Pior que Bale, “patinador” Neymar é questionado por imprensa espanhola
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Brasileiro foi criticado por não conseguir se destacar na partida contra o Atlhetic Bilbao durante a ausência do argentino Messi
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A má fase parece ter chegado ao Barcelona. Após um início de temporada fantástico, com liderança isolada e invicta no Campeonato Espanhol além de classificação antecipada às oitavas de final da Liga dos Campeões da Europa, a equipe catalã perdeu, no último domingo, a sua segunda partida consecutiva e já começa a ser questionada pela imprensa local. Como não poderia deixar de ser, Neymar também vem recebendo suas primeiras críticas, principalmente por não conseguir fazer o time jogar na ausência de Messi, fora até o fim do ano com uma lesão muscular na coxa esquerda.
Neymar não conseguiu ajudar o Barcelona a evitar sua segunda derrota na semanaDeixe o seu recado e comente com os outros leitores
Nesta segunda-feira, as principais reclamações dos jornais espanhóis foram em relação à atuação do craque brasileiro na derrota para o Atlhetic Bilbao por 1 a 0 no último final de semana. O camisa 11 até se esforçou, tentou participar do jogo, mas estava em noite pouco inspirada. Não conseguia dar continuidade aos lances e, quando os fazia, esbarrava em uma ‘marcação implacável’: a dificuldade em permanecer em pé. Não foram poucas as vezes em que Neymar, ao arrancar para um drible ou ensaiar uma simples troca de direção, escorregava e se estatelava no gramado do San Mamés.
Assim, foi inevitável, à imprensa espanhola, achar um gancho para detonar a atuação do Barcelona e a apatia do jovem atacante canarinho. "Patinaço", destacou o diário catalão Mundo Deportivo em sua capa desta segunda-feira, com a foto de uma das inúmeras quedas do brasileiro durante a partida. "Neymar, que desperdiçou duas ocasiões de gol por causa de suas quedas, e o Barça patinaram no Novo San Mamés, no sentido literal e figurado", noticiou a publicação. "Sem o lesionado Messi, o Barcelona tentou sobreviver dos lampejos de Neymar e Alexis. O atacante brasileiro, que teve de trocar de chuteiras no primeiro tempo por causa de seus contínuos escorregões, desfrutou de várias oportunidades para marcar no mínimo um gol, mas não conseguiu", acrescentou.
Autor de um gol na vitória do Barcelona, Neymar sofre dura marcação no jogo contra o Betis. Foto: Reuters
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O AS, da capital, Madri, adotou discurso parecido. "O que aconteceu neste encontro? O que aconteceu com Neymar contra o Athletic de Bilbao para que tenha feito uma partida tão aquém das que estamos acostumados?", disse. O Marca preferiu criticar o brasileiro por não estar conseguindo suprir a ausência do melhor jogador do mundo, lesionado há cerca de um mês, período no qual o Barça começou a decair na temporada. "Para ir mais além, esperava-se a explosão definitiva de Neymar após a lesão de Messi, mas o brasileiro não assumiu a responsabilidade como o imaginado e parece ter se contagiado com a falta de reação da equipe nas derrotas para Ajax e Bilbao", destacou o jornal, referindo-se aos dois recentes tropeços do Barcelona.
Para piorar a situação do brasileiro, o Real Madrid, principal rival dos catalães, vive momento iluminado na temporada: está há sete partidas sem perder, fez 18 gols nos últimos quatro jogos e já se encontra a apenas três pontos da liderança do Campeonato Espanhol, ocupada exatamente pelo Barça. Além disto, o galês Gareth Bale, contratado pelos merengues como resposta à compra de Neymar pelo clube de Camp Nou, também parece ter se acertado.
Após viver momento delicado nos primeiros meses, com lesões e presenças no banco de reservas, o canhoto vem se destacando nas últimas partidas e já até superou o ex-santista nas estatísticas: são 0,46 passe para gol por partida contra 0,45 do brasileiro, nove gols diante de cinco (em apenas 13 partidas, sete a menos que as 20 de Neymar) e um cartão amarelo contra seis do atacante do Barcelona. Desta forma, o brasileiro parece defrontar-se, pela primeira vez desde que chegou à Catalunha, com as críticas da exigente imprensa espanhola, disposta, a todo momento, a comparar os jogadores que, juntos, custaram 160 milhões de euros (R$ 506 milhões) aos cofres dos principais clubes do país.