segunda-feira, 29 de agosto de 2022
"O discurso do Rei "
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Excelente texto de Paulo Cursino, roteirista de comédias e produtor de filmes de sucesso, talvez o único dessa área não esquerdista.
A entrevista de Lula ontem ao Jornal Nacional me lembrou uma passagem memorável do filme ganhador do Oscar de 2011, "O Discurso do Rei". Para quem não se lembra, o filme contava a história de George VI, o pai da rainha Elizabeth II, que era gago e não sabia discursar, justamente em um momento em que o povo inglês, e o mundo, precisavam de alguém que levantasse o moral diante da possibilidade da guerra. Na cena, após assistirem um trecho curto de um poderoso e inflamado discurso de Hitler em uma projeção caseira, a jovem Elizabeth pergunta ao pai sobre o que aquele homem está falando. George diz que também não sabe, mas "parece que ele está falando muito bem".
O filme mostra que psicopatas dominam a oratória de uma forma mais tranquila que as pessoas normais, pois não tem outro compromisso a não ser atingir rapidamente seus objetivos. Lula sempre falou bem, e encantou imbecis, não porque tem algo de bom a dizer ou oferecer ao mundo, mas porque é esperto e oportunista. Falar a verdade é difícil, encarar os fatos é que é complicado, responder como se deve é o desafio. Não é nem preciso que lhe estendam um tapete vermelho como o de ontem, Lula se sai bem falando porque seu discurso não tem compromisso nenhum com a verdade, com a honestidade, com valores, com coerência, com nada. Desconfie sempre de alguém que fala confiantemente sem pausa para pensar. Lula nunca pensa para responder, podem reparar. Uma cobra sempre enrolada para o bote.
Há mais de um vídeo na internet onde Lula diz que fala o que quer, inventa o que quer, enrola como quer, e todo mundo ainda ri e acha lindo. Deveríamos ficar preocupados. Trata-se do velho apreço de parte do povo brasileiro pelo canalha bom de lábia. Aquela gente que prefere ser enganada com simpatia do que fazer o certo que antipatiza. Somos um povo superficial.
Lula nunca responde as perguntas, tira nomes e números do bolso, inverte questões, sorri no momento certo, dá as pausas corretas, finge intimidade, é provavelmente o ator mais talentoso da nossa história política. Um engana-trouxa numa terra pródiga de trouxas. Não carrega dentro de si bondade alguma ou mesmo uma alma que valha a pena ser analisada. Trata-se de um dos maiores canalhas da nossa história e de umas personalidades mais odiosas que já adentrou o palácio do planalto. Este homem ter nascido no Brasil para mim é a comprovação de que somos uma nação sem sorte.
De longe o momento mais asqueroso da entrevista de ontem, entretanto, ao meu ver, foi algo extremamente emblemático da carreira de Lula e da cultura do nosso país. Poucas vezes enxerguei o Brasil de forma tão completa e tão límpida. Minutos antes deste momento, Lula comparou a falácia do orçamento secreto com o crime do mensalão. Bonner, que desistiu de ser jornalista há anos, fez cara de paisagem. Ali eu vi que a coisa não acabaria bem. Mais à frente, Lula ligou seu sorrisinho de malandro "ishperto", aquele do sujeito que resolve tudo do jeito dele, e criticou em rede nacional quem tenta agir corretamente. Lula disse que Bolsonaro é um "bobo da corte, não manda em nada". Pouca gente viu, mas presenciamos ali, naquele momento, tudo que há de errado neste país.
Bolsonaro, de fato, não manda em nada, simplesmente porque um presidente não faz o que quer, ele deve jogar dentro das regras e das leis. O que Lula disse é que ele sabe jogar melhor por não respeitar nada e ainda se gaba disso diante de todo mundo. Não se trata de uma opinião apenas, é facílimo comprovar o que estou dizendo. Pergunte a qualquer bandido, qualquer um, o que ele acha de você ou de uma pessoa honesta. Ele vai dizer EXATAMENTE o que Lula disse ontem sobre Bolsonaro: "homem honesto é otário! É um bobo! Não manda em nada!". A mensagem de fundo desse tipo de pessoa é: "você é um babaca, esperto sou eu que faço tudo errado e ainda me dou bem, não estou aqui?".
Isto é Lula e isto é Brasil. E é neste tipo de descaramento que milhões de brasileiros ainda pretendem votar. Que ele tenha ainda tantos admiradores explica muito porque vivemos em um país que não tem vocação para dar certo.
Minha maior sorte na vida foi aprender desde cedo que o demônio é sempre sedutor. Quem ceder seu voto a ele, seja pela desculpa que for, pelo motivo que for, merece o inferno que este homem já trouxe ao país e que ele agora promete trazer de volta. Quem tiver condições, que saia do país. A reeleição de Lula, se realmente acontecer, será o maior e mais merecido castigo da nossa história.
domingo, 28 de agosto de 2022
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