Postagem em destaque

Tem novidade no Vaticano ...

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Queda de helicóptero em Londres faz dois mortos...

http://www.guardian.co.uk/uk/2013/jan/16/helicopter-crash-in-vauxhall-live-updates

Vauxhall helicopter crash leaves two dead: live updates from London

LIVE• Helicopter hits crane on St George Wharf tower in fog
• Aircraft plunges to ground and bursts into flames
• Several cars in the area catch fire
• Two people taken to south London hospital

LIVE
Sort by:
  • Latest first
  • Oldest first
Auto update:
  • On
  • Off
Kate Hoey, MP for Vauxhall, has been speaking to the BBC. She has called for an "inquiry into the increasing numbers of helicopters flying around London" among so many new high-rise buildings.
"The river is a kind of motorway for helicopters, but the noise of course is horrendous sometimes, when we get a lot of helicopters hovering," she said. "Maybe we've come to take it almost for granted that people have the right to take their helicopter over London at any time and I think we may have to look at that."
Reader Chris Jones has sent this picture of The Tower on St George Wharf. He writes: " Can you see any lights on this tower or the crane – and how high above the tower the jib is elevated"?
The retired construction professional suggested that lights should have been visible "as air traffic close to the heliport is foreseeable". 

View of The Tower on St George Wharf
View of The Tower on St George Wharf. Photograph: Chris Jones
A workmate of a man who was supposed to be in the crane when the helicopter struck, but was in fact on the ground, has told the BBC that he was going to play the lottery because he felt so lucky. 
The owners of Battersea Heliport have confirmed that the pilot of the helicopter had requested to divert and land at Battersea shortly before the crash because of bad weather. 
Updated 
The pilot of the helicopter which crashed in central London had requested to divert and land at London Heliport at Battersea due to bad weather, a spokesman for the owners of the heliport said today
Vauxhall MP Kate Hoey has said the crash should lead to a review of helicopter flights over the capital.
"You just have to think how dreadful it would have been had the helicopter landed on the huge apartments at the side of the road. We could have been facing a catastrophe," she told BBC News.
"The river is the motorway for helicopters. We are always going to need some helicopter use ... But I think maybe we have to come to take it almost for granted that people have the right to take their helicopter over London at any time. We may have to look at that."
Hoey said she had opposed the building of the 22-storey St George development.
"We do need to recognise that having a different skyline in London means that things may have to be different about who can go where. The regulations are very clear about helicopters not to be flown less than 500ft from structures and so on."
The details of the second death in the crash remains unclear, with police seemingly hesitant to give further information before next of kin are informed. At the moment we only know that the pilot of the helicopter was killed; the other fatality was in "close proximity to the helicopter". 
Updated 
Eyewitness Nic Walker said the helicopter crashed on to the street outside his house, setting a car on fire.
He said: "I was awake in bed and heard a helicopter. I was aware of some funny sounds and then a loud engine noise, then a huge bang.
"I flung open my window and looked out to see fire across the street. I pulled on some clothes and ran out to help.
"There were two people injured on my side of the fire. I think one was a motorcyclist. One seemed to have an eye or brow injury.
"I ran down with a guy to check the car. No driver but we couldn't get close enough to see the back.
"I took a guy down to check the car was empty but had to pull back from fire and explosions.
"That car was later gutted by the fire. There were secondary explosions going on so we had to get back. It was smokey as hell too."
He added: "The crane operator was about to go up. The scaffolders evacuated to here told me there isn't a crane big enough in the UK to get the wreckage down."
Police believe the plane, which took off from Redhill, was on its way to Elstree in north London when it was diverted.
Updated 
A spokesman for the London mayor, Boris Johnson, said: "This is clearly a major incident involving considerable numbers of emergency service personnel.
"The mayor's thoughts are with the families of the two victims and with those injured.
"The mayor has spoken with Met police commissioner Bernard Hogan Howe and transport commissioner Peter Hendy.
"He remains in close touch with all his commissioners and he will continue to monitor the situation closely."
Updated 
The St George Wharf development, site of the crane which was hit by the helicopter, is 22 storeys high. More detail here.
David Cameron's official spokesman said: "Clearly the prime minister
is very saddened to learn of the fatalities and injuries in this
accident."
There were currently no plans for a statement in the House of Commons,
and investigations would be led by the "usual agencies", said the
spokesman in a daily briefing to political reporters.
Met Police commander Neil Basu is answering questions about the crash. He confirms there were two fatalities and nine wounded. One of the fatalities was the pilot, the other was in the proximity of where the aircraft came down.
Police were called by a member of the public at 8am, he says.
Of the wounded, five were taken to hospital, and four were treated on the scene but did not require hospital treatment.
No one was working on the crane at the time of the crash. Asked whether the warning light on top of the crane was not working properly, Basu says that will form part of the investigation.
The helicopter was a commercial flight which took off in Surrey.
St George's Wharf is part of the Nine Elms development in south-west London.
Updated 

Será a doença mais forte do que o amor? Estamos dispostos a adoecer junto com quem amamos?


RUTH DE AQUINO - 11/01/2013 22h56 - Atualizado em 13/01/2013 16h19
TAMANHO DO TEXTO

"Amor"

RUTH DE AQUINO




RUTH DE AQUINO  é colunista de ÉPOCA raquino@edglobo.com.br (Foto: ÉPOCA)
Um título pode dizer muito ou nada. “Amor” é uma palavra batida e banalizada que ganha uma dimensão épica no filme indicado, na semana passada, a cinco estatuetas do OscarAmor, do diretor Michael Haneke, Palma de Ouro em Cannes, retrata um casal de octogenários, Georges e Anne, professores aposentados de música clássica. A história narra nossa impotência diante da doença e da morte. 

Em duas horas de cinema ou um ano de vida real, dois atores magistrais, Jean-Louis Trintignant, de 82 anos, e Emmanuelle Riva, de 85 (a belíssima protagonista de Hiroshima meu amor em 1959), nos transformam em passageiros da agonia humana. A agonia diante do sofrimento da pessoa que amamos. O que fazer quando o doente nos faz prometer que nunca mais será hospitalizado? Estamos dispostos a adoecer junto? Será a doença mais forte que o amor?

À exceção de uma cena de concerto, o filme se passa inteiro dentro do apartamento elegante e forrado de livros, com um piano na sala de estar. São idosos com cultura, dinheiro e prestígio. Vivem sós – sem empregados, como é o normal na Europa. O que mais nos encanta, quando Georges e Anne ainda estão sadios, não são as conversas sobre literatura e música, mas os olhares amorosos, os gestos de carinho, a cumplicidade nos atos mais cotidianos, como o café da manhã na cozinha. 
>>Leia também: Oscar 2013 já tem um vencedor: Michael Haneke

A rotina se quebra numa dessas manhãs, quando Anne sofre um AVC, acidente vascular cerebral. De repente, ela olha o vazio, não responde. O casal vai ao hospital, mas nós, espectadores, não. Na cena seguinte, Georges e Anne chegam de volta ao apartamento, ela de cadeira de rodas, com o lado direito paralisado e o orgulho ferido. “Quando adoecemos e ficamos imobilizados, passamos a viver entre quatro paredes. O mundo exterior desaparece”, diz Haneke. Nosso olhar profana a intimidade do casal, da cozinha ao banheiro, do banheiro à sala, da sala ao quarto, do quarto ao corredor. 
Será a doença mais forte que o amor? Estamos dispostos a adoecer junto
com quem amamos?  
Daí em diante, cama e móveis são adaptados às limitações de Anne. E Georges passa a viver em função dela. Ele se debilita aos poucos, até que Anne sofre um novo ataque, enfermeiras vêm e vão, e a música envolvente de Schubert é substituída por gritos dela: “Mal... mal... mal”. Na tradução literal, “dói... dói... dói”. E mais do roteiro não conto ao leitor, embora Haneke antecipe o final na primeira cena. Talvez para não encorajar ilusões.

O casal tem uma única filha, Eva (Isabelle Huppert), que vive no exterior, em Londres, com o marido, ao jeito das famílias contemporâneas globalizadas, em que os velhos vivem muito mais e os filhos, de longe, não conseguem ajudar sem virar suas vidas pelo avesso. Eva, em raras visitas, chega ansiosa, com muitas perguntas e nenhuma solução. “De que nos serve sua inquietação?”, pergunta o pai, friamente.

É um filme duro, e quem conhece a direção de Haneke – A professora de piano, A fita branca, Caché – sabe que esse austríaco nascido na Alemanha não dá brecha para a pieguice. “Quando escolhemos um tema universal, como amor, velhice e morte, há dois grandes perigos: o sentimentalismo e a autocomiseração. Não é por ser sentimental que alguém tem emoções, não se iluda!”, afirmou o diretor. 

Segundo as resenhas dos críticos, eu deveria ter chorado ao ver o filme na tarde fria de Paris na semana passada. Deveria, porque todo mundo chora. Talvez devesse ter soluçado, me acabado em lágrimas. Mas não. Meu pai e minha mãe têm 90 anos, estão no Rio. Meu pai acaba de sair de uma internação no hospital por pneumonia e minha mãe foi diagnosticada há dez anos com Alzheimer. Ela é linda, inteligente e ainda reconhece filhos e netos. Por mais cruel que seja a enfermidade da perda gradual da lucidez, continuam intactos seu instinto maternal e o ciúme que sente de meu pai. 

A realidade da minha família é tão mais branda do que vi na tela. Nossos momentos presentes precisam ser celebrados porque não se controla o amanhã. Amor é uma lição de vida, mais que de morte. 

Haneke não quis mostrar tudo, muito menos “os horrores e as humilhações” das clínicas de repouso, dos asilos ou das alas geriátricas dos hospitais. “Um filme onde tudo é dito está morto. Devemos nos aproximar ao máximo da complexidade de uma situação e deixar aberta a interpretação, para que o filme não termine na tela, mas na sua cabeça, no seu coração... ou no seu ventre.”

Há quem saia do cinema chocado pelas cenas mais duras do filme. Eu saí envolvida pelas cenas mais ternas. Quando Georges retira do banheiro Anne, já paralisada parcialmente, e a levanta, os corpos enlaçados, em pé, ambos arrastando os pés numa dança trôpega até a cadeira de rodas. Quando ela interrompe uma refeição e pede com urgência os álbuns de fotos da juventude a dois. Quando Georges vê a miragem de Anne tocando piano, o som de Schubert invade tudo e, repentinamente, ele desliga o aparelho de CD. Triste, simples, real e belo.

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Lincoln, um homem de mil faces // Lincoln, a fornalha


Lucas Mendes: Lincoln, a fornalha

Atualizado em  10 de janeiro, 2013 - 07:12 (Brasília) 09:12 GMT
Passei uma tarde com um homem que passou a vida com Abraham Lincoln. Harold Holzer tinha 11 anos quando o professor escreveu e colocou vários nomes de líderes históricos num chapéu. Cada aluno tirava um papel. Hozel tirou Lincoln. Tema de redação.
Cinquenta anos depois, está no 44º livro, como autor ou editor. Mais de 500 ensaios e milhares de consultorias. Desde 2009, no bicentenário de Lincoln, ele vive num interminável circuito "lincolniano" de palestras e entrevistas.
Hozel foi consultor do filme Lincoln, de Steven Spielberg, sério candidato a Oscar, que estreará no Brasil nos próximos dias. Mais uma baforada na fogueira cultural do presidente assassinado em 1865, numa sexta-feira santa, pouco depois de ser reeleito para o segundo mandato e cinco dias depois do fim da Guerra Civil americana.
Lincoln, o presidente dos presidentes, é uma fornalha no mundo editorial. O nome dele no título vende mais do que o de John Kennedy, o segundo presidente campeão de vendas desde a década de 60. Há 16 mil livros sobre Lincoln, 6 mil biografias. George Washington, pai da pátria, mereceu 3 mil biografias. Segundão.
Só no ano do bicentenário foram publicadas 249 biografias de Lincoln e Harold Holzer, que era o coordenador de eventos literários, achou que a fogueira dele viraria um braseirinho.
O trabalho mais monumental, publicado em 2009, foi a antologia de mil páginas editada por Holzer com 110 textos de 95 autores. Até Karl Marx tinha opinião sobre Lincoln. Falou bem do capitalista republicano e democrata.
Mas o fogo Lincoln não diminuiu, contou Holzer. Uma das biografias,Killing Lincoln, de Bill O’Reilly, apresentador da rede Fox, no ano passado vendeu 2 milhões de exemplares. O livro de Doris Kerns Goodwill, Team Of Rivals, que serviu de base para o roteiro (do filmeLincoln) de Tony Kushner, foi lançado em 2005, vendeu 1,5 milhão de exemplares. Quando o filme foi lançado, o livro voltou ao 5º lugar na lista dos best-sellers.
Holzer acha que o fenômeno Lincoln está, em parte, "ligado à Guerra Civil e estamos em pleno aniversário de 150 anos". "Durou de 1861 a 1865. Há milhares de americanos fanáticos sobre o assunto. O tema vende e com o nome de Lincoln no título as vendas multiplicam."
Há uma foto impressionante dos livros sobre Lincoln feita no The Ford’s Theater For Education and Leadership, em Washington. Criaram uma coluna com de mais de um metro quadrado que sobe três andares com os livros sobre o presidente.
E quantos falam mal de Lincoln? "A minoria, mas algumas críticas são fortes e têm credibilidade. Lincoln suspendeu 'habeas corpus' e deu ordens que, num país obcecado com a Constituição, pareciam ditatoriais. Uma outra crítica relevante é referente à falta de planejamento sobre o que fazer com os escravos depois da libertação. A solução de Lincoln era recrutar todos os homens para o Exército, mas eram milhares, um número impossível de ser treinado, vestido e alimentado. Muitos lutaram e, contrariando as críticas de militares brancos, de que os negros tinham medo da guerra, lutaram com garra e morreram em percentagens mais altas que os brancos. Um número muito maior, inclusive mulheres e crianças, morreu de doenças e fome".
Há Lincolns fortes e fracos, há o Lincoln gay do livro The Intimate World of Abraham Lincoln, de C. A. Tripp. Na época, condenado por muitos como um insulto, mas Holzer acha que é "uma declaração de amor, uma tese interessante, mas sem fundamentos sólidos".
Há o Lincoln preguiçoso, desorganizado e incompetente de William Herndon, sócio do presidente durante 17 anos no escritório de advocacia. "Foi baseado em depoimentos que Herndon colheu de centenas de pessoas que conheceram Lincoln e é levado a sério por alguns dos maiores especialistas no 16º presidente, entre eles Douglas Wilson e Rodney Davis".
Há o Lincoln do romance de Gore Vidal, "errático, com permanente prisão de ventre, egomaníaco, que gerou uma minissérie na televisão com enorme audiência". "Eu discordo de quase tudo e tivemos brigas via imprensa e palestras, mas tudo isto só reforça o interesse por Lincoln". Para Holzer, ótimo.
Há o Lincoln Obama. As semelhanças e conexões são fortes. Dois políticos de Illinois, não nascidos no Estado, com origens humildes e que chegaram a Presidência. Lincoln nasceu num mato, mudou para outro mato, perdeu a mãe cedo, tinha um pai que não acreditava em educação e, se não fosse pela madrasta, talvez nem aprendesse a ler. A educação formal dele foi quase nula, mas se educou à noite, à luz de vela.
De dia, trabalhava com o pai no campo. Detestava. A única experiência como politico, antes de chegar à Presidência, foi como deputado estadual. Qual era a força dentro dele que despertou e impulsionou esta determinação que o levou à Presidência? Vários presidentes saíram do nada, como ele, mas quantos transformaram o país?
Lincoln e Obama assumiram o poder com um país profundamente dividido. No país de Obama, não há possibilidade de guerra civil, diz Holzer, mas "a imobilidade política é pior do que no Congresso de Lincoln, onde houve brigas físicas, com sangue e ossos quebrados entre deputados no plenário, mas conseguiam legislar. Hoje não".
Há também grandes diferenças. A excelente educação universitária de Obama é uma delas. A outra é óbvia. A cor. Holzer acha que Obama marca a complementação do "trabalho não terminado" da democracia americana, à qual Lincoln se referiu no discurso de Gettysburg, cemitério e cenário de uma das batalhas mais brutais e decisivas da Guerra Civil.
O filme de Spielberg joga luz num período essencial na vida de Lincoln, os cinco meses que marcam a luta pela passagem, na Câmara, da emenda que libertou os escravos e o fim da Guerra Civil. Holzer: "O filme ilumina, mas não revela quem foi o verdadeiro Lincoln. Os 16 mil livros, inclusive os meus 44, as 6 mil biografias e os filmes vão gerar outros livros e outros filmes, vão aumentar ou diminuir o presidente, mas não vão desvendar o homem".