Postagem em destaque

Mais de Santa Catarina ...

segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Criminosos sequestram médico e ambulância para socorrer homem na Maré... / G1

Criminosos sequestram médico e ambulância para socorrer homem na Maré

Bandido ficou ferido durante troca de tiros com a polícia. Em fuga, criminosos deixaram cair fuzil com iniciais de um dos chefes do tráfico da comunidade.

Por Henrique Coelho, G1 Rio
 
Bandidos sequestram ambulância com equipe médica para socorrer homem na Maré
Bandidos armados com fuzis sequestraram um médico e uma ambulância para socorrer um criminoso ferido, na Maré, Zona Norte do Rio, na madrugada de domingo (15). Depois de trocarem tiros com policiais militares que faziam uma blitz na Avenida Brasil, na altura de Bonsucesso, os bandidos foram até uma das Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Maré pedir socorro, mas a unidade não atende feridos a bala.
Em depoimento à polícia, o médico sequestrado contou que, por volta das 2h deste domingo, foi acionado para socorrer um homem na UPA da Maré. Ele afirma que, chegando ao local, se deparou com cerca de 50 homens armados com fuzis.
Os bandidos sequestraram o médico e a ambulância e ainda roubaram uniformes dos funcionários. Cerca de quatro horas depois, os criminosos voltaram à unidade, liberaram o médico e devolveram a ambulância.
No tiroteio, um policial militar foi ferido e levado para o Hospital Geral de Bonsucesso, onde seguia internado na manhã desta segunda-feira (16). Durante a fuga, os criminosos deixaram cair um fuzil, que foi apreendido pela polícia. A arma tinha as iniciais de um dos chefes do tráfico de drogas no complexo da Maré. Ninguém foi preso.
Durante a manhã desta segunda (16), a polícia tentava identificar o local para onde a ambulância foi levada. O delegado já tem suspeitas de qual grupo o criminoso atendido pertence.
“Tinha um fuzil com a inscrição TH, então achamos que pode ser alguém da quadrilha do TH. Esse bandido ferido, com um tiro de fuzil no braço esquerdo, foi levado pra dentro da UPA, mas lá não atende ferido a bala. Então depois ele foi levado para outro local”, afirmou o delegado titular da 21ª DP, Wellington Vieira.
Ainda segundo o delegado, o supervisor da empresa terceirizada responsável pela ambulância pode ser indiciado por fraude processual. Segundo o delegado Wellington Vieira, titular da 21ª DP (Bonsucesso), o veículo foi lavado após a ação, o que dificulta o trabalho da polícia.
“A ambulância foi lavada antes da perícia. Segundo o supervisor do motorista da ambulância, isso é um protocolo para todas as ambulâncias que ficam sujas de sangue. “É até justificável, mas é difícil. Isso atrapalha. Ele pode ser indiciado por fraude processual”, afirmou Vieira.
Para o presidente da Federação Nacional dos Médicos, Jorge Darze, o caso é muito grave. “Essas unidades públicas estão trabalhando com extrema precariedade. Esse é um dos casos mais graves de violência”, afirmou Darze.
Ambulância foi levada para a 21ªDP (Bonsucesso) (Foto: Renato Souza / TV Globo)Ambulância foi levada para a 21ªDP (Bonsucesso) (Foto: Renato Souza / TV Globo)
Ambulância foi levada para a 21ªDP (Bonsucesso) (Foto: Renato Souza / TV Globo)

domingo, 15 de outubro de 2017

Charge de Chico Caruso

A charge de Chico Caruso

Charge (Foto: Chico Caruso)

"Parem de brigar e julguem!" / Eliane Cantanhêde

domingo, outubro 15, 2017

Parem de brigar e julguem! - 

ELIANE CANTANHÊDE

ESTADÃO - 15/10

Como STF não faz sua parte na Lava Jato, tenta inventar penas a não condenados

Todo esse dramalhão envolvendo Supremo, Senado, Câmara, PSDB, PT, PMDB e redes sociais em torno do senador Aécio Neves tem uma origem clara: a demora do STF em julgar o tucano, alvo de nove investigações e uma denúncia, agravados pelas gravações entre ele e Joesley Batista e pela bolada que, ato contínuo, foi parar com o primo dele.

Se o Supremo tivesse pego esse touro a unha há tempos, não precisaríamos assistir a esse show de empurra-empurra. Aécio teria sido inocentado ou condenado e as instituições não estariam expondo suas vísceras ao vivo para escapar do problema, com o STF tentando até aplicar penas a quem nunca foi condenado!

A PF, a PGR e a Justiça não dão conta de tantos inquéritos (como no caso também de Renan Calheiros) e o fantasma fica pairando sobre Brasília. Como não se pune pela Constituição, a Primeira Turma do STF buscou aplicar o Código do Processo Penal, com o afastamento das funções e o tal recolhimento noturno – ambas soluções, digamos, heterodoxas. O plenário interveio, lembrando que não se afasta parlamentar sem aval dos plenários do Congresso e o problema voltou para o Senado. Se no Supremo não há solução, imagine-se no Senado, um dos templos do corporativismo na República.

A expectativa para a próxima terça-feira é que os senadores não deem aval para as medidas contra Aécio, mas o resultado vai ficar mais apertado a cada dia que passa. No plenário do STF, foram cinco a cinco, que viraram seis a cinco com o voto confuso da presidente Cármen Lúcia. No do Senado, caminha para um racha equivalente a partir da ameaça do PT de rever sua posição.

Na primeira sessão, os petistas foram contra a Primeira Turma e, portanto, a favor de Aécio. Mas estão mudando de ideia, daí porque os aliados do presidente afastado do PSDB tentaram um outro jeitinho brasileiro: o voto secreto, não previsto no artigo 53 da Constituição e derrubado, por exemplo, na sessão que autorizou a prisão do então senador Delcídio do Amaral.

Aécio, portanto, escapou do Supremo e tende a escapar do plenário do Senado, com seus pares fazendo a mise-em-scène de enviar o caso para o Conselho de Ética. E daí? Criado em 1993, o conselho só cassou um senador até hoje, Luiz Estêvão, que, aliás, foi parar na Papuda após o STF aprovar a prisão de condenados em segunda instância. Seu presidente pela sexta vez, senador João Alberto (PMDB-MA), é sempre posto ali pelo padrinho José Sarney justamente para garantir a impunidade de todos os seus pares.

Por falar nisso, Aécio Neves está por trás da escolha dos relatores na CCJ da Câmara para a primeira e a segunda denúncia da PGR contra o presidente Michel Temer, Paulo Abi-Ackel e Bonifácio de Andrada, ambos, não por coincidência, do PSDB de Minas. A equação é simples: Aécio articulou a salvação de Temer, Temer articula a salvação de Aécio, enquanto o lobo não vem e o STF não julga de fato.

O fato é que, enquanto o Supremo não começar a fazer sua parte na Lava Jato, condenando quem tem de condenar e inocentando quem merece, as assombrações vão continuar soltas por aí. Ninguém vai ter sossego, nem réus, nem julgadores, e o script vai se repetir, com o STF tentando aplicar penas a não-condenados, a Câmara e o Senado salvando os seus e a opinião pública querendo explodir as instituições. Meretíssimos, parem de brigar e julguem!
PS 1: Cármen Lúcia deixou de ler seu voto de mais de 30 páginas porque três ministros tinham voos para Miami. Ai, se arrependimento matasse!

PS 2: Depois da crise com o Legislativo, vem aí a crise do Judiciário com o Executivo. Planalto e Ministério da Justiça querem extraditar o italiano Cesare Batisti, mas STF está... dividido.

"Os catadores de lixo ideológico " / Guilherme Fiuza

domingo, outubro 15, 2017

Os catadores de lixo ideológico 

- GUILHERME FIUZA

REVISTA ÉPOCA

O maior eleitor de Bolsonaro é Jean Wyllys, e o maior eleitor de Jean Wyllys é Bolsonaro

O Brasil está em perigo. A polêmica sobre o peladão do MAM vai bem, dando oportunidade a toda essa gente sofrida que batalha de sol a sol por um slogan progressista, mas surgiu o alerta: há sinais de que estão começando a desconfiar do debate – ou, mais precisamente, dos debatedores. Isso é grave.

O sobressalto deixou todo o pelotão da narrativa em alerta. Para o caso de acontecer o pior – isto é, a maioria distraída descobrir que a polêmica só serve aos polemistas de plantão – já há alternativas em estudo. Criar um evangelho trans pode ser uma boa. Descobrir algum brucutu que defenda a virgindade antes do casamento seria melhor ainda. Já pensaram? Toda a MPB de mãos dadas contra o celibato das solteiras? Viva a revolução!

Como se sabe, o maior eleitor de Bolsonaro é Jean Wyllys, e o maior eleitor de Jean Wyllys, coincidentemente, é Bolsonaro. Foram feitos um para o outro, e serão felizes para sempre em sua guerra particular cenográfica. Assim vão se formando as parcerias mais profícuas da vida moderna. Para cada Crivella há um Caetano, num sistema perfeito de retroalimentação demagógica que nos deixa boquiabertos com a exuberância e a simetria da criação. Um bocejo retórico de um multiplica imediatamente o rebanho do outro, tornando-os assim seres unidos para a eternidade pela gratidão mútua. Aleluia.
Há diversos outros casais perfeitos na natureza, como o militante do PSOL e o policial boçal, que rezam diariamente a Nossa Senhora das Causas Idiotas pela oportunidade de se encontrarem na rua. Esse amor lacrimogêneo rende audiências incríveis e faz bem a todo mundo que não tem mais o que fazer.

Por uma coincidência antropofágica, a rapaziada da vanguarda de museu é toda de viúvas petistas. Normal. Não pense que é fácil você chegar ao paraíso fantasiado de algoz da burguesia e te tirarem de lá porque seu guru esfolou o povo. Claro que tudo isso foi um golpe da elite invejosa, mas dói. Como defender ladrão não é propriamente um ato revolucionário (embora muitos ainda insistam que seja), você passa a precisar urgentemente de um esquete novo, algo que te permita chegar em casa e se orgulhar de ter chocado a burguesia, abraçado a seu ursinho de pelúcia.

No princípio era o Fome Zero para chocar a elite branca. Após mais de década de rapinagem soterrando o slogan esperto, surge o plano genial: ficar pelado para chocar a elite branca. É claro que a essa altura, no ano da graça de 2017, com tudo o que a TV já mostrou, tudo o que a internet já escancarou, tudo o que já foi exposto inteiro e do avesso para crianças, velhos, meninos, meninas, burgueses, favelados, crentes e ateus, ficar pelado não choca mais ninguém. Droga. Desde a Xuxa e o rebolado na boquinha da garrafa a erotização infantil já está aí, comendo solta, e até já foi temperada, e até a criançada já teve de aprender a escolher e filtrar o grau de sensualidade com que quer conviver. Absolutamente nada de novo no front. Então vamos convidar crianças para ir ao museu tocar num homem nu e ver o que acontece. Deu certo.

A vanguarda do anteontem ia ficar brincando sozinha de chocar ninguém, mas foi salva. A imagem circulou com aquele poder das redes antissociais de transformar o nada em tudo, tipo “menos a Luíza que está no Canadá”, e num instante estava montada a ficção científica sobre arte moderna e pedofilia, ou vice-versa, só importando ver quem grita mais e quem prevalece sobre quem – num universo onde só o que prevalece é o cultivo e a multiplicação dos mesmos e cegos rebanhos. Jair e Jean, amor eterno.

Junte-se tal fenômeno antifenomenal com a tal polêmica de laboratório em torno da “criança viada” e tem-se a ressurreição dos revolucionários lutando contra a censura! Na proa da nave fantasma, a turma daquele movimento obscuro que batalhou pela censura prévia a biografias não autorizadas por razões pecuniárias, que ninguém é de ferro. São os catadores de lixo ideológico: meu reino por um general fardado que me permita tirar do armário a fantasia de oprimido rebelde.

Todo poder advém do queixume e em seu nome deve ser exercido, enquanto os otários não sacarem a malandragem. Cazuza avisou: somos um museu de grandes novidades. Entre e veja, de graça, que o Brasil hipócrita está nu.

A morte da jararaca...

http://www.diariodocentrodomundo.com.br/essencial/elio-gaspari-morte-da-jararaca-nao-e-fava-contada/

Elio Gaspari: 

A morte da jararaca não é fava contada

Postado em 15 de outubro de 2017 às 12:14 pm
Da Folha:
Em julho passado, Lula foi condenado a nove anos de prisão pelo juiz Sergio Moro. Para que ele fique inelegível, a sentença precisa ser confirmada pela 8ª Turma do Tribunal Regional Federal 4, de Porto Alegre, composta por três desembargadores. Se Lula for condenado por unanimidade, ficará inelegível, com poucas chances de ser salvo nos tribunais superiores.
Se o resultado ficar num 2×1, a inelegibilidade estará adiada, dependendo de confirmação pela Seção Criminal do TRF-4, composta por seis desembargadores federais, três dos quais da 8ª Câmara.
Cabeça de juiz não permite prognósticos seguros, mas quem conhece o TRF-4 levanta duas dúvidas. Na primeira, a condenação pode ser anulada. Na segunda, a confirmação da sentença pode demorar, permitindo o registro da candidatura.
A morte da jararaca ainda não é fava contada.