentivar interessados a irem ao evento - simbolizando a dificuldade de fazer a voz das favelas chegar ao asfalto e de transpor a distância entre dois mundos tão próximos e tão díspares na mesma cidade.
A BBC Brasil conversou com parte dos jovens do Movimentos em outro encontro simbólico de mundos: a Escola Parque, na Barra da Tijuca, colégio particular construtivista frequentado por uma elite que almeja uma educação alternativa.
Jéssica, André e Aristênio Gomes, de 24 anos, saíram cedo de suas casas, na Maré e no Alemão, para chegar ao campus arborizado na Barra. Segundo André, o encontro foi "uma troca saudável", interessante para "confrontar realidades", mas com perguntas que expunham a falta de conhecimento sobre a vida nas favelas - desconhecimento que o grupo está lutando para reduzir.


Foto de prisãoDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionLei de Drogas de 2006 provocou aumento na população carcerária brasileira

Jéssica emocionou os estudantes ao apresentar uma de suas composições, Aborto Social. A música narra a breve vida de um "famoso pivete", abandonado pelo pai após um aborto malogrado, antes mesmo de nascer. "Nasce outro feto sem afeto nesse mundo complicado", diz a canção, sobre uma criança que logo virará bandido e não chegará à vida adulta.

Drogas sem mitos

guia apresenta informações sobre quando jovens começam a ser criminalizados e as consequências da guerra às drogas - citando o aumento de 90% no número de pessoas presas no Brasil entre 2005 e 2013, relacionado à Lei de Drogas de 2006.
A cartilha será distribuída entre ativistas, militantes e lideranças de favelas, no Rio e em outras cidades. O objetivo é oferecer subsídios para multiplicar o debate.
"A cartilha é para discutir como a guerra às drogas afeta as favelas e a sociedade como um todo", opina Jéssica. "Um dos pontos centrais é olhar para o usuário pela ótica da saúde. Assim como temos usuários pesados de álcool, e eles não são tratados à mira de um fuzil."
Jéssica diz ter perdido um amigo há dois meses no Alemão, baleado durante uma troca de tiros. Aristênio diz ter perdido a conta de quantas vezes viveu ou presenciou "achaques" da polícia na Maré, ou que teve a casa revistada, inclusive no meio da noite.


Jovens reunidos
Image captionGrupo de jovens, que começou a se reunir há mais de um ano, quer protagonismo no debate sobre política de drogas. Foto: Divulgação

"Acordei com os gritos da minha mãe. Saí do quarto correndo e dei de cara com um fuzil no peito", lembra. Os três relatam "quase ter morrido" algumas vezes, e delatam a truculência policial como corriqueira nas favelas cariocas.
Questionada sobre as críticas feitas pelo grupo, a Polícia Militar não atendeu ao pedido de resposta da BBC Brasil.
A assessoria de imprensa da Secretaria de Segurança Pública ressaltou que o secretário Roberto Sá formou, como uma de suas ações estratégicas, um grupo de trabalho para debater política de drogas. Com a participação de dez instituições - que reúne das polícias Militar e Civil à Uerj e ao Instituto Igarapé -, o grupo se reuniu três vezes desde sua criação neste ano para "estabelecer um diagnóstico sobre a política de drogas e fomentar parcerias para elaborar ações preventivas".

"Criminalizados, estigmatizados"

A crise econômica no Rio e o aumento da criminalidade no Estado levaram o governo federal a enviar, em julho, o Exército para reforçar a segurança.
Mas os confrontos entre facções criminosas ou entre tráfico e polícia têm sido constantes em favelas cariocas. Na quinta-feira, mais de 5 mil alunos ficaram novamente sem aulas, com 17 escolas fechadas devido a confrontos em favelas cariocas. A rede municipal de ensino só teria funcionado de maneira plena durante oito dias neste ano.
Um vídeo lançado pelo governo federal para promover a atuação de militares causou polêmica ao contrapor imagens idílicas de paisagens do Rio à presença de tanques em favelas, dizendo que o Rio está "ferido", mas segue em frente cheio de "vida, alegria e beleza", e resiste, sabendo que a luta "é de todos nós" - exibindo o aparato militar nas comunidades.
"A guerra às drogas criminaliza e cria estigmas sobre quem vive nas periferias", diz André. "Esse recorte racial ocasiona o genocídio da juventude negra e pobre das favelas."


policiais fazem mira com armas de alto calibre apesar da presença de crianças ao redorDireito de imagemBENTO FABIO
Image captionPoliciais fazem mira com armas de alto calibre, apesar da presença de crianças ao redor

Sem apologia

O Movimentos nasceu em maio do ano passado, quando uma oficina promovida pelo Centro de Estudos e Cidadania da Universidade Cândido Mendes (Cesec) juntou jovens do Rio, de São Paulo e da Bahia para discutir política de drogas.
A partir de então, os encontros se tornaram regulares, passando a ocorrer cerca de duas vezes por mês em favelas ou no Cesec, n o Centro do Rio, com um intercâmbio constante entre a pesquisa acadêmica e a vivência nas comunidades - palavra que o grupo se nega a usar, preferindo falar sempre em favelas.


Jéssica, Aristênio, André e Ana Clara Teles
Image captionDa esquerda para a direita: Jéssica, Aristênio, André e Ana Clara Teles, pesquisadora do Cesec. Foto: Júlia Dias Carneiro

"Ninguém está fazendo apologia do uso ou da venda de drogas. O que esses jovens querem é desafiar o senso comum, desafiar ideias preconcebidas em relação à política de drogas e contribuir para mostrar que a atual política de drogas acaba por legitimar a violência da polícia dentro das favelas", diz a socióloga Julita Lemgruber, uma das coordenadoras do Cesec.
Ana Clara Teles, pesquisadora do Cesec, considera que o grupo tem um duplo papel: trazer o debate sobre política de drogas para dentro das favelas, aumentando a conscientização o impacto da guerra às drogas sobre seu dia a dia; e levar a favela para o centro do debate na cidade, que vê a favela como "coadjuvante".
"A academia tende a construir um olhar enviesado sobre política de drogas. Quando se adota a perspectiva da favela, surgem problemas e questões que precisam estar no centro da discussão. A partir daí, podemos chegar a soluções mais pertinentes e justas para a população como um todo", avalia Teles.
Depois de lançar a cartilha, o grupo vai começar a trabalhar em um documento propositivo para política de drogas e planeja para o fim do ano um encontro nacional reunindo jovens de favelas e periferias para ampliar o debate.

Tópicos relacionados

segunda-feira, 4 de setembro de 2017

"Ideologia de gênero, o embuste final" / Percival Puggina

IDEOLOGIA DE GÊNERO, O EMBUSTE FINAL


Lindossssss, Chaves e Chapolin Coloradopor Percival Puggina. Artigo publicado em 

 Há alguns dias, na apresentação do programa Estúdio I (GloboNews), a jornalista Maria Beltrão entrevistou um casal que decidiu atribuir nome neutro a seu bebê, a quem não tratam como menino ou menina, para que a "identidade sexual" da criatura venha a ser resultado de escolha ou escolhas a fazer no futuro. Durante um bom quarto de hora ambos discorreram sobre o tema, estimulados pela entrevistadora, enquanto esta e demais membros do colegiado opinativo intercalavam expressões de admiração e reverência àquela notável efusão de sabedoria e responsabilidade parental. A ninguém ocorreu perguntar que tipo de escolha pode fazer quem sequer sabe o que é porque não lhe é permitido saber.
 Impossível desconhecer a existência, no Ocidente, de uma articulação para impor as teses da ideologia de gênero através, principalmente, da comunicação social e do sistema de ensino, mirando de modo resoluto e implacável a população infantil. A ideologia de gênero já integra o patrimônio vitorioso do "politicamente correto". Quem vê equívoco no que aquela dupla está fazendo com o bebê, acolhe imediatamente os adjetivos homofóbico, sexista, machista e preconceituoso.
No ano passado, a Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão, motivada pela apresentação do projeto de lei da Escola Sem Partido, emitiu uma Nota Técnicasustentando a inconstitucionalidade do projeto. Nela se lê:
“O que se revela, portanto, no PL e no seu documento inspirador é o inconformismo com a vitória das diversas lutas emancipatórias no processo constituinte: com a formatação de uma sociedade que tem que estar aberta a múltiplas visões do mundo; com o fato de a escola ser um lugar estratégico para a emancipação política e para o fim das ideologias sexistas – que condenam a mulher a uma posição naturalmente inferior, racistas – que representam os não-brancos como os selvagens perpétuos, religiosas – que apresentam o mundo como a criação dos deuses, e de tantas outras que pretendem fulminar as versões contrastantes das verdades que pregam”.

A procuradora federal que assina essa nota técnica, Dra. Deborah Duprat, em debate com o Dr. Miguel Nagib, do Escola Sem Partido, afirmou textualmente: "Ademais, essa percepção equivocada de que a criança pertence à família; que a família tem um poder absoluto (!) sobre a criança - isso não é verdade. A constituição diz que a criança é um problema (?) da família, da sociedade e do Estado. A criança recebe educação na família, mas precisa ser preparada para o espaço público". A construção do espaço público tem uma arquitetura bem clara na mente da Dra. Deborah e ela não admite divergência. Quando a lei federal removeu a ideologia de gênero da Base Nacional Curricular Comum, os burocratas do MEC tentaram impô-la às unidades federadas através de ato administrativo. Mas se fazia necessária a aprovação pelas Assembleias Legislativas e Câmaras de Vereadores. E quando os legislativos começaram a derrubar a proposta, a Dra. Deborah voltou à carga requerendo ao PGR Rodrigo Janot que questionasse junto ao STF a constitucionalidade dessas leis locais restritivas.
O que a jornalista Maria Beltrão e seu colegiado opinativo politicamente correto desconhecem, escudados pela Dra. Débora Duprat (que conhece bem) é que a ideologia de gênero serve-se de algumas minorias, para a ruptura marxista da ordem familiar. A ideologia de gênero é, então, meramente instrumental. O roteiro vai adiante com sua substância política, deixando para trás seres humanos cuja identidade - logo ela - vira uma torre de Babel sempre em construção. Não sei o que mais possa ser adulterado, depois disso, para aprofundar a desumanização do humano.
________________________________
* Percival Puggina (72), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A tomada do Brasil. integrante do grupo Pensar+.

10 criminosos mortos em confronto com a Polícia Civil de São Paulo...


Confronto com a Polícia Civil de SP deixa 10 criminosos mortos

Bando tentava assaltar uma casa de luxo no bairro do Morumbi, na zona oeste da capital paulista, usando fuzil e coletes à prova de balas

Uma ação da Polícia Civil de São Paulo deixou dez criminosos mortos no Morumbi, bairro nobre na Zona Sul da capital, na noite deste domingo. Segundo testemunhas, o tiroteio durou cerca de 5 minutos e não deixou nenhum suspeito vivo. Do lado dos policiais, quatro foram feridos com estilhaços. Todos fazem parte do Departamento de Investigações Criminais (Deic). De acordo com informações da Polícia Civil, os bandidos integravam uma quadrilha especializada em roubos a residência de luxo e vinham sendo monitorados. Eles já teriam promovido ao menos 20 assaltos em São Paulo com uso de armamento pesado.
Na noite do confronto, eles tentavam roubar uma mansão onde estavam um casal e uma filha. Os bandidos vestiam coletes à prova de bala e foram surpreendidos por viaturas do Deic antes de entrar na residência. Nesse momento, cinco assaltantes foram mortos. Em seguida, iniciou-se uma perseguição que resultou no óbito dos demais. Segundo informações preliminares, o confronto ocorreu no meio da Rua Pirapó, deixando moradores assustados. No final da noite, os corpos dos criminosos foram postos por policiais lado a lado no meio da rua, atraindo a atenção de curiosos.
Os criminosos estavam em dois carros, um Fiat Toro vermelho e uma Hyundai Santa Fé prata, que acabou colidindo em poste. Os assaltantes estavam armados com quatro fuzis, segundo o relato dos investigadores. O tiroteio foi tão intenso que os policiais pediram reforço do Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos (Garra), grupo de elite da Polícia Civil. Os mortos já foram identificados e eram moradores da região do Capão Redondo, na zona sul, e de Taboão da Serra, na Grande São Paulo.



"A música alta" ... / Paulo Delgado


Clave, Música, Vibração, Movimento

A música alta 

Quem considera bom e agradável empurrar uma quantidade escandalosa de volume em ambiente fechado adora salva de canhão em cerimônia fúnebre
A música alta domina a parada sem que nenhuma Lava-Jato a detenha. Produz uma prostração das faculdades estéticas auditivas e descontrola a qualidade do som.
Barulho sem fecundidade, sua paixão é se meter em tudo.
Estranha afeição a determina: a de não deixar ninguém conversar.
Um desregramento sonoro que não se interessa pelo ambiente em que explode. Nascida dos erros de todos os sons, violentos decibéis brotam de carros ridículos, enchem salas fechadas, ultrapassam o limite físico concreto.
Mais um defeito nacional confundido com liberdade, e avesso a todo o saber.
Tirana do diálogo, a grosseria da música alta é o próprio egoísmo fora dos limites. Seus adeptos abusam covardemente da posição em que estão, no palco, em fuga, fechados em casa, como se uma disputa alimentasse tal tormento.
Adora ouvinte subalterno, abusa do talento da maioria para a moderação.
Masoquista que ama o sádico, sem juízo, vem em dose dupla quando é acompanhada da cretinice de alguma letra.
Como sempre é de alguma forma contratada, é um desvario observar a devastação no rosto do operador dos berros, a quem se pede, com o tímpano espancado e a garganta esfolada, que tenha a misericórdia de abaixar o som.
Reclamar, e não sair, é ser vencido pelo mundo do abatimento diante do auditório cativo que pede mais barulho.
Um apelo que logo vira zombaria e dolorosamente reduz ao seu limite conservador o não-músico, subjugado pela histeria moderna que suplanta a vagueza das afeições surgidas nos bailes cheios de dedo e acordes de piano.
Uma das infelicidades da música alta é a multidão de circunstâncias contidas no coração de quem a imagina música. Explicação que escapa a todas as esperanças.
Quem considera bom e agradável empurrar uma quantidade escandalosa de volume em ambiente fechado adora salva de canhão em cerimônia fúnebre.
A habilidade daquela coisa desconcertante é a imposição variada de nenhuma nota musical por tanto tempo.
Quem imagina estar submetido a ilusões artísticas, verá que se encontra inteiramente atacado pela mais completa intolerância à música.
O poder de privar as pessoas de saborear acordes que domina as festas atuais sugere algum tédio. Uma alegria pasteurizada que não precisa treinar o ouvido para decodificar o som que está a sua volta. Músicas físicas, defeitos da paixão, impostas como desejos do coração.
A música alta conspira contra o tempo da formação involuntária, natural, tranquila, por etapas que leva a pessoa a perceber por si só o universal. Uma incultura fanática e febril, o regresso do animalzinho humano à vida dos animais. A deriva do desejo, delírio do ócio pelo absoluto do vazio.
E nesse frenesi de empilhamento sem partitura a música barulhenta é um desvio de perspectiva.
Uma vez abandonado o gosto pela música boa, não há nenhuma esperança de retorno a ela, pois a condição essencial para alguém gostar do que é bom é achar isso natural. O mesmo se pode dizer que quem começa pela ruim, dificilmente chega à boa. Uma silenciosa adulação comercial para o mau gosto.
Alma não tem nada a ver com razão, mas música tem tudo a ver com audição. Ou não? Ir mal e escapar impune não é um problema só de políticos.

Humor de Amarildo...

A charge de Amarildo

Charge (Foto: Amarildo)