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sábado, 27 de setembro de 2014

2.500 funcionários demitidos por corrupção! É um número pequeno? !

http://www.imil.org.br/blog/mais-de-2500-servidores-foram-demitidos-por-corrupo/

Mais de 2500 servidores foram demitidos por corrupção

A Controladoria Geral da União (CGU) enviou ao Ministério Público Federal relatório com informações de servidores demitidos do serviço público federal nos últimos cinco anos por envolvimento em casos de corrupção. São mais de 2500 servidores demitidos, com aposentadorias cassadas ou destituídos de cargos em comissão no período de janeiro de 2009 a janeiro de 2014.
A 5.ª Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público Federal informou que as demissões ocorreram em quase todos os ministérios, assim como órgãos ligados a eles e agências de regulação. O relatório representa o compromisso entre a CGU e o Ministério Público Federal para o fortalecimento do combate à corrupção no país. O documento apresentado pela Controladoria poderá subsidiar eventuais ações criminais e de improbidade administrativa, caso ainda não tenham sido propostas, contra os servidores demitidos.
A Câmara pretende, ainda, consolidar as medidas jurídicas adotadas pelo MPF e alimentar um banco nacional sobre a atuação do órgão. Esses dados consolidados serão repassados à CGU, que também contabilizará esses números como resultado da atuação conjunta. De acordo com o coordenador da 5ª Câmara de Coordenação e Revisão – que se dedica ao combate à corrupção -, Nicolao Dino, os dados serão repassados às unidades do MPF nos Estados, onde funcionam núcleos de combate à corrupção – braço do MPF que investiga malfeitos com recursos púbicos.
A parceria entre o Ministério Público Federal e a Controladoria Geral da União foi celebrada no dia 4 de setembro na forma de Protocolo de Cooperação Técnica. O Protocolo é subscrito pelo ministro Jorge Hage, da CGU, e pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
Fonte: Estadão.

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

"A República está à venda" / Instituto Millenium


A República está à venda

A partir de informações reveladas por importante semanário nacional, o Brasil, mais uma vez, fica perplexo diante da desfaçatez política. Sem cortinas, as notícias publicadas indicam a existência de complexa organização criminosa que, desviando recursos da Petrobras, alimentava uma multifacetada rede de corrupção, formada por políticos diversos e partidos plurais; segundo o informado, além de concatenações no Executivo, o crime chegaria ao coração do Legislativo, envolvendo supostamente a presidência de ambas as casas parlamentares. Não faço juízo de valor nem digo que sim ou não; apenas registro o fato noticiado.
O que fica é a certeza de que a política está cada vez mais transformada em um caso de polícia
É claro, no entanto, que a simples possibilidade do fato já é de fazer corar um frade de pedra. Afinal, admitir, mesmo que hipoteticamente, a eventual existência de subterrânea rede de esgoto político, no núcleo central do poder republicano, com vista a irrigar o produto criminoso de uma ética desviada de personalidades transviadas da ética, bem expõe o elevado grau de necrose das instituições políticas brasileiras. Pelo visto, o famigerado “mensalão” foi um simples café pequeno, pois, desta vez, o esquema rompe as cifras dos milhões para atingir um patamar bilionário. Enfim, a ganância de nossos corruptos parece ilimitada; pensam que tudo podem, mesmo que o tudo seja um absoluto nada moral.
Sabidamente, a vida ensina que aquilo que atenta contra a natureza das coisas uma hora desmorona sobre suas pífias estruturas. Sim, a corrupção é poderosa, mas todo poder corrupto é fútil. E a futilidade, por maior que seja o brilho da superfície, é frágil em sua substância. Assim, quando menos se esperava, através do instituto da delação premiada, uma das peças centrais do esquema criminoso falou, jogando luzes sobre as sombras do delito potencial.
Naturalmente, as informações reveladas serão investigadas pelas autoridades competentes. Até aqui, o que fica é a certeza de que a política está cada vez mais transformada em um caso de polícia. O crime está subjugando a República para vender a democracia brasileira. Aliás, quanto será que custa a cadeira do Planalto?
Fonte: Zero Hora, 9/9/2014

terça-feira, 17 de junho de 2014

Governo gasta mais em estádios do que investe em dois anos na Saúde...



Home » Blog » Valor gasto em estádios equivale a dois anos de investimentos federais em Saúde

Valor gasto em estádios equivale a dois anos de investimentos federais em Saúde

Os R$ 8 bilhões gastos com a construção dos estádios para a Copa do Mundo equivalem ao dobro do investido pelo governo federal em saúde em 2013 e é maior que valor de investimentos em educação no ano passado. Em 2013, o Ministério da Saúde investiu R$ 3,9 bilhões. No Ministério da Educação, os valores aplicados no exercício passado foram de R$ 7,6 bilhões.
Em defesa às críticas em relação a disparidade entre os gastos com os estádios da Copa e os investimentos nas áreas, a presidente Dilma Rousseff afirmou que os “investimentos” federais nas áreas foram de R$ 825 bilhões desde 2010, mais de cem vezes o gasto em estádios – R$ 8 bilhões.
O valor ressaltado pela presidente, no entanto, diz respeito a todos os dispêndios com saúde e educação, desde o pagamento de pessoal aos gastos com o custeio das pastas, e não apenas aos investimentos (GND4). Esses – que englobam apenas as aplicações em obras e compra de equipamentos, ou seja, contribuem diretamente para a formação ou aquisição de um bem de capital – foram bem mais baixos.
De acordo com pesquisa realizada pelo Contas Abertas com dados do Ministério do Planejamento, de 2010 para cá, R$ 719,6 bilhões foram gastos nos ministérios da saúde e educação, considerados os valores correntes de cada ano. Os investimentos representam apenas R$ 47,5 bilhões deste montante.
Dilma também afirmou que R$ 106 bilhões serão “investidos” em saúde em 2014, e R$ 83,3 bilhões em educação. O orçamento atualizado para os Ministérios prevê dotações ainda maiores – R$ 106,7 bilhões e R$ 112,4 bilhões, respectivamente -, mas os recursos orçados para investimentos somam R$ 9,9 bilhões e R$ 14,1 bilhões.
Em termos de comparação exclusivamente em investimentos, com os R$ 8 bilhões gastos na construção dos estádio seria possível construir 4.000 Unidades de Pronto Atendimento (UPA 24h) de porte II, que cobrem locais que possuem entre 100 mil e 200 mil habitantes e recebem até 300 pacientes diariamente.
Com o valor também seria possível erguer 2.263 escolas com capacidade de 432 alunos por turno, cada. Uma escola com 12 salas de aula e quadra coberta, financiada pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), custa R$ 3,5 milhões.
Como o Contas Abertas divulgou ontem, o deputado Romário (PSB-RJ) afirmou ser lamentável a presidente da república dissimular números para confundir a população. “Ela não pode comparar investimentos em estádios com o orçamento global para saúde ou educação. Investimentos com estádios devem ser comparados com investimentos na construção de hospitais ou escolas”, afirmou o parlamentar.
O deputado também destacou que alguns estádios, em sua maioria financiados com dinheiro do governo federal, serão pagos pelos estados e municípios – além do Distrito federal – , com recursos públicos . Dessa forma, segundo ele, não é correto, por exemplo, comparar o valor que a União gasta com saúde com os R$ 1,6 bilhão que o Distrito Federal gastou com construção do Mané Garrincha. “Dilma está tentando defender o indefensável e cada dia se enrola mais com suas próprias palavras”, defende Romário.
Fonte: Contas Abertas.

sábado, 14 de junho de 2014

PT e o dom de iludir...


Home » Blog » Dilma inflou dado sobre a diminuição da miséria, diz IPEA

Banco de Imagem - bombear, por, manual, bomba ar, com, pressão, indicador. Fotosearch - Busca de Fotografias, Fotografia Poster, Imagens e Fotos Clip ArtDilma inflou dado sobre a diminuição da miséria, diz IPEA 

Cálculos do instituto apontam que 8,4 milhões de pessoas saíram da miséria no Brasil e não 36 milhões, como declarou a presidente
Para o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), a presidente Dilma Rousseff usou dados inflados sobre a redução da miséria no Brasil no pronunciamento sobre a Copa do Mundo, transmitido em cadeia nacional na última terça-feira, 10.
Segundo o IPEA, informações do próprio governo derrubam a afirmação da presidente de que “em uma década foram retirados 36 milhões de brasileiros da miséria”.
Conforme um estudo publicado pelo IPEA em outubro do ano passado, de 2002 a 2012, o número de pessoas na extrema pobreza caiu de 14,9 milhões para 6,5 milhões. Ou seja, uma queda de 8,4 milhões ao longo dos primeiros dez anos da administração petista.
Segundo o IPEA, o balanço comunicado pelo governo foi retirado de um cálculo hipotético sobre o programa Bolsa Família, feito em 2013, pelo Ministério do Desenvolvimento Social. Esse levantamento calcula apenas o número de beneficiários do programa, sem comparar a quantidade de pessoas que ainda vivem em situação de extrema miséria.
“Em 2011, havia 36 milhões de pessoas, beneficiárias do Bolsa Família, que estariam na miséria caso sobrevivessem apenas com sua renda familiar”, diz o balanço do Ministério do Desenvolvimento Social.
Fontes: Opinião e Notícia

sexta-feira, 13 de junho de 2014

FMI está preocupado com a situação imobiliária...

http://www.imil.org.br/blog/fmi-pede-medidas-urgentes-para-evitar-crise-imobiliria/?utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed%3A+org%2Fhetj+%28Instituto+Millenium%29

segunda-feira, 9 de junho de 2014

PT tem o dom de iludir... / Guilherme Fiuza


Maquete do Itaquerão

Cínicos, e daí? 

Durante sete anos, as autoridades federais rebateram os prognósticos de que o Brasil não se prepararia a contento para sediar a Copa do Mundo. Diante do bordão “imagina na Copa”, que apontava flagrantes de desorganização, o governo criticava os pessimistas de plantão. Como a Copa chegou e a bagunça geral não é mais uma questão de pessimismo, os companheiros já têm outra resposta na ponta da língua: “E daí?”
“As obras que não ficarem prontas para a Copa ficarão prontas em agosto, em setembro. E daí?”, argumentou o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho. De fato, não há problema. Até porque, se as obras não ficarem prontas em setembro (para a eleição), ficarão prontas em novembro, em dezembro (para o Natal). E daí? O povo pode votar tranquilo em Dilma, que um dia ela entrega o prometido.
Pobre Neymar. O astro das únicas jogadas limpas nesse lodaçal tem que ver o ônibus em que está ser esmurrado por manifestantes retardatários
O Brasil teve sete anos para consertar o caos dos aeroportos e da aviação civil. E o governo popular passou sete anos humilhando os passageiros — até com falta de banheiro e ar-condicionado — para enfim, às vésperas da Copa, decidir entregar os aeroportos à iniciativa privada (que infelizmente não tem varinha de condão). Não pôde fazer isso antes, porque a Agência Nacional de Aviação Civil estava alugada à quadrilha de Rosemary Noronha, a protegida de Lula e Dilma. E daí?
São coisas da vida. Numa variação ousada da nova resposta padrão, Dilma Rousseff peitou os críticos: “Estamos atrasados em relação a quê?”
Como se vê, não há como responsabilizar o governo popular por nada. Tudo é relativo. A reforma dos aeroportos está atrasada em relação a quê? Em relação ao Itaquerão, por exemplo, não há atraso nenhum. O estádio que Lula mandou o contribuinte dar de presente ao Corinthians e comparsas associados só será testado, em plena capacidade e com o sistema de comunicação funcionando, na abertura da Copa. Quem considera isso um absurdo e uma temeridade está atrasado em relação ao moderno conceito de governo sereno e despreocupado.
Com isso, Dilma quis dizer também que os atrasos em relação à Copa são um detalhe, porque as obras não são para um torneio, “são para os brasileiros”. Enfim, esqueçam a Copa do Mundo. A vida continua. Um dia você vai entender que valeu a pena esperar Rosemary encher os bolsos para viajar num aeroporto decente.
E nesse exercício de libertar a todos da ansiedade com a Copa, Gilberto Carvalho mostrou que os brasileiros devem lamber os beiços com os presentes que estão ganhando de graça e fora de época: “Eu diria que não há atraso, há na verdade uma antecipação de obras que as cidades não teriam.” Ou seja: deixe de ser ingrato e espere sentado pelas coisas que o governo nem ia lhe dar.
Já que a Copa do Mundo é um pretexto para o governo fazer o que não ia fazer, poderia ter planejado há sete anos a expansão do metrô nas maiores capitais. É o tipo de obra crucial que depende de verba federal. Havia tempo e dinheiro para isso, mas a dinastia Lula-Dilma preferiu enterrar uma fortuna do BNDES em estádios novinhos (2,5 bilhões de reais só para o Mané Garrincha e o Itaquerão). E daí?
Não pergunte por que os negócios com o evento esportivo são mais atraentes. Apenas olhe o prontuário das instituições envolvidas. A Polícia Federal está investigando a relação entre uma consultoria de planejamento da Copa, contratada pelo Ministério dos Esportes, e o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, sempre ele. Está tudo em casa. É um mundo de oportunidades subterrâneas, que passou os últimos sete anos exalando seu cheiro pelos bueiros, sem perturbar o sono dessas almas penadas que agora ficam atrapalhando o trânsito e gritando que não vai ter Copa.
Pobre Neymar. O astro das únicas jogadas limpas nesse lodaçal tem que ver o ônibus em que está ser esmurrado por manifestantes retardatários — ou, como diria Daniel Alves sobre a turma da banana, retardados. Mas também aí se pode recorrer à ponderação da presidente: retardados em relação a quê?
O governo popular se especializou em relativização. Até o déficit público é relativo, dependendo da quantidade de maquiagem utilizada. O IBGE também já estava preparado para relativizar os dados do desemprego, com a decisão de suspender a pesquisa nacional contínua. Mas a manobra vazou, a pesquisa continuou e o aumento do desemprego apareceu. E daí?
Uma cara de pau bem atarraxada vale por mil explicações desonestas. No julgamento do mensalão, o deputado André Vargas — esse mesmo que chegou ao olimpo petista turbinado pelo doleiro da Petrobras — tentou proibir a transmissão ao vivo das sessões no Supremo. A TV atrapalha a relativização das coisas. E, já que a preparação do país para a Copa foi salva pelas palavras palacianas, talvez seja melhor substituir logo a transmissão dos jogos por boletins da Presidência. Aí ninguém nos tira o hexa.
Fonte: O Globo, 07/06/2014.

quinta-feira, 3 de abril de 2014

O PT transformou o STF em um 'puxadinho' do Palácio do Planalto

O PT ganhou no tapetão

O julgamento do mensalão reforçou os defeitos do Poder Judiciário. A lentidão para apreciar as ações, a linguagem embolada e oca de juízes, promotores e advogados, o burocratismo e a leniência quando crimes são cometidos por poderosos.
O Supremo Tribunal Federal, ao longo da história republicana, em diversos momentos foi subserviente frente ao Poder Executivo, ignorou a Constituição e as leis — por mais incrível que isto pareça. Mas rasgar uma decisão produto de um processo que se estende desde 2007 — quando a denúncia foi aceita — isto nunca ocorreu. A revisão da condenação por formação de quadrilha da liderança petista foi o ato mais vergonhoso da história do STF desde a redemocratização.
Até 2012, o governo federal deu pouca importância à Ação Penal 470. Mesmo a nomeação dos novos ministros foi feita sem dar muita atenção a um possível julgamento. Um deles, inclusive, foi indicado simplesmente para agradar ao então todo poderoso governador Sérgio Cabral.
Afinal, o processo vinha se arrastando desde agosto de 2007. Muitos esperavam que sequer entraria na pauta do STF e que as possíveis penas estariam prescritas quando do julgamento. Porém, graças ao árduo trabalho do ministro Joaquim Barbosa e do Ministério Público, a instrução do processo foi concluída em 2011.
"Derrubada a condenação por formação de quadrilha, o processo no seu conjunto ficou absolutamente incompreensível"
O presidente Ayres Brito, de acordo com o regimento da Corte, encaminhou então o processo para o exame do revisor. Esperava-se que seria questão meramente burocrática, como de hábito. Ledo engano. O ministro Ricardo Lewandowski segurou o processo com a firmeza de um Gilmar dos Santos Neves. E só “soltou” o processo — seis meses depois — por determinação expressa de Ayres Brito.
O calendário do julgamento foi aprovado em junho de 2012. Registre-se: sem a presença de Lewandowski. Dois meses antes, o ministro Gilmar Mendes repeliu (e denunciou publicamente) uma tentativa de chantagem do ex-presidente Lula, que tentou vinculá-lo ao “empresário” Carlinhos Cachoeira.
Em agosto, finalmente, começou o julgamento. Diziam à época que as brilhantes defesas levariam ao encerramento do processo com a absolvição dos principais réus. Os advogados mais caros foram aqueles que pior desempenharam seus papéis. O Midas da advocacia brasileira foi o Pacheco do julgamento, sequer conseguiu ocupar os 60 minutos regulamentares para defender seu cliente.
Os inimigos da democracia perderam novamente. Foram sentenciados 25 réus — inclusive a liderança petista. Desde então, as atenções ficaram voltadas para tentar — por todos os meios — alterar o resultado do julgamento. A estratégia incluiu a nomeação de ministros que, seguramente, votariam pela absolvição do crime de formação de quadrilha.
Mas faltava rasgar a Lei 8.038, que não permitia nenhum tipo de recurso para uma ação penal originária, como foi o processo do mensalão. E o PT conseguiu que o plenário — já com uma nova composição — aceitasse os recursos. A partir daí o resultado era esperado
Derrubada a condenação por formação de quadrilha, o processo no seu conjunto ficou absolutamente incompreensível. Como explicar — para só falar dos sentenciados — que 25 pessoas de diversos estados da federação, exercendo distintas atividades profissionais e de posições sociais díspares, tenham participado de toda a trama? Foi por mero acaso? Banqueiros, donos de agências de publicidade, políticos de expressão, ministro, sindicalistas, funcionários partidários e meros empregados com funções subalternas não formaram uma quadrilha para através do desvio de dinheiro público comprar uma maioria na Câmara dos Deputados? E as dezenas de reuniões entre os sentenciados? E as condenações por peculato, corrupção ativa e passiva? E os crimes de gestão fraudulenta e evasão de divisas?
Parodiando um ministro do STF, o processo do mensalão não fecha. Neste caso, é melhor derrubar as condenações (claro que, seguindo a tradição brasileira, somente dos poderosos, excluindo as funcionárias da SM&P) e considerar tudo como um mal-entendido.
Deve ser registrado que toda esta sórdida manobra não encontrou resposta devida do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Nas últimas sessões estava macambúzio. Pouco falou. E, quando teve a oportunidade de expor as teses do Ministério Público, deu a impressão que o fez com enfado, como uma pesada obrigação. A única semelhança com a enérgica atuação do procurador Roberto Gurgel foi o uso dos óculos.
O PT ganhou no tapetão, para usar uma metáfora ao gosto do réu oculto do mensalão, o ex-presidente Lula. Para os padrões da Justiça brasileira, o resultado pode até ser considerado uma vitória. Afinal, mesmo que por um brevíssimo período, poderosos políticos estão presos. Mas fica um gosto amargo.
A virada de mesa reforça a sensação de impunidade, estimula o crime e a violência em toda a sociedade. O pior é que a decisão foi da instância máxima do Judiciário, aquela que deveria dar o exemplo na aplicação da justiça.
Mas, se a atual composição do STF não passa de uma correia de transmissão do Executivo Federal, a coisa vai ficar ainda pior. Os ministros que incomodam a claque petista — por manterem a independência e julgarem segundo os autos do processo — estão de saída. Dois deles, nos próximos meses, devem se aposentar. Aí teremos uma Corte que não vai criar mais nenhum transtorno aos marginais do poder. Não fará justiça. Mas isto é apenas um detalhe. O que importa é transformar o STF em um simples puxadinho do Palácio do Planalto. Afinal, vai ficar tudo dominado.
Fonte: O Globo, 11/03/2014

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Delúbio sabe onde o dinheiro está ! / Guilherme Fiuza

Delúbio para o Banco Central

O Brasil está preocupado à toa com a inflação estourando a meta, com os aumentos escorchantes das mensalidades escolares e de todos os preços não administrados, com a disparada do dólar, a subida dos juros e o crescimento pífio. Os brasileiros votam no PT há um tempão e, mesmo assim, ainda não aprenderam que, com os petistas no poder, não há risco de faltar dinheiro. Foi preciso uma demonstração de força dos mensaleiros presos para acalmar o mercado.
As estrelas encarceradas do PT, como se sabe, são muito influentes. Ao longo de todo o arrastado processo do mensalão, passando anos na condição de réu, e mesmo depois de denunciado por corrupção ativa e formação de quadrilha, José Dirceu levou vida normal. Ou melhor: levou vida anormal, para um réu acusado de crimes tão graves. Na penumbra ou à luz do dia, sua mão continuou a ser beijada por políticos em geral, aí inclusos governadores e ministros de Estado. Os aniversários de Dirceu nunca deixaram de ser uma alegre reunião de cúpula da república petista & associados.
O Brasil achou isso tudo normalíssimo. Por que governadores e ministros corriam o risco do desgaste de ir beijar a mão de Dirceu, um político proscrito, acusado de chefiar o maior esquema de corrupção da história da República? Não bastaria puxar o saco de Lula e de Dilma para cativar o lugar no Olimpo petista? Um mistério. Igualmente misteriosa foi a campanha para reintegrar Delúbio Soares ao PT. O ex-tesoureiro acusado de operar o mensalão com Marcos Valério tinha sido expulso do partido após o estouro do escândalo. Recebeu assim o carimbo de culpado dos próprios companheiros. Por que o PT inteiro se mobilizou para trazer de volta essa figura queimada, publicamente associada à ladroagem dos cofres públicos? Outro mistério.
Com o andar da carruagem e a desenvoltura dos condenados que cerram os punhos para o céu, esses mistérios deixam de parecer tão misteriosos. Por que o governo popular e o partido do Lula, ou vice-versa, não evitam os presidiários mensaleiros nem em véspera de eleição, com todo o desgaste que isso pode trazer? É simples. Porque os mensaleiros têm o dom de fazer aparecer dinheiro quando e onde os companheiros precisarem.
É hora de mandar às favas os escrúpulos de consciência e botar Delúbio Soares na presidência do Banco Central. Chega de intermediários
O ex-expulso Delúbio mostrou à nação o que é o verdadeiro poder econômico. Condenado a pagar uma multa de R$ 466.888 pelos crimes do mensalão, Delúbio arrecadou – em pouco mais de uma semana – a bagatela de R$ 1 milhão. Mais que o dobro do necessário, em tempo recorde, para mostrar, de uma vez por todas, que dinheiro não é problema neste país – pelo menos para quem tem estrela no peito e sabe poupar.
Antes de montar seu site para doações, Delúbio já começara a forrar seu caixa com um adiantamento oferecido pelo PT, extraído do que sobrara da arrecadação de mais de meio milhão de reais para pagar a multa de José Genoino. Como se vê, o dinheiro sobra. A formidável sobra de Delúbio será repassada aos caixas de José Dirceu e João Paulo Cunha, e assim por diante. As astronômicas multas do mensalão não fizeram nem cócegas nas finanças dos mensaleiros. É quase como se fossem bem-vindas, um estímulo a mais para os companheiros mostrarem que país rico é país sem pobreza – e partido rico é partido com o tesoureiro certo.
O dinheiro desviado pelo escândalo do mensalão – algo em torno de R$ 150 milhões, até onde o Ministério Público conseguiu enxergar ninguém sabe onde foi parar. Apesar do julgamento apoteótico no Supremo tribunal Federal, o processo revela apenas que R$ 32 milhões foi a quantia flagrada em distribuição para os companheiros leais. O resto da dinheirama lavrada pelo valerioduto nos cofres da nação, e entregue ao PT, sumiu.
O sucesso arrebatador da arrecadação de Delúbio e seus amigos vem comprovar mais um admirável equilíbrio da natureza: se há o dinheiro que some, há o dinheiro que aparece.
O Brasil está perdendo tempo em discussões intermináveis sobre política macroeconômica, terremoto cambial, drenagem de investimentos nos mercados emergentes -especialmente os emergentes que maquiam suas contas. Nada disso é problema. É hora de mandar às favas os escrúpulos de consciência e botar Delúbio Soares na presidência do Banco Central. Chega de intermediários.
Fonte: Época

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

O poder dos livros traz surpresas... / Roberto Damatta

Home » Artigos » Imprevistos

Imprevistos 

Eu disse e repito: livros são tão vivos quanto as pessoas. Gritam, soluçam, silenciam, pregam, ensinam, sugerem, inspiram e podem ser usados, descartados e esquecidos.
Uma vez, quando tomei parte numa homenagem ao professor Richard Moneygrand, em New Caledonia, Estados Unidos, depois das formalidades fui à sua casa para fechar a noite. Moneygrand estava muito feliz. Havia bebido bem, mas não perdera a compostura, pois nele o mero álcool apenas acentuava o seu desprendido amor pelos outros, inclusive pelos seus mais ferozes inimigos: o grupo contrário ao estudo do Brasil como algo distinto da “américa-latina” na sua universidade. Na ocasião desse último trago, ele comentou comigo que havia tido uma conversa extraordinária com uma mulher e como essa criatura lhe fora simpática, amável e até mesmo atraente, apesar da idade. “Tive com ela — disse-me com um ar que transpirava a felicidade da ocasião — um encontro notável. Ela sabia muito da minha obra, conhecia alguns detalhes das minhas viagens ao Brasil e, mais que tudo, tinha simpatia pela minhas opiniões. Mas veja como são as coisas… Eu não me lembro do seu nome — como a memória é imprevista.”
“Dick — repliquei — aquele senhora simpática era Lana, sua terceira esposa, lembra?”
Meu velho mentor arregalou os olhos, soltou uma das suas vastas gargalhadas e após dar um beijinho na sua quarta ou quinta mulher (agora eu é que não lembro), a Susan Smith, já substituída por outras, repetiu o seu velho refrão: “A cada nova pesquisa e livro — uma esposa nova ou uma nova esposa!”, disse ele piscando um olho muito azul em direção à minha cara de pateta sempre paralisado pela culpa.
Voltemos, porém, aos livros. Eles são esquecidos, mas podem ser sempre lembrados, pois mudam as nossas vidas.
Não me esqueço da minha primeira leitura de “Dom Casmurro”, realizada numa aldeia apinajé pelos idos dos anos 60. Peguei o livro certo de que ele ia me conduzir ao sono que dribla a solidão, mas ocorreu o justo oposto. Fui enredado pelo texto até o amanhecer porque um lado meu queria ver Capitu castigada; enquanto um outro, recordava um beijo enviesado, exatamente igual ao de Bentinho, e isso me fazia duvidar da infâmia da heroína, obrigando-me a desconfiar de uma exposição feita por um sujeito tão ciumento quanto eu.
"Valores não são encontrados, mas fabricados"
Os leitores de Isaiah Berlin sabem como ele criticou modelos e verdades absolutas desde que, ainda criança, passou pelo trauma de testemunhar em fevereiro de 1917, um grupo arrastando um policial czarista numa rua de Petrogrado. Sua trajetória intelectual, contada num memorável ensaio autobiográfico na “The New York Review of Books” (de maio de 1998), é uma confissão de como os livros dos grandes pensadores iluministas, produtores de certezas sobre as famosas leis da história e da sociedade — parte de uma philosophia perennis —, foram substituídos pelo encontro com o “Ciência nova”, de Giambattista Vico, e com os ensaios sobre a linguagem e a história de Johann Gottfried von Herder. Vico tornou Berlin consciente dos valores que fazem com que as ações tenham sentido para quem as faz. Para ele, o verdadeiro conhecimento não é saber como as coisas são, mas como as coisas são o que são. Um lugar somente alcançado quando se penetra nos motivos, temores, esperanças e ambições dos outros. Podemos fazer isso porque, como eles, somos humanos e também movidos por contradições, dúvidas e limites. Nossos imprevistos ajudam a compreender imprevistos.
Com Herder, Berlin percebeu que culturas diferentes davam respostas diferentes a problemas igualmente diferentes. Ele assim aprendeu a duvidar de verdades eternas e inquestionáveis, supostamente corretas para todos os homens em todo tempo e lugar.
Esses fundadores da antropologia cultural, fizeram com que Isaiah Berlin duvidasse das ideias que se apresentavam como verdades objetivas escritas no céu e prontas para serem copiadas. A leitura de Vico e Herder revelou como as verdades eram criadas pelos homens. Valores não são encontrados, mas fabricados. Quando um poeta faz uma poesia em português, ele não apenas usa a língua: ele a reinventa. Um membro de uma sociedade é uma expressão e, ao mesmo tempo, um fazedor da sua sociedade. A singularidade conta tanto ou mais do que o geral e o universal.
Lamento não não ter espaço para elaborar essas desassossegadas ideias. Mas elas mostram como os livros, como as pessoas, falam, ensinam, influenciam e dizem coisas de modo tão concreto quanto um amigo ou um inimigo.
Na casa de Miriam e Eduardo Raposo, onde fui celebrar os elos de simpatia que cimentam o departamento de Ciências Sociais da PUC-Rio, ouvi do filho do casal, o Ian, a seguinte história:
— Professor Roberto, olhe o que me aconteceu. Estava na praia e dela brotou um hippie que vendia artesanato. Ele havia abandonado sua casa e família para viver na rua.
Curioso, perguntei o que o havia feito tomar esse caminho. A resposta lhe interessa, professor. Ele me disse o seguinte: “Eu decidi largar tudo depois de ter lido um dos livros do Roberto DaMatta.”
— Qual? — perguntei, entre o aflito e o curioso.
— Não me lembro. Talvez “A casa e a rua” ou “Carnavais, malandros e heróis”…
— É, pode ser… — concluí, assustado, com o poder dos livros.

sábado, 28 de dezembro de 2013

Poderia ser melhor? Possivelmente sim!

http://www.imil.org.br/artigos/por-desempenho-pfio/

 “Por que o desempenho pífio?”
Por João Manoel Pinho de Mello e Vinicius Carrasco*
O processo de concessões tem causado perplexidade. O estado da infraestrutura brasileira é péssimo. Os custos de transporte para escoamento da safra são enormes. A situação dos aeroportos é deplorável — idem para ferrovias. Portanto, há muito valor represado, que seria produzido facilmente pela melhoria das condições de infraestrutura. O petróleo do pré-sal continua sob água, terra e sal. Evidentemente, a “opção real” representada pelo pré-sal tem enorme valor, desde que consigamos explorá-lo a custos razoáveis. O suposto sucesso do recente leilão do Galeão e de Confins nos permite, momentaneamente, promover o desempenho de desastroso para apenas medíocre. Em um país com a carência de infraestrutura, o pagamento de prêmios altos deveria ser a regra, não a exceção. Por que o desempenho pífio?
A doença é autoinfligida, o que pode ser auspicioso. Como diz o ditado, “a melhor coisa de bater a cabeça contra a parede é que você se sente bem quando para.” Se o governo parar, o alívio será imediato. Parar significa:
1. Criar um ambiente seguro de investimentos. Parece enganosamente simples; e é. Parar de renegociar contratos. Parar de querer adivinhar e ditar, de Brasília, quais os retornos que diferentes setores devam ter. Não ajustar tarifas de pedágios por pressão popular não ajuda.
2. Simplicidade no desenho de mercados. Esquemas complicados afugentam investidores. No caso da BR-262, o investidor privado seria parceiro do Dnit nos outros dois trechos da estrada. Claro que a demanda pelo serviço do trecho privado dependerá das condições
dos outros trechos da estrada.
Talvez o mais importante seja que o governo se decida: quer o setor privado como parceiro? A esquizofrenia é gritante
3. Deixar a vergonha de lado e privatizar de fato. O marco regulatório do pré-sal, uma colcha de retalhos, sugere essa vergonha. A Petrobras ser sócia de todos os poços é ruim, pois coloca muita pressão sobre o caixa da empresa. A obrigatoriedade de que a Petrobras seja a operadora de todos os poços é uma decisão incompreensível. É natural, e mesmo desejável, que a Petrobras concentre seus esforços em projetos – i.e., poços – nos quais tem mais interesse econômico. Mas os investidores dos outros poços, naturalmente, anteciparão que a Petrobras não dará prioridade para seus poços, o que afugenta o investimento. O desenho parece ter sido feito para que a Petrobras seja, necessariamente, majoritária em todos os poços. Nesse sentido, deu certo: os investidores privados fugiram do leilão de Libra.
Talvez o mais importante seja que o governo se decida: quer o setor privado como parceiro? A esquizofrenia é gritante. Por um lado, hostiliza os investidores de energia elétrica e bancos, para citar apenas dois exemplos, e desenha um marco regulatório para o pré-sal fadado a afastar o investimento privado. Por outro, reclama que o setor privado não entende os sinais que o governo emite: tudo é um “problema de comunicação”. Na verdade, é um problema de concepção, o que sugere pouca vontade de parar de bater a cabeça na parede: o DNA deste governo é estatista, desconfia por princípio do setor privado.
*Vinicius Carrasco é economista, professor assistente do Departamento de Economia da Pontifícia Universidade Católica (PUC-RJ).

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

"A Imprensa faz mal à democracia" / Democracia fará BO no STF por declaração

Lula revela: a imprensa faz mal à democracia

6 de novembro de 2013 
Autor: Guilherme Fiuza
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Guilherme Fiuza
Discursando no Senado, em comemoração aos 25 anos de promulgação da Constituição, Lula disse que a imprensa “avacalha a política”. E explicou que quem agride a política propõe a ditadura. Parem as máquinas: para o ex-presidente Luiz Inácio da Silva, a imprensa brasileira atenta contra a democracia. É uma acusação grave.
O Brasil não tinha se dado conta de que os jornais, as rádios, a internet e as televisões punham em risco sua vida democrática. Felizmente o país tem um líder atento como Lula, capaz de perceber que os jornalistas brasileiros estão tramando uma ditadura. Espera-se que a denúncia do filho do Brasil e pai do PT tenha acontecido a tempo de evitar o pior.
No mesmo discurso, Lula cobriu José Sarney de elogios. Disse que o senador maranhense, então presidente da República, foi tão importante na Constituinte quanto Ulysses Guimarães. Para Lula, Sarney sim é, ao contrário da imprensa, um herói da democracia.
É compreensível essa afinidade entre os dois ex-presidentes. Sarney e seu filho Fernando armaram a mordaça contra O Estado de S. Paulo. Proibiram o jornal de publicar notícias sobre a investigação da família Sarney por tráfico de influência no Senado, durante o governo do PT. Isso é que é democracia.
Parem as máquinas: para o ex-presidente Luiz Inácio da Silva, a imprensa brasileira atenta contra a democracia. É uma acusação grave
A imprensa é mesmo um perigo para a política nacional. Ela acaba de espalhar mais uma coisa horrenda sobre o governo popular – divulgou um relatório do FMI que denuncia a “contabilidade criativa” na tesouraria de Dilma. Contabilidade criativa é uma expressão macia para roubo, já que se trata de fraudar números para esconder dívidas e gastar mais o dinheiro do contribuinte. Assim, a imprensa avacalha a política petista, cassando-lhe o direito democrático de avacalhar as contas públicas.
Lula faz essa declaração no momento em que manifestantes em São Paulo e no Rio de Janeiro, numa epidemia fascista, depredam e incendeiam carros da imprensa, além de agredir jornalistas. Luiz Inácio sabe o que faz. Sabe que suas palavras são gasolina nesse fogo. E não há nada mais democrático do que insuflar vândalos contra a imprensa – já que o método Sarney de mordaça é muito trabalhoso, além de caro.
Do fundo do mar, onde desapareceu há 21 anos, Ulysses Guimarães deve estar quase vindo à tona para tentar entender como Lula conseguiu exaltar a Constituição cidadã e condenar a imprensa num mesmo discurso. Ulysses morreu vendo a imprensa expor os podres de um presidente que seria posto na rua. Ulysses viu a imprensa ressurgir depois do massacre militar contra a liberdade de expressão. Ele mesmo doou parte de sua vida nessa batalha contra o silêncio de chumbo. Ao promulgar a Constituição cidadã, jamais imaginaria que, um quarto de século depois, um ex-oprimido descobriria que o mal da democracia é a imprensa. E estimularia jovens boçais a fazer o que os tanques faziam contra essa praga do jornalismo.
Lula saiu de seu discurso no Senado e foi almoçar com Collor – cujo governo democraticamente conduzido pelo esquema PC também foi avacalhado pelos jornalistas.
A união entre Lula e Collor é uma das garantias do Brasil contra a ditadura da imprensa, essa entidade truculenta e abelhuda. E o país se tranquiliza ainda mais ao saber que Lula e Collor estão unidos a Sarney. Com esse trio, a democracia brasileira está a salvo.
Chegará o dia em que a televisão e o rádio servirão apenas aos pronunciamentos de Dilma Rousseff em nome de seus padrinhos, poupando os brasileiros de assuntos ditatoriais como mensalão, contabilidade criativa, tráfico de influência, Rosemary Noronha e outras avacalhações.
Infelizmente Collor se atrasou e não pôde comparecer ao almoço. Lula pôde celebrar seu discurso com outros democratas, como o seu anfitrião, o senador Gim Argello (PTB-DF) – a quem a imprensa golpista também vive avacalhando, só porque ele responde a vários processos e a inquérito no STF por apropriação indébita, peculato, lavagem de dinheiro e corrupção passiva. Com a mídia avacalhando a política desse jeito, não dá nem para almoçar em paz com um amigo do peito.
A Argentina e a Venezuela, que Lula e o PT exaltam como exemplos de democracia, já conseguiram domesticar boa parte da imprensa. Com a reeleição de Dilma, o Brasil chega lá.