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domingo, 3 de dezembro de 2017

"Que bom era ser comunista, desde que fora de um país comunista." // Roberto Pompeu de Toledo


Roberto Pompeu de Toledo 

Sob proteção

Que bom ser comunista, desde que fora de um país comunista

Publicado na edição impressa de VEJA
As comemorações do centenário da Revolução Russa enfatizaram o fracasso do comunismo nos países em que ele exerceu o poder. Faltou conferir igual ênfase ao sucesso obtido nos países em que ele esteve fora do poder — sua capacidade de mobilização, os vultuosos eleitores que reuniu, sua atração sobre os jovens de talento. Tome-se o caso do historiador francês Paul Veyne, um dos maiores especialistas em Antiguidades do nosso tempo. Em 1951, aos 21 anos, recém-admitido na prestigiosa Escola Normal, ele ingressou, com direito à correspondente carteirinha de sócio, no Partido Comunista Francês (PCF). Seu entusiasmo era moderado. Veyne não acreditava nos “amanhãs que cantam” apregoados pelo poeta Aragon, ao descrever o glorioso advento do comunismo. Mas via no imperativo de ingressar no partido uma questão de “bem ou de mal, de moral, de altruísmo.”
Paul Veyne descreve sua adesão ao comunismo — com precisão e inteligência que valem para muitos além das circunstâncias francesas — no livro de memórias que publicou em 2014. Já circulavam as narrativas dos crimes de Stalin. O “paraíso socialista” da fábula dava lugar à realidade de uma tirania totalitária. No entanto, aderir ao comunismo, mesmo contra evidências que saltavam à vista, obedecia a um “valor moral”, explica Veyne:
“Na verdade, a escolha de um valor é sempre individual (cada indivíduo faz sua escolha), mas, aos olhos desse indivíduo, essa escolha não é subjetiva como os gostos ou as cores; o valor de um objeto é sentido como pertencendo objetivamente a esse objeto, e não como vindo de mim. Quando aderimos a um valor (o altruísmo, a humanidade, o respeito à natureza), temos o sentimento de responder a um apelo desse objeto mesmo, de termos para com ele um dever de não indiferença, ainda que outros indivíduos, que fizeram uma outra escolha, não sintam nada disso.”
Tampouco os podres do PCF eram suficientes para afugentar os crentes. Maurice Thorez, o número 1 da agremiação, morava num apartamento de seis cômodos, e, quando sua esposa, Jeannette Vermeersch, foi questionada a respeito, respondeu: “Você queria que o secretário-geral do nosso grande partido morasse num pardieiro?”. Certa vez o motorista de um alto funcionário do partido confidenciou a um grupo de alunos da Escola Normal que costumava leva-lo a encontros amorosos com a mulher de outra alta figura do partido. Em paralelo a tais diabruras vigorava a exigência de uma estrita moralidade sexual. Não se admitiam casais não casados. E quando, na “célula” de Veyne, se descobriu um homossexual, a reação foi (1) abafar o caso e (2) recomendar ao infeliz camarada “que se tratasse”.
O PCF, com seu meio milhão de militantes e alguns milhões de eleitores, era o maior partido da França. Na Europa só tinha rival no Partido Comunista Italiano. Herdara a mística da Resistência, para a qual forneceu a maioria dos integrantes, e, num mundo traumatizado pelos 60 milhões de mortos da II Guerra Mundial, alardeava-se “no campo da paz”, contra os propósitos belicosos que atribuía aos Estados Unidos, então em guerra na Coreia. As duas superpotências tinham bombas nucleares, mas a bomba soviética, segundo a conveniente divisão entre os bons e os maus, era “a bomba da paz”.
Enquanto permaneceu no partido (até 1956), Veyne abrigou uma “dúvida secreta”. Seria o PCF realmente o campeão dos desfavorecidos: “Em realidade”, escreve, “seu papel era o de atiçar, em benefício da União Soviética, o odioso ciúme da outrora grande França diante dos Estados Unidos.” Os mais lúcidos entre os comunistas franceses sabiam das perseguições dos campos de trabalho forçado e das “autocríticas” arrancadas aos dissidentes da URSS, mas se esforçavam em não pensar nisso. Tampouco, segundo Veyne, se perguntavam se o comunismo era realmente “um bom meio de assegurar a prosperidade dos desfavorecidos.”
Num daqueles dias, passando por Cannes,  Veyne deu com a frota americana do Mediterrâneo ancorada no porto. “É preferível ver isso a ver encouraçados soviéticos”, comentou, provocando na irmã, que o acompanhava, um sorriso maroto. Escreve Veyne: “Eu contava com os Estados Unidos; era um comunista sob a proteção americana”. Sua reação revela uma das razões do sucesso do comunismo, na França, na Itália e em outros países. Que bom era ser comunista, desde que fora de um país comunista.

"J. R. Guzzo: Quem é quem " / coluna de Augusto Nunes


J. R. Guzzo: Quem é quem 

Seria uma beleza se os políticos fossem julgados por aquilo que fazem



Publicado no Blog Fatos
O Brasil está precisando, cada vez mais, de um “Quem é Quem” permanente em sua vida pública, a ser publicado de preferência todos os dias, como o Diário Oficial, para que as pessoas possam ter um mínimo de noção sobre a verdadeira natureza dos políticos que andam por aí – todos eles. Em geral, no momento, esse povo é apresentado pela mídia e por suas biografias oficiais (pagas por você), como sendo deste ou daquele partido, desta ou daquela corrente, e em seus currículos aparece em destaque todo o bem que fizeram até hoje para os brasileiros e para a humanidade em geral. Esse amontoado de informações não serve para nada. Praticamente tudo que está ali, na verdade, serve justamente para ocultar quem o sujeito realmente é. O “Quem é Quem” que seria de fato útil para o Brasil é um outro. Ele mostraria quem são os nossos homens públicos não por suas palavras, mas por seus atos.
Um episódio ocorrido dias atrás demonstra com muita clareza os benefícios que a população teria com um sistema permanente de informações sobre os políticos que vivem à suas custas. Ao mostrar o que fazem, em vez de repetir o que dizem, deixaria óbvio para todos os contribuintes quem é essa gente, de fato, na vida real. Um deputado do PT de quem pouco se sabia até agora, um Paulo Pimenta, conseguiu de repente os seus cinco minutos de fama – deu “voz de prisão” num corredor do Senado a uma mulher do movimento político “Nas Ruas”, que se opõe com agressividade à esquerda e, quanto tem oportunidade, atormenta os políticos do PT e suas sesmarias. “Voz de prisão”? Isso é coisa de polícia, e não de um deputado de “esquerda”, do “campo progressista” e defensor das “causas populares”, como esse Pimenta diz que é. Mais: é hoje uma piada francamente extraordinária, neste país de roubalheira desesperada, que um deputado brasileiro, e ainda mais do PT, tenha a pretensão de dar “voz de prisão” a alguém. Deputado, hoje em dia, tem mais é de fazer o contrário: dar duro todos os dias para ver se consegue, ele próprio, ficar do lado de fora do xadrez.
O surto de “autoridade” do deputado – do tipo “eu mando prender”, etc. – foi particularmente mesquinho, como em geral acontece nesses casos. Após uma altercação com a manifestante, ele perdeu o prumo e disse para ela uma das coisas provavelmente mais infelizes que poderia ter dito: “Vai trabalhar”. Um deputado mandando alguém “trabalhar”? Com uma deixa dessas só poderia mesmo ter ouvido o que ouviu: “Eu trabalho, sim, não fico roubando como vocês”. Ficou bravo, foi tirar satisfação e levou mais uma: “Ué, o PT não rouba?” Era um caso perdido, mas o deputado, cercado pela segurança do Congresso, resolveu crescer para cima de uma mulher com metade do seu tamanho, desarmada e no exercício dos seus direitos. Aí, utilizando uma coragem que mostra bem que tipo de homem ele é, mandou a polícia legislativa prender a oponente. Não deu em nada, obviamente, porque a “ordem” do deputado era um disparate, fruto apenas de um acesso de neurastenia. Ela foi afastada dali, ouvida na delegacia local e de lá voltou para casa.
O deputado Jair Bolsonaro, que causa tantos pesadelos ao Brasil civilizado por suas convicções “totalitárias”, nunca mandou prender ninguém em sete mandatos consecutivos como parlamentar. O deputado Paulo Pimenta, que passa por um formoso democrata dedicado à proteção dos pobres e desvalidos, pensa automaticamente em “cadeia” logo na primeira fez que toma uma pancada. É assim que as coisas deveriam aparecer no “Quem é Quem”. Jair Bolsonaro é Jair Bolsonaro. Paulo Pimenta é o PT em estado puro, exatamente como ele e o seu partido são.

Notícias terríveis e inacreditáveis de Brasília... / coluna de Cláudio Humberto


03 DE DEZEMBRO DE 2017
O presidente Michel Temer disse a esta coluna que estava informado de que lhe seria favorável o parecer de Flávio Pansieri, no Conselho Federal da OAB, sobre as acusações da Procuradoria Geral. Por isso, afirmou, o resultado final foi para ele uma “surpresa enorme”. Em áudio enviado a conselheiros da OAB e obtido pela coluna, Pansieri isentava Temer e acusava “manipulação” na gravação de Joesley, mas no dia seguinte, designado relator pelo presidente da OAB, mudou de opinião.
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Temer afirmou que soube da posição de Pansieri contrária à denúncia por meio de um conselheiro da OAB, cuja identidade prefere preservar.
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No áudio (disponível no site diariodopoder.com.br), Pansieri afirma categoricamente que a gravação de Joesley Batista é “prova ilícita”.
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O advogado diz que mudou de ideia após Temer dar “entrevista confirmando os fatos”. Na verdade, foi um pronunciamento em que Temer negou tudo, inclusive a intenção de renunciar.
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Pansieri destaca também que o relatório final, elaborado por uma comissão, foi aprovado em decisão unânime. Incluindo seu voto, claro.
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No caso de confirmação da ainda improvável candidatura em 2018, em razão das condenações e mais meia dúzia de processos em curso, o ex-presidente Lula será candidato a presidente pela sexta vez. É um um recorde no Brasil. Desde a redemocratização, Lula só não foi candidato em 2010 e 2014. Nos EUA, por exemplo, apenas Harold Stassen, tentou mais vezes que Lula: foi nove vezes candidato.
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Já condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro e à espera de novas condenações, dificilmente o ex-presidente disputará em 2018.
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Presidentes longevos como François Miterrand (França), Vladimir Putin (Rússia) e Evo Morales (Bolívia) se candidataram três vezes ao cargo.
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Carlos Arthur Nuzman disputou e venceu a eleição para presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) pela sexta vez. Depois foi preso.
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A primeira vitória do Brasil contra a Suíça é, quem diria, na economia. Nosso PIB cresceu 1,4% no terceiro trimestre de 2017 em comparação ao mesmo período de 2016. Nosso adversário na Copa teve 1,2%.
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Segundo o Fundo Monetário Internacional, a renda per capita Suíça encerrou outubro de 2017 em US$80.840 (R$263,2 mil). No Brasil, cresceu mais de 15% de 2016 a 2017 para US$10,2 mil (R$ 33, 2 mil).
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Para o experiente treinador Murici Ramalho a Seleção está definida. Mas acha que o treinador Tite terá de dar um jeito de encaixar três craques do Grêmio no time que vai à Copa da Rússia: Geromel, Luan e principalmente Arthur, o maior destaque do campeão das Américas.
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Segundo dados do Fundo Monetário Internacional (FMI), o Qatar é proporcionalmente o país mais rico do mundo: cada cidadão tem renda média de US$124,9 mil. No Brasil, a média é US$ 10 mil.
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Projeto do deputado Sandro Alex (PSD-PR) obriga acostamento em todas as rodovias federais. Poderia obrigar também estradas decentes: estudo da CNT mostra que 80% das nossas estradas nem asfalto têm.
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A Confederação Nacional da Indústria divulga nesta segunda-feira os resultados dos indicadores de outubro. Com o crescimento de 0,1% no PIB no último trimestre, a expectativa é de aquecimento no setor.
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Alvo de operação policial, a falsificação de equipamentos médicos e odontológicos é tema do seminário “Combate à Pirataria e Proteção à Saúde” realizado esta semana pela Abimo no Ministério da Justiça.
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A Agência Nacional do Petróleo iniciou processo de “oferta permanente de áreas” em campos e blocos de exploração de petróleo que foram devolvidos ao poder público após o debacle da Petrobras e “amigões” da estatal como a OGX de Eike Batista, que devolveu oito blocos.
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...Rodrigo Maia diz que ser realista é melhor que ser muito otimista. Assim como ser eleito é melhor que ser deputado.

Frases... / John Fields

Frases 
No Brasil, país dos eufemismos não existe guerra-civil mas, pode-se trocar esta desconfortável expressão por

 guerra-judicial