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segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Como o Brasil chegou à crise com que convivemos hoje? Um ensaio descobriu 3 razões!

http://www.msn.com/pt-br/dinheiro/economiaenegocios/tr%c3%aas-quest%c3%b5es-chave-para-entender-por-que-o-brasil-est%c3%a1-no-vermelho/ar-AAegnQD

Três questões-chave para entender por que o 

Brasil está no vermelho

  • 14 setembro 2015
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A presidente Dilma Rousseff (Foto: Roberto Stuckert Filho/PR)Image copyrightPR
Image captionGoverno Dilma avalia medidas para ampliar receitas; a presidente já falou em "remédios amargos"

Ao rebaixar a nota do Brasil, que perdeu o status de bom pagador, a agência Standard & Poor's questionou a "habilidade e a vontade" do governo Dilma Rousseff ao submeter ao Congresso um Orçamento deficitário para 2016, espelhando as dificuldades da implementação da política econômica comandada pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, em equilibrar as contas públicas.
O plano previa um deficit - a diferença entre gastos e receitas - de R$ 30,5 bilhões. Sem ter "troco", o governo não terá o que poupar para pagar juros e diminuir a dívida pública – o avanço do gasto com juros é apontado por alguns especialistas como o principal motivo para o rebaixamento do país.
Levy já anunciou que o governo estuda cortar despesas e ampliar as receitas – alta nos impostos não é descartada –, para tentar resolver o problema e trocar o deficit por uma meta de superavit de 0,7% do PIB (Produto Interno Bruto). "Remédios amargos", como classificou Dilma em suas últimas declarações públicas.
É aguardado para os próximos dias o detalhamento dos cortes anunciados pela gestão no fim do mês passado, quando prometeu eliminar dez ministérios e cargos comissionados. Programas com o Minha Casa, Minha Vida, por exemplo, também podem perder verbas.
Segundo órgãos da imprensa, é aguardado nesta segunda-feira o anúncio de um corte de R$ 20 a 22 bilhões em despesas do governo.
O jornal Folha de S.Paulo diz que o governo deve "propor aumento de impostos e redução de subsídios e isenções fiscais".
Mas, por que o Brasil está no vermelho? A BBC Brasil aborda três questões-chave para entender os altos gastos e os problemas de seu gerenciamento pelo governo - e ouve especialistas sobre possíveis saídas para a crise nas finanças do país.


O minnistro da Fazenda, Joaquim Levy (Foto: Wilson Dias/Ag. Brasil)Image copyrightAg. Brasil
Image captionPara agência de risco, austeridade sinalizada pelo ministro Joaquim Levy não está se concretizando

Para onde vai o dinheiro?

Segundo o Orçamento, após repasses compulsórios a Estados e municípios, o governo terá R$ 1,18 trilhão para custear suas contas e ações. Desse total, no entanto, 81% estarão comprometidos com as despesas obrigatórias (pagamento dos servidores federais, Previdência etc.).
O que sobra não cobre os R$ 250,4 bilhões previstos para as despesas discricionárias, que incluem investimentos em obras, gastos com Bolsa Família, saúde, educação e com o custeio da máquina pública – telefone, passagens, manutenção dos prédios, etc.



Essas despesas, na prática as únicas sobre as quais o governo tem poder de decisão, também embutem, porém, gastos obrigatórios. Segundo a Constituição, o investimento em saúde, por exemplo, precisa ser no mínimo o mesmo do ano anterior, acrescido do percentual de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto).
Especialistas criticam o que chamam de engessamento do Orçamento com despesas obrigatórias. Para efeitos de comparação, nos EUA elas somam 64,6% neste ano.

O Estado brasileiro é grande demais?

Para os economistas Gil Castello Branco, secretário-geral da ONG Contas Abertas, e Fernando de Holanda Barbosa, professor da FGV/EPGE e ex-secretário de Política Econômica do governo Itamar Franco, a máquina do Estado é inchada e ineficiente.
"Esses ministérios não foram feitos com o objetivo de prover os serviços para a população. E sim para atender demandas políticas", afirma Barbosa, ao comparar o número de pastas existentes no Brasil – 39 – com o de países da Europa, que operam com menos de 20.
Para Castello Branco, o Estado é presente demais no país. "Nós somos uma das maiores economias do mundo. Essa presença só é necessária ainda nos programas sociais, em distribuir melhor a renda."


O ministro do Planejamento, Nelson Barbosa (Foto: Antonio Cruz/Ag. Brasil)Image copyrightAg. Brasil
Image captionO ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, anunciou que governo cortaria ministérios e cargos

Juliana Sakai, pesquisadora da ONG Transparência Brasil, diz que o poder que políticos têm para distribuir cargos de livre nomeação – os comissionados –, reflexo do "patrimonialismo histórico brasileiro", é responsável pela percepção de que a máquina pública é inchada e ineficiente, além de ser peça central para a corrupção.
Ela pondera, porém, que um Estado onipresente, mas eficiente, mudaria essa percepção. "Se o governo atende à demanda dos que querem mais hospitais e médicos, mais escolas e professores, o efeito natural disso seria aumento no peso do setor público, o que não pode ser automaticamente traduzido como algo negativo."
"O Estado pode ser pequeno, mas nem por isso melhor, mais eficiente", retruca Oswaldo Gonçalves Junior, professor do curso de Administração Pública da Unicamp.
"Pensamentos que tratam o Estado brasileiro como um 'enorme elefante branco, lerdo e ineficiente’ são altamente enviesados", afirma. Para ele, países que necessitam de maior organização dos processos sociais precisam de uma ação maior de governo.

O governo gasta demais com servidores?

O Orçamento prevê que o pagamento de servidores federais consumirá R$ 252,6 bilhões, superando todo o valor disponível para investimentos.
Segundo a Transparência Brasil, porém, a taxa de servidores públicos no Brasil – 16% da população –, é inferior à de países europeus desenvolvidos, como Reino Unido (23%) e França (20%). O país, de acordo com a ONG, se encaixa na tendência da América Latina, que tem taxas variando entre 10% e 20%.
A organização chama a atenção para o número de comissionados – cerca de 20 mil no plano federal. A questão também é alvo de críticas da Contas Abertas, cujos cálculos apontam mais de 30 mil novos cargos, funções de confiança e gratificações desde 2002.


Conjunto habitacional do Minha, Casa Minha Vida em Boa Vista (RO) (Foto: Rodrigo de Oliveira/Ag. Caixa)Image copyrightAg. Caixa
Image captionGoverno sinalizou que poderá cortar recursos do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida

A ONG ressalta que hoje são mais de 615 mil servidores federais, quase 130 mil a mais que no início da década passada. Mas vê um efeito negativo disso muito maior sobre a eficácia do Estado que nos gastos.
Para Gonçalves Junior, da Unicamp, a discussão deveria abordar muito mais a qualidade do que a quantidade: "Um gasto dessa monta com pessoal, se bem utilizado, pode se tornar investimento. Poderia, por exemplo, gerar um outro padrão de desenvolvimento", afirma. "Algo que impulsionasse, inclusive, uma maior disponibilidade de receitas."
"O desafio é pensar como tornar o Estado melhor, qualificando e/ou trazendo pessoas qualificadas", diz. "Muito mais complexo do que simplesmente cortar, reduzir."

Quais são as soluções?

Para Castello Branco, é preciso rediscutir a estrutura do Orçamento, seu engessamento, com o Congresso – tratando, principalmente, da Previdência. "Não dá para ficar cortando investimento a vida inteira, nem criando, todo ano, um imposto novo", diz.
Enquanto o governo espera ter 6% a mais de recursos em 2016, os gastos com a Previdência, responsáveis pela maior mordida na carteira, devem avançar 11,9% – serão R$ 491 bilhões, cerca de 40% do total de despesas, para pagar aposentadorias, pensões e outros benefícios.
"Essa aberração de o Executivo enviar um Orçamento com deficit tem pelo menos um aspecto favorável: forçar essa discussão. Você quer custear a aposentadoria de pessoas com 50 e poucos anos de idade e para isso aumentar cada vez mais os impostos? Esse debate tem de ser colocado às claras."


Servidores federais protestam no Ministério do Planejamento (Foto: Elza Fiúza/Ag. Brasil)Image copyrightAg. Brasil
Image captionSetores do funcionalismo conseguiram aumento neste ano, em derrotas do governo no Congresso

Segundo a Previdência, a média de idade de aposentadoria por tempo de contribuição é de 55,1 anos para homens e 52,2 para mulheres.
Gonçalves Junior, da Unicamp, lembra que "se aposentar, receber pensões etc. são direitos, conquistas que acompanham o desenvolvimento do Estado moderno". Mas concorda que é preciso adotar medidas como "repensar a cultura que desperdiça o prolongamento da vida laboral", citando a aposentadoria compulsória de servidores, e vê margens para revisão da contribuição da parcela mais rica da população.
"A gestão desse sistema importa muito para seu equilíbrio e promoção da Justiça social", afirma ele, que ressalta a importância de um planejamento que permita "equilibrar essas variáveis, que mudam ao longo do tempo, conforme a sociedade se transforma".
Para Holanda Barbosa, da FGV, o país precisa de uma profunda reforma administrativa com objetivo de racionalizar custos e melhorar a gestão em todas as áreas, inclusive saúde e educação. Mas isso não teria efeito imediato.
"O melhor agora seria o governo sinalizar com um plano de corte de gastos ao longo nos próximos anos. E, ao mesmo tempo, anunciar um aumento de impostos para financiar o buraco em curtíssimo prazo."

Clóvis de Barros Filho - A História do Vendedor



A história do vendedor contada por Clóvis Barros Filho não condiz com a profissão milenar do profissional que atravessava rios em canoas, conduzia suas malas em dorso de burros e cavalos, dormia em hotéis de poucos recursos de higiene e conforto, ficava longe de casa por semanas..
O vendedor respeitava um código de ética praticado por ele e pelo comprador. Quando esta norma de conduta era desrespeitada um dos profissionais encerrava a relação comercial.
Eles foram mascates, cometas, representantes comercias e hoje são agentes de venda.
Pra quem quiser saber mais da profissão da qual me orgulho muito sugiro ver o filme 'A morte do caixeiro viajante" ou ler o livro de mesmo nome escrito por Arthur Miller...



Charge do Duke no blog do Josias

Quebra-cabeça! 
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Josias de Souza
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– Charge do Duke, via O Tempo.

domingo, 13 de setembro de 2015

A Educação é assunto de preocupação de todos os países do planeta // BBC

Escola moderna: três questões cruciais em debate

  • Há 2 horas
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Foto: ThinkstockImage copyrightThinkstock
Image captionUniforme, lição de casa e uso do computador são pontos que geram debates

Quando se trata de educação no mundo moderno, geografia, língua e currículo podem variar, mas algumas questões são universais.
Entre elas, o debate em torno do uso de uniforme, da dose certa de lição de casa e da adoção do livro em vez do computador em sala de aula.
Saiba o que as experiências escolares em diversos países, pesquisas e estatísticas revelam sobre essas questões.

1 → Uniforme escolar: conveniência ou coerção?

O uso ou não de uniforme escolar pode revelar muito sobre a política de um país.
Na Inglaterra, ele foi adotado de forma mais ampla no século 16, durante o reinado de Henrique 8º. Consistia de um casaco longo de cor azul. Esse era o pigmento mais barato à disposição na época e seu uso entre estudantes simbolizava humildade.
Hoje, a maioria das escolas no Reino Unido exige que alunos usem uniforme. No entanto, o governo britânico determina que escolas considerem questões práticas e financeiras ao adotar o uniforme, e que pais, alunos e comunidade sejam consultados.
Na França, o uso de uniforme escolar deixou de ser obrigatório desde a década de 1960. E o uso de véus, lenços cobrindo a cabeça e turbantes, assim como o uso de "símbolos religiosos ostensivos" é proibido em escolas públicas.
Na Alemanha, uma proposta para que um único uniforme fosse adotado nacionalmente pelas escolas do país provocou ultraje em 2006. Muitos associaram a proposta ao regime nazista.
Em alguns países da América Latina, como Argentina e México, uniformes tendem a ser adotados principalmente por escolas particulares. Como resultado, seu uso adquiriu uma conotação de status educacional.

BBC
Image captionO uso do uniformes escolares teve início na Inglaterra do século 15

No Brasil, também não há uma política nacional sobre o uso do uniforme.
O uso de uniforme é obrigatório na maioria das escolas africanas. Em Gana, desde 2013, o governo vem distribuindo uniformes gratuitamente à população. Tendo sido adotados no período colonial, uniformes também são a norma na maior parte do território asiático.
Mas será que a adoção de uma indumentária padronizada é positiva para os estudantes?
Muitos acreditam que regulamentos rigorosos quanto à indumentária ajudam a colocar as crianças em pé de igualdade socialmente, independentemente de seus sobrenomes ou situação financeira.
Outros pontos ressaltados pelos defensores do uniforme são que eles reforçam o sentimento de orgulho pela escola, aumentam a frequência e são um lembrete, sempre presente, das regras vigentes.
No campo oposto das opiniões, muitos dizem que códigos rígidos de indumentária cerceiam a individualidade e a liberdade de expressão. Também não são efetivos em prevenir intimidação e perseguição. E não conseguem "apagar" desigualdades sociais já que essas transcendem a forma como uma criança se veste, argumentam.
A educadora e psicóloga paulistana Ana Inoue, por sua vez, se posiciona mais ao centro: para ela, o uniforme traz mais vantagens do que desvantagens, mas é algo difícil de impor.
Integrante do Conselho Estadual de Educação de São Paulo e diretora da ONG Instituto Acaia, Inoue disse à BBC Brasil que, em atividades fora da escola, como uma visita ao zoológico, por exemplo, o uniforme deveria ser obrigatório porque facilita a identificação das crianças.
Outro papel importante do uniforme, ela disse, é tornar todos iguais. Ela reconhece que diferenças socioeconômicas não serão eliminadas pela roupa, mas explicou que não é essa a ideia.
"O objetivo não é dissimular as diferenças sociais, mas passar a mensagem de que, no contexto da escola, todos são iguais. Todo mundo aqui é aluno e será tratado de maneira igual", disse Inoue.

2 → Livros, folhas avulsas ou tablets?

Em muitos países, o livro escolar vem, há vários anos, coexistindo ou sendo substituído por folhas avulsas impressas em copiadoras contendo textos e exercícios.
A revolução digital representa uma ameaça adicional ao antigo livro impresso, disponibilizando conteúdos da internet, por meio de computadores, nas salas de aula - em países "conectados", claro.
A relação entre livro escolar e desempenho acadêmico não é clara.

Foto: APImage copyrightAP
Image captionPesquisa da Universidade de Cambridge mostra que livro escolar é chave para bom desempenho de alunos

Nos últimos anos, no Reino Unido, folhas avulsas vêm tendo preferência em relação aos livros escolares. No entanto, em 2014, o governo britânico determinou que escolas no país voltassem a adotá-los, em meio a temores de que a não utilização de livros estaria colocando estudantes britânicos em desvantagem em relação a colegas de outros países, principalmente, da Ásia.
No entanto, um consultor britânico em educação declarou recentemente que livros escolares deveriam ser abolidos dentro dos próximos cinco anos. Segundo ele, os recursos que a era digital oferece estão tornando o livro escolar algo obsoleto.
Um estudo feito por Tim Oates, da agência Cambridge Assessment, da University of Cambridge, na Inglaterra, indica que países com bom desempenho em testes internacionais tendem a insistir no uso de livros escolares como base para o ensino.
A Coreia do Sul e a Finlândia estão entre os países com índices mais altos de distribuição de livros escolares - mais de 95% dos estudantes recebem livros, segundo estatísticas da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Os dois países também ocupam posição bem alta - quinta e sexta, respectivamente - na rodada mais recente de exames Pisa (sigla para Programa Internacional de Avaliação de Alunos), que comparou desempenhos de estudantes de 15 anos de idade em diversos países do mundo.
Entretanto, a frente "antilivro" responde que ele gera pressão econômica adicional sobre os pais em escolas onde livros não são oferecidos gratuitamente. Além disso, eles são produzidos "em massa", sem levar em conta necessidades diferenciadas de crianças em salas de aula diversas.

ThinkstockImage copyrightThinkstock
Image captionPoderiam os tablets aposentar os livros escolares? Pesquisas recomendam o contrário

Além disso, argumenta esse grupo, o livro escolar não tem como competir com tablets e tecnologias do tipo quando se trata de permitir o acesso conteúdos atualizados, ou de acompanhar a maneira como crianças consumem informação hoje em dia.
No Brasil, escolas da rede particular optam por soluções diversas, que podem envolver o uso de apostilas criadas especificamente para atender seus currículos, livros didáticos e também tecnologias variadas.
Na rede pública, o governo federal, Estados e municípios possuem programas de distribuição de tecnologias, incluindo tablets, para as escolas. Mas há problemas. Para que a tecnologia seja bem utilizada, várias outras coisas também são necessárias, disse a educadora Ana Inoue:
É preciso "ter rede elétrica compatível com o uso de tecnologia, ter banda larga, conteúdo bom (softwares, programas), professores que façam uso da tecnologia e um projeto de escola que inclua o uso desses recursos. E isso envolve, entre outras coisas, ter quem conserte e atualize os hardwares e softwares. Enfim, não é só uma questão de equipamento", disse Inoue.
"Equivale a achar que se tiver lápis e papel, todo mundo se alfabetiza".

3 → Tempo livre: Quantos dias? E quanta lição de casa?


Image copyrightReuters
Image captionFrança é conhecida por dar férias longas para estudantes

Dependendo de onde uma criança mora, ela pode ter até 75 dias letivos a mais no ano do que crianças de outros países.
Na China, o ano escolar tem mais de 260 dias. No Japão, são 243 e, na Coreia do Sul, 220.
Em Israel, Alemanha, Rússia e Zimbábue, o ano letivo tem 210 dias. Costa Rica, Bolívia e África do Sul têm os anos letivos mais curtos, com 180 dias ou menos.
A França também é conhecida por exigir menos dias de trabalho das crianças, dando a eles férias longas para evitar "estafa de sala de aula" - termo usado por um oficial do governo francês.
Ainda assim, o tamanho do calendário escolar pode ser enganador. O dia escolar em escolas francesas está entre os mais longos do mundo ocidental. Ou seja, as crianças vão à escola menos vezes, mas ficam muito mais tempo lá - oito horas diárias.
No Brasil, a lei determina que escolas ofereçam uma carga horária anual de pelo menos 800 horas, distribuídas por no mínimo 200 dias de aula. Ou seja, alunos brasileiros devem ir à escola no mínimo 200 dias por ano e o dia escolar deve durar pelo menos quatro horas.
Mas... qual seria a carga horária ideal? As estatísticas mostram que os países com melhor desempenho em educação não são necessariamente os que exigem mais horas compulsórias de estudo de seus estudantes.
Segundo a OCDE, na Finlândia o total de horas de instrução compulsória por ano é 30% menor do que na França, país cujos estudantes têm desempenho médio nos rankings internacionais.
No Brasil e no Quênia o dia escolar pode começar por volta das 7 da manhã; em muitas escolas australianas as aulas só começam por volta das 9.30.
E depois, ainda tem a lição de casa. Se fazer lição de casa é positivo para a criança ou se seria melhor que ela descansasse e brincasse após a aula são questões há muito tempo debatidas.

ThinkstockImage copyrightThinkstock
Image captionEm países do leste asiático, estudantes fazem pelo menos duas horas de dever de casa por dia

Um estudo recente da Brown University, em Rhode Island, Estados Unidos, concluiu que crianças pequenas fora do país têm muito mais lição de casa do que é recomendado por pedagogos americanos.
Pesquisas sugerem que 10 minutos de lição de casa deveriam ser adicionados para cada ano escolar. Ou seja, se uma criança no terceiro ano do fundamental faria meia hora de lição de casa por dia, um aluno na sexta série faria uma hora.
Só que muitos países do leste europeu ou no leste asiático provavelmente achariam essa recomendação bem estranha. Meia hora de lição de casa é um quarto do que as crianças de lá fazem diariamente.
Outros talvez ficassem aliviados. Estudos revelam também que tarefa escolar causa estresse em famílias quando os pais não se sentem capazes de ajudar suas crianças.
No Brasil, não há diretrizes quanto à quantidade de tarefa de casa - a decisão fica a cargo da escola e dos professores.
"O objetivo da lição de casa é ver se o aluno vai saber fazer sozinho, sem a ajuda do professor, o que ele aprendeu na sala de aula", disse Ana Inoue. "Então, a questão a colocar é, quanto espaço você está abrindo para o aluno aplicar o conhecimento em outras situações".
"Não importa se está fazendo em casa. O que importa é que ele tenha um momento para consolidar sozinho o que aprendeu."

Charge de Sponholz / blog de Aluizio Amorim


Sponholz: O regresso do boêmio.