http://veja.abril.com.br/noticia/internacional/trem-com-os-corpos-do-voo-mh-17-deixa-area-do-acidente
O trem com os corpos das vítimas do voo MH-17, que foi abatido na semana passada na Ucrânia, já deixou a pequena localidade de Torez e, segundo a rede BBC, segue para a cidade de Carcóvia – destino final que ainda não foi confirmado pelas autoridades. O trem está carregando restos mortais de 280 pessoas em vagões refrigerados. A viagem de cerca de 300 quilômetros será acompanhada por funcionários da Malaysia Airlines e legistas holandeses. Entre as 298 vítimas da tragédia com o Boeing 777 da Malaysia Airlines, 193 eram holandeses.
Em outro desdobramento do caso, o primeiro–ministro da Malásia, Najib Razak, disse que conversou ao telefone com Aleksander Borodai, rebelde pró-Rússia que lidera a autoproclamada República Popular de Donetsk. Segundo Razak, Borodai concordou em entregar as duas caixas-pretas da aeronave às autoridades internacionais que investigam a queda do avião. Razak lembrou que há 43 malaios entre as vítimas, incluindo os quinze tripulantes do Boeing 777.
Rússia acusa Ucrânia – Enquanto Holanda, Estados Unidos e Grã-Bretanha sobem o tom e cobram publicamente a Rússia para que Moscou interceda junto aos rebeldes e ajude a pacificar o leste da Ucrânia, o Kremlin segue culpando os ucranianos pela tragédia. De acordo com o general russo Andrei Kartapolov, chefe de operações do Estado-Maior, no dia em que o avião malaio caiu no leste da Ucrânia, na quinta-feira passada, uma aeronave militar ucraniana voava perto do Boeing 777. Kartapolov acrescentou que o avião ucraniano era “possivelmente um caça Sukhoi SU-25”.
Em entrevista coletiva para informar sobre a tragédia do voo MH-17, que segundo as potências ocidentais e as autoridades de Kiev foi derrubado por um míssil pelas milícias pró-Rússia, o general também negou que Moscou tenha fornecido armas aos insurgentes. Kartapolov denunciou que o exército ucraniano transferiu uma bateria de mísseis antiaéreos de um subúrbio de Donetsk para uma área próxima controlada pelos insurgentes pouco antes da queda do Boeing.
O general afirmou também que a Rússia solicita aos Estados Unidos que entreguem para a comunidade internacional as fotos de satélite que foram registradas no dia em que o avião da Malaysia Airlines caiu. “Segundo as declarações de representantes dos Estados Unidos, eles têm em seu poder fotos de satélite que confirmam que o míssil lançado em direção ao avião malaio foi disparado por milicianos, mas ninguém viu essas fotos”, questionou.
O general acrescentou que, segundo dados russos, “de fato um aparelho espacial dos Estados Unidos sobrevoava regiões do sudeste da Ucrânia” minutos antes da queda do avião. “Trata-se de um sistema espacial destinado a detectar e seguir diferentes trajetórias de lançamentos de mísseis. Se os americanos têm fotos desse satélite, seria muito amável de concedê-las à comunidade internacional para seu estudo”, reforçou o general.
Vídeo mostra rebeldes separatistas com uma das caixas-pretas
A Interpol iniciou nesta terça-feira o processo de identificação das vítimas do voo MH17 da Malaysia Airlines, que caiu no Leste da Ucrânia na última quinta-feira. "Os corpos recuperados até agora foram registrados e numerados antes de serem transportados em trens refrigerados de Donetsk até o centro de operações, em Kharkiv, onde equipes internacionais de identificação de corpos conduzirão exames preliminares", afirmou a polícia internacional em um comunicado.
Após um primeiro exame, os corpos serão levados à Holanda, onde o processo de identificação terá continuidade. Os primeiros deverão chegar a Amsterdã nesta quarta-feira.
Os investigadores esperavam 282 corpos, mas os trens que levaram os cadáveres das vítimas até Kharkiv, no nordeste da Ucrânia, da área controlada pelos separatistas, no Leste, continham apenas 200 corpos. Não foi informado o que aconteceu aos demais.
A Malásia informou nesta terça-feira que entregará as caixas-pretas voo MH17 para uma equipe internacional, e o Reino Unido concordou com o pedido da Holanda para recuperar os dados dos gravadores.
We&%2339;ve agreed Dutch request for air accident investigators at Farnborough to retrieve data from %23MH17 black boxes for international analysis.
—
David Cameron (@David_Cameron) 22 julho 2014
'Nós concordamos com o pedido holandês para que os investigadores de acidentes aéreos em Farnborough recuperem os dados das caixas-pretas do MH17 para análise internacional', escreveu o primeiro-ministro David Cameron na sua conta no Twitter.
Os equipamentos devem esclarecer se aeronave da Malaysia Airlines, que transportava 298 pessoas, foi abatida por um míssil russo disparado de uma área controlada por rebeldes pró-Moscou, o que os separatistas e a Rússia negam.
Todos os passageiros, a maioria composta por holandeses, morreram na queda do avião na quinta-feira passada. A Ucrânia concordou na segunda-feira que Amsterdã lidere uma investigação internacional sobre as causas da queda.
Os rebeldes ucranianos entregaram as duas caixas-pretas do avião a peritos malaios, pouco antes dos corpos chegarem a Kharkiv, em um comboio que inclui cinco vagões refrigerados. Mohammed Saleh, um membro de uma equipe de resgate da Malásia, informou que o translado dos restos mortais até a Holanda deveria ocorrer ainda nesta terça-feira.
O trem foi recebido por especialistas forenses policiais e outros representantes de países que tiveram cidadãos no voo que saiu Amsterdam, mas caiu antes de chegar ao destino, em Kuala Lumpur, na Malásia.
Os guardas de segurança mantiveram os repórteres do lado de fora do local onde os corpos foram retirados. Não ficou claro se os corpos seriam mantidos em Kharkiv para exame preliminar ou se seriam rapidamente transferidos para um aeroporto próximo.
Abalados pela morte de 298 pessoas no avião, os governos ocidentais, incluindo os ministros da União Europeia, se reúnem nesta terça-feira em Bruxelas e ameaçam impor sanções mais amplas à Rússia, por causa do apoio de Moscou aos separatistas. Diplomatas dizem que as restrições mais duras contra setores inteiros da economia russa vai depender em grande parte da linha adotada pelos holandeses, por causa do alto número de vítimas do país.
Nas Nações Unidas, o Conselho de Segurança aprovou por unanimidade uma resolução na segunda-feira exigindo que os responsáveis pela tragédia respondam pelos seus atos e que todos os Estados cooperem nas investigações. A ONU também exigiu o 'acesso seguro, completo e irrestrito' ao local do acidente.
Vladimir Putin observou o aumento dos esforços por ultimatos e sanções contra a Rússia e pediu mais diálogo com o Ocidente. Na tentativa de dar uma resposta à comunidade internacional, o presidente russo disse que iria solicitar aos separatistas que permitissem uma investigação completa do acidente. Além disso, o ministério da Defesa do país contestou as acusações ocidentais de que os separatistas foram responsáveis ??por derrubar o avião declarou que não tinha fornecido aos rebeldes sistemas de mísseis antiaéreos, arma que teria abatido a aeronave.
Um pequeno grupo de especialistas em acidente aéreo da Malásia foram os primeiros investigadores a chegarem ao local da queda nesta terça-feira, escoltado por um comboio de monitores internacionais e combatentes separatistas fortemente armados. Enquanto eles trabalhavam, explosões fortes eram ouvidas nos arredores de Donetsk, a 60 quilômetros da área.