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sexta-feira, 31 de agosto de 2012

O Brasil está atrasado em segurança da Tecnologia de Informação

Brasil está entre países mais vulneráveis em segurança da informação

POSTADO POR Renato Mota , ÀS 9:01 EM 31/08/2012
O Brasil está entre os países mais vulneráveis do mundo quando se trata de segurança da informação. A produção científica brasileira na área é baixa e, por isso, o país é considerado ?seguidor?, por lançar novas tecnologias muito tempo depois dos outros países. Estas constatações estão no livro Tecnologias da Informação e Comunicação: Competição, Políticas e Tendências, lançado por pesquisadores e colaboradores do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Do ponto de vista das políticas públicas, o técnico do Ipea Luis Claudio Kubota, um dos organizadores da obra, disse que o país precisa ficar atento, pois o mercado de tecnologia da informação é extremamente globalizado e dominado tanto por operadoras quanto por fornecedores de equipamentos estrangeiros.
Outra questão diz respeito à convergência digital, que é uma realidade cada vez maior e une as telecomunicações e a tecnologia da informação, com dispositivos móveis, como os celulares inteligentes (smartphones) e os contéudos. ?De certa forma, as agência regulatórias não estão muito adaptadas para este novo mundo. Estão muito focadas, cada uma na sua caixinha. Por isso, existe, hoje, por exemplo, a necessidade da Anatel [Agência Nacional de Telecomunicações] se articular com a Ancine [Agência Nacional de Cinema]?, disse Kubota.
Para o pesquisador, embora tenha melhorado muito no aspecto de participação em órgãos de padronização e de patentes e no volume de produções científicas, o Brasil inicia seu desenvolvimento científico em uma base muito pequena. ?A participação do país em produção científica é muito pequena, se comparada com a de outros países. Além disso o mercado é seguidor, porque lança as tecnologias com muitos anos de atraso.?
Samuel César da Cruz Junior, que também é técnico do Ipea, cita outra questão delicada, a da segurança da informação, e diz que são necessárias várias ações para evitar a vulnerabilidade do país em uma época em que a guerra cibernética constitui grande preocupação para muitos governos. No capítulo Alerta sobre Insegurança da Informação: Cenário Brasileiro e Recomendações, Samuel César destaca que o grande volume de produção, armazenamento e transferência de dados entre diferentes dispositivos e diversas redes resulta em um aumento significativo da vulnerabilidade e das ameaças à segurança da informação.
?A questão da segurança é muito delicada e a solução depende de um conjunto de ações, como maior regulação, porque as redes brasileiras são muito vulneráveis a ataques. Hoje existem botnets [redes de computadores infectadas por bots, um programa malicioso de computador que permite controlar equipamentos à distância] que podem ser utilizados para ataques cibernéticos?, lembra. Hoje, operadoras e fornecedores de serviços de acesso são muito vulneráveis, disse ele.
As mudanças passariam também pela conscientização dos usuários, e principalmente das empresas, que têm, muitas vezes, sistemas que funcionam ininterruptamente, mas não têm a proteção necessária para perceber atividades estranhas nos sistemas. ?Em novembro de 2011, quando fizemos o levantamento, o Brasil tinha nove domínios entre os 200 mais contaminados do mundo. Mas existe um conjunto de ferramentas que devem ser usadas, como os firewall, os antivírus etc. Sempre atualizados, reduzem em 95% os ataques que ocorrem.? [da Agência Brasil]

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

"...A criação de filhos é uma experiência menos satisfatória do que todos queremos acreditar que seja...."

http://www1.folha.uol.com.br/colunas/contardocalligaris/1145229-o-menino-acorrentado.shtml

contardo calligaris

 

30/08/2012 - 03h00

O menino acorrentado


A notícia apareceu na internet na quinta passada, dia 23: no Paraná, um menino de nove anos foi encontrado acorrentado, sozinho em casa, sem água e sem comida ao seu alcance. A mãe e o padrasto foram trabalhar e o deixaram assim. Na primeira reportagem, as explicações do comportamento dos pais estavam no condicional: segundo eles, "seria" a primeira vez, e o menino "estaria" envolvido com drogas. Ou seja, opróbrio nos pais cruéis.
Mais tarde, o site da CGN publicou uma entrevista com o padrasto. Pergunta: "Você sabe que agora, por mais que você tenha tido uma boa intenção, vocês vão responder judicialmente pela atitude que vocês tiveram?". O padrasto: "Com certeza. Só que acontece que eu não vou criar um moleque ladrão, maconheiro e bandido dentro da minha casa, para, amanhã ou depois, vocês jogarem na minha cara que eu não fui pai e não pude educar".
Depois de o padrasto expor um rosário de roubos cometidos pela criança, nova pergunta: "Não era o caso de procurarem a Polícia Militar e falarem: 'Está assim! Não estamos conseguindo (...)', em vez de acorrentar essa criança em casa?". E o padrasto: "A minha esposa já ligou (para a PM), acho que umas três ou quatro vezes. Mas ele sai de casa, ele some".
No dia seguinte, a TV Tarobá ouviu a mãe e o menino. Para a mãe, "se tentar segurar (o menino), é pau, pedra, tijolo, faca, o que tiver na frente ele taca. Não tem quem segure". O menino acrescentou detalhes, como a vez em que cortou o braço da irmã com gilete. A mãe: "Às vezes, é melhor acorrentar ali, do que ver mais tarde ele virar um bandido, um ladrão, um drogado. E você olhar na minha cara e falar que eu não criei meu filho, que eu não prestei para ser mãe". Detalhe: fora a corrente no pé, o menino não apresentava nenhum sinal de maus-tratos.
Foi assim que, em um dia, passamos da indignação pela violência dos pais à perplexidade (humilde) diante da tarefa impossível de educar.
Os pais têm razão: se o menino se tornasse ladrão e bandido, há sabichões que os acusariam. Os mesmos sabichões diriam, aliás, que, se os pais tiveram que acorrentar o menino, é porque eles fizeram algo muito errado --algo que comprometeu sua própria autoridade.
Adoraríamos que os sabichões tivessem razão. Saberíamos com certeza que o fracasso da autoridade depende da falta de amor e de cuidados: "Você não cuidou bem de seu filho? Pior para você: ele não te respeitará. Bem feito". Ou, então, o contrário (tanto faz, o que importa é fazer de conta que a gente saiba o que não dá certo): "Você sempre o mimou. Por preguiça ou pela vontade de vê-lo rindo como você nunca riu, você foi permissivo, e por isso ele nunca te respeitará".
Infelizmente, ninguém sabe o que faz que uma educação dê certo. E pais e filhos, perdidos (os primeiros no desespero e os segundos no desafio), acabam acreditando, um dia, como no caso do menino do Paraná, que o fundamento da autoridade e da rebeldia seja a força --eu te acorrento, e você vem com gilete.
Uma pesquisa famosa de Daniel Kahneman, em 2004 (http://migre.me/asSPV, para assinantes), constatou que criar filhos não é uma fonte de bem-estar. No melhor dos casos, criar filhos deixa uma lembrança boa (idealizada), mas é uma experiência dura e, às vezes, ruim. Na mesma linha, para Daniel Gilbert ("O Que nos Faz Felizes", Campus), os filhos e o dinheiro são as coisas das quais pensamos erroneamente que nos fariam felizes.
Uma recente pesquisa feita por M. Myrskylä (http://migre.me/as4jY) foi recebida com alívio porque mostra apenas isto: 1) depois da dureza e das crises dos primeiros meses do filho, os casais não desmoronam definitivamente na infelicidade, mas, aos poucos, eles voltam ao nível de bem-estar de quatro ou cinco anos antes de engravidar; 2) depois dos 40, os casais com filhos adultos estão um pouco melhor do que os que não tiveram filhos.
Seja como for, a criação dos filhos é uma experiência menos satisfatória do que todos queremos acreditar que seja.
O que foi? Será que, de repente, na modernidade, perdemos a mão, e ninguém sabe mais ser pai direito? Por que, na hora de educar, nossos avós pareciam se sair melhor do que a gente --com menos questionamentos e menos dramas?
É uma questão de expectativas: eles não esperavam nem um pouco que criar filhos lhes trouxesse a felicidade. E é uma questão de lugar: para eles, as crianças não eram o centro da vida dos adultos.
Contardo Calligaris
Contardo Calligaris, italiano, é psicanalista, doutor em psicologia clínica e escritor. Ensinou Estudos Culturais na New School de NY e foi professor de antropologia médica na Universidade da Califórnia em Berkeley. Reflete sobre cultura, modernidade e as aventuras do espírito contemporâneo (patológicas e ordinárias). Escreve às quintas na versão impressa de "Ilustrada".

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Mais maluquice de namoro

As moças já deviam evitar namoros de rapazes sem cadastro....

RS: amigos contam que decapitada recebia ameaças de namorado
29 de agosto de 2012 10h51 atualizado às 12h19

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Notíci
Autor do assassinato teria escrito pedido de desculpas na parede. Foto: Polícia Civil/Divulgação Autor do assassinato teria escrito pedido de desculpas na parede
Foto: Polícia Civil/Divulgação

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Daniel Favero
Direto de Estrela
Amigos de Andressa Hann, 22 anos, a garota de programa que teria sido morta e decapitada pelo ex-namorado, na cidade de Imigrante, a 140 km de Porto Alegre, disseram nesta quarta-feira que o suspeito Gilson Alan Altmann, 26 anos, já tinha ameaçado matá-la caso ela ficasse grávida. Para eles, esta é uma opção possível.
"Ele sempre falou que se ela aparecesse grávida, iria matá-la", disse um amigo de Andressa, que preferiu não se identificar. Na opinião dele, a motivação do crime não seria a profissão de Andressa. "Todo mundo sabia que ela era garota de programa, principalmente ele", afirmou.
O crime aconteceu na noite de domingo. Altmann teria matado Andressa e em seguida ligado para sua família. A irmã do suspeito foi ao local e encontrou o corpo da vítima. Ela saiu em busca do pai e, quando os familiares voltaram, Altmann tinha decapitado a ex e fugido com a cabeça, que foi encontrada a cerca de 6 km do local.
Na casa onde ocorreu o crime, Altmann teria escrito na parede um pedido de desculpas com um líquido vermelho, que se cogita ser sangue. Ele teve a prisão preventiva decretada e está sendo procurado pela polícia de toda a região.
Segundo o amigo de Andressa, o casal tinha um relacionamento há mais de dois anos e, diferentemente do que tem sido divulgado pela polícia, não estaria separado. "É mentira essa história de que eles estavam separados há alguns meses, porque na semana passada mesmo eu vi os dois juntos", afirmou.
O amigo disse ainda que Andressa sofria muito preconceito na cidade de origem alemã por trabalhar como garota de programa. "Sempre que ela ou as outras meninas (garotas de programa) iam aos lugares, as pessoas ficavam cochichando, mas falavam em alemão para que não entendessem", disse.
Andressa era natural da cidade de Estância Velha, na região metropolitana de Porto Alegre, e há dois anos se mudou para Imigrante. Ela trabalhava em diversas boates localizadas em cidades da região, como as da localidade de São Sebastião do Caí, e foi em uma delas que conheceu Altmann.
A população da cidade, que não registrava homicídios há vários anos, está chocada com a violência do crime. Segundo o amigo de Andressa, Altmann está escondido na casa de amigos e corre risco até de ser morto pela população caso apareça na cidade. "Se ele botar a cara dele na rua, é capaz do pessoal linchá-lo", afirmou.
O resultado da autópsia só deve sair na semana que vem, quando será possível constatar também se Andressa estava grávida ou não.
Terra

Esforço do Itaú fez 500 funcionários deixar de fumar...

Gestão | 29/08/2012 11:34

Como o Itaú já fez mais de 500 funcionários pararem de fumar

Programa interno oferece tratamento por um ano, além de acompanhamento posterior

Alex Silva/Saúde
Cigarro
Apagando o cigarro: programa do Itaú apoia quem quer largar o vício
São Paulo – Nesta quinta-feira, é promovido o Dia Nacional de Combate ao Fumo. O vício é uma das preocupações das empresas, já que podem causar uma série de problemas de saúde aos funcionários. E o Itaú Unibanco aproveitou para fazer um balanço de seu programa interno antitabagismo.
Criado em 2006, o programa do Itaú já atendeu cerca de 1.200 funcionários. Destes, cerca de 550 efetivamente largaram o cigarro. O programa é oferecido para os funcionários administrativos e da rede de agências bancárias da Grande São Paulo.
As inscrições são abertas duas vezes por ano, e devem ser feitas por meio da intranet do banco. Não há limite de vagas, mas os inscritos são divididos em grupos de 12 pessoas, para participar das atividades.
Dinâmica
Os participantes passam por palestras, dinâmicas de grupo, técnicas de respiração, orientação nutricional e apoio psicológico. No total, o tratamento dura um ano, com uma sessão por mês, além de três consultas médicas.
Atualmente, há 40 funcionários participando do programa. A adesão é voluntária, e não há punições para quem desiste no meio do caminho – ou não consegue parar de fumar. No total, o Itaú Unibanco conta mais quase 105.000 funcionários, de acordo com a edição especial Melhores e Maiores de EXAME 2012.

Delta recebeu 300 milhões do governo federal e mantem contrato com a União


Contas Abertas

Delta já recebeu R$ 300 mi do governo federal em 2012

No centro do escândalo Cachoeira, empreiteira ainda tem contratos com União

Construtora Delta obras no Maracanã
Construtora Delta obras no Maracanã (Daniel Ramalho)
No epicentro do escândalo envolvendo o contraventor Carlinhos Cachoeira, a construtora Delta recebeu mais de 300 milhões de reais do governo federal desde o início do ano, segundo levantamento da ONG Contas Abertas. Nesta quarta-feira, o ex-dono da Delta, Fernando Cavendish, tem depoimento marcado na CPI do Cachoeira, mas, de posse de um habeas corpus concedido pelo Supremo Tribunal Federal, deve se manter calado.
Leia também:
Pagot diz ter pedido doações para a campanha de Dilma
Na CPI, Pagot se faz de vítima e dá sequência a farsa
Em VEJA de 9/5/2012: O fim da farsa de Pagot
CPI convoca Pagot, Cavendish e Paulo Preto
Na Rede de Escândalos, corrupção nos Transportes e mais casos que chocaram o país

Desde que foi pilhada no escândalo, a construtora caiu em desgraça: já abandonou as obras do Maracanã e da Transcarioca e também o consórcio para a construção de um trecho da Ferrovia Oeste-Leste, o principal contrato que mantinha no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Ainda assim, segue com os cofres abastecidos por verba da União. Até agora, recebeu 300, 2 milhões de reais por serviços prestados ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e ao Ministério da Integração Nacional. No mês de maio, pouco antes de ser considerada inidônea, a construtora recebeu a maior quantia do ano: 55,2 milhões de reais.
Nos meses seguintes, os gastos só diminuíram. Em junho, 31,8 milhões de reais chegaram aos cofres da Delta, enquanto em julho e agosto (até o último dia 26) os montantes foram de 22,1 milhões de reais e 15,7 milhões de reais, respectivamente. Da Integração Nacional, a empresa recebeu 27,5 milhões de reais referentes às obras de integração do rio São Francisco com as Bacias dos rios Jaguaribe, Piranhas-Açu e Apodi, no eixo norte da região Nordeste. Todo o valor é decorrente de “restos a pagar”.
Para se entender a relação Delta e Cachoeira, no entanto, é preciso dar relevância aos contratos que a empresa tem com o Dnit – responsável por 90,8% dos repasses à companhia em 2012, isto é, de 272,7 milhões de reais. Como exemplo da quantia envolvida, apenas para adequação de trecho rodoviário entre Goiânia e Jataí, na BR 060, em Goiás, foram desembolsados quase 30 milhões de reais.
Na gestão do ex-diretor do Dnit, Luiz Antonio Pagot, a Delta multiplicou seus negócios, transformando-se na maior prestadora de serviços do governo, com faturamento superior a 3 bilhões de reais em contratos de rodovias, muitos deles eivados de irregularidades. Defenestrado do governo Dilma Rousseff por sucessivas irregularidades no setor de transportes, Pagot afirmou, em depoimento prestado à CPI na terça-feira, ter arrecadado com empreiteiras de 5,5 milhões a 6 milhões de reais para a campanha de Dilma à Presidência da República.
Já Cavendish deixou o comando da construtora em abril deste ano, na esteira dos escândalos envolvendo Cachoeira e o ex-senador Demóstenes Torres. As suspeitas da Polícia Federal são de que a construtora alimentou doações eleitorais repassadas por Cachoeira. Cavendish é o principal responsável por ter feito, em dez anos, o faturamento de sua empresa saltar de 67 milhões de reais para 3 bilhões de reais. Conforme levantamento da ONG Contas Abertas, apenas em obras contratadas pelo governo federal, a Delta arrecadou nesse período 4 bilhões de reais. Ao final de 2011, a Delta era a principal fornecedora do programa, com contratos avaliados em mais de 2 bilhões de reai

Gasto com imporração de gasolina entre 2015/2020 ...

Importação de gasolina entre 2015/2020 pode custar R$ 58 bi

quarta-feira, 29 de agosto de 2012 11:46 BRT
RIO DE JANEIRO, 29 Ago (Reuters) - A importação brasileira de gasolina entre 2015 e 2020 pode custar 58 bilhões de reais, caso não haja aumento na oferta do combustível, disse nesta quarta-feira um representante do governo federal.
Segundo Marco Antônio Martins, secretário de Petróleo, Gás e Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia, nenhuma refinaria de gasolina está sendo construída ou planejada para os próximos e as únicas opções até o final da década seriam aumentar a importação do combustível ou incentivar a produção de etanol.
"Ou a gente importa ou podemos construir 67 usinas de etanol a um custo aproximado de 67 bilhões de reais, usinas de médio porte, de 3,5 milhões de toneladas (de cana processada anualmente) cada uma para atender à demanda. Precisamos tomar a decisão de qual caminho seguir", disse ele, durante evento sobre etanol no Rio de Janeiro.
A consumo mensal de gasolina em 2020 deve ser de 1 bilhão de litros no país, ressaltou Martins.
CRÉDITO PARA USINAS
Martins informou que, da linha de 4 bilhões de reais oferecida pelo BNDES para financiar investimentos de ampliação de usinas e canaviais, apenas 1,3 bilhões foram solicitados.
Segundo ele, 35 por cento do mercado estão endividados demais para assumir novos empréstimos, enquanto outras empresas não têm acesso ao crédito por serem controladas por capital estrangeiro.
(Reportagem de Leila Coimbra)

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Deixando o serviço público....

Stephen Kanitz - Artigos e Comentários 

Link to O Blog do Stephen Kanitz


Posted: 24 Aug 2012 04:00 PM PDT
Traduzi um texto do Prof. Terran Lane, prof. Titular da University of New Mexico, que deixou um cargo vitalício e seguro para trabalhar numa empresa privada, o Google.
Sua decisão gerou consternação geral nos seus colegas, e sua carta que resumi é interessantíssima pelos temas atuais que aborda.

Como quase todo mundo sabe, renunciei ao meu cargo na Universidade do Novo México e estou trabalhando para o Google, em Cambridge (MA).
 Inúmeras pessoas, desde meus amigos ao meu (ex) reitor tem perguntado "por quê?".
Por que desistir de uma [alguns dizem 'confortável'] posição no corpo docente estável e vitalício para a engrenagem da vida corporativa?
Eu estou preocupado que os EUA - uma das potências de inovação do mundo - irão prejudicar o seu próprio futuro consideravelmente se continuarmos a fazer a profissão de professor desinteressante.
Em última análise, eu escolhi a ciência a fim de fazer uma diferença positiva no mundo.
Google é um exemplo de uma organização que realmente está usando a ciência da computação para fazer uma diferença real e positiva no mundo.
Embora seja também difícil fazer um impacto em uma empresa imensa, como o Google, no atual clima parece que tenho mais chances no Google do que na Academia.
No meu tempo na UNM, eu servi sob quatro presidentes de universidades, três reitores e dois diretores.
O padrão consistente de mudanças de gestão foi a centralização do controle, centralização de recursos e aumento da pressão sobre os departamentos e professores.
Esta forma gradual, mas bastante perceptível, produziu:
Hiperespecialização e estreiteza de visão. 
As pressões econômicas também se transformaram em pressões intelectuais.
Quando os seres humanos sentem pânico tendem a se tornar mais conservadores e avessos ao risco - nós vamos com a coisa certa.
O problema é a criatividade sobre o risco exploratório. O objetivo é encontrar coisas novas - para ir além do estado-da-arte e descobrir ou criar coisas que o mundo jamais viu.
É uma contradição ao mesmo tempo, forjar-se no desconhecido e insistir em uma aposta certa.
Tradicionalmente, os EUA e as universidades têm proporcionado um lar seguro para esse tipo de exploração. Há apoio federal, estadual e financiamento das empresas.
No entanto, no clima atual todas estas entidades bem como os próprios cientistas estão se afastando de uma pesquisa exploratória e insistindo nessas apostas certas.
A maioria dos recursos vão para ideias e técnicas (e pesquisadores) que comprovaram ser rentáveis no passado, embora seja difícil e cada vez mais difícil se obter ideias fora do mainstream ou aceitas pela revisão por pares, com o apoio da universidade ou financiados por agências de concessão.
O resultado é a visão cada vez mais estreita em uma variedade de campos científicos, e uma intolerância de exploração criativa. 
 Incentivos pobres.
 Além disso, "publicar ou perecer" e "financiar ou perecer" são pressões que desencorajam a exploração fora da nossa própria especialidade.
É difícil fazer uma pesquisa exploratória ou interdisciplinar, quando é improvável produzir publicações novas em seu próprio campo ou ter novas fontes de financiamento.
(Sem falar que, digamos, ajudar os estudantes a concluir os seus graus.)
Mas muitas coisas que são socialmente importantes a fazer, não requerem necessariamente a pesquisa em todos os campos que participam, por isso há um forte desincentivo para trabalhar nelas.
Como apenas um exemplo da minha própria experiência: quando você não consegue obter crédito para ajudar a salvar bebês, então você sabe que há algo seriamente errado no sistema de incentivos.
Produção em massa de Educação.
Houve muita emoção na mídia acerca dos 100.000 estudantes de Stanford + no curso de informática, aulas de open-source do MIT, e outros esforços de massa, de educação à distância.
De certa forma, esses esforços são realmente emocionantes - e oferecem a verdadeira mudança profunda na forma como fazemos a educação em talvez mil anos.
Eles oferecem a democratização da educação - a abertura do acesso à educação de classe mundial para as pessoas de todo o mundo e de diversas origens econômicas e sociais.
 Mas eu tenho que alertar cautela com essa tendência.
 Primeiro, eu me preocupo se a produção em massa vai ter o mesmo efeito que teve na fabricação de mais de dois séculos: os administradores ansiosos para poupar dinheiro, vão criar cada vez classes maiores com menos professores para ensinar.
Será que estamos nos aproximando do dia em que haverá apenas um professor de ciência da computação para os EUA inteiro?
 Em segundo lugar, eu suspeito que os "vencedores terão tudo" irá distorcer a Academia da mesma forma que tem distorcido a indústria e a sociedade.
Quando libertado das limitações da distância e do ensino, por que não cada aluno escolher uma educação de Stanford ou MIT sobre, digamos, UNM?
Quando veremos os AT & T, Microsoft, Google da Academia.
Em quanto tempo teremos 1% das universidades e professores reunindo 99% dos alunos e os recursos?
E finalmente em terceiro lugar, esta tendência ameaça matar um pouco do que é mais valioso sobre a experiência acadêmica, para alunos e professores.
No nível mais fundamental, a educação acontece entre os indivíduos - uma ligação pessoal, longa ou curta, entre mentor e estudante.
Quer se trate de pessoalmente responder a uma questão levantada na sala de aula, passando de vinte minutos de trabalho por meio de uma ideia complicada no horário de expediente, ou gastar anos de estreita colaboração em um relacionamento de mentoria PhD, questões de conexão humana para ambos os lados.
Ela ressoa em nível muito mais profundo do que a mera transmissão de informações - nos ensina como ser social em conjunto e define modelos do que é para realizar em um campo, a pensar com rigor, para ser profissional e ser intelectualmente maduro.
Estou com muito medo de que nossos esforços para democratizar o processo vai matar essa conexão humana e esterilizar uma das facetas mais alegre desta instituição de mil anos de idade.

'O bom Juiz' /// Ricardo Noblat


Enviado por Ricardo Noblat - 
27.8.2012
 | 8h02m
COMENTÁRIO

O bom juiz, por Ricardo Noblat


Erra o juiz que leva em conta a opinião pública?
Por opinião pública entenda-se a opinião geral de uma sociedade. Da parcela majoritária ou dominante da sociedade que se expressa por meio de pesquisas e dos veículos de comunicação.
Ricardo Lewandowski, ministro-revisor do processo do mensalão, votou a favor da absolvição de réus que antes haviam sido condenados pelo ministro-relator Joaquim Barbosa.
Com os mesmos elementos, cada um deles enxergou sua "verdade processual". Certamente a partir de "fatos incontroversos".
Alvo de duras críticas, o próprio Lewandowski saiu em defesa do seu voto.
"Já esperava. As críticas, as incompreensões, isso faz parte do nosso trabalho", argumentou. "Mas eu tenho certeza de que o Brasil quer um Judiciário independente, um juiz que não tenha medo de pressões".
E por fim: "Eu acho que o juiz não deve ter medo das críticas porque o juiz vota ou julga com sua consciência e de acordo com as leis. Não pode se pautar pela opinião pública."
  Quem disse que um juiz não pode se pautar pela opinião pública?
Quem disse que o melhor juiz é o que vota em desacordo com ela?
Sem dúvida é mau juiz aquele que se orienta unicamente pela opinião pública. Mas não é bom o outro que parte do princípio de que a opinião pública deve ser desprezada.
Se num processo há elementos de convicção possíveis de justificar um voto para um lado ou para o outro por que tapar os ouvidos ao clamor popular?
Por que só ouvi-lo quando se trata de crime que choca a sociedade?
Até ser julgado, o casal Nardoni ficou longos meses preso, acusado de ter assassinado Isabella, de cinco anos de idade, jogada do sexto andar do edifício London, em São Paulo, onde passava o fim de semana com o pai e a madastra.
Salvo a indignação produzida por crime tão bárbaro, nada na lei autorizava um período extenso de detenção sem julgamento. Os acusados não tinham condições de fugir. Nem de prejudicar a coleta de provas.
Corrupção rima com indignação, mas as duas palavras raramente andam juntas.
Corrupção é vista como crime menor e corriqueiro. A impunidade dos casos de corrupção esteriliza a indignação das pessoas.
Sim, o Brasil quer um Judiciário independente. Mas isso é tudo o que ele infelizmente não tem.
Quem escolhe os ministros do Supremo Tribunal Federal?
O presidente da República. A escolha é referendada pelo Senado, que só reprovou uma desde 1891 - a do médico Barata Ribeiro.
Entre nós, a sabatina mais demorada de um ministro durou sete horas. Foi a de Dias Toffoli, empregado toda a vida do PT e dos seus principais líderes. E que agora irá julgar alguns deles. Dias Toffoli foi reprovado duas vezes em concursos para juiz da primeira instância. Falta-lhe "notório conhecimento jurídico" como exige a Constituição. Sobrou-lhe padrinhos.
A história da Corte Suprema dos Estados Unidos registra caso de ministro que levou sete meses para ter seu nome aprovado pelo Senado. Sete meses!
Certa vez, o presidente Bush, o pai, quis nomear ministra uma brilhante advogada que trabalhava para ele. Foi tal a reação contrária de senadores democratas e republicanos que Bush desistiu.
É um truísmo dizer-se que um juiz deve votar "com sua consciência e de acordo com as leis." É de se imaginar que assim procedeu Lewandowski ao absolver o deputado João Paulo Cunha (PT) e o publicitário Marcos Valério. E que assim também procedeu Joaquim Barbosa ao condená-los.
O Direito não é objetivo. É como o Kama Sutra - admite várias posições. Juiz algum é neutro.
"O fato incontroverso" e "a verdade processual" nem sempre estão na contramão da opinião pública.

Um conto /// " O desconhecido do MSN"


O desconhecido do MSN


Márcia iniciou o MSN e a janela com o convite se abriu: um certo Alessandro queria adicioná-la. Era bonito na foto e, no texto do convite - "Oi, te achei interessante. Posso te adicionar?"-, havia o endereço do perfil dele no Facebook. Decidiu, pois, dar uma checada antes. Viu que ele tinha apenas uns quarenta amigos - o que lhe pareceu pouco, talvez não estivesse há muito tempo naquela rede social -, notou que ele morava e trabalhava na mesma cidade, que tinham muitos interesses em comum, e o principal: pelas demais fotos via-se que era realmente um homem muito bonito, um sujeito a exalar um ar de confiança dos mais impressionantes. Claro, um piloto de helicóptero - uau! - não podia ser alguém sem auto-estima. O aparelho pode até preferir o combustível, mas os passageiros querem mesmo é alguém que lhes transmita segurança.

"Ok", pensou ela, "vou dar uma chance pra esse cara", e aprovou o convite. Ele, que já estava online, iniciou o contato imediatamente.

"Oi, ¿tudo bem?"

"Tudo, ¿e com você?", devolveu ela.

E iniciaram um longo diálogo que durou mais de três horas. Descobriram gostos em comum, falaram de livros, filmes, viagens, esportes radicais, gastronomia e até de astrologia, que a ela nunca interessou muito, mas que, em vista das descrições que ele lhe fazia com base apenas na sua data de nascimento, muito a tocou. Não era um homem qualquer. Via-se que conhecia os mais diversos temas. E como escrevia bem! Transmitia maturidade. Muito diferente de outros homens a quem ela dera uma brecha pela internet e que apenas a deixaram constrangida e irritada.

"Acho que estou prestes a cometer uma loucura", escreveu ela, por fim.

"E que loucura seria essa?"

"Acho que vou aceitar seu convite para esse passeio de helicóptero."

"¿Mesmo?"

"Mesmo."

"Isso não é tão louco assim. Eu piloto muito bem. Estará em boas mãos."

Ela hesitou alguns instantes. Mas preferiu abrir o jogo: "O problema é que sou casada".

"Hum, entendo. Mas não se preocupe, vou respeitar você."

"Rsrsrsrsrsrs", digitou ela. "Mas é que estou pensando em me separar do meu marido. A loucura que estou falando é a seguinte: ¿você consegue pilotar enquanto uma mulher te chupa?"

Ele demorou segundos demais para responder. Ela quase se arrependeu da ousadia. Então notou que ele digitava algo. E leu: "Bom, como profissional, acho que seria uma péssima idéia e realmente não deixaria você fazer isso comigo em pleno vôo. Mas podemos, antes ou depois do passeio - você escolhe a ordem - podemos passar uma tarde num motel".

"Perfeito!", disse ela. "¿Quando?"

Marcaram o encontro. E desconectaram. Ela estava decidida a ter essa aventura. Estava cansada da distância que o marido deixara crescer entre eles, cansada da sua falta de iniciativa, do seu desânimo, das suas reclamações e de sua eterna depressão. Ele vivia colocando a culpa dessa vida atolada no governo, nos ex-sócios, na falta de visão do brasileiro comum, enfim, a culpa era sempre de um outro, ele jamais assumia sua falta de atitude. Ele, que fora um homem cheio de sonhos e planos, uma pessoa criativa e muito inteligente, depois que se tornara Fiscal Federal na fronteira, costumava agora passar metade do mês noutra cidade, sempre se comunicando de uma forma amargurada, seca, como se não gostasse mais da vida ou, quem sabe, como se não gostasse mais dela. Já Rafael, o marido, não sabia o que pensar. Para não perder sua esposa, que tanto amava, de fato trocara seus sonhos por um emprego estável que pagava bem. ¿Quantas vezes ouvira os amigos a lhe dizer que precisava deixar de viver no mundo da Lua? ¿Quantas vezes lhe disseram que uma família precisa de segurança material e não de viagens na maionese artística? Mas agora estava fora de si. Não sabia se matava a si próprio, se matava Márcia, ou se as duas coisas. Desde o casamento, quatro anos antes, ele vivia criando perfis e contas de MSN falsos para testar a fidelidade da esposa. Mas essa estranha mania se acentuara com esse novo emprego, que o mantinha longe, numa cidade aborrecida, cultivando meramente os ciúmes e a preocupação. Sua imaginação não o abandonava, vivia martirizando-o. Imaginava a esposa sozinha, ainda jovem, bonita, sem filhos, sem ter o que fazer na capital. Entrava então no Flickr, copiava mil fotos de diversos estranhos, ficava dias preparando um perfil fake no Facebook, convidando pessoas aleatoriamente para dar uma certa credibilidade àquela vida falsa sem amigos reais, e, até aquele momento, por mais que tivesse tentado, na pele de um outro, seduzi-la com palavras, promessas, lascívia e até dinheiro, a esposa sempre se esquivara, alegando amar o marido e afirmando enfaticamente que havia aceitado o convite apenas por achar que se tratava de algum contato profissional. Desta vez, porém, ela não passou no seu teste.

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Conto extraído do meu livro Mestre de um universo.   YURI VIEIRA

Jornal descreve festas de R49 em Minas: cinco mulheres por homem e acompanhantes de R$ 3 mil - Futebol - UOL Esporte

Jornal descreve festas de R49 em Minas: cinco mulheres por homem e acompanhantes de R$ 3 mil - Futebol - UOL Esporte
26/08/2012 - 11h25

Jornal descreve festas de R49 em Minas: cinco mulheres por homem e acompanhantes de R$ 3 mil

Do UOL, em São Paulo Ronaldinho Gaúcho vive bom momento em campo no Atlético-MG, mas festas continuam
Após deixar o Flamengo sob acusações de indisciplina, Ronaldinho Gaúcho recuperou o bom futebol em Belo Horizonte e ajudou o Atlético-MG a fazer o melhor primeiro turno da história dos pontos corridos. Mas isso não significa que o jogador, eleito duas vezes o melhor do mundo, tenha abandonado de vez as baladas.
As festas em sua mansão continuam, segundo o jornal O Estado de S. Paulo, que descreveu as baladas promovidas por Ronaldinho em um condomínio de luxo em Lagoa Santa, distante 30 quilômetros do centro de Belo Horizonte.
Segundo o jornal, a casa mais simples no condomínio onde mora Ronaldinho custa R$ 1 milhão. A mansão do jogador fica em um local de difícil acesso e tem proteção de seguranças 24 horas por dia. As festas continuam, e só não acontecem em vésperas de jogos, de acordo com a reportagem.
O jornal descreveu que as festas de Ronaldinho em Minas seguem o mesmo padrão das que ele promovia no Rio de Janeiro. Ao som de funk, os convivas aproveitam comida e bebida à vontade, além de muitas mulheres: cinco para cada homem.
As fontes ouvidas pelo jornal disseram que Ronaldinho manda trazer as mulheres de Santa Catarina. As acompanhantes cobrariam, em média, R$ 3 mil para participar das festas do jogador em Minas Gerais.
Depois de uma dessas festas, Ronaldinho chegou atrasado para a concentração do time antes do jogo contra o Vasco, que valia a liderança do campeonato. Segundo o jornal, o camisa 49 chegou a ser afastado da partida, mas a comissão técnica voltou atrás, e ele acabou sendo o destaque da vitória por 1 a 0 após entrar mordido em campo.
Mas, no geral, Ronaldinho tem sido elogiado pela comissão técnica, que destacou a dedicação do jogador nos treinos e a facilidade em perder peso. Segundo levantamento dos preparadores físicos do clube, o meia corre 9.000 metros por partida, em média. Seu objetivo, segundo amigos ouvidos pelo jornal, é voltar à seleção brasileira ou ao mercado internacional, a fim de encerrar a carreira por cima. 

Ronaldinho Gaúcho

"Conversa fiada" /// Ferreira Gullar / folha.com


ferreira gullar

 

26/08/2012 - 03h00

Conversa fiada

Sabe a razão pela qual a empresa estatal dificilmente alcança alto rendimento? Porque o dono dela --que é o povo-- está ausente, não manda nela, não decide nada. Claro que não pode dar certo.
Já a empresa privada, não. Quem manda nela é o dono, quem decide o que deve ser feito --quais salários pagar, que preço dar pela matéria-prima, por quanto vender o que produz--, tudo é decidido pelo dono.
E mais que isso: é a grana dele que está investida ali. Se a empresa der lucro, ele ganha, fica mais rico e a amplia; se der prejuízo, ele perde, pode até ir à falência.
Por tudo isso e por muitas outras razões mais, a empresa privada tem muito maior chance de dar certo do que uma empresa dirigida por alguém que nada (ou quase nada) ganhará se ela der lucro, e nada (ou quase nada) perderá se ela der prejuízo.
Sem dúvida, pode haver, e já houve, casos em que o dirigente de uma empresa estatal se revelou competente e dedicado, logrando com isso dirigi-la com êxito. Mas é exceção. Na maioria dos casos, indicam-se para dirigir essas empresas pessoas que atendem antes a interesses políticos que empresariais.
Isso sem falar nos casos --atualmente muito frequentes-- de gerentes que estão ali para atender a demandas partidárias.
Tais coisas dificilmente ocorrem nas empresas privadas, onde cada um que ali está sabe que sua permanência depende fundamentalmente da qualidade de seu desempenho. Ao contrário da empresa estatal que, por razões óbvias, tende a se tornar cabide de empregos, a empresa privada busca o menor gasto em tudo, seja em pessoal, seja em equipamentos ou publicidade.
E não é por que na empresa privada reine a ética e a probidade. Nada disso, é só porque o capitalista quer sempre despender menos e lucrar mais. Não é por ética, é por ganância.
A empresa pública, por não ser de ninguém --já que o dono está ausente-- é "nossa", isto é, de quem a dirige, e muitas vezes ali se forma uma casta que passa a sugá-la em tudo o que pode.
A Petrobras pagava a funcionários seus, se não me engano, 17 salários por ano e o Banco do Brasil, 15. Os funcionários da Petrobras gozavam também de um fundo de pensão (afora a aposentadoria do INSS), instituído da seguinte maneira: cada funcionário contribuía com uma parte e a empresa, com quatro partes.
Conheci um desses funcionários que, depois que se aposentou, passou a ganhar mais do que quando estava na ativa. Numa empresa privada, isso jamais acontece, não é? No governo Fernando Henrique aquelas mamatas acabaram, mas outras continuam.
Não obstante, o PT sempre foi contra a privatização de empresas estatais, "et pour cause". Lembram-se da privatização da telefonia? Os petistas foram para a rua denunciar o crime que o governo praticava contra o patrimônio público.
Naquela época, telefone era um bem tão precioso que se declarava no Imposto de Renda. Hoje, graças àquele "crime", todo mundo tem telefone, e a preço de banana.
Mas o preconceito ideológico se mantém. Os governos petistas nada fizeram para resolver os graves problemas estruturais que comprometem a competitividade do produto brasileiro e impedem o crescimento econômico, já que teriam de recorrer à privatização de rodovias e ferrovias.
Dilma fez o que pôde para adiá-la, lançando mão de medidas paliativas que estimulassem o consumo, mas chegou a um ponto em que não dava mais.
O PIB vem caindo a cada mês, o que a levou à hilária afirmação de que, mais importante, era o amparo a crianças e jovens... Disse isso mas, ao mesmo tempo, mandou que seu pessoal preparasse às pressas --já que as eleições estão chegando-- um plano para a recuperação da infraestrutura: investimentos que somarão R$ 133 bilhões em 25 anos. Ótimo.
Como privatização é "crime", pôs o nome de "concessão" e impôs uma série de exigências que limitam o lucro dos que investirem nos projetos e, devido a isso, podem comprometê-los.
Nessa mesma linha de atitude, afirmou que não está, como outros, alienando o patrimônio público. Conversa fiada. A Vale do Rio Doce, depois de privatizada, tornou-se a maior empresa de minério do mundo e das que mais contribuem para o PIB nacional. Uma coisa, porém, é verdade: cabe ao Estado trazer a empresa privada em rédea curta.
Ferreira Gullar
Ferreira Gullar é cronista, crítico de arte e poeta. Escreve aos domingos na versão impressa de "Ilustrada".