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sexta-feira, 25 de maio de 2012

Reinaldo Azevedo /// Veja



25/05/2012
 às 19:33

O salto triplo carpado hermenêutico-dialético para defender Mino Carta

Eu fico sinceramente comovido com a bondade de muitas pessoas (sem cinismo!) ou com o salto triplo carpado hermenêutico-dialético de outros tantos (aí com algum cinismo) que me pedem para considerar a hipótese de que o servilismo de Mino Carta ao governo militar, naqueles tempos em que ele era o ditador da VEJA, era uma forma oblíqua, disfarçada e inteligente de denunciar o regime… Talvez ele próprio acredite nisso porque não se é Mino Carta sem uma dose cavalar de autoengano. Mas é falso! Era mesmo gosto de servir, conforme demonstrarei em outros posts. Há coisas ainda mais eloquentes. É que dá algum trabalho selecionar a imagem e coisa e tal. Aguardem.
Eu não ligo que recuperem as coisas que escrevi, mesmo quando estive errado. Reitero: a censura impunha severas restrições às críticas, mas não prendia ninguém por não elogiar, entenderam? E não! Ele não é o único que tentou apagar a biografia de colaboracionista com a adesão a teses de esquerda quando isso rende patrocínio estatal. Ele é apenas a menor distância entre o pensamento independente e o seu oposto.
Por Reinaldo Azevedo

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Bodas bárbaras..... / Reinaldo Azevedo


20/05/2012
 às 7:09

Bodas bárbaras. Ou: Na era do politicamente cretino

Leiam este texto. Volto depois.
*
O marxismo é uma variante da preguiça. Se você acredita que a base material condiciona mudanças na cultura, na forma de pensar e nas relações intersubjetivas, basta fazer como os romanos do poema “À Espera dos Bárbaros”, de Kafávis: sentar na calçada e esperar a banda passar. E há os que resolveram acelerar a história para que o inexorável chegasse antes: Lênin, Stálin, Mao, Pol Pot. O resultado se mede em crânios.
O truque da chamada Escola de Frankfurt — de que Habermas é caudatário, embora infinitamente mais chato porque escreve mal — já é mais divertido do que o marxismo clássico. O que em um é consequência vira, no outro, causa, e a cultura é vista como o motor das mudanças materiais. É uma bobagem que alimenta intelectuais cuja profissão é contestar o regime — que lhes garante a liberdade de contestação. Mas muito influente.
O velho marxismo morreu de falência múltipla dos órgãos. A sua realização prática eram as economias planificadas, que não resistiram à globalização — descrita ou antevista, como queiram, pelo próprio Marx no “Manifesto Comunista”. Já ali se podia supor que o socialismo buscava represar o mar. O neomarxismo pretendeu fazer a crítica à ortodoxia esquerdista sem ceder à razão burguesa. Deu em quê?
Da maçaroca de esquerdismos não-dogmáticos nasceu uma vulgata virulenta: o pensamento politicamente correto. Tanto se dedicaram os intelectuais da dita nova esquerda à desconstrução do suposto eixo autoritário das democracias burguesas que a política militante degenerou, nos países ricos, no que Robert Hughes chama de “cultura da reclamação” e, nos pobres, de “excluídos militantes”, que rejeitam os valores universais da igualdade e o Estado de Direito. Querem que suas demandas particularistas sejam tratadas como reparação histórica.
Negros, feministas, homossexuais, índios, sem-terra, sem-teto, sem eira nem beira… Todos anseiam que a História seja vivida como culpa, e a desculpa se traduz na concessão de algum privilégio. Isso que já é uma ética coletiva supõe que todos são vítimas de alguém ou de alguma coisa. De quem ou do quê? Ninguém sabe. “Da sociedade” talvez. A hipótese é interessante. Poderíamos zerar a História, dissolver os contratos e voltar ao estado da natureza. O Brasil já tem um novo “negro” ou um novo “índio”: é o macho branco, pobre, heterossexual e católico. É um pobre coitado, um discriminado, um sem-ONG. Nem os padres querem saber dele.
As “minorias” se profissionalizam, e a luta sempre continua. Não temos uma política pública digna desse nome que se ocupe, por exemplo, da qualidade do ensino fundamental e médio, mas se faz, com cotas e ProUni, suposta justiça social na universidade, onde o único critério cabível de seleção é o saber — que mascararia as diferenças de classe e traria consigo um contencioso de injustiças históricas. Eis o desastre: competência e justiça, nesse raciocínio perturbado, passam a se opor, viram uma disjuntiva. Nas TVs, e até nos cadernos de cultura dos jornais, “manos” do rap e “MCs” fazem-se porta-vozes de uma nova metafísica, oposta àquele saber universal, formalista e reacionário. Padre Pinto é o santo padroeiro dessa guerra à ortodoxia.
Igualdade? Justiça? Reparação? Nada disso. Consolida-se é o divórcio entre os partidários desse igualitarismo — que, de fato, é um particularismo que corrói as bases do Estado de Direito — e os da universalidade. O “novo homem” do antigo marxismo — que era, sim, uma utopia liberticida e homicida — foi substituído pelos bárbaros, cujo mundo ideal é aquele disputado por hordas, tribos, bandos, de que entidades do “terceiro setor” são proxenetas bem remuneradas.
Os tais mercados não dão a menor bola para isso. A plateia que vi mais incomodada e, até certo ponto, indignada com a crítica severa que faço ao PT e a seu viés totalitário era composta de pessoas ligadas ao mercado financeiro. A democracia, como a defendiam os antigos liberais, é a eles irrelevante. Trata-se de dinheiro novo. Assistimos ao casamento entre os hunos e essa gente muito prática. As bodas bárbaras.
*
Voltei

Esse meu texto saiu publicado no dia 3 de junho de 2006 no jornal “O Globo”, de que eu era colunista antes de meu blog se hospedar na VEJA. Está no livro “O País dos Petralhas”, que eu estava folheando nesta madrugada. Na segunda, conto por quê. É provável que muitos dos novos leitores não o conheçam. Poderia ter sido escrito há alguns minutos, não?
Por Reinaldo Azevedo

domingo, 13 de maio de 2012

Mensalão... A luta da Verdade contra a Ficção

http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/este-homem-sabe-tudo-sobre-o-maior-escandalo-da-historia-politica-do-pais-e-diz-%E2%80%9Cchamar-o-mensalao-de-farsa-e-chamar-o-procurador-geral-e-os-ministros-do-supremo-de-farsantes%E2%80%9D/
 
13/05/2012
 às 8:35

Este homem sabe tudo sobre o maior escândalo da história política do país e diz: “Chamar o mensalão de farsa é chamar o procurador-geral e os ministros do Supremo de farsantes”

Antônio Fernando de Souza: "Negar a existência do mensalão é querer apagar a história do país" (Foto:Joédson Alves/Folhapress)
Antônio Fernando de Souza: "Negar a existência do mensalão é querer apagar a história do país" (Foto: Joédson Alves/Folhapress)
Antônio Fernando de Souza, ex-procurador-geral da República, foi quem denunciou ao Supremo Tribunal Federal a quadrilha do mensalão, chefiada por José Dirceu, o deputado cassado por corrupção. É o maior escândalo da história republicana. Na verdade, é o maior escândalo da história brasileira. Nesse caso, com absoluta precisão, pode-se dizer que “nunca antes nestepaiz” um partido político havia tentado comprar um dos Poderes da República (o Legislativo), tornando-o irrelevante, ou substituir o Executivo por um governo paralelo. Os petistas, obviamente, não inventaram a corrupção. Eles só a levaram a dimensões inéditas. Achando que era pouco, tentaram transformá-la num ato de resistência.
Não contente com todo o mal que causou ao país, José Dirceu, aquele que é apontado na denúncia da Procuradoria Geral da República como o “chefe da quadrilha”, tenta agora arrastar as instituições para a lama. Em vez de deixar que a CPI que investiga as ações de Cachoeira siga o seu curso, punindo corruptos e corruptores, esforça-se para usá-la como palco de suas manobras defensivas. Atua nos bastidores, usando como arma a pena de aluguel do subjornalismo a soldo, para manchar a reputação da Procuradoria, do Supremo e da imprensa — não por acaso, três instâncias fundamentais do estado democrático e de direito.
Souza concedeu a Hugo Marques, na edição desta semana da VEJA, uma entrevista que precisa ser lida e espalhada na rede. Falou com serenidade e precisão:
1 - chamar o mensalão de farsa corresponde a chamar de farsantes o procurador-geral e os ministros do Supremo;
2 - negar a existência do mensalão é negar os fatos; é querer apagar a história;
3 - existem provas periciais demonstrando que dinheiro público foi usado na lambança;
4 - réus confessaram os crimes;
5- os réus do mensalão praticaram lavagem de dinheiro, corrupção passiva e ativa, peculato, evasão de divisas, formação de quadrilha e falsidade ideológica;
6 - a sociedade brasileira espera um julgamento justo e correto.
Leiam a entrevista e contribuam para que ela chegue ao maior número possível de brasileiros. E vamos torcer para que o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo, conclua o quanto antes a revisão do processo para que possa haver o julgamento.
*
Em 2006, o então procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza, transformou em réus quarenta petistas e aliados. Eles operavam o que foi caracterizado na denúncia apresentada ao Supremo Tribunal Federal de “sofisticada organização criminosa”, encabeçada pelo ex-ministro José Dirceu. Agora, com a proximidade do julgamento, o ex-chefe do Ministério Público afirma que a tentativa de negar a existência do mensalão é uma afronta à democracia.
O senhor sofreu pressão para não apresentar a denúncia do mensalão?Não. Minha postura reservada sempre inibiu qualquer atitude desse tipo. 

sábado, 28 de abril de 2012

A CPMI de Cachoeira está sob suspeita....

http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/cachoeira-%E2%80%9Cveja%E2%80%9D-e-a-verdade-sobre-o-governo-paralelo-de-jose-dirceu-num-quarto-de-hotel-ou-acabou-a-farsa-ze-tente-outra-vez/
28/04/2012
 às 18:54

CACHOEIRA, “VEJA” E A VERDADE SOBRE O GOVERNO PARALELO DE JOSÉ DIRCEU NUM QUARTO DE HOTEL. OU: ACABOU A FARSA, ZÉ! TENTE OUTRA VEZ!

O subjornalismo a serviço de José Dirceu e da escória do mensalão mudou um pouquinho de tom. Teve de revelar a sua real face. O objetivo é mesmo proteger aquele que é chamado de “chefe de quadrilha” pelo Procurador Geral da República.
Muito bem! Até ontem, a escória fazia marola na rede: “O jornalista da VEJA fez isso e aquilo; está de conluio com Cachoeira…” O inquérito, agora tornado público, deixa claro o que as pessoas decentes já sabiam: o profissional da VEJA atua em busca de informações que interessam ao público. Tanto não estava a serviço de Cachoeira que reportagem da revista sobre a Delta preocupa o grupo. Diálogos entre Cachoeira e o senador Demóstenes Torres flagram os dois se articulando para abafar a repercussão da notícia. SABEM QUEM ESTAVA, NA PRÁTICA, QUERENDO OU NÃO, ATUANDO EM FAVOR DE CACHOEIRA? AQUELES QUE IGNORARAM A REPORTAGEM DA VEJA.
Nota à margem: pessoalmente, sou favorável ao fim do sigilo de justiça em inquéritos por uma razão simples: sempre há vazamento, e quem opera para isso fica impune. Como não se conhece o conteúdo do inquérito, alguns canalhas escrevem o que bem entendem. O que há mesmo lá contra a VEJA? Nada! Só há coisas a favor. Ou então vamos ver.
1: José Dirceu é ex-deputado, cassado por corrupção.
2: José Dirceu é acusado de chefe de quadrilha em processo que tramita no Supremo Tribunal Federal.
3: José Dirceu é “consultor” de empresa privadas nacionais e estrangeiras.
4: José Dirceu é chefão informal — não tem nem cargo na Executiva — do PT.
Muito bem! Se alguém com esse currículo está se encontrando, de forma clandestina, com autoridades dos Poderes Legislativo e Executivo em quartos de hotel, em meio à crise que resultou na queda do chefe da Casa Civil, pergunta-se:
a) isso é ou não é notícia?
b) isso deve ou não vir a público?
Veja mais no link

quarta-feira, 21 de março de 2012

Parece que o Brasil está sendo dirigido por adolescentes de cabelos brancos e ou cabelos pintados de preto para sair bem na foto...


20/03/2012
 às 16:36

BEBIDA NOS ESTÁDIOS: A fala absurda do presidente da OAB-RJ. Ou: Senhores congressistas, escolham a vergonha menor e mudem de vez o Estatuto do Torcedor! A alternativa é virar lobista de cervejaria…

Eu estou ficando a cada dia mais encantado com o rigor jurídico do pensamento do doutor Wadih Damous, presidente da OAB-RJ. Ele é tão favorável à retirada de crucifixos de tribunais, por exemplo, que defendeu que duas obras de arte assinadas, instaladas no STF, sejam adulteradas para que se retire de lá aquele símbolo do, como escrever?, “imperialismo cristão”. Eu o chamei, por isso, de taliban de gravata. Expliquei por quê.
Mas poderia haver um lado interessante em seu pensamento, ainda que eu discordasse do conteúdo: o amor a princípios. Aí estaria, enfim, uma homem que não transigiria nunca! Não se poderia, nesse caso, aplicar o mote “dura lex, sed lex” porque inexiste lei que expulse os crucifixos. Há o princípio da laicidade do estado e pronto — embora se ignore caso em que o crucifixo, num tribunal, tenha concorrido para a injustiça. De todo modo, doutor Damous seria de uma retidão que não se intimidaria nem diante de Moisés ou da Pietà, de Michelangelo! ”Arranca!”
Mas não é que me decepciono? O seu fundamentalismo, pelo visto, é ad hoc — vale para os crucifixos, mas se queda compassivo e compreensivo diante de uma latinha de cerveja, mais ou menos como os soldados de Luís Bonaparte, segundo Marx, não resistiam a champanhe e a salsichas com alho… Leio na Folha Online o que segue. Volto em seguida.
*
O presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) do Rio de Janeiro, Wadih Damous, defendeu terça-feira (20) a liberação do consumo de bebida alcoólica nos estádios durante os jogos da Copa de 2014. Segundo Damous, o futebol é um entretenimento e assistir a uma partida dentro de um estádio bebendo cerveja não atenta contra qualquer regra de moralidade, até porque a cerveja tem um baixíssimo teor alcoólico. “Beber cerveja e assistir a um jogo de futebol não tem problema nenhum. Agora, beber e sair dirigindo ou praticar atos de violência não pode ocorrer de maneira alguma”, afirmou.
Na semana passada, depois de prometer a deputados que iria tirar da Lei Geral da Copa a liberação de bebida alcoólica, o governo recuou para atender a um compromisso firmado com a Fifa.  Em nota oficial publicada na quinta-feira (15), o Ministério do Esporte afirma que o acordo com a Fifa depende do projeto de lei levado ao plenário da Câmara, aprovado na comissão especial, e que traz a liberação da cerveja. “Na versão que está sendo analisada pela Câmara, a permissão de venda de bebidas está expressa nos artigos 28, 29 e 67. Portanto, o cumprimento integral das garantias firmadas pelo Brasil com a Fifa para sediar a Copa depende da aprovação do projeto de lei nos termos em que foi apresentado ao plenário esta semana”, diz o ministro Aldo Rebelo (Esporte), em nota.
(…)
VolteiO que eu penso? Penso que as leis do país têm de ser seguidas. Em qualquer caso? Em qualquer caso! O Estatuto do Torcedor proíbe a venda de bebidas nos estádios? Então vale o que está lá. Não reconhecia autoridade a Lula — nem a reconheço a Dilma —  para celebrar acordos que se oponham ao status legal do país. Ou, então, que se mude o Estatuto do Torcedor de vez. Fazer uma alteração ad hoc, só para a Copa e porque a Fifa exige, é coisa de país bananeiro; é coisa de quem está dando o traseiro ao chute. ESSE DEBATE DEVERIA NOS ENVERGONHAR. Mas há quem chame isso de pragmatismo.