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quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Continua o leilão do governo Dilma ... A CEF pode ser colocada em negociação com o PMDB

Dilma agora cogita entregar a Caixa ao PMDB

Josias de Souza
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A passagem de Lula por Brasília pode render um presente ao PMDB, uma poltrona mais cobiçada do que muitos ministérios. Por sugestão do padrinho, Dilma passou a cogitar a hipótese de entregar a um indicado do partido do vice-presidente Michel Temer a presidência da Caixa Econômica Federal, hoje ocupada pela petista Miriam Belchior, ex-ministra do Planejamento. As conversas prosseguem. Porém, ainda que a intenção não se materialize, a simples insinuação do movimento dá uma ideia do ponto a que chegou o governo.

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Reflexão de beira de urna... A galinha e o político / blog do Josias


Reflexão de beira de urna: a galinha e o político

Josias de Souza
A diferença entre a galinha e o político é uma questão de tempo. A galinha cacareja e entrega sua mercadoria na hora. O político também cacareja. Mas só daqui a quatro anos você vai saber se ele botou o ovo.
– Ilustração via Miran.

quinta-feira, 30 de abril de 2015

Mais um discuso infeliz da presidente Dilma ... Agora colocou a culpa da situação atual do Brasil em Pedro Alvares Cabral e na família real portuguesa.


Dilma, corrupção e novo lema: sempre foi assim

Josias de Souza
Não é que Dilma Rousseff não veja a solução. O que ela não enxerga é que se tornou parte do problema. Ao discursar no 3º Festival da Juventude Rural, em Brasília, a presidente deseducou a plateia ao culpar o Brasil dos tempos coloniais pela corrupção que assola o seu governo. “Essa confusão entre o que é privado e o que é público vem lá de trás nesse país. Tem a mesma idade que a escravidão”, disse.
“A confusão entre o que é bem individual e o que é bem público decorre de uma coisa chamada patrimonialismo, que era típico da oligarquia rural brasileira, que achava que o Brasil como nação era só dela, porque uma parte da população era escrava e não tinha direito nenhum'', acrescentou Dilma.
O ponto mais importante das declarações de Dilma pode ser lido nas entrelinhas: sempre foi assim, eis o que a presidente declarou, com outras palavras. Num instante em que o país descobre que a Petrobras virou uma Chicago entregue a um cartel de Al Capones, Dilma se achega aos refletores para informar que a culpa é da família real portuguesa, que trouxe o patrimonialismo para o Brasil.
São mesmo fascinantes os meandros da historiografia nacional. No seu esforço para salvar pelo menos o verbete da enciclopédia, Dilma escreve uma página inusitada, na qual o mais importante é o não-declarado. A presidente se abstém de explicar que o patrimonialismo tem variados graus de profundidade. Os ladrões assaltam mais ou menos conforme a omissão —ou cumplicidade— daqueles que têm o poder de terceirizar a chave dos cofres.
Dilma esquece de dizer que a roubalheira costuma atingir proporções inimagináveis, como no Brasil dos dias que correm, quando os governantes permitem que o fenômeno se institucionalize. O assalto e o rateio dos butins passam a ser, então, planejados.
Ao difundir a tese segundo a qual sempre foi assim, Dilma desperdiça um tempo que poderia ser usado para responder a uma indagação mais atual e relevante: por que não foi diferente agora? Ah, todo governo faz isso, argumenta o neopetismo. Verdade. Mas a degradação chegou a níveis extremos. No caso da Petrobras, houve uma inovação.
O rateio das diretorias da estatal entre os partidos não seguiu a lógica convencional do patrimonialismo à brasileira. Adotou-se na Petrobras a mesma sistemática usada pelos traficantes de cocaína do Rio de Janeiro para dividir —na saliva ou nas armas—as zonas da cidade em que cada um tocará o seu negócio.

terça-feira, 21 de abril de 2015

Josias de Souza sobre Brasília... Existem duas : uma majestática outra pejorativa !


Existe “Brasília” e existe Brasília, não confunda

Josias de Souza

A Capital da República completa 55 anos nesta terça-feira (21). E a melhor homenagem que se pode render à cidade é a proclamação da existência de duas brasílias. Existe Brasília, o lugar, e existe “Brasília”, a entidade supra-geográfica. Conheço ambas por dentro. E posso assegurar: Brasília não se confunde com “Brasília”. Sem aspas, é coletivo majestático. Com aspas, é coletivo pejorativo. “Brasília” dá a Brasília uma péssima e imerecida fama.
Lembro da ocasião em que Brasília entrou na minha vida. Criança, perdi momentaneamente o pai para a alucinação de JK. Serralheiro, ele deixou mulher e filhos na periferia de São Paulo e foi ajudar a tirar do papel as obras de arte de Niemeyer. Só buscou a família depois da inauguração. Cheguei à nova capital com seis anos.
Para os servidores públicos arrancados da orla marítima do Rio, Brasília era o inferno banhado por um oceano de poeira. Para o peão que içou a família dos fundões medonhos de São Paulo, a cidade era um mar de oportunidades. Impressionavam-me mais as boas escolas públicas do que o pó vermelho.
Foi graças a essas escolas que pude perceber Brasília como parte de um Brasil fervilhante, em que o stalinismo de Niemeyer se misturava ao reacionarismo de Nelson Rodrigues, ao gênio de Guimarães Rosa, à Bossa Nova, ao Cinema Novo, à poesia concreta… Hoje, imagino que fantástica unidade estilística teria o Brasil se a ditadura militar não tivesse atrapalhado esse surto redentor.
Só na adolescência tive consciência plena da existência da outra “Brasília”, espécie de marco das desilusões nacionais, gênese do país da inflação crônica e da nação refém das empreiteiras. Jovem jornalista, comecei a percorrer as entranhas obscuras do poder exercido nessa cidade com aspas.
Já estava tudo lá: o “quanto eu levo nisso?'' como estilo de vida, o lobby como regime de governo, o patrimonialismo como programa de ação, a licitação mutretada como método de enriquecimento… A diferença é que, hoje, todas essas mazelas são praticadas em escala industrial.
Diz-se que uma cidade nascida de um imenso canteiro de obras plantado no meio do nada, com máquinas pesadas movimentando-se sobre a lama, não poderia dar em  outra coisa. Tolice. A Lava Jato está aí para demonstrar que grandes obras públicas terminam em falta de escrúpulos em qualquer outro lugar do Brasil.
Aliás, a “Brasília” aética é uma eterna forasteira em Brasília. Ela vem de todos os lugares do Brasil, rouba (ops!) a cena de terça a quinta-feira, e volta às origens. Deixa para trás uma Brasília habitada por duas gerações de pessoas que sonham com a chegada do dia em que poderão festejar o aniversário de sua cidade sem o incômodo das aspas.