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terça-feira, 22 de março de 2016

Novo cartão de visitas do Estado Islâmico escrito com sangue e ódio... Brasileiros dão depoimento / G1

22/03/2016 12h32 - Atualizado em 22/03/2016 15h14

Brasileiros em Bruxelas relatam tensão e medo após atentados

Explosões atingiram o aeroporto de Zaventem e estação de metrô.
Ao menos 34 morreram e 170 ficaram feridas, segundo imprensa local.

Do G1, em São Paulo

Brasileiros que moram em Bruxelas, na Bélgica, relataram ao G1 os momentos de tensão e medo após os atentados terroristas que deixaram dezenas de mortos e feridos no Aeroporto Internacional de Zaventem e na estação de metrô Maelbeek. A imprensa local fala em 34 mortos, além de 170 feridos. As explosões levaram o país a entrar em alerta máximo para atentados terroristas.
Duas explosões ocorreram no aeroporto e uma no metrô. Pelo menos uma delas foi provocada porum homem-bomba, segundo procuradoria local. Vozes em árabe e tiros também teriam sido ouvidos no local, segundo a imprensa belga.
Uma terceira explosão atingiu a movimentada estação Maelbeek, que fica perto de um bairro onde parte das representações da União Europeia está sediada, segundo a CNN. O prefeito de Bruxelas, Yvan Mayeur, afirmou que 20 pessoas morreram no metrô e outras 106 ficaram feridas, sendo 17 gravemente.
Leia, abaixo, relatos de brasileiros que moram em Bruxelas:
Samla Da Rosa, jornalista, mora em Bruxelas há 20 anos, em relato enviado ao G1 por e-mail; ela estava no trem que sofreu o atentado:
Tudo se passou muito rápido. O barulho foi surdo e a janela do metrô caiu sobre a minha cabeça. As luzes foram cortadas imediatamente. Olhei para o lado, vi fumaça, fogo do lado de fora, alguns trilhos destruídos e algumas pessoas correndo na plataforma do outro lado.
O rapaz da minha frente disse que estávamos no meio de "um atentado terrorista". Aquele anúncio era um soco para acordar-nos da imobilização. Pedimos calma àqueles que gritavam e estavam em pânico. Deitamos no chão e nos abraçamos, mesmo sem nunca termos visto um ao outro. Vivíamos aquele momento de solidariedade da dor e cumplicidade do medo.
Muita gente chorava. Perguntávamos o porquê de tudo isso? Pouco a pouco as pessoas se dispersaram e restaram os mais feridos. Muita gente queimada no rosto, com a pele em carne viva.
Olhei à minha volta e me dei conta que havia nascido novamente a dois dias de completar 54 anos. Porém muitos não conseguirão retomar suas vidas nunca mais e isso me dá um aperto muito grande no coração. Ficará na memória a solidariedade humana, o olhar de desespero das pessoas, os muitos rostos desfigurados e um braço, perdido de seu dono, estirado na calçada.
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Fotos tiradas por Samla Da Rosa mostram passageiros saindo do metrô após explosão de bomba em Bruxelas (Foto: Samla da Rosa/Arquivo pessoal)Fotos tiradas por Samla Da Rosa mostram passageiros saindo do metrô após explosão de bomba em Bruxelas (Foto: Samla da Rosa/Arquivo pessoal)


Gabriel Lopes, de 20 anos, de Diadema (SP), faz intercâmbio de um ano na Université Saint-Louis, em Bruxelas, onde mora desde agosto de 2015, em depoimeno ao G1 por telefone:
O brasileiro Gabriel Lopes, 20, de Diadema (SP), que mora em Bruxelas desde agosto de 2015; ele faz intercâmbio em uma universidade belga (Foto: Arquivo Pessoal)O brasileiro Gabriel Lopes, 20, de Diadema (SP), que mora em Bruxelas desde agosto de 2015; ele faz intercâmbio em uma universidade belga (Foto: Arquivo Pessoal)
Hoje de manhã, quando soube dos atentados, pensei em voltar a morar no Brasil. Mas só pensei. Depois você se acalma, e a razão bate. E eu sei que é perigoso aí no Brasil também, mais do que aqui. Mas, sei lá, vai que eu estou no aeroporto e acontece um atentado. Na semana passada, comprei uma passagem para Berlim, e o voo seria hoje de manhã. Estava tudo certo para a viagem, só desisti realmente ontem, porque tinha compromissos.
Hoje acordei às 9h20 daqui [5h20 no horário de Brasília], com o celular vibrando e o barulho de sirenes da polícia nas ruas. E tinha gente da família ligando, um monte de mensagem de amigos. Minha primeira reação foi mandar mensagem para uma amiga portuguesa que eu sabia que iria pegar um voo hoje de manhã. No fim, consegui falar com todos os meus amigos daqui.
Quando teve o ataque em Paris [em novembro do ano passado], aqui em Bruxelas a gente ficou em nível 4 de atenção, mas não fiquei tão preocupado. Mas desta vez não: fiquei muito, muito preocupado. Porque o aeroporto é um lugar em que estou sempre, com amigos viajando. Não dá para acreditar.
Estou vendo pela TV e também chegando notícias em Facebook. A única coisa que eles falam é que a polícia já está tomando controle, mas acho que dizem isso porque não querem assustar o povo. Se tivesse controle, não teria explodido.

Renata Lemos, 37 anos, analista de sistemas, mora em Bruxelas há quatro anos, em depoimento aoG1 por telefone
A analista de sistemas Renata Lemos, de 37 anos, que mora em Bruxelas há quatro anos (Foto: Arquivo Pessoal)A analista de sistemas Renata Lemos, de 37 anos, que mora em Bruxelas há quatro anos (Foto: Arquivo Pessoal)
Foi bem assustador. O sentimento que estou tendo agora... Não consigo achar uma palavra no dicionário que descreva. A gente sempre escuta falarem de atentado, e já é assustador quando acontece longe da gente, mas quando se vê esta realidade tão perto – é apavorante.
O que meu pai falou pra mim: “Não sei o que é pior, o terrorismo aí em Bruxelas ou a violência do Brasil”. Uma das coisas que me fazem ficar na Bélgica é a tranquilidade. Não tem a violência do dia a dia do Brasil. Aqui, ando com celular na rua, com o computador no trem, já deixei o carro aberto – e nunca aconteceu nada. Às vezes, escuto alguma coisa sobre violência, mas nada comparado ao Rio, que é a minha cidade.
Agora, uma parada dessas como os atentados, uma coisa que mata trocentas pessoas por hora... Mas, ao mesmo tempo, quantas pessoas morrem no Rio e no Brasil? É difícil. As pessas estão ficando loucas, doentes, a gente nem sabe mais para onde correr.
Vou visitar o Brasil no mês que vem, já estava de passagem comprada. Mas agora tenho muito medo de chegar no aeroporto de Bruxelas. Já estou com medo, mas não vai acontecer nada, estou fazendo pensamento positivo e nada vai acontecer. Estou louca para ver minha família, morrendo de saudade. Nessas horas, a gente pensa: E se eu morresse hoje?

Fábio Jardelino, 25 anos, jornalista, mora na Bélgica há um ano, em depoimento ao G1 (veja abaixo):

Eu fiquei sabendo [dos atentados] através de amigos, pelo WhatsApp. Ainda estava em casa, tinha acabado de acordar. Tenho um amigo que estava lá [no aeroporto de Zaventem], e ele ficou ferido, voltou para casa completamente chocado. A situação foi bem tensa, bem pesada.

Por volta das 8h30, 9h, a gente teve a notícia da explosão na estação de Maelbeek. A estação é próxima da estação de Schuman, que uso duas ou três vezes por semana para ir para a universidade, e basicamente nesta hora em que houve as explosões. Estamos todos muito tristes aqui em Bruxelas. Graças a Deus, nenhum amigo ficou ferido, mas várias pessoas morreram, e isso deixou toda a cidade de luto. A cidade está praticamente fechada, a polícia, o exército, forças especiais – todo mundo está na rua. E fecharam totalmente o centro. A gente não pode entrar ou se aproximar de instituições como o Parlamento e a Comissão.

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Neuseli Lamari, fisioterapeuta, participou de um congresso em Bruxelas, em depoimento ao G1
Foi por um minuto que perdi o trem que explodiu. Apesar do alívio enorme por ter perdido o trem anterior, não deixa de ser assustador estar em meio a toda essa confusão. Era uma fumaceira e uma correria só. Temos de aguardar aqui até sermos liberados para voltar em segurança ao hotel, em Paris.
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Diego Salles, acrobata em uma escola em Bruxelas, em depoimento ao G1 (veja abaixo):
Nós estávamos no meio da aula e diretor da escola fez uma reunião para contar para gente o que tinha acontecido. Foi uma coisa terrível. Logo depois, cerca de 20 minutos após isso, eles disseram que a escola teria que fechar as portas e encerrar as aulas por conta dos atentados. As aulas estão suspensas até a segunda ordem.

"Dá medo até de voltar para casa, pois o clima na rua é bem estranho. Está todo mundo desconfiado, porque aqui é tudo tão perto, tão próximo e pode acontecer do nosso lado. É muito triste e revoltante que isso esteja acontecendo.

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Tatiane Rocha, de 29 anos, mora em Bruxelas desde agosto de 2015, em depoimento ao G1 (veja abaixo):
Hoje eu pensei: foi sorte que não utilizo o metrô porque minha escola e o trabalho do meu marido são perto de casa e então vamos a pé. Se usasse, passaria naquela estação onde houve a bomba. É uma sensação de alívio dentro disso tudo. Nós tentamos não entrar em pânico, mas assusta porque é muito próximo da gente.

Eu sai logo de manhã por volta das 8h30. Percebi que tinha uma movimentação estranha na minha rua. Nós moramos perto de uma escola judaica e tem sempre polícia. Mas hoje percebi que tinha uma movimentação diferente, parecida com o que aconteceu no dia dos atentados em Paris em novembro. Policiais militares observando carros, olhando dentro para ver se tem bomba.

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Guilherme Ferreira, 18 anos, em depoimento à EPTV Sul de Minas (veja abaixo):
É realmente uma fatalidade o que aconteceu aqui na nossa cidade. Eu tinha acabado de acordar, abri a janela e a primeira coisa que eu vi, escutei foi somente sirenes e polícia passando, olhava pro céu e só via helicópteros, as pessoas na rua desesperadas correndo pra chegar em casa, os pais de família dentro de seus carros loucos pra buscar os filhos na escola, porque a ordem da polícia foi que evacuassem as escolas.

E liguei a TV, pra ver o que estava acontecendo, porque eu não estava entendendo essa loucura, e a primeira notícia e imagem que veio na televisão foi do aeroporto totalmente danificado, pessoas mortas no chão, e, como pode escutar, não para de passar polícia aqui, [a estação] de metrô aqui do lado tinha acabado de ser explodida, isso foi algo de um homicida, de um atentado terrorista. E agora o que nos resta é simplesmente aguardar pra ver o que vai acontecer, se isso é realmente só o começo de tudo isso, e o nosso clima aqui infelizmente está terrível, porque o transporte foi totalmente fechado, metrô não está mais funcionando, as fronteiras do país estão fechadas.

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segunda-feira, 21 de março de 2016

PMDB Gaúcho abandona o governo do PT

segunda-feira, março 21, 2016

DEBANDADA GERAL: PMDB GAÚCHO TAMBÉM ABANDONA O GOVERNO DILMA.

Ibsen Pinheiro ao lado de Pedro Simon (D) e Osmar Terra (E) na reunião da executiva gaúcha nesta segunda-feira. Foto: Zero Hora
O PMDB gaúcho oficializou, no início da noite desta segunda-feira, a saída do governo federal e a intenção de devolução de todos os cargos ocupados por filiados na base governista. 
Em nota, a executiva estadual diz que o partido "não deve se furtar de debater e apoiar as medidas necessárias para retomar o desenvolvimento nacional mesmo sem qualquer atrelamento a um governo que nunca o considerou nas decisões tomadas até agora". Do site de Zero Hora

Presidente Obama cita corrupção no Brasil num discurso e tira um sarro

O time vermelho está em todos os eventos

http://rvchudo.blogspot.com.br/2016/03/os-para-os-petistas-fascista-e-aquele.html?m=1

Humor de Amarildo no blog de Ricardo Noblat

HUMOR

A charge de Amarildo

Charge (Foto: Amarildo)

domingo, 20 de março de 2016

"Ruge como leão e rasteja como jararaca. Mas, por mais que tente, sempre que se veste de cordeiro o lobo escapa." / Mary Zaidan

Leia a íntegra no blog: (Foto: Arquivo Google)

Pele de cordeiro

Luiz Inácio Lula da Silva tem caras, modos e personas variáveis. Traveste-se de acordo com a conveniência. Transita entre a divindade e o desvalido, entre a vítima e o general da tropa. Semeia guerra e ódio e encarna a versão paz e amor quando as circunstâncias o deixam sem saída.  Ruge como leão e rasteja como jararaca. Mas, por mais que tente, sempre que se veste de cordeiro o lobo escapa.
Depois de ser flagrado sem fantasia em escutas telefônicas autorizadas pela Justiça, Lula, por aconselhamento da numerosa banca de advogados que o assessora ou por tino político – ou os dois --, decidiu que é hora de falar de flores.
Uma carta sentimental na quinta-feira e um discurso contra o ódio na manifestação pró-Dilma na sexta-feira, em São Paulo, não deixam dúvidas quanto às intenções do ex.
Já que não era possível negar as gravações em que dispara toda sorte de xingamentos aos presidentes da Câmara e do Senado, ao Procurador-Geral da República e ao recém-empossado ministro da Justiça, e à Suprema Corte, Lula tentou, com a carta, baixar a bola junto aos ministros do STF, que darão a palavra final sobre seu futuro, seja ele ministro de Estado ou não.
Na missiva, peça em que assinatura não está necessariamente vinculada à autoria, Lula se assemelha a uma lady inglesa. No conteúdo e na linguagem, em nada parecidos com o remetente, que abusa do calão censurado para menores, na maioria das vezes sujeitos a transcrições que param na primeira letra da palavra.
No palanque, a história é outra. Lula prega a paz cuspindo ódio.
Em quase meia hora de discurso para uma plateia absolutamente hipnotizada, Lula – ora ex-presidente, ora ministro, ora presidente – esforçou-se para cunhar a imagem de pacificador. Usou e abusou de frases de efeito e da palavra democracia. A ela conferiu variegados significados, menos o real, já que deu maior valor às pessoas que ali estavam do que às protestaram contra ele, Dilma e o PT.
Em alguns momentos, Lula até conseguiu seguir o script que traçara para ele, ao explicar, por exemplo, que iria integrar o governo para ajudar, não para brigar. Mas pouco durava. O “nós x eles” arraigado no discurso do ex prevaleceu mesmo quando ele, nitidamente, não queria.
Até a ideia marota de união das cores, em que o vermelho estaria “no sangue” e o verde-amarelo no “coração” de todos, mostrou o verdadeiro alvo logo em seguida: “eles têm que saber que estas pessoas que estão aqui, de vermelho, são parte das pessoas que produzem o pão de cada dia do povo brasileiro. Elas não estão aqui porque tiveram metrô de graça, não estão aqui porque foram convocadas pelos meios de comunicação a semana toda. Elas estão aqui porque sabem o valor da democracia, porque sabem o valor de fazer o pobre subir uma escala no degrau da economia. Se eles comem três vezes por dia, nós queremos comer três vezes por dia."
Por vezes, Lula lembrou o sapo barbudo imortalizado por Leonel Brizola, esbravejando, com a voz rouca. O velho e batido “nós x eles” permeou toda a oratória. Até na mensagem pseudo-conciliadora final, quando Lula pediu que a multidão vermelha não aceitasse provocações, como se um eventual conflito só viesse do “eles”, jamais do “nós”.
Entre o discurso e os cumprimentos aos companheiros de palanque, Lula ficou menos de uma hora na Avenida Paulista. Nesse pouco tempo, foi ministro e deixou de ser por duas vezes devido a liminares concedidas e cassadas. Anunciou que estaria no Planalto, trabalhando como ministro na próxima terça-feira, mas saiu de lá sem Ministério, de acordo com a decisão – também liminar – do ministro do Supremo Gilmar Mendes.
Ministro ou não, Lula está enroscado em nada menos do que seis inquéritos no âmbito do Ministério Público Federal e um no Distrito Federal, fora o do MP de São Paulo, despachado para Curitiba pela juíza paulista.
Por mais que tente remodelar, não há pele de cordeiro capaz de encobri-lo. 

Frase de Fernando Henrique Cardoso

FRASE DO DIA
Você ver o Lula enterrar a própria história? Isso me dá tristeza. Eu não comemoro esse fato, me dá tristeza, bem ou mal o Lula teve um papel no Brasil.
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO

EX-PRESIDENTE DA REPÚBLICA

As instituições do Brasil dão sinal de resistência ao desastrado governo do PT

domingo, março 20, 2016

Sim, nós temos instituições - 

MAÍLSON DA NÓBREGA

REVISTA VEJA


A solidez institucional do Brasil tem sido destaque no exterior. Assim reconheceu a Standard & Poor"s ao anunciar a perda do grau de investimento do país. Uma avaliação correta. Aqui, todavia, fala-se que o PT degradou as instituições. Questiona-se até se algum dia já tivemos boas instituições.

O general Rômulo Bini Pereira, ex-chefe do Estado-Maior da Defesa, põe em dúvida se "as instituições de nosso país estão consolidadas e funcionando corretamente", como frequentemente se diz. Fosse o caso, "a Nação não estaria convivendo com o que tem sido considerado o pior período da história nacional, em que se nota visível e crescente decadência moral e ética no campo interno e preocupante descrença externa quanto ao futuro do Brasil" (Estadão, 8/11/2015).

Os economistas Zeina Latif e Marcos Lisboa e o cientista político Carlos Melo — três de nossos melhores analistas — falam coisa semelhante, embora reconheçam os avanços institucionais dos últimos anos, que o general parece ignorar. Para se contraporem aos que creem na solidez de nossas instituições, apontam retrocessos dos últimos anos e o abandono da tarefa permanente de aperfeiçoamento institucional (Estadão, 21/2/2016).

Para eles, "as regras fiscais foram sistematicamente desrespeitadas e o regime de metas de inflação foi enfraquecido". Mais: "houve retrocesso na microeconomia, com intervenções discricionárias do Poder Executivo; ingerência sobre tarifas públicas, bancos públicos e empresas estatais; e distribuição de privilégios para empresas e setores selecionados". As agências reguladoras "foram fragilizadas". E por aí afora.

Tudo isso é verdade. As consequências da mais desastrosa administração da República estão à vista. O PT fragilizou instituições relevantes para o ambiente de negócios, mas não fez o mesmo nas instituições fundamentais, isto é, aquelas que controlam o governo e evitam a continuidade de líderes ineptos e más políticas públicas.

No século XVI, iniciou-se o processo pelo qual o Ocidente suplantou as potências econômicas e militares da época: China e índia. Três séculos depois, avanços institucionais inspirados nos ideais da Renascença e do Iluminismo consolidaram a democracia e a economia de mercado. Pesos e contrapesos asseguram o controle recíproco do Legislativo, do Executivo e do Judiciário, preservando esses dois alicerces da prosperidade. Não à toa, o comunismo vicejou apenas onde inexistiam tais mecanismos institucionais.
No Brasil, consideram-se instituições apenas as organizações estatais e privadas, mas elas compreendem também a imprensa, os mercados e as crenças da sociedade. Para Douglass North, "as crenças determinam as escolhas feitas pelos indivíduos". O aprendizado gera mudanças mentais e "desenvolve a estrutura para interpretar sinais recebidos pelos sentidos". Isso é evidente na crescente intolerância dos brasileiros à inflação sem controle e à corrupção.

As instituições não garantem a boa escolha de governantes. O eleitorado pode ser induzido a erro por mistificação e propaganda enganosa financiada ilegalmente, o que obstrui a concorrência no jogo eleitoral. A reeleição de Dilma é uma nítida demonstração do poder danoso desses fatores.

Quanto ao controle do governo, as instituições evitam a perpetuação das más escolhas. Cedo ou tarde, os erros e seus efeitos são detectados e em seguida corrigidos pela eleição de um novo líder. O descalabro pode criar o ambiente para a escolha de um aventureiro que piore a situação, mas estamos longe desse risco.

A Operação Lava-Jato demonstra a força de nossas instituições fundamentais, o que está sendo impulsionado pelas novas crenças da sociedade, pela imprensa livre e pelo funcionamento dos mercados. Há sinais de que haverá, agora ou em 2018, uma renovação de liderança capaz de restabelecer a responsabilidade e a eficiência das políticas públicas, a qualidade do governo, a ética e o desenvolvimento do país.

Será fácil, felizmente, reverter a degradação institucional da era petista. Difícil seria se o PT houvesse conspurcado e destruído as instituições fundamentais. O partido até quis uma lei para controlar a imprensa. Em vão.


"Qual o verdadeiro Lula" / Editorial do Estadão

20/03/2016
 às 14:39 \ Opinião

Editorial do Estadão: ‘Torpe e indigno’

Publicado no Estadão
Qual é o verdadeiro Lula? Aquele que, sem saber que estava sendo ouvido, afirma que o STF e o STJ estão “totalmente acovardados”; cobra gratidão do procurador-geral da República pelo fato de ter sido nomeado pelo governo petista; classifica de “palhaçada” a denúncia de que é alvo por parte do Ministério Público; manda policiais e procuradores enfiar em lugar impublicável as investigações que o envolvem; ou aquele que, em “carta aberta” obviamente escrita por gente alfabetizada, tenta corrigir o devastador efeito negativo da divulgação de suas conversas telefônicas legitimamente gravadas e divulgadas – não “vazadas” – pela Operação Lava Jato?
Afirma Lula, no texto que assinou – e que devem ter lido para ele –, que como presidente da República sempre respeitou o Poder Judiciário e apela ao recurso demagógico de se fazer de vítima que tem sua intimidade “violentada por vazamentos ilegais” e apela à falsa condição de pobrezinho, pessoa humilde e bem-intencionada: “Não tive acesso a grandes estudos formais. Não sou doutor, letrado, jurisconsulto. Mas sei, como todo ser humano, distinguir o certo do errado; o justo do injusto”. Lula não diz a verdade. Ele, de fato, sabe o que é certo e o que é errado. Mas nunca quis saber como se distingue uma coisa da outra. Para ele, certo é tudo aquilo que faz e lhe dá prazer e proveito. Errado é o que não lhe apraz ou pode prejudicar.
Tem sido sempre assim. Reeleito presidente, passou a demonstrar completo desrespeito pelo Judiciário, ofendendo gravemente o STF com a afirmação de que o processo do mensalão era uma farsa que ele trataria de desmontar depois que deixasse o poder. Mas então o petrolão já estava funcionando a pleno vapor e acabou com a fanfarronice do chefão petista.
O perfil moral do ex-presidente foi descrito, em palavras duras, pelo decano da Suprema Corte, ministro Celso de Mello, ao repudiar, sem citar nomes, as “ofensas” e “grosserias” de que os ministros togados foram alvo por parte do ex-presidente: “Esse insulto ao Judiciário, além de absolutamente inaceitável e passível da mais veemente repulsa por parte dessa Corte Suprema, traduz, no presente contexto da profunda crise moral que envolve os altos padrões da República, a reação torpe e indigna, típica de mentes autocráticas e arrogantes que não conseguem esconder, até mesmo em razão do primarismo de seu gesto leviano e irresponsável, o temor pela prevalência da lei e o receio pela atuação firme, justa, impessoal e isenta de juízes livres e independentes”. Várias entidades representativas de juízes, do Ministério Público e dos policiais também repudiaram a tentativa de desqualificar o trabalho da força-tarefa da Lava Jato e do juiz Sergio Moro.
A verdade é que Lula, hábil manipulador e especialista em dizer o que as pessoas querem ouvir, subiu na vida no papel de líder populista, pragmático no pior sentido do termo, sem nenhum compromisso sério senão com a crescente volúpia pelo poder. Inculto, mas espertalhão, Lula deu um nó nos intelectuais esquerdistas que se iludiram com a possibilidade de manipulá-lo e, com indiscutível apoio popular, fingiu converter-se à política econômica que vinha produzindo resultados e se elegeu à Presidência da República para amoldar a seu feitio o “novo regime”: uma ação entre amigos com sotaque nitidamente sindical.
Enquanto a economia permitiu, o governo Lula mergulhou fundo em programas sociais indiscutivelmente meritórios, mas insustentáveis quando o panorama mundial se tornou adverso e a incompetência de Dilma Rousseff impediu as necessárias correções. Hoje, com o governo se desintegrando politicamente, inflação e desemprego crescentes e sem recursos para investir em programas estruturantes, os brasileiros caíram na real. Já não têm ilusões e isso os faz lutar por seus próprios direitos e interesses, o que significa pôr-se do lado oposto do governo responsável por suas frustrações.
Lula, porém, parece acreditar que ainda conseguirá sobreviver ao desastre político, econômico e moral que montou. Mas isso ficou muito mais difícil a partir do instante em que as autoridades começaram a revelar à Nação, com detalhes, os esquemas de corrupção que vêm sustentando o lulopetismo. E, nesse processo, ficou exposta a verdadeira face de Lula, esse populista irresponsável que procura dissimular sua verdadeira condição de abastado burguês para manter a pose de líder popular que compartilha o destino dos pobres.