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sábado, 15 de fevereiro de 2014

Jornalista é morto por denunciar ilícitos de pessoas da região do Sul do Rio

14/0/2014 16h27 - Atualizado em 14/02/2014 20h01


'Jornalista fala verdade e acaba 




assassinado', diz sindicato


Providências serão tomadas para solucionar o caso, explicou presidente.
Nenhuma hipótese está descartada pelo Delegado da 96ª DP.

Do G1 Sul do Rio e Costa Verde
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Jornalista Pedro Palma (Foto: Divulgação/Pedro Paulo Braga Vizeu)Jornalista Pedro Palma
(Foto: Divulgação/Pedro Paulo Braga Vizeu)
"Queremos que o crime seja solucionado. O jornalista fala a verdade e acaba assassinado brutalmente", afirmou o presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Sul Fluminense, JC Moreira, sobre a morte do jornalista Pedro Palma,assassinado a tiros em Miguel Pereira, na noite de quinta-feira (13). De acordo com a Polícia Militar (PM), Pedro foi atingido por três disparos em frente à casa dele, na Rua Dona Carola, no distrito Governador Portela, e morreu na hora. Ainda segundo a PM, os disparos foram feitos por uma dupla que passou em uma moto.
JC Moreira garantiu que o sindicato está em busca de soluções para o caso. "Falei com o doutor Murilo [delegado responsável pela 96ª DP da cidade] mais cedo. Em Volta Redonda, RJ, vamos acionar a Polícia Federal. Vamos tomar todas as providências cabíveis para ajudar na solução do caso", detalhou por telefone ao G1 na tarde desta sexta-feira (14).
Crachá do jornalista Pedro Palma foi encontrado ao lado do corpo (Foto: Celino Filho/Folha Democratica Jornal)Crachá do jornalista foi encontrado ao lado do
corpo (Foto: Celino Filho/Folha Democratica Jornal)
O delegado titular da 96ª DP, Murilo Montanha, afirmou que não há registro de ameaça contra a vítima. "Sabemos que orgãos de divulgação não conseguem agradar a todos, mas não temos conhecimento de qualquer ameaça que ele tenha sofrido", disse, ressaltando que nenhuma possibilidade está descartada. Até a publicação desta reportagem, somente os policiais militares que atenderam ao chamado de emergência na casa do jornalista foram ouvidos. "Não houve testemunhas. Escuta-se falar muita coisa na rua, por ser uma cidade pequena, mas ninguém confirma nada. Por isso peço que qualquer informação seja passada ao Disque-Denúncia, pelo telefone (21) 2253-1177. O sigilo é garantido", garantiu.
Morte de jornalista de Vassouras ainda sem solução 
Em 2012, outro profissional da imprensa do Sul do Rio de Janeiro foi assassinado. Mário Lopes Randolfo e a namorada dele, Maria Aparecida, foram executados em Barra do Piraí. Segundo o sindicato da categoria, ele era editor de um site na cidade de Vassouras e ficou conhecido por fazer denúncias de irregularidades atribuídas a servidores públicos da região.
Dois anos depois do crime, os assassinos continuam impunes."As investigações estavam bem avançadas. O delegado de Barra do Piraí [Mário Omena] reuniu provas circunstanciais, mas houve uma demora da Justiça. Apesar disso, não perco a esperança de que o caso vai ser resolvido", completou o sindicato da categoria.
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Capa de VEJA em 15/02/2014 / 19 h 34 min

Protestos

Manifestações radicais recebem munição do governo

Medidas mal arranjadas, como o pacote de Dilma Rousseff anunciado em junho do ano passado, ajudam a manter na rua grupos extremistas como o Black Bloc

São Paulo

Funcionários cortaram energia do Metrô no dia de pane, diz jornal

Relatório é preliminar. Dados divergem de informações do Centro de Controle Operacional

Black Bloc tem mais direitos do que o cidadão brasileiro... Governo perde oportunidade de corrigir seus erros e municia movimentos de rua ...

http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/governos-dao-municao-as-manifestacoes-radicais

Protestos

Governo dá munição às manifestações radicais

Medidas mal arranjadas, como o pacote de Dilma fracassado em junho do ano passado, ajudam a manter na rua grupos como o Black Bloc. Legislativo falha ao intermediar diálogo entre governo e movimentos sociais

Daniel Haidar, do Rio de Janeiro
Rio: Black Bloc causa tumulto e quebra quebra na Rua das Laranjeiras nesta terça (27/8)
Rio: Black Bloc causa tumulto e quebra quebra na Rua das Laranjeiras nesta terça (27/8) (Pedro Kirilos/Agência O Globo)
Das avenidas lotadas de junho do ano passado, pouco restou. E os manifestantes que persistiram na marcha são, em grande parte, os mais radicais, dispostos inclusive a enfrentar a polícia e a promover ações como a que matou Santiago Andrade, atingido por um rojão lançado por dois mascarados. A ação criminosa que resultou na morte de um inocente é injustificável, e derrubou definitivamente o conceito de que a violência nos atos públicos é exclusiva da polícia. A quatro meses da Copa do Mundo, não há razões para crer que os protestos vão se tornar menos violentos, e a fórmula explosiva do cenário que se desenha para as capitais do evento repete em muito o que se viu no início da revolta: grupos interessados em estimular ações tumultuadas e incapacidade dos governos de entender e atender os manifestantes.
A maior mudança desde que eclodiram as manifestações pode vir agora, na forma de regras mais duras contra os atos que descambam para a baderna – algo que nem de longe serve de garantia para aplacar as investidas de quem quer criar tumulto. A rigor, o Brasil de junho de 2013 será praticamente o mesmo em 2014, depois da mal arranjada tentativa do governo federal de resolver todos os pleitos dos manifestantes com um “pacotão” anunciado pela presidente Dilma Rousseff – algo que não foi à frente – e alguns recuos momentâneos. No Rio de Janeiro, em especial, o movimento de agora parece um problema descongelado após oito meses: o aumento das passagens de ônibus.
“É evidente que a tarifa de ônibus precisa de reajuste periódico", avalia o cientista político Ricardo Ismael, da PUC-Rio. "Mas falta ao prefeito do Rio, Eduardo Paes, dar mais transparência ao custo das empresas de ônibus. O aumento de agora provoca uma nova onda de protestos. Falta mais negociação e mais prestação de contas. Se quisermos diminuir os protestos, as instituições têm que funcionar. Dizer que os transportes públicos só vão melhorar em 2016 (como fez o secretário de Transportes do município, Carlos Roberto Osório) não é resposta”.
Há, segundo Ismael, uma lacuna que as casas legislativas simplesmente não conseguem preencher como deveriam. “A perspectiva revolucionária só diminui se as instituições polícias atuam de forma adequada. Não adianta trabalhar acreditando que o governo vai dizer e vai ser obedecido. O Legislativo deveria fazer essa intermediação entre governo e sociedade, mas a Assembleia Legislativa do Rio e a Câmara de Vereadores não cumprem esse papel”, critica.
Para o diretor-executivo da ONG Transparência Brasil, Claudio Weber Abramo, os governos municipal e estadual das regiões onde ocorreram grandes manifestações “brincam com fogo”. “Desde junho, nada mudou", diz. "Ironicamente, quem foi mais ativo nessa área foi o presidente do Senado, Renan Calheiros, que botou em votação projetos de lei que estavam aguardando tramitação, como o que transforma corrupção em crime hediondo. Para mostrar serviço, ele misturou reivindicações de várias partes há muito tempo. Mas só apareceu esse tipo de coisa. O Legislativo perde progressivamente a capacidade de representar a população, e só dialoga com governadores e prefeitos. As manifestações tomaram essa dimensão e esse formato, em parte, porque nosso país não tem organização suficiente fora da política tradicional”.
A morte de Santiago Andrade funcionou como um gatilho para desengavetar medidas que estavam paradas desde que os protestos se arrefeceram e, no Rio de Janeiro, os governos estadual e municipal passaram a tatear no escuro em uma loja de cristais, evitando ao máximo movimentos que pudessem deflagrar um novo levante. O secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame, levou ao Senado um projeto que tipifica o crime de desordem. Também entrou em tramitação um projeto do senador Romero Jucá (PMDB-RR) que define o crime de terrorismo – e enquadra, entre as ações consideradas terroristas, boa parte dos atos perpetrados atualmente por grupos como o Black Bloc.
Ismael considera exagerada a criação de uma lei nesse sentido. “Os acusados de matar o cinegrafista podem pegar até 34 anos de prisão", afirma. "É a prova de que existe punição dura. Sou radicalmente contra a ideia de aprovar uma lei antiterror. Uma leia antiterrorismo terá aspectos subjetivos e dará muito poder à polícia. As leis atuais são suficientes para coibir as manifestações”.
Eleições – Entre as bandeiras dos manifestantes radicais está, com frequência, a que rejeita o voto, por não crer que o processo eleitoral e as instituições sejam instrumentos capazes de atingir “a mudança” – algo que expõe o caráter golpista de grupos como os black blocs. É no plano eleitoral, no entanto, que está uma das batalhas de agora. Depois de passarem metade de um ano usufruindo da proximidade com as manifestações, partidos de esquerda como PSOL, PSTU e alas do PT se viram encurralados. A morte do cinegrafista é a prova de que há ações criminosas dentro dos grupos radicais manchou de sangue algumas bandeiras.
O PSOL é, até o momento, o mais atingido, com a comprovação de que dois vereadores do Rio – Renato Cinco e Jefferson Moura – fizeram doações para um evento organizado por manifestantes em frente à Câmara Municipal e com a ligação de funcionários do gabinete do deputado estadual Marcelo Freixo com a defesa de detidos em protestos. Nos dois casos não há ilegalidade. Existe, e isso é inevitável, um desgaste político de dimensão ainda desconhecida. “Ninguém se beneficia", constata Abramo. "Os organizadores [dos protestos] não tiveram capacidade de transformar isso em algo mais sólido. Deixaram de expelir os baderneiros”.
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Francês bate recorde que durava 21 anos... Saltou 6 metros e 16 centímetros. A brasileira Fabiana Murer saltou 4 m e 62 cm e ficou com a medalha de ouro em Donetsk, na Ucrânia

Atletismo

Francês quebra recorde mundial de Serguei Bubka

Renaud Lavillenie salta 6,16 metros, um centímetro a mais do que o russo. A brasileira Fabiana Murer leva ouro com salto de 4,62 m

O francês Renaud Lavillenie comemora logo após bater o recorde mundial de salto com vara, nos Jogos de Inverno de Sochi, na Rússia
O francês Renaud Lavillenie comemora logo após bater o recorde mundial de salto com vara, nos Jogos de Inverno de Sochi, na Rússia (Alexander Khudoteply/AFP)
O francês Renaud Lavillenie bateu neste sábado o recorde mundial do salto com vara, superando marca do ucraniano Serguei Bubka obtida em 21 de fevereiro de 1993. Curiosamente, a quebra aconteceu na mesma cidade, em Donetsk, na Ucrânia. Pelo meeting indoor europeu, Lavillenie fez salto de 6,16 metros, superando Bubka em um centímetro.
O francês vive grande fase em 2014, já que havia quebrado o recorde de seu país em 25 de janeiro, com a marca de 6,04 metros, em Rouen. Seis dias depois, foi ainda mais longe, saltando 6,08, em Bydgoszcz, na Polônia.
Nascido em 19 de setembro de 1986, em Barbezieux-Saint-Hilaire, Lavillenie é o atual campeão olímpico da prova, além de ser bicampeão europeu indoor. Em Mundiais de Atletismo, tem uma prata, obtida em Moscou no ano passado e dois bronzes.
Brasileira - Também neste sábado, a atleta Fabiana Murer conquistou o ouro no torneio Estrelas do Salto com Vara, na Ucrânia. Já classificada para o Mundial Indoor de Sopot, na Polônia, com os 4,73 m do ouro do Troféu Brasil/2013, Fabiana saltou 4,62 m para ficar com o título.
A alemã Silke Spiegelburg, que ficou com a prata, e a polonesa Anna Rogowska, que conquistou o bronze, também saltaram 4,62 m, mas depois de mais tentativas.
A competição em Donetsk foi a terceira que Fabiana disputou na Europa na preparação final para o Mundial da modalidade, que acontecerá entre 7 e 9 de março. Ela ainda vai saltar mais uma vez, em Bad Oeynhausen, na Alemanha, no dia 27, antes de seguir para a Polônia.


(Com agência EFE e GazetaPress)

SBT entrou no jogo do Eufemismo(?!)... Demitiu 3 jornalistas que tinham opinião divergente de suas convicções ou mostrou tibieza diante do momento político do país bagunçado?


14/02/2014
 às 18:11 \ Opinião

‘Comentaristas na TV em extinção’, de José Nêumanne Pinto

JOSÉ NÊUMANNE PINTO
Qual a hipótese mais grave e preocupante que teria motivado a demissão de três comentaristas que atuavam nos noticiários do Sistema Brasileiro de Televisão (SBT) – Denise Campos de Toledo, Carlos Chagas e eu –, comunicada aos três na sexta-feira 7 de fevereiro: a oficial ou a paralela? O diretor de jornalismo da empresa, Marcelo Parada, me comunicou que um tal “comitê de programação” da emissora havia decidido extirpar a opinião dos telejornais da casa em nome do primado da notícia. Numa versão aparentemente mais técnica, que circulou em textos divulgados em redes sociais por blogueiros simpáticos à causa, os comentários em questão prejudicavam a “dinâmica” dos noticiários. A versão oficiosa, negada pelos mesmos blogueiros, era mais apimentada: nenhuma pessoa sensata apostaria um centavo na minha sobrevivência na emissora desde que Parada assumiu a direção. Não é secreta para ninguém sua notória parceria com o presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), Rui Falcão, que não deve ser um admirador muito fanático da independência absoluta que sempre tive no SBT nas três vezes em que comentei assuntos políticos por lá. Da mesma forma, tinha sido amplamente noticiada a generosidade com que a cúpula petista tratou o momentoso episódio da falência do Banco Panamericano, empresa do grupo Sílvio Santos. Teria sido, enfim, concluída a crônica de minha demissão anunciada?
Bem, fofocas não pagam dívida e a resposta a essa questão só pode ser dada com fatos. Vamos a eles. Fui nomeado três vezes comentarista do SBT por Sílvio Santos, que me disse admirar a forma sucinta e simples com que explico a meus ouvintes da Pan intrincados assuntos da política. Minha primeira passagem terminou quando Boris Casoy foi para a Record e o patrão exterminou o departamento de jornalismo. A segunda teve fim com a contratação de Ana Paula Padrão, que mandou Luiz Gonzaga Mineiro me demitir do jornal ancorado por Hermano Henning, com o qual ela nada tinha a ver, mas faz tempo que desisti de entender esse tipo de falta de senso de loção, como dizia minha tia louca. Desta vez, apesar de não ser um veterano da casa, Parada cumpriu todos os rituais da crueldade e da deselegância na demissão dos três profissionais com currículos que mereciam dele mais respeito. De sua sala fui levado pela secretária para o RH que me comunicou o encerramento do contrato com o pagamento dos sete dias de trabalho de fevereiro. Bem, isso também faz parte da rotina.
A descortesia a que me refiro é outra e tem história. Nem Parada nem seu segundo, Ricardo Melo, fizeram durante esta minha terceira passagem pelo SBT NENHUM reparo a algum comentário de minha lavra – nem contra, nem a favor, nem muito pelo contrário. Na verdade, nenhum dos dois jamais me deu uma orientação ou algum aviso. Melo se abstinha desse dever elementar de qualquer chefe de redação alegando que eu era livre para dizer o que quisesse. Dizia respeitar minha livre expressão, conquista da democracia burguesa que ele, como leal trotskista, desprezava. Tudo bem. Também está no jogo.
Agora tomo conhecimento por interpostas pessoas que fazem fofoca em redes sociais que desde outubro eu já estava fora do SBT Brasil, “carro-chefe” do jornalismo da casa. Uma vez, interpelei Melo (por uma questão de hierarquia e também pelo fato de que era mais comum encontrá-lo na redação do que me deparar lá com Parada) a respeito. E ele me deu uma resposta satisfatória: “Sílvio lhe paga salário e você grava. E me paga para decidir se seu comentário entra ou não no jornal”. Achei a explicação razoável e nunca mais me preocupei em conferir se o comentário que eu gravava tinha sido editado no telejornal do horário nobre, ou não. Não era tão importante: nunca deixou de ir ao ar nenhum comentário que eu tivesse gravado para o Jornal do SBT e para o Jornal do SBT Manhã. E era isso que produzia a imensa satisfação de ser apoiado e elogiado por gente simples: garçons, porteiros, manobristas… Na certa, foi também isso que decidiu a escolha feita pelo público em pesquisa da Abril Educação que planejou cursos em parceria com o SBT e escalou os três profissionais do elenco da emissora considerados de maior credibilidade pelo público: Ratinho, Celso Portioli e eu. O projeto não prosperou, mas duvido que tenha sido por minha causa ou dos dois queridos companheiros citados junto comigo.
Dito isso, concluo garantindo que não acredito que Parada tenha sido desrespeitoso com profissionais do quilate de Carlos Nascimento e Hermano Henning, que sempre usaram meus comentários, ao desprezar o fato chamando a atenção para minha ausência no noticiário apresentado também por minha conterrânea Rachel Sheherazade e meu companheiro na Pan Joseval Peixoto. Ele não deve ter feito isso.
Ainda que saiba que meus comentários não agradam a cúpula do PT, também não acredito que minha saída se deva a uma pressão sobre o companheiro diretor, mesmo porque Denise e Chagas nada têm que ver com minha ousada impertinência de todo dia. Se minhas críticas obstinadas tivessem algum peso eleitoral, Lula não teria sido eleito duas vezes nem Dilma teria derrotado José Serra, embora eu também não costume ser condescendente com esses tucanos de alto plumagem.
Além do mais, a meu ver, o histórico de imprudências de Parada não inclui a possibilidade de negar a teoria oficial do fim dos comentários substituindo minha presença no dia-a-dia por algum comentarista mais domesticado de acordo com o gosto dos companheiros. Seria uma confissão de culpa imperdoável. Seria também muito menos grave do que de fato deve ter ocorrido.
Acredito piamente e lamento mais ainda que ele não tenha mentido: o que fez foi mesmo substituir comentários por mais notícias. Em vez de um sujeito pernóstico deitando regras, o atual SBT prefere mostrar o flagrante da morte do frentista, o bebê que está bombando na Internet ou o macaquinho dançarino. Não me sinto vítima de nenhum tipo de retaliação nem mártir do jornalismo opinativo na TV. Infelizmente, sou apenas o representante de uma espécie em extinção: a do jornalista que tem opinião e por isso, goza de credibilidade. Em vez de rojões disparados por black blocs, Denise, Chagas e eu estamos sendo vitimados pela mordaça imposta em nome da prioridade da informação.

Teremos que esperar as águas de Março... avisa o ministro Lobão. Reservatório de maior volume de água da América Latina tem só 1/3

Edição do dia 14/02/2014
14/02/2014 21h39 - Atualizado em 14/02/2014 22h17
http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2014/02/lobao-diz-que-custara-ao-consumidor-maior-seguranca-no-sistema-eletrico.html

Lobão diz que custará ao consumidor a 




maior segurança no sistema elétrico


Reservatório de maior volume da América Latina é reduzido a um terço da capacidade. Ministro das Minas e Energia muda discurso de 'risco zero' e avisa que consumidores pagarão para ter sobra de energia elétrica.

A necessidade de economizar energia, neste verão, foi maior por causa do volume baixo de chuvas. Isso baixou muito o nível de reservatórios de hidrelétricas das regiões Sudeste e Centro-Oeste.
Na Serra da Mesa, no Norte de Goiás, os repórteres Marcos Losekann, Salvatore Casella e Raeberson Carvalho visitaram uma dessas usinas, considerada estratégica para o país.
Em um cenário cada vez mais desolador, a família de macaquinhos é uma exceção. Eles reocuparam as poucas árvores que depois de muito tempo submersas voltaram a florir. Raridade em um panorama que traz à tona o fantasma do apagão.
Dos 54 bilhões de metros cúbicos de água que pode armazenar, a represa de Serra da Mesa, no norte de Goiás, mantém apenas um terço. O maior reservatório em volume de água da América Latina está agonizando.
A estiagem devolveu paisagens que já faziam parte do passado e que agora, nitidamente, mostram como o nível do reservatório de Serra da Mesa desceu. Uma casa que tinha quatro quartos, por exemplo, foi completamente inundada, ficou destruída. Agora está 22 metros acima da lâmina d’água da represa. Bem distante do lago que botou uma família que morava lá para correr.
São centenas de ruínas que despontam nas margens e ilhas. Serra da Mesa está com o menor nível dos últimos 13 anos. Pior do que agora, só em 2001, o ano do racionamento de energia. Para chegar ao topo da gigantesca represa é preciso subir 440 degraus. Um abismo que separa o nível ideal do atual.
O gerente da usina, Wagner Domingues, diz que só muita chuva resolve isso. “Por enquanto, depende de São Pedro”, afirmou.
Muita água é fundamental pra uma usina que tem um papel único na bacia do Tocantins. Além de mover suas três turbinas que geram energia suficiente para abastecer o Distrito Federal, Serra da Mesa também regula os níveis dos reservatórios de outras cinco hidrelétricas, num trecho de 1.500 quilômetros ao longo do rio: Canabrava, Peixe Angical, São Salvador, Lageado e Tucuruí. Toda vez que essas represas precisam de água, é com Serra da mesa que elas contam.
Quem também depende desse lago são as cidades da região. O quadro no gabinete do prefeito de Niquelândia é do último festival de pesca. Segundo ele, sem água na represa, o turismo na região fica ameaçado.
“Hoje já é sentido claramente no meio da população e, junto a todos os segmentos que trabalham nesse setor, o prejuízo que está ocorrendo”, disse Luiz Teixeira Chaves, prefeito de Niquelândia.
O alvo é o lago, mas na região de Serra da Mesa, todo mundo agora está de olho é no céu, especialmente no sol que precisa urgentemente dar lugar às nuvens de chuva.
A segurança do sistema elétrico tem provocado muito debate neste verão brasileiro. Na segunda-feira da semana passada, o ministro de Minas e Energia, Edson Lobão, procurou tranquilizar os mais preocupados.
“Posso dizer que a situação hoje é muito melhor do que foi o ano passado. Nós estamos com mais de 40% dos principais reservatórios. Não enxergamos nenhum risco de desabastecimento de energia no país. Nenhum risco. Risco zero”, afirmou Edson Lobão.
Por coincidência, no dia seguinte, o Distrito Federal e 13 estados tiveram um apagão, que, em algumas cidades, durou até uma hora. Nesta sexta-feira (14), o ministro reafirmou a confiança no sistema, mas já não falou em risco zero. E disse quem vai pagar a conta se o Brasil quiser aumentar a segurança energética.
“Se tivermos que ter uma sobra de energia elétrica para garantir uma segurança ainda maior do que temos hoje, e a que temos hoje é grande, é sólida, teremos que pagar por isso. Se 126 megawatts nos bastam hoje, uma segurança maior seria termos 130, 150, 200. Quanto custaria isto? A quem? Ao consumidor. À sociedade brasileira”, disse o ministro.
O Operador Nacional do Sistema ainda não divulgou as causas do apagão do dia 4 de fevereiro. A análise deve ficar pronta na semana que vem.