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Uma crônica que tem perdão, indulto, desafio, crítica, poder...

segunda-feira, 3 de março de 2014

Verdades, ironias, humor em The Piauí Herald

  • Sufocado pela concorrência de O Globo, piauí Herald pede concordata

    Sufocado pela concorrência de O Globo, piauí Herald pede concordata
    Faz-se mister reconhecer sem meias palavras que o jornal O Globo vem atuando com descomunal competência no mesmo nicho de mercado deste blog. Ao tratar os mais variados assuntos com as mesmas objetividade, isenção e pluralismo que sempre pautaram este piauí Herald, o poderoso matutino cativou nossos leitores, seduziu nossos anunciantes e contratou nossos estagiários de 150 reais. — Leia o post completo.

  • Eduardo Paes pede para cariocas evitarem o Rio de Janeiro

    Eduardo Paes pede para cariocas evitarem o Rio de Janeiro
    PORTO MARAVILHA – Após reunião extraordinária, o consórcio que administra o Rio de Janeiro resolveu solicitar a cooperação dos cariocas para que a cidade fique pronta a contento para a Copa do Mundo. “Peço aos cariocas que evitem o Rio de Janeiro. Incentivo aqueles que tiverem casa na Região dos Lagos, em Nova Friburgo, Petrópolis ou Teresópolis a saírem do Rio em 2014”, suplicou o porta-voz Eduardo Paes. — Leia o post completo.

  • Seu Matias acusa Eduardo Azeredo de ter ligação com Freixo

    Seu Matias acusa Eduardo Azeredo de ter ligação com Freixo
    SUCUPIRA - Seu Matias, síndico do prédio onde mora a tia de Gregorio Duvivier, contou à imprensa que ouviu o papagaio do 303 repetir incansavelmente que Eduardo Azeredo tem ligação com Marcelo Freixo. "Fiquei escandalizado e liguei para o jornal O Globo, que publicou cinco editoriais sobre o assunto", disse Matias, orgulhoso. — Leia o post completo.

  • Exposição mostra Sininho vandalizando em diferentes montagens fotográficas

    Exposição mostra Sininho vandalizando em diferentes montagens fotográficas
    ACADEMIA DE ARTES E OFÍCIOS - Será inaugurada hoje em São Paulo a exposição 'Sininho, a fada da baderna'. Segundo o artista plástico Ronaldo Azedo, sua obra se insurge contra o vale-tudo da arte contemporânea. "Fiz uma releitura do horror inspirado em Goya e Edvard Munch, mas também devo muito ao trabalho pioneiro de Olavo de Pondé e Diogo de Carvalho, injustiçados entre nós", disse Azedo. E completou: "Entendeu ou preciso desenhar?" — Leia o post completo.

  • Advogado Jonas Tadeu revela que Jesus recebeu R$ 150 para ressuscitar

    Advogado Jonas Tadeu revela que Jesus recebeu R$ 150 para ressuscitar
    GALILEIA - Um fariseu que foi amigo do estagiário de um artesão em vidas passadas confirmou à vidente que atende o vizinho do advogado Jonas Tadeu que Jesus recebeu R$ 150 para ressuscitar. "Um sussurro divino me soprou que a ressurreição foi bancada pela extrema-esquerda contrária ao governo Pôncio Pilatos", acusou Tadeu. — Leia o post completo.

  • Em propaganda das Pamonhas de Piracicaba, Roberto Carlos volta a ser vegetariano

    Em propaganda das Pamonhas de Piracicaba, Roberto Carlos volta a ser vegetariano
    ALÉM DO HORIZONTE - Cioso de sua imagem, Roberto Carlos recuou e se reconverteu ao vegetarianismo. "Eu passei em frente ao matadouro/ Um bovino me sorriu mugindo/ Meus talheres coloquei no chão/ Eu voltei", revelou o cantor, enquanto jogava chumaços de brócolis para as fãs. Segundo sua assessoria, o anúncio oficial da reconciliação com o reino vegetal será feito em uma campanha publicitária das Pamonhas de Piracicaba, cujo cachê não foi divulgado. — Leia o post completo.

  • PT lança campanha online para arrecadar carisma para Dilma

    PT lança campanha online para arrecadar carisma para Dilma
    INSTITUTO LULA - Animado com a eficiência das arrecadações online de Delúbio Soares, José Genoino e José Dirceu, o marqueteiro de Dilma, João Santana, anunciou o primeiro passo estratégico para a campanha de reeleição. "Faremos uma campanha na internet para quem quiser doar carisma à presidenta", anunciou, num vídeo gravado por Ricardo Stuckert. — Leia o post completo.

  • Sociólogo alerta para a gentrificação da Papuda

    Sociólogo alerta para a gentrificação da Papuda
    PARIS - O sociólogo Demétrio Lamounier convocou representantes dos movimentos sociais dos Jardins e de Cerqueira Cezar para anunciar o resultado de sua pequisa sobre as mudanças no perfil da população da Papuda: "Após a prisão de políticos, publicitários e tesoureiros petralhas, o pavilhão 13 conheceu um viés de valorização. Trata-se um fenômeno de especulação presidiária, algo cruel, conhecido nos meios acadêmicos como gentrificação carcerária". Tal fato, completou o acadêmico, "acabou afastando presos menos favorecidos para a periferia do presídio. Daqui a pouco terão de ser socorridos com o Bolsa Xadrez para se reinserir no sistema". — Leia o post completo.

  • Advogado Jonas Tadeu revela que Caetano Veloso recebeu R$ 150 para organizar o Tropicalismo

    Advogado Jonas Tadeu revela que Caetano Veloso recebeu R$ 150 para organizar o Tropicalismo
    PANIS ET CIRCENSES - Numa revelação surpreendente que lança nova luz sobre a história da MPB, o advogado Jonas Tadeu acusou Caetano Veloso de receber 150 reais para organizar o Tropicalismo. "Além de organizar o movimento, ele orientou o Carnaval e inaugurou o monumento no planalto central do país", explicou Tadeu. "O disco que criou o movimento traz a faixa 'Lindonéia', nome de batismo de uma vizinha da avó de Marcelo Freixo", afirmou o advogado, diante de jornalistas cariocas estupefatos. Com bloquinho na mão, um deles perguntou: "Mas o que é tropicalismo?" Ao que Tadeu, depois de respirar fundo, respondeu: "Segundo a tia da prima de Roberto Schwarz, o tropicalismo é a doença infantil do esquerdismo". — Leia o post completo.

  • Dentista de vizinho de cunhado de caseiro de deputado elogia o voto aberto

    Dentista de vizinho de cunhado de caseiro de deputado elogia o voto aberto
    SUCUPIRA - Kléber Augusto dos Anjos, vizinho de Paulo Siqueira, cunhado de João Silveira Neto, que trabalha na casa de Pedro Simon às terças e quintas nas semanas ímpares e às segundas e quartas na semanas pares do mês, elogiou a votação aberta que cassou o mandato de Natan Donadon. "Um tapa na cara dos inimigos da democracia", vaticinou o dentista. — Leia o post completo.

PCC é uma das grandes organizações do Brasil

15/10/2013 - 07h30 - Atualizado 15/10/2013 - 08h53 PCC prepara ataques e fala em "Copa do Mundo do terror"; PM entra em alerta Em São Paulo O Primeiro Comando da Capital (PCC) prepara novos ataques caso a cúpula seja transferida para o Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) da Penitenciária de Presidente Bernardes, no interior de São Paulo. Diante das novas ameaças do bando, o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Benedito Roberto Meira, pôs a corporação em estado de alerta. As ameaças da facção se estendem a 2014, quando os bandidos prometem uma "Copa do Mundo do terror" e ataques nas eleições. Os planos dos criminosos foram interceptados em telefonemas recentes flagrados pela inteligência da polícia. Os bandidos afirmam que vão fazer uma greve branca nos presídios se a liderança do PCC for transferida para o RDD. Também dizem que, em caso de reação do governo paulista à greve, criminosos nas ruas vão atacar. "Passei uma mensagem aos meus homens para que eles redobrem a atenção no atendimento das ocorrências, quando estacionam os carros e no caminho para casa", afirmou Meira. Em 2012, depois de a facção ordenar ataques a policiais, 106 PMs foram assassinados. As novas ordens do crime surgiram depois de a defesa de criminosos como Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, o chefão do PCC, ter acesso aos detalhes da megainvestigação realizada por três anos contra o crime organizado. Grande parte do mapeamento das ações do PCC foi feito com a colaboração de PMs. As orientações saíram por meio de telefonemas dados pelos líderes que estão na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, no oeste paulista. "O clima é muito tenso na região. Eles estão transmitindo as ordens pelos celulares porque querem que a gente saiba", afirmou um dos 23 promotores dos Grupos de Atuação Especial e Repressão ao Crime Organizado (Gaecos) do Estado que assinaram a denúncia contra os 175 acusados de pertencem à organização criminosa. A inteligência policial verificou também que o bando tomou precauções para o caso de toda a cúpula ser isolada no RDD de Presidente Bernardes. Marcola e os demais integrantes da Sintonia Final Geral escolheram substitutos que devem assumir os negócios da organização criminosa. Tudo isso para que o tráfico de drogas não seja prejudicado. Durante a greve branca, os líderes do PCC querem impedir a inclusão de novos detentos na cadeia. Pretendem se recusar a serem fechados nas celas, ficando livres nos pátios. Também paralisariam o trabalho nas prisões onde existem oficiais. Em caso de intervenção do Grupo de Intervenção Rápida (GIR), da Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) ou da Tropa de Choque, os detentos da facção pretendem começar atentados nas ruas. De acordo com a inteligência policial, funcionários dos presídios também foram informados por presidiários sobre as supostas intenções da facção. O conteúdo dessas novas escutas não faz parte da denúncia apresentada pelos promotores. Pressão As ameaças do crime organizado contra o Estado surgem no momento em que o Poder Judiciário analisa dois recursos apresentados pelo Ministério Público Estadual (MPE) contra as decisões de juízes que negaram a transferência da cúpula da facção para o RDD e a decretação da prisão de todos os 175 acusados - 16 deles tiveram a denúncia rejeitada. Na semana passada, um dos promotores do caso relatou no Gabinete de Gestão Integrada (GGI), no Comando Militar do Sudeste, do Exército, a ameaça feita pelo PCC para os eventos de 2014. A expansão das atividades da facção criaria novos riscos. "A facção sabe que teremos muitos turistas aqui durante a Copa", afirmou o promotor. As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".

domingo, 2 de março de 2014

O que é que deu errado com a democracia ??

http://www.economist.com/news/essays/21596796-democracy-was-most-successful-political-idea-20th-century-why-has-it-run-trouble-and-what-can-be-do

Protestors in Kiev, February 2014
Democracy was the most successful political idea of the 20th century. Why has it run into trouble, and what can be done to revive it?
Leia pelo link lá de cima

Desfile de craques do futebol no domingo: Atlético de Madrid e Real Madrid.... / Clássico para 55 mil pessoas inflamadas pela paixão e adversidade

Miranda: 'Contra o Real Madrid, é vencer ou vencer'
2X2 
 Como todo clássico muita reclamação direcionadas ao juiz. Para o Real foi um 'porradeiro' do Atlético. O dono da casa reclamou de impedimento do primeiro gol da partida por Benzama, aos 3 minutos. Ficou provado que não havia infração... 
Desfilaram uma dezena de jogadores que estarão no Brasil em poucos dias. 







Zagueiro brasileiro do Atlético de Madrid exalta as qualidades da sua equipe, mas disse que, para brigar realmente pelo título, só a vitória interessa aos rojiblancos
Miranda, zagueiro do Atlético de Madrid, descreveu o derby deste final de semana, contra o Real Madrid, como uma situação de 'vencer ou vencer' para a sua equipe.


Jogador do futebol italiano é expulso 48 segundos depois de entrar em campo... Não se sabe se o rapaz é ruim da cabeça. Sabe-se que quem perde com isso são os torcedores de seu time e o próprio futebol que não usa ferramentas para minimizar as maluquices de seus praticantes.




Berardi é expulso aos 48 segundos e Sassuolo 


perde novamente no italiano



Reuters

2 Mar (Reuters) - O reserva Domenico Berardi foi expulso após apenas 48 segundos em campo e o Sassuolo, em situação difícil no Campeonato Italiano, perdeu de 1 x 0 para o Parma, sua quinta derrota consecutiva com o novo técnico Alberto Malesani, neste domingo.
O tempestuoso jogador de 19 anos, artilheiro do Sassuolo com 12 gols, entrou aos 16 minutos do segundo tempo e foi expulso quase imediatamente por uma entrada dura em Cristian Molinaro.
O Sassuolo, lanterna da tabela com 17 pontos, perdeu todas as partidas desde sua vitória de 4 x 3 sobre o Milan em meados de janeiro, e não se recuperou depois que Marco Parolo conferiu para o sexto colocado Parma aos dois minutos de jogo.
Eusebio Di Francesco,que tirou o Sassuolo da segunda divisão na última temporada, foi demitido no final de janeiro e substituído por Malesano, que perdeu seus cinco confrontos no cargo.
Berardi foi um dos quatro jogadores expulsos em seis jogos da liga italiano na tarde deste domingo.

Os protestos dos venezuelanos têm conteúdo e objetivos diferentes dos protestos dos brasileiros... Os nossos são mais primitivos!


A solidão dos estudantes venezuelanos

Surpreende a quantidade de usuários do Twitter que assumem o libreto do Governo de Maduro. A relação de Dilma Rousseff com Havana e Caracas é cínica e paradigmática

A maioria dos estudantes da Venezuela não tem lembrança de outro regime que não seja o chavista, e não querem envelhecer com ele. Suas democráticas vozes são ouvidas de ponta a ponta na Venezuela. Marcham arriscando a vida. Em 2007, saíram às ruas para protestar contra o confisco da RCTV, a mais antiga estação de televisão independente no país. No final daquele ano, foram a principal força de oposição ao projeto chavista de confederar Cuba com a Venezuela. E conseguiram impedi-lo, ao menos em seu aspecto formal. Seus irmãos mais novos já decidiram receber o bastão.
Há na Venezuela 2,4 milhões de estudantes de nível médio e 400.000 do ensino superior. Embora os estudantes ativos em todo o país somem várias dezenas de milhares, a maioria simpatiza com o movimento opositor. Prova disso é que, há anos e até agora, a principal universidade pública – a Universidade Central da Venezuela – elege sistematicamente líderes opositores ao chavismo.
Eles não procuram reverter o atendimento social aos pobres. Criticam a inépcia econômica do regime e, sobretudo, a ocultação da gigantesca corrupção, que em algum momento virá à tona. Sabem que Hugo Chávez monopolizou um a um todos os poderes (Legislativo, Judiciário, Fiscalizador e Eleitoral) e mascarou, com o véu de seu discurso, o dispêndio sem precedentes de mais de 800 bilhões de dólares que durante seus mandatos entraram nas arcas da empresa estatal de petróleo PDVSA. Eles sabem que os níveis de inflação na Venezuela são os mais altos do continente e que a dívida pública se tornou tão intratável que há uma carestia crônica de mantimentos básicos, eletricidade, remédios, cimento e outros insumos primários (como resultado das maciças expropriações das empresas privadas e da queda brutal do investimento). E sabem muito bem que a criminalidade em seu país é também a mais alta do continente.
Os jovens levam em conta esses problemas, mas sua maior indignação é pelo sufocamento sistemático e crescente da liberdade de expressão, que impede que as pessoas tomem consciência e pesem por si mesmas as realidades do país. Chávez alardeava seus feitos (alguns reais, a maioria imaginários) a toda hora e em especial no seu interminável programa dominical Aló Presidente, mas seu sucessor Nicolás Maduro (primitivo, propenso a disparates e fantasias) recorreu à repressão direta das vozes dissidentes. A ideia é fazer com que possua a verdade única, a verdade oficial. Já desde 2012 o Governo chavista absorveu a Globovisión, a última rede independente de televisão aberta no país. Também desfalece a rádio independente. E a venda de papel-jornal foi a tal ponto limitada que a imprensa escrita tem os dias contados. A Venezuela, eis a dramática verdade, se encaminha para uma ditadura e, em vários sentidos, já é.
Os estudantes venezuelanos contam com o apoio de seus pais e professores e de pelo menos metade da população que em 2013 votou contra Maduro (e que, se não sai às ruas, é por uma natural precaução frente aos delatores nos bairros). Mas, no âmbito latino-americano, os jovens estão quase sós. É surpreendente a quantidade de usuários do Twitter (além do mais, jovens) que assumem na América Latina o libreto do Governo venezuelano e atribuem “os distúrbios” às forças “fascistas”, “reacionárias”, e “de direita” que, aliadas com o “Império”, em um obscuro “complô”, tramam um “golpe de Estado” para “derrubar o Governo”. Diante da avalanche de vídeos no YouTube que circulam mostrando o assassinato a sangue frio de estudantes por unidades móveis das tropas formadas na época de Chávez (como La Piedrita e Tupamaros), muitos usuários comentam que as imagens estão “manipuladas”. Paradoxalmente, Maduro condenou o uso do Twitter (“essas máquinas imbecis”, como definiu essa rede) e se declarou vítima de uma “guerra cibernética”.
No México, a imprensa de esquerda – com grande ascendência sobre os jovens – apoia Maduro sem restrições. Nesses setores, Leopoldo López aparece como o instigador da insurreição, e não como o que é: um líder desarmado e agora submetido a um julgamento ilegal sobre acusações falsas e fabricadas.
O poder da ideologia na Venezuela é explicável: em milhões de pessoas perdura o convencimento de que a obra social do Chávez foi tangível e de que, se ele não fez mais pelos humildes, foi porque a morte atravessou seu caminho. Outro fator é a dependência direta de milhões de venezuelanos do erário, consequência do progressivo enfraquecimento da atividade empresarial e do investimento privado. As simpatias dos países dependentes do petróleo venezuelano têm a mesma raiz. O clientelismo tem interesses criados em acreditar no chavismo. Mas como explicar a popularidade da ideologia chavista ou de suas variantes em países que não pertencem à sua órbita?
Embora a Revolução Cubana tenha perdido sua aura mítica, a democracia representativa e o liberalismo não puderam se arraigar de maneira definitiva na cultura política da América Latina. Por isso, a chantagem ideológica de Cuba e da Venezuela ainda funciona: ninguém quer parecer “de direita” em um continente apaixonado pela Revolução, onde os ídolos políticos não foram democratas como Rómulo Betancourt, e sim redentores como Eva Perón, Che Guevara, Fidel Castro e Hugo Chávez. Octavio Paz apontou a razão desse anacronismo: depois da queda do Muro de Berlim, amplos setores da esquerda latino-americana se negaram a praticar a crítica do totalitarismo cubano. E, se não o fizeram com Cuba, menos o fazem com essa versão derivada que é a Revolução Bolivariana.
Devido a essa falta de autocrítica, hoje no México vivemos um paradoxo. O movimento de 1968 foi uma façanha dos estudantes e das correntes políticas e intelectuais de esquerda. Os estudantes foram massacrados pelo Governo de Díaz Ordaz, e grandes líderes de esquerda foram encarcerados. Hoje, não poucos herdeiros dessa esquerda defendem as ações repressoras do Governo venezuelano, que são equiparáveis às de Díaz Ordaz. Hoje, muitos herdeiros dessa esquerda viraram as costas à democracia.
O apoio ao chavismo é, no fundo, uma decorrência do prestígio minguado, mas estranhamente vivo, da Revolução Cubana. Estar contra ela é estar com “o Império”. Que Cuba continue sendo uma meca da ideologia latino-americana é algo que foi comprovado quando, na recente Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), realizadas nos dias 28 e 29 de janeiro último em Havana, praticamente nenhum presidente faltou. E Fidel foi proclamado “guia político e moral da América”. Nessa cúpula, aliás, todos os participantes (incluída Cuba) assinaram o compromisso de respeitar os direitos humanos. Sua assinatura vale o papel em que está escrita.
Mas mais importante que a ideologia são os frios interesses materiais. Nesse sentido, a postura do Brasil é tão paradigmática como cínica: as oportunidades econômicas (turísticas e energéticas, sobretudo) que se abrem em Cuba depois da eventual morte dos irmãos Castro são muito importantes para que se assumam posturas idealistas e se arrisque a estabilidade da ilha. E essa estabilidade implica manter intacta a aliança entre a Venezuela e Cuba. Só assim se explica que Dilma Rousseff, que em sua juventude foi uma estudante torturada pelos militares, agora apoie um Governo cujas forças policiais reprimem estudantes em emboscadas.
Essa lógica é alheia aos estudantes venezuelanos. Eles aquilatam o valor da liberdade porque – diferentemente de seus coetâneos de outros países da região – a veem seriamente ameaçada. Sabem que a democracia prevalece e avança no mundo. Não pensaram em emigrar do país. Mas a América Latina – seus Governos, suas instituições, seus Congressos, seus intelectuais e até seus estudantes – é ingrata com a Venezuela. O país que em grande medida a libertou, há 200 anos, hoje só luta por sua liberdade.

Enrique Krauze é escritor e diretor da revista ‘Letras Libres’.