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quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

"Lava Jato: por que nenhum político foi condenado pelo Supremo após 3 anos? " // BBC

Lava Jato: por que nenhum político foi condenado pelo Supremo após 3 anos? 

  • 14 fevereiro 2017
Balança e marteloDireito de imagemTHINKSTOCK
Image captionProcessos no STF caminham mais lentamente do que na vara de Sergio Moro, que já condenou 87 pessoas
A primeira fase da Operação Lava Jato foi deflagrada em março de 2014. Passados três anos, as denúncias se acumulam, mas nenhum político com foro privilegiado foi condenado no Supremo Tribunal Federal (STF). Apenas quatro viraram réus.
Na tentativa de afastar críticas de intervenção na operação, o presidente Michel Temer prometeu, na segunda-feira, que afastará definitivamente ministros do seu governo que venham a ser processados dentro da Lava Jato - mas como os números mostram, pode demorar muito para que isso eventualmente ocorra.
Em contraste, o juiz Sergio Moro já condenou 87 pessoas, algumas mais de uma vez, por diferentes crimes, totalizando 125 sentenças. Entre eles estão políticos sem mandato e que, portanto, perderam o foro, como o ex-ministro José Dirceu (PT) e o senador Gim Argello (ex-PTB).
A grande diferença de ritmo das duas instâncias do Judiciário causa controvérsia. De um lado, há quem veja na suposta lentidão do Supremo uma janela aberta para a impunidade. De outro, críticos do trabalho de Moro acreditam que o juiz estaria atropelando as garantias dos acusados ao acelerar os processos.
Entenda em cinco pontos o que explica essa diferença:

1) STF não julga apenas a Lava Jato

Uma vara criminal de primeira instância, como a do juiz Sergio Moro em Curitiba, cuida apenas de processos penais.
Já o Supremo Tribunal Federal é a corte mais importante do país e tem como função principal garantir a aplicação da Constituição Federal.
Simultaneamente aos casos da Lava Jato envolvendo políticos com foro, o Supremo julga, todas as semanas, dezenas de outras ações, muitas delas urgentes.
Nos últimos anos, por exemplo, o STF tomou diversas decisões sobre o andamento do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. Também tem se debruçado sobre questões como direito de greves de funcionários públicos, fornecimento de remédios pelo Estado, consumo de drogas, entre outras.
Sessão do STFDireito de imagemLULA MARQUES/AGPT
Image captionPrincipal função do STF é garantir a aplicação da Constituição Federal
"Todo processo no Supremo tende a ser mais demorado do que numa vara comum. Não só o número de processos é enorme para cada um dos onze ministros, como também são processos com uma complexidade que nenhum outro juiz se depara", afirma o procurador de Justiça da Bahia Rômulo de Andrade, professor de Direito Processual Penal da Universidade Salvador.
Diante disso, os juristas ouvidos pela BBC Brasil foram unânimes em defender mudanças no regime de foro privilegiado, para desafogar o Supremo. Na opinião deles, o foro é importante para evitar perseguições políticas contra autoridades assim como pressões de investigados poderosos sobre juízes de primeiro grau. No entanto, dizem, há pessoas demais com foro no Brasil e isso deveria ser reduzido.
Existem várias propostas sendo debatidas no meio jurídico, mas uma mudança teria que ser aprovada no Congresso.
"Eu não vejo perspectiva nenhuma de mudar (o regime de foro privilegiado). Você acha que o Congresso vai mudar para prejudicar a si próprio? Não vai", disse o jurista Miguel Reale Júnior, um dos autores do pedido de impeachment que levou à cassação da presidente Dilma Rousseff.

2) Juiz exclusivo da Lava Jato

Enquanto o STF tem que julgar os mais diferentes assuntos, Sergio Moro se dedica exclusivamente à Lava Jato. Desde fevereiro de 2015, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) suspendeu a distribuição de outros casos para sua vara. Moro recebe apenas processo ligados à Lava Jato, enquanto novas ações relacionadas a casos antigos de sua vara são distribuídos para sua juíza substituta Gabriela Hardt.
Sérgio Moro discursaDireito de imagemREUTERS
Image captionO juiz Sérgio Moro se dedica exclusivamente à operação Lava Jato
Se por um lado essa exclusividade contribui para dar mais celeridade aos processos, por outro gera críticas de desrespeito ao "princípio do juiz natural", que prevê que processos devem ser distribuídos para juizes pré-determinados em lei, evitando direcionamentos. Mesmo crimes cometidos fora do Paraná, por serem investigados pela Lava Jato, acabam na mesa de Sergio Moro.
"Virou uma vara totalmente da Lava Jato, o que é incomum", observa o advogado Gustavo Badaró, professor de direito processual penal da USP.

3) Análises coletivas são mais lentas

Mais um fator que explica a agilidade maior do juiz Sergio Moro, observa a subprocuradora-geral da República Ela Wiecko, é que ele toma decisões individualmente. Já no Supremo as decisões são coletivas e é preciso que o processo seja pautado para análise de uma das turmas (cinco ministros cada) ou do plenário (onze ministros), a depender do cargo da autoridade.
No Supremo, após a abertura do processo, além de um ministro atuar como relator, outro é designado como revisor. O caso só é julgado quando ambos concluem seus votos e, na hora do julgamento, outros ministros podem pedir vista, suspendendo o desfecho.
4) Réus confessos x necessidade de investigação
Outro elemento que agiliza o trabalho de Sergio Moro é que muitos réus da sua vara fizeram acordo de delação premiada. Esses delatores assumem seus crimes e abrem mão de recursos durante o processo, observa Badaró.
Segundo o Ministério Público Federal do Paraná, das 87 pessoas condenadas por Moro até o momento, 37 eram delatores.
Ministros Celso de Mello, Cármen Lúcia e Luiz FuxDireito de imagemLULA MARQUES/AGPT
Image captionDecisões coletivas entre os membros do STF costumam demandar mais tempo
Já no STF, os políticos investigados são, na sua maioria, acusados em delações. Dessa forma, só é possível abrir processos contra eles e eventualmente condená-los após a Polícia Federal e a Procuradoria-Geral da República (PGR) investigarem e conseguirem provar o que dizem os delatores.
"São centenas de casos e a gente percebe que a PGR está muito onerada", afirma Ela Wiecko, que até agosto era vice do procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
A PGR informa que, desde o início da Lava Jato, já investigou ou investiga 413 pessoas com direito a foro privilegiado. Parte dos inquéritos foi encerrada por falta de evidências suficientes de crime, enquanto outras investigações ainda estão em andamento.
Segundo balanço feito em dezembro pelo STF, a PGR apresentou até agora 16 denúncias contra autoridades com foro na Lava Jato. Dessas, cinco foram recebidas e tornaram réus a senadora Gleisi Hoffmann (PT), os deputados Nelson Meurer (PP) e Aníbal Gomes (PMDB) e o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB). Após sua cassação, porém, os dois processos contra Cunha foram remetidos à vara de Moro.
Já o Ministério Público Federal do Paraná informou que, dentro da Lava Jato, investiga cerca de mil pessoas e que já apresentou 260 denúncias. O órgão disse que a maioria levou a abertura de processos, mas não soube precisar quantos réus aguardam julgamentos em Curitiba.
5) Agilidade de Moro: eficiência ou atropelo?
A agilidade que Moro imprime aos processos é mais um fator que acentua a diferença de ritmo da Lava Jato na sua vara e no Supremo, afirmam os juristas ouvidos pela BBC Brasil. Eles divergem, porém, sobre se isso é positivo ou não.
"Independentemente da qualidade do serviço, isso fica a juízo de cada um, Sergio Moro é um juiz extremamente operante. Tem um ritmo de trabalho muito elevado, certamente muito maior do que a média dos juízes de primeiro grau", afirma Badaró.
"É claro que uma Justiça que tarda é uma Justiça falha, mas isso não significa que julgamentos sumários sejam bons. Se o processo respeitar os prazos necessários para a defesa, ele tramitar numa velocidade adequada é sempre melhor do que numa velocidade lenta", ressaltou ainda.
Para Reale Júnior, o fato de o TRF-4 (segunda instância da Justiça Federal), vir mantendo a maioria das condenações de Moro indica que suas decisões estariam corretas. Segundo levantamento recente do jornal Folha de S. Paulo, o tribunal julgou recursos referentes a 23 condenações - desse total, 16 penas foram mantidas ou aumentadas.
"Existem provas, não houve exesso acusatório nos processos", afirma Reale.
Já a subprocuradora Ela Wiecko considera que Moro adota uma postura de "combate ao crime" que não é correta para um juiz, que "deve olhar os dois lados".
Na sua opinião, Moro "pesa a mão" aos fazer interpretações "muito amplas" do que são organizações criminosas ou ações de obstrução da Justiça. É comum que ele mantenha executivos e políticos presos por longos períodos mesmo sem terem sido condenados sob a justificativa de que podem atrapalhar investigações.
"A mão está pesada demais e isso é perigoso, viola as garantias (dos acusados)", afirmou.
Já o procurador Rômulo de Andrade, outro crítico do trabalho de Moro, considera que o alto número de prisões preventivas decretadas por ele acaba exigindo que imprima maior velocidade aos processos.
"Ele tem que agilizar porque ele prende muito provisoriamente. Se não, corre o risco de algum tribunal superior reconhecer o excesso da prisão preventiva e determinar a soltura", ressalta.
Na semana passada, o ministro do STF Gilmar Mendes criticou Moro e disse que a corte tem que se manifestar. "Temos um encontro marcado com as alongadas prisões que se determinam em Curitiba. Temos que nos posicionar sobre esse tema, que conflita com a jurisprudência que construímos ao longo desses anos", afirmou.
Ao longo de 37 fases da Lava Jato, Moro decretou 79 prisões preventivas. Atualmente, 22 ainda estão presos nessa modalidade, entre eles Cunha, o ex-ministro Antônio Palocci e o ex-governador do Rio Sergio Cabral.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

O Ministério da Pesca está cheio de funcionários que odeiam peixe mas adoram dinheiro

Leia em Jornais Brasileiros http://www.jornaisbrasileiros.net.br/descargar/ @jornaisapp http://ultimosegundo.ig.com.br/politica/2017-02-15/pesca-goias.html

terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

"NOVILÍNGUA, EUFEMISMOS E ... TESTOSTERONA" / Percival Puggina



NOVILÍNGUA, EUFEMISMOS E ... TESTOSTERONA

por Percival Puggina. Artigo publicado em 13.02.2017

 O famigerado "politicamente correto" parece nascido nas páginas de 1984, o profético livro de George Orwell sobre o totalitarismo em expressão máxima. É a própria "novilíngua" ...
Publicado originalmente em https://www.facebook.com/blogbbraga.

I.
Em 21 de janeiro, o Jornal Nacional anunciou que "milhões de mulheres saíram às ruas de centenas de cidades americanas pra protestar contra Donald Trump" [1]. Sem mencionar a fonte dos números que sustentavam a referência a "milhões" e "milhares", a matéria foi apresentada por Monalisa Perrone. A jornalista - que já foi desmentida ao vivo por inventar falas de Trump e afirmou que defender a fé e a família é "extremismo" [2] - encheu a boca para descrever o protesto contra o Presidente dos Estados Unidos.
O Jornal Nacional não mencionou, porém, o patrocínio multimilionário que George Soros generosamente concedeu as tais "mulheres" [3]. Elas, que tinham - ora, ora... - uma "agenda", já que mulheres que eram a favor da vida e contra o aborto - contra o assassinato em massa de crianças inocentes - foram impedidas de participar do evento.
Em outubro do ano passado, Gioconda Brasil - repórter da Globo - disse "No Brasil não existe cobertura das eleições americanas. Existe torcida pela vitória de Hillary Clinton" [5]. Mas, não é só "torcida" por um candidato, mas compromisso - escancarado - com a agenda, não a das mulheres, e sim a das feministas e de seus padrinhos comuno-globalistas.
***
Comuno-globalismo - travestido de "mulher" - contra Trump.
George Soros tem ligação com mais de 50 "parceiras" da "Marcha das Mulheres" em Washington.
Leia: "Billionaire George Soros has ties to more than 50 ‘partners’ of the Women’s March on Washington". The New York Times, 20 de janeiro de 2017 [http://nytlive.nytimes.com/womenintheworld/2017/01/20/billionaire-george-soros-has-ties-to-more-than-50-partners-of-the-womens-march-on-washington/].
II.
As imagens por si só exibem uma monstruosa concentração de pessoas. Você por acaso viu o evento ser noticiado no Jornal Nacional? Procure lá - na edição do dia 27 de janeiro - por "Marcha pela Vida". Não vai encontrar nada [6].
Mas, com paciência, vá até a edição do dia 21. Você irá encontrar uma matéria com grande destaque - enviesado - sobre a tal "Marcha das Mulheres", realizada na mesma capital americana. Uma "marcha" promovida não por "mulheres", mas por gangues abortistas para - não simplesmente protestar contra o Presidente eleito Donald Trump - mas para exigir o "direito" de assassinar crianças indefesas. Tudo patrocinado pelo multimilionário George Soros [7].
Eis mais uma amostra das fraudes promovidas por um jornalismo delinquente, comprometido com a macabra agenda comuno-globalista.
III.
Em uma nota anterior, mostrei como o Jornal Nacional enalteceu a "Marcha das Mulheres", em Washington - uma "marcha" organizada por gangues abortistas para reivindicar o "direito" de assassinar bebês e protestar contra Donald Trump - e omitiu do noticiário a "Marcha pela Vida" - um evento contra o aborto que levou milhares de pessoas às ruas da mesma capital americana e que contou com o apoio do Presidente eleito e do vice-Presidente dos Estados Unidos [8].
Vamos pegar agora o "Fantástico". Na edição do dia 22 de janeiro, o programa da Rede Globo levou ao ar uma matéria de 4 minutos e 25 segundos, na qual exaltou a "Marcha das Mulheres", valendo-se das "estrelas" que participaram do evento [9]. Exibiu Madona pregando a "revolução do amor"; mas não mostrou a cantora dizendo, sob aplausos e gritos entusiasmados, que estava pensando em explodir a Casa Branca [10]. O "Fantástico" recortou um "belo" trecho do discurso de Scarlett Johansson; porém, escondeu aquele em que a atriz dá o seu testemunho e promove a Planned Parenthood - o maior matadouro de crianças inocentes da face da terra, acusada de comercializar os órgãos e os tecidos dos bebês assassinados [11]. Deu destaque aos estereótipos inventados para manchar a reputação de Donald Trump - proferidos por Ashley Judd -, mas não reservou vinte segundos da reportagem para as palavras de Donna Hylton na "Marcha" - uma "black feminist" condenada por sequestrar, torturar e matar um senhor branco de 62 anos de idade [12]. Não falou das ligações dos familiares de uma das organizadoras com o Hamas - grupo terrorista islâmico [13]. Sequer fez menção aos "lindos" cartazes e do "mais puro bom gosto" exibidos no protesto financiado por George Soros [14].

E a "Marcha pela Vida"? No último domingo - 29 de janeiro - o "Fantástico" não mostrou nada, nada, nada. Procure lá na página do programa [15]. Mas exibiu uma matéria curiosa: "Notícias falsas divulgadas na internet se tornam um problema mundial". Nela, trata das eleições nos Estados Unidos - contando com a colaboração do petista Eugênio Bucci -, sempre mirando Donald Trump [16].
O principal nessa matéria é que o "Fantástico" coloca em xeque a internet. Sim, as informações que circulam na rede devem ser realmente verificadas. Porém, ele dá a imprensa "oficial", e o programa mesmo, como fontes de extrema credibilidade - o que é falso. Basta ver como o "show da vida" omitiu a "Marcha pela Vida". Verificar o seu histórico de fraudes jornalísticas - e o da Rede Globo - a serviço da agenda comuno-globalista para comprová-lo [17].

REFERÊNCIAS.
[1]. "Milhões de mulheres protestam contra Donald Trump". Jornal Nacional, 21 de janeiro de 2017 [http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2017/01/milhoes-de-mulheres-protestam-contra-donald-trump.html].
[4]. Cf. "Estados Unidos: Marcha pela Mulher retira feministas pró-vida do evento". ACIDigital, 20 de janeiro de 2017 [http://www.acidigital.com/noticias/estados-unidos-marcha-pela-mulher-retira-feministas-pro-vida-do-evento-74450/].
[7]. Cf. Jornal Nacional, 21 de janeiro de 2017 [http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2017/01/milhoes-de-mulheres-protestam-contra-donald-trump.html] - Cf. NOTA sobre a cobertura do Jornal Nacional [https://www.facebook.com/blogbbraga/photos/a.190586071090013.1073741828.184797238335563/766843470130934/?type=3&theater] e "Comuno-globalismo - travestido de "mulher" - contra Trump": George Soros tem ligação com mais de 50 "parceiras" da "Marcha das Mulheres" em Washington [https://www.facebook.com/blogbbraga/posts/766969776784970].
[12]. Cf. "Women's march speaker a kidnapper, murderer". WND, 26 de janeiro de 2017 [http://www.wnd.com/2017/01/womens-march-speakera-kidnapper-murderer/].
[13]. Cf. "Women’s March organizer Linda Sarsour has family ties to Hamas, recently met former Hamas financier". Jihad Watch, 22 de janeiro de 2017 [https://www.jihadwatch.org/2017/01/womens-march-organizer-linda-sarsour-has-family-ties-to-hamas-recently-met-former-hamas-financier].
[14]. Cf. "The Horrible New Normal", Rod Dreher [http://www.theamericanconservative.com/dreher/the-horrible-new-normal/].
[17]. Cf. "Fantástico adapta a 'família' à 'novilíngua' gayzista" [http://b-braga.blogspot.com.br/2016/05/fantastico-adapta-familia-novilingua.html]; "O 'Fantástico' e a fraude gayzista" [http://b-braga.blogspot.com.br/2015/07/o-fantastico-e-fraude-gayzista.html]; "A 'fantástica' propaganda gayzista" [http://b-braga.blogspot.com.br/2013/04/a-fantastica-propaganda-gayzista.html]; "A 'fantástica' mitologia dos 'torturados'". Tópico VIII in "Bolsonaro, Ustra: o 'torturador' e a mitologia comunista" [http://b-braga.blogspot.com.br/2016/04/bolsonaro-ustra-o-torturador-e.html]; "Ana Maria Braga, Fátima e a ideologia de gênero gayzista" [http://b-braga.blogspot.com.br/2016/10/ana-maria-braga-fatima-e-ideologia-de.html].



"Temer blinda o governo contra a Lava Jato" / Ricardo Noblat

Temer blinda o governo contra a Lava Jato

O presidente Michel Temer faz pronunciamento à imprensa (Foto: Jorge William  / Agência O Globo )Presidente Michel Temer f (Foto: Jorge William / Agência O Globo )
Ricardo Noblat
O sociólogo Fernando Henrique Cardoso ensinou enquanto ainda governava o país: “Quando um ministro perde as condições políticas de permanecer no cargo, nem mesmo o presidente consegue mantê-lo”.
O presidente Michel Temer sabe disso. Tanto que se livrou de Romero Jucá (PMDB-RR), ministro do Planejamento do seu governo interino, depois de ele ter sido flagrado conspirando contra a Lava Jato.
Jucá durou menos de uma semana no cargo. É bem verdade que ele continua mandando no ministério, foi indicado por Temer para líder do governo no Congresso e preside o PMDB. Mas faltou-lhe sorte.
Se as regras anunciadas, ontem, por Temer para afastar ou demitir ministros vigorassem desde que ele chegou ao poder, Jucá não teria perdido o cargo. Nem ele nem pelo menos outros cinco ministros.
Doravante será assim, segundo Temer: se um ministro for denunciado pela Procuradoria-Geral da República por qualquer tipo de crime, será afastado provisoriamente do cargo até que tudo se esclareça. Não perderá o salário.
Caso o Supremo Tribunal Federal (STF) acolha a denúncia, o que o transformaria em réu, o ministro será demitido. Por apenas suspeita ou mesmo delação, nenhum ministro sairá do governo.
Parece um avanço? De início pareceu-me. Mas é um atraso. A Justiça nos seus escalões superiores é lenta, lentíssima, e evita confrontar os que gozam de foro privilegiado – ministros de Estado e políticos em geral.
Em pouco mais de três anos de Lava Jato, a Procuradoria-Geral da República só ofereceu denúncia contra pouco mais do que uma dezena de políticos. Mais de 250 já foram acusados em Curitiba.
Passaram-se mais de sete anos até que o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) virasse réu no STF. Recentemente, o ministro Marco Aurélio Mello afastou Renan da presidência do Senado. Ele sequer recebeu a intimação.
“O governo não quer blindar ninguém. E não vai”, garantiu Temer. Mas na prática é o que fará – ou tentará fazer. A valerem as regras fixadas por ele, os ministros continuarão empregados até o fim do governo em 2018.
O tempo de vida útil de tais regras será curto. Na vida real, seguirá valendo a lição do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso: ministro cai quando perde as condições de manter-se em pé. Foi sempre assim e assim será.
Temer quis se apartar do complô armado pelos políticos para sufocar a Lava Jato. Teria sucesso se não tivesse indicado quem indicou para o STF. E se seu apoio à Lava Jato não deixasse a mínima dúvida. Mas deixa.

Fotos para serem apreciadas

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Karl Ndieli

KARL NDIELI

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segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Ensaio sobre a Máfia ítalo-americana / Inigo Dominguez









As cinco famílias da máfia ítalo-americana

A Máfia ítalo-americana é uma epopeia do capitalismo em sua versão mais selvagem Triunfou ao se organizar como uma empresa. A falta de liderança desencadeou o declínio




Ilustração de Lola Beltrán.




O primeiro capo da máfia italiana de Nova York foi um imigrante siciliano, um tal Giuseppe Morello, que chegou à cidade com 25 anos, em 1892. Tinha uma mão deformada, onde só havia um dedo mindinho, e provinha do ambiente mafioso de Corleone. Só havia mil italianos em Nova York em 1850, mas em 1900 já eram 150.000. Morello não conseguiu ser mafioso logo de cara, ninguém começa como chefe. Era um imigrante a mais da ralé, os italianos ainda não mandavam nada nas ruas, dominadas por bandos de irlandeses e judeus. Além disso, chegou aos Estados Unidos em plena crise econômica. Teve de ganhar a vida colhendo algodão e cortando cana de açúcar na Louisiana e no Texas. Cinco anos depois pôde voltar a Nova York e já montou seu próprio grupo, que protagonizou em 1903 um dos primeiros crimes que alarmaram a imprensa sobre certas gangues bárbaras de italianos, o famoso caso do barril: apareceu um cadáver dobrado em dois dentro de um tonel. Com semelhante sujeito, o tal Morello, nasce uma dinastia mafiosa nova-iorquina que chega até os dias de hoje, o clã dos Genovese. Dinastia sem sucessões de sangue no comando em sentido estrito, de pais e filhos, mas, com frequência, sangrentas.
Por seleção natural, nos anos trinta acabaram se consolidando outros quatro grandes sobrenomes: Colombo, Bonanno, Gambino e Lucchese. E assim temos as Cinco Famílias mafiosas de Nova York, como linhas de sucessão sem interrupção até hoje. Quem decidiu organizar a coisa assim foi Charles Lucky Luciano, artífice da Máfia moderna e membro dos Genovese. Este reconhecimento de bandos, esta divisão de poder, território e competências, foi uma ideia para acabar com as guerras internas. Enfim, para pôr um pouco de ordem e poder dedicar-se aos negócios. Porque era disso que se tratava: a Máfia é uma cópia em papel carbono do sistema, uma epopeia do capitalismo em sua versão mais selvagem, com o lema de ganhar dinheiro onde for e como for. Esses imigrantes procedentes de vilarejos miseráveis e ainda feudais da Sicília ansiavam por dinheiro e respeito; depois, luxo e poder. Ser como os de lá ou mais, mais americanos que os americanos. Lembram-se da primeira frase que se escuta em O Poderoso Chefão? É esta: “Eu Acredito na América. A América fez minha fortuna”.
Lucky Luciano, que tinha uma visão moderna de como ser um gângster, estruturou a Máfia como uma grande empresa, com cinco grandes diretores no conselho de administração e com divisão do mercado. A chamada Comissão se reuniu pela primeira vez em 1931. Começou então uma época de ouro que termina entre os anos setenta e oitenta, com leis letais contra eles e ondas de arrependidos. Os mafiosos sicilianos nunca respeitaram muito seus primos americanos. Viam-nos como novos ricos que perdiam perigosamente as formas. Estavam encantados em ser conhecidos, chamavam a si mesmos de goodfellasou wiseguys, bons rapazes ou garotos espertos. A ostentação, a visibilidade e a vida social lhes pareciam um erro estratégico, além de pouco sério. O tempo lhes deu a razão. O declínio das Cinco Famílias começa quando deixam de ser um segredo. Desde os anos vinte, o país conhecia capos temíveis e a violência dos bandos, mas só no final dos cinquenta o FBI admitiu que a Máfia existia. Na época tinha 400 agentes dedicados a combater o comunismo, era a Guerra Fia, e somente quatro contra o crime organizado.


"O declínio das cinco família começa quando deixam de ser um segredo"

A verdade sobre a Máfia ítalo-americana começa a ser revelada em 1950 com a comissão de investigação Kefauver, do Senado. Prossegue em 1957 com a grande batida em Apalachin, em plena cúpula mafiosa, e é arrematada em 1963 com o primeiro livro de memórias de um capo, Nick Gentile, e sobretudo, com o primeiro arrependido da Cosa Nostra, Joe Valachi. Revelou, por exemplo, essa mesma denominação, Cosa Nostra, e que havia cinco famílias. O filme O Poderoso Chefão, de 1972, onde os cinco clãs aparecem com sobrenomes fictícios (Corleone, Tattaglia, Barzini, Cuneo e Stracci), retrata uma época da Máfia em seu momento culminante antes da derrocada, e de forma esteticamente idealizada, no ponto mais distante daquele tal Morello esfarrapado, aleijado e morto de fome. A degeneração da Máfia ítalo-americana não se deveu somente às operações policiais. Como nas grandes empresas familiares, com frequência os filhos e netos dos fundadores não souberam estar à altura, já tinham tudo pronto. O distanciamento da tradição e das raízes causou crises de identidade ou terminou em caricatura.
Bill Bonanno, o segundo mafioso a contar sua vida – no livro Honra Teu Pai, de Gay Talese, publicado em 1971 –, refletia o conflito entre um trabalho e um modo de vida herdado e seu desejo de ser um americano normal. Por outro lado, o que foi o último capo midiático no velho estilo, John Gotti, dos Gambino, de vestes caras e adorado pelas revistas, parecia tirado de um filme de Scorsese. Morreu em 2002 na prisão, depois de 12 anos atrás das grades, e seu sucessor, seu filho John Gotti Jr., passou à história da Máfia como o capo mais estúpido das Cinco Famílias. Chegou até a ser pego com uma lista dos membros da organização. Era chamado de dumbfella (dumb significa estúpido), muito longe dos rapazes espertos. A perspectiva de apodrecer na prisão fez muitos deixarem a crença de que isso era o sucesso. O capo máximo do clã Bonanno, Joseph Big Joey Massino, acabou com microfones no peito e gravando seus próprios homens, há pouco mais de 10 anos.
É que, além do mais, havia concorrência: não só que os capos queriam cada vez mais ser empresários, mas que o próprio capitalismo se tornou cada vez mais mafioso. Isso Scorsese vai dizer em O Lobo de Wall Street, fazendo um de seus filmes de máfia com altos executivos, e não se nota a diferença. Entretanto, as Cinco Famílias acabaram sendo pastagem de celebridades e subproduto televisivo. A filha de Gotti, Victoria Gotti, apelidada de Mafia Princess, colocou câmeras em sua mansão e protagonizou um reality com seus três filhos, que se chamou Growing the Gotti. Mas pior ainda foi Mob Wives, outro com mulheres e filhas de mafiosos, uma apoteose grotesca de casacos de peles, botox e brigas com os constantes “pis” colocados pela TV para abafar os insultos. Organizaram um debate com elas na campanha eleitoral e quase todas admiravam Trump: diziam que é forte, tem culhões e é um homem de negócios de sucesso. Um modelo muito familiar. Menos Karen Gravano, da família Gambino, 365.000 seguidores no Twitter, que disse: “Votaria antes no fodido Al Capone”.
De todo modo, nunca se deve baixar a guarda. Depois do 11 de Setembro aconteceu o mesmo que na Guerra Fria: os agentes do FBI contra o terrorismo passaram a 400 e os do crime organizado ficaram em 20 ou 30. A Máfia parecia acabada, mas houve algumas operações que desmentem isso. A última, em meados do ano passado, com 46 prisões em quatro das cinco famílias. Também foi detido o neto de John Gotti, de 23 anos, que tem o mesmo nome. Dedicavam-se a pouca coisa em comparação aos bons tempos, ao contrabando de cigarros, apostas ilegais de cavalos e fraudes. Tinham restaurantes, continuavam em postos de gasolinas em estradas, fazendo o que sabem fazer, voltando a começar de baixo, outra vez.