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sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Capa do G1 de 02/08/2013

Operação com 
200 policiais no
Rio prende 3
Ação, que busca traficantes, conta 
com as polícias Federal, Civil e Militar.
M² sobe mais 
do que o dobro da inflação (Reprodução/TV Vanguarda)
ECONOMIA
M² sobe mais 
do que o dobro da inflação
Índice FipeZap inclui preços de 16 cidades.
Mulher forja sequestro para enganar marido (Reprodução)
SANTA CATARINA
Mulher forja sequestro para enganar marido
Ela estaria com amante e perdeu a hora.
BELO HORIZONTE
Homem morre baleado em ônibus que levava torcida do Atlético-MG
Carro efetuou disparos contra o coletivo.
Grupo queima boneco de prefeito no RS (Vinicius Rebello/G1)
PORTO ALEGRE
Grupo queima boneco de prefeito no RS
Na web, Fortunati criticou protesto.
Fundação de Messi deve ajudar brasileira (Reprodução)
ESPERA POR CIRURGIA
Fundação de Messi deve ajudar brasileira
Ela está internada na Argentina após acidente.

Moto X é o telefone móvel da Google !!!

http://epocanegocios.globo.com/Informacao/Acao/noticia/2013/08/google-entra-de-vez-no-mercado-de-smartphones-com-o-moto-x.html
01/08/2013 - POR ÉPOCA NEGÓCIOS ONLINE

GOOGLE E MOTOROLA APRESENTAM O MOTO X

APARELHO É O PRIMEIRO INTEIRAMENTE DESENVOLVIDO APÓS A AQUISIÇÃO DA MOTOROLA PELA GIGANTE DE TECNOLOGIA


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Moto X: grande diferencial é sistema de controle por voz (Foto: Divulgação)
O lançamento do Moto X nesta quinta-feira (01/08) era um dos eventos mais esperados pelo mercado de tecnologia. O aparelho é o primeiro inteiramente desenvolvido após a aquisição da Motorola pelo Google - um investimento de US$ 12,5 bilhões da gigante de tecnologia. Era o momento de o Google mostrar tudo o que pode fazer em um celular. 
Assim, à primeira vista, o smartphone não se diferencia tanto dos últimos lançamentos do mercado. A tela é de 4.7 polegadas (um intermediário entre o iPhone 5, que é menor, e o Samsung Galaxy S4, que é maior), com resolução de 1280 x 720 pixels (HD) e vem com a tecnologia AMOLED, que produz imagens mais nítidas e brilhantes. A câmera é de 10 megapixels e vem com um sistema inovador chamado Clear Pixel, capaz de captar melhor a iluminação e permitir que o obturador funcione com mais velocidade - facilitando fotografar cenas em movimento.
Moto X, lançamento da Motorola e do Google, é flagrado nas mãos de Eric Schmidt, chairman do Google (Foto: Getty Images)
Mas o que torna o Moto X um celular especial é a plataforma X8, um novo conceito em processadores lançado pela Motorola na semana passada. O chip possui oito núcleos especializados: um GPU quad-core Adreno, um processador dual-core Qualcomm Snapdragon S4 Pro de 1.7GH, um núcleo para computação contextual e outro dedicado ao processamento de linguagem natural.
É por meio desse sistema que o smartphone fica sempre atento e pronto para receber comandos de voz, mesmo que suas CPUs estejam em repouso - um recurso chamado "Touchless Control". Imagine a seguinte cena: você está se arrumando para ir trabalhar e seu celular está apoiado na mesa de cabeceira. De repente, você diz "Ok Google Now" e em seguida pergunta qual a previsão meteorológica do dia, em inglês, claro. O Moto X te dará a resposta sem que você tenha sequer encostado nele. Isso funciona também para agendar compromissos, marcar alarmes ou pedir instruções de direção. Um detalhe importante é que o aparelho aprende a voz do usuário e só responde a ela.
A câmera não possui um botão de disparo. Para fotografar, os usuários podem tocar em qualquer lugar da tela e, para tirar várias fotos em sequência, basta segurar o dedo sob o display. Outro recurso de fotografia é o "Quick Capture", no qual é possível ligar a câmera apenas chacoalhando o aparelho duas vezes. Assim, o uso dela é liberado.
"O primeiro smartphone projetado por você”: é possível personalizar o aparelho com mais de 2 mil combinações (Foto: Agência EFE)
Personalização
A Motorola diz que o Moto X é o primeiro smartphone “projetado por você”. O usuário possui à sua disposição duas mil combinações diferentes de cor. Também é possível pedir a gravação de uma mensagem na tampa traseira do aparelho. Nos EUA, essa personalização pode ser feita pelo site Moto Maker e a entrega é garantida pela empresa em até quatro dias.
O preço do smartphone nos EUA será de US$ 199, com contrato com uma operadora.  Ainda não há informações sobre o lançamento no Brasil.
Até agora, o mercado não esboçou grandes reações sobre o lançamento do Moto X. Nesta quinta-feira, as ações do Google fecharam em alta de 1.86%. No After Market, no entanto, os papéis apresentaram queda de 0,08%.

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

"Sobre o Céu e a Terra" - Ed Paralela / Livro do Cardeal Bergoglio e Rabino Skorda

contardo calligaris

 

01/08/2013 - 03h00

Hedonistas?

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Ouvir o texto
O papa Francisco, quando era o cardeal Jorge Bergoglio, de Buenos Aires, conversava de religião com o amigo rabino Abraham Skorka. Os diálogos estão agora num livro, que, no Brasil, acaba de sair, "Sobre o Céu e a Terra" (editora Paralela).
Os dois religiosos tratam de matérias escabrosas --as quais não são apenas contracepção, células-tronco, divórcio, aborto e casamento gay, mas também as questões que desafiam a fé de qualquer um: por que a presença do mal no mundo? Deus é apenas uma resposta fantasiosa a nosso mal-estar psíquico? A religião foi inventada para servir de ópio dos povos?
Como ambos são decididos a parecerem simpáticos e razoáveis, o texto é agradável e um pouco previsível. Não que eu esperasse grandes viradas teológicas: de qualquer forma, um livro para o grande público não seria o lugar para isso. Mas esperava mais ousadia no pensamento.
Alguém dirá que ousadia não é coisa para papa --citação de Francisco na orelha do próprio livro: "A verdade religiosa não muda, mas se desenvolve e vai crescendo".
Sinto muito, a igreja tem uma história (muitas vezes sangrenta) de mudanças. Só para dar uma ideia, nos 2.000 anos desde que os apóstolos se reuniram em Jerusalém:
- Faz só 1.700 anos que acreditamos que o Pai e o Filho teriam a mesma natureza;
- Faz menos de 1.600 que acreditamos na maternidade divina de Maria, e por volta de 1.400 que acreditamos na perpétua virgindade da mesma;
- Faz apenas um pouco mais de 800 anos que o celibato se tornou obrigatório para o clero, e menos ainda que confissão e comunhão se tornaram obrigatórias uma vez por ano, na Páscoa;
- Faz por volta de 600 anos que a gente inventou o Purgatório;
- E é só desde 1870 que o papa é dogmaticamente infalível.
À vista dessa história de reviravoltas, em que cada um pode se tornar herético (o que, hoje, no máximo, vale uma excomunhão sem grande interesse, mas, no passado, acarretou consequências fatais para muitos), ninguém sabe as surpresas que nos reserva a igreja de amanhã.
Quanto a mim, espero há tempos a reabilitação dos cátaros, que são minha seita preferida (exterminada no século 12). Eles tinham a melhor solução teológica ao problema do mal na Terra e da estupidez dos homens: basta pensar que o mundo seja criação do diabo, e não de Deus.
Enfim, entre os muitos assuntos ao redor dos quais papa Francisco e o rabino Skorka concordam, um capturou minha atenção. Francisco diz "nesta civilização consumista, hedonista, narcisista...", e o rabino Skorka, "...em uma concepção hedonista da vida, egocêntrica, ególatra".
Embora o papa e o rabino não desprezem todos os prazeres terrenos (isso significaria desprezar a criação --pecado gravíssimo), ambos parecem convergir com um clichê dos críticos culturais contemporâneos, considerando que "hedonismo" é palavrão: a procura do prazer como bem único ou supremo parece ser o que eles menos gostam na nossa época. No Rio, aliás, Francisco mencionou o prazer entre os "ídolos" que nossa época colocaria no lugar de Deus. Algumas notas.
1) A correlação entre hedonismo e egoísmo é, no mínimo, problemática. Exemplo. Quem é mais egoísta? Alguém que se priva de toucinho na sexta-feira para ganhar o Paraíso? Ou alguém que transa quanto mais puder, sempre achando que o que ele mais gosta é ver sua parceira ou seu parceiro gozar?
2) Uma cultura que, de maneira quase unânime, não para de lamentar seu "hedonismo", só pode ser radicalmente anti-hedonista, ou seja, oposta ao prazer como bem. É fácil constatar que inclusive os que acreditam na existência de uma alma imortal sentem a finitude da vida; agora, é espantoso que, mesmo assim, o prazer continue tendo, para nós, uma conotação moral negativa. E a renúncia ao prazer (seja ela para satisfazer a Deus ou ao médico higienista), uma conotação moral positiva.
3) Nos três grandes monoteísmos, o prazer é facilmente culpado ("não se cansem de pedir perdão", encorajou papa Francisco). Alguém dirá que isso acontece sobretudo no cristianismo porque Deus se manifestou pelo sofrimento e não pelo prazer de seu filho. Essa é uma visão teológica à qual não sei contribuir. Mas a questão cultural correspondente é: o que fez o sucesso de uma religião que se fundou na ideia da paixão necessária do filho de Deus e, por consequência, na ideia de que o sofrimento e a renúncia ao prazer, de alguma forma, ganham pontos?
4) Só para lembrar: não era assim entre os pagãos, nem entre os libertinos dos séculos 16, 17 e 18.
Contardo Calligaris
Contardo Calligaris, italiano, é psicanalista, doutor em psicologia clínica e escritor. Ensinou Estudos Culturais na New School de NY e foi professor de antropologia médica na Universidade da Califórnia em Berkeley. Reflete sobre cultura, modernidade e as aventuras do espírito contemporâneo (patológicas e ordinárias). Escreve às quintas na versão impressa de "Ilustrada".

Razões para ir para as ruas e maltratar as instituições...

Eles estão de brincadeira


24 de julho de 2013
Autor: Marco Antonio Villa
pequeno normal grande
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No já histórico junho de 2013, as ruas foram ocupadas pelos cidadãos. Foi um grito contra tudo que está aí. Contra os corruptos, contra os gastos abusivos da Copa do Mundo, contra a impunidade, contra a péssima gestão dos serviços públicos, contra a violência, contra os partidos políticos.
Dois poderes acabaram concentrando a indignação popular: o Executivo e o Legislativo. Contudo, o Judiciário deve ser acrescido às vinhas da ira.
Neste mesmo espaço, em 13 de dezembro de 2011, escrevi um artigo (“Triste Judiciário”) tratando do Superior Tribunal de Justiça, o autointitulado tribunal da cidadania.
Um ano e meio depois resolvi consultar o site do tribunal (www.stj.jus.br) para ver se tinha ocorrido alguma modificação nas mazelas que apontei. Para minha surpresa, tudo continua absolutamente igual ou, em alguns casos, pior.
Busquei inicialmente o número de cargos. Vi uma boa notícia. Eram 2.741 em 2012 e em 2013 tinha diminuído para…. 2.740. Um funcionário a menos pode não ser nada, mas já é um avanço para os padrões brasileiros. Porém, ao consultar as funções de confiança, observei que nos mesmos anos tinham saltado de 1.448 para 1.517.
Fui pesquisar a folha dos funcionários terceirizados. São 98 páginas. Mais de 1.550 funcionários! E tem de tudo um pouco. São 33 garçons e 56 copeiras. Afinal, suas excelências têm um trabalho desgastante e precisam repor as energias. No STJ ninguém gosta de escadas. É a mais pura verdade. São 34 ascensoristas: haja elevadores! Só de vigilantes — terceirizados, registre-se — são 264. Por ironia, a empresa contratada chama-se Esparta. E se somarmos os terceirizados mais os efetivos, teremos muito mais dos que os 300 espartanos que acompanharam Leônidas até as Termópilas, longe, evidentemente, de comparar suas excelências com o heroísmo dos lacedemônios.
Resolvi consultar a folha de pagamentos de junho. Fiquei só na letra A. Não por preguiça. É que preciso trabalhar para pagar os impostos que sustentam os salários das suas excelências.
Dois poderes acabaram concentrando a indignação popular: o Executivo e o Legislativo. Contudo, o Judiciário deve ser acrescido às vinhas da ira
Será que o tribunal foi isento da aplicação do teto constitucional? Dos cinco ministros que abrem a lista, todos recebem salários acima do que é permitido legalmente.
Vamos aos números: Antonio Carlos Ferreira recebeu R$ 59.006,92; Antonio Herman de Vasconcelos e Benjamin, R$ 36.251,77; Ari Pargendler, R$ 39.251,77; Arnaldo Esteves Lima, R$ 39.183,96; e Assusete Dumont Reis Magalhães, R$ 39.183,96. Da lista completa dos ministros, a bem da verdade, o recordista em junho é José de Castro Meira com o módico salário de R$ 63.520,10. Os ministros aposentados também recebem acima do teto. Paulo Medina, que foi aposentado em meio a acusações gravíssimas, recebeu R$ 29.472,49.
O STJ revogou o artigo 5º da Constituição? Ou alterou a redação para: “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, exceto os ministros do STJ”?
O tribunal é pródigo, com o nosso dinheiro, claro. Através do que chama de aviso de desfazimento, faz doações. Só em 2013 foram doados dezenas de veículos supostamente em estado “antieconômico.” Assim como refrigeradores, mobiliário, televisores e material de informática. É o STJ da felicidade. Também, numerário não falta. Para 2013 o orçamento é de 1 bilhão de reais. E estamos falando apenas de um tribunal. Só para pagamento de pessoal e de encargos sociais estão alocados 700 milhões. Sempre pródiga, a direção do STJ reservou para a contribuição patronal da seguridade social dos seus servidores a módica quantia de 100 milhões (mais que necessário, pois há servidores inativos recebendo R$ 28.000,00, e pensionistas com R$ 35.000,00).
O tribunal tem 166 veículos (dos quais 20 são ônibus). Por que tantos veículos? São necessários para o trabalho dos ministros? Os gastos nababescos são uma triste característica do STJ. Só de auxílio-alimentação serão destinados R$ 24.360.000,00; para assistência médica aos ministros e servidores foram previstos R$ 75.797.360,00; e à assistência pré-escolar foram alocados R$ 4.604.688,00. À simples implantação de um sistema de informação jurisdicional foi destinada a fabulosa quantia de R$ 22.054.920,00. E, suprema ironia, para comunicação e divulgação institucional, o STJ vai destinar este ano R$ 14.540.000,00.
A máquina do tribunal tem de funcionar. E comprar. Em um edital (e só consultei os meses de junho e julho) foram adquiridos 1.224 copos. Noutro, por R$ 11.489,00, foi contratada uma empresa de eventos musicais. Estranhamente foram adquiridos 180 blocos para receituário médico, 50 blocos para ficha odontológica e 60 pacotes — cada um com 100 unidades — de papel grau cirúrgico (é um tribunal ou um hospital?).
É difícil entender a aquisição de 115 luminárias de uma só vez, a menos que o prédio do tribunal estivesse às escuras. Pensando na limpeza dos veículos foram adquiridas em julho 70 latas de cera para polimento. Tapetes personalizados (o que é um tapete personalizado?) custaram R$ 10.715,00 e de uma vez compraram 31 estiletes.
Não entendi, sinceramente, a razão de adquirir 3.360 frascos de 1.000 ml cada de álcool. E o cronômetro digital a R$ 1.690,00? Mas, como ninguém é de ferro, foi contratada para prestar serviço ao STJ a International Stress Manegement Association.
Mas, leitor, fique tranquilo. O STJ tem “gestão estratégica”. De acordo com o site, o tribunal “concentra esforços na otimização dos processos de trabalho e na gestão da qualidade, como práticas voltadas à melhoria da performance institucional e consequentemente satisfação da sociedade”. Satisfação da sociedade? Estão de brincadeira.
Fonte: O Globo, 23/07/2013

Reforma Política é uma ilusão...// Demétrio Magnoli

Enviado por Ricardo Noblat - 
01.08.2013
 | 
17h32m
POLÍTICA

0%2C%2C36338688-DP%2C0.JPG (398×391)Da arte de iludir

Demétrio Magnoli
Todos eles leram “O leopardo”, de Lampedusa. “Se queremos que as coisas permaneçam como sempre foram, elas terão que mudar” — o célebre conselho de Tancredi Falconeri a Don Fabrizio provavelmente não foi enunciado explicitamente na reunião de Dilma Rousseff com os líderes do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), mas uns e outros sabiam que era disso que se tratava.
A presidente declarou-se simpática à proposta de reforma política, mas não chegou a anunciar um apoio público, algo que “não interessa” ao movimento, segundo o juiz Márlon Reis. O patrocínio oficial ficou, assim, fora dos autos.
Nas ruas, em junho, gritaram-se as palavras “educação” e “saúde”, não “reforma política”. Contudo, o governo concluiu, razoavelmente, que o sistema político em vigor tornou-se insuportável — e resolveu agir antes que uma nova onda de manifestações se organize sob a bandeira de “Fora Dilma”.
Os ensaios sucessivos da constituinte exclusiva, uma flagrante inconstitucionalidade, e do plebiscito, uma tentativa quixotesca de cassar as prerrogativas do Congresso (o que se traduz, hoje, na prática, como prerrogativas do PMDB) evidenciaram o desespero que invadiu o Planalto. É sobre esse pano de fundo que surgiu, como derradeira boia de salvação, a iniciativa do MCCE. Tancredi está entre nós.
Antes das manifestações de junho, só o PT tinha uma proposta completa de reforma política. Nos sonhos petistas, o anárquico e corrompido sistema atual evoluiria em direção a algo mais consistente — e ainda mais impermeável à vontade dos cidadãos. O financiamento público de campanha concluiria o processo de estatização dos partidos políticos, que se tornariam virtualmente imunes ao escrutínio popular.
O voto em lista fechada concentraria o poder nas mãos das cúpulas partidárias, rompendo os tênues vínculos ainda existentes entre os eleitores e seus representantes. No fim, surgiria uma partidocracia cortada segundo os interesses exclusivos do partido dotado da máquina eleitoral mais eficiente.
O projeto petista, que já esbarrava na resistência do restante da elite política, tornou-se inviável depois do transbordamento das insatisfações populares. No lugar dele, o Planalto inclina-se em direção ao artefato lampedusiano produzido no forno do MCCE.
O primeiro componente da proposta, sobre o financiamento de campanha, é um tímido aceno às ruas. O segundo, sobre o sistema eleitoral, é uma versão levemente modificada do projeto petista do voto em listas fechadas. Os autores da proposta têm bons motivos para temer que lhes colem o rótulo de companheiros de viagem do governo.
Dentro da ideia do financiamento público de campanha pulsa um coração totalitário. Sob a sua lógica, os partidos se libertariam por completo da necessidade de persuadir as pessoas a financiá-los. Pela mesma lógica, eu seria compelido a pagar as campanhas de figuras arcaicas restauradas pelo lulopetismo (Sarney, Calheiros, Collor, Maluf), de pastores fanáticos que sonham incendiar bruxas (Feliciano), de oportunistas sem freios atraídos pelas luzes do poder (Kassab, Afif), de saudosistas confessos do regime militar (Bolsonaro) e de stalinistas conservados em formol que adoram ditaduras de esquerda (quase todos os candidatos do PT, do PCdoB e do PSOL).
O MCCE rejeitou essa ideia macabra, associando sensatamente o financiamento de campanha à capacidade dos partidos de exercer influência sobre cidadãos livres. Entretanto, curvando-se aos interesses gerais da elite política, a proposta não toca nas vacas sagradas do sistema em vigor: o Fundo Partidário e o tempo de televisão cinicamente qualificado como gratuito.
"O sistema eleitoral atual é uma triste caricatura de democracia representativa. Soterrados sob listas intermináveis de candidatos apresentados por dezenas de siglas partidárias e ludibriados pelo truque imoral das coligações proporcionais, os eleitores operam como engrenagens da máquina de reprodução de uma elite política bárbara, hostil ao interesse público."
A alternativa petista do voto em listas fechadas corrompe a representação de um modo diverso, mas não menos doentio, conferindo aos chefes dos partidos o poder extraordinário de esculpir a composição do parlamento.
A proposta do MCCE envolve a alternativa petista num celofane ilusório, sem modificar o seu cerne. Os partidos seriam obrigados a realizar prévias internas fiscalizadas pela Justiça Eleitoral para selecionar seus candidatos, o que configura uma interferência antidemocrática na vida partidária.
Numa primeira etapa, os eleitores votariam apenas nos partidos.Depois, na etapa derradeira, votariam em nomes constantes de listas com duas vezes mais candidatos que as vagas obtidas na etapa anterior. A valsa complexa conserva o poder de decisão essencialmente com os dirigentes dos partidos, mas distribui alguns doces aos eleitores. O Planalto e o PT entenderam o sentido da obra — que, por isso mesmo, deve ser descrita como “apartidária”.
Uma ruptura democrática seria a adoção do sistema de voto distrital misto. Nos Estados Unidos e na França, a disputa entre apenas um candidato de cada partido em circunscrições eleitorais delimitadas transfere o poder de decisão para os eleitores e provoca nítidas polarizações ideológicas. Sob a sua lógica, os partidos são estimulados a lançar candidatos capazes de sobreviver ao escrutínio direto do público. E, ao contrário do que argumentam os arautos do voto proporcional exclusivo, os candidatos não podem se apresentar como “deputados-vereadores”, pois a dinâmica da disputa majoritária os compele a associar seus nomes às posições doutrinárias de seus partidos.

O MCCE, porém, parece avesso à ideia de uma mudança genuína. “Precisamos do apoio de todas as forças políticas na hora da aprovação no Congresso”, explicou Márlon Reis, o Tancredi disponível na esteira da tempestade de junho.

Editora Abril extingue 4 revista de seu portfólio

Editora Abril extingue quatro revistas e demite 150 funcionários

Portal Terra
A editora Abril anunciou nesta quinta-feira a extinção das revistas Alfa, Bravo!, Gloss e Lola, além do portal Club Alfa. De acordo com a empresa, cerca de 150 profissionais das mais diversas áreas deixam a empresa em função da reestruturação.
A editora afirmou que "as quatro publicações representavam menos de 2% da receita de publicidade das revistas da Abril". A edição de agosto das revistas é a última de cada título.
Além disso, a Abril anunciou mudanças nas estruturas editorial e comercial das Unidades de Negócios Abril Segmentadas, Veja, Exame e Negócios Digitais. "Entre as principais mudanças na frente comercial, está a descentralização da Diretoria de Publicidade Centralizada, que passará a ser distribuída em cada uma das UN´s (unidades de negócios)".
"A Abril encara esta fase como parte da evolução natural dos negócios e segue com a missão de difundir a informação, com excelência editorial, pioneirismo e integridade", afirmou, em nota, o presidente da Abril S.A., Fábio Colletti Barbosa.
Tags: abril, demissões, grupo, imprensa, jornalistas