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Percival Puggina homenageia a SOLIDARIEDADE ...👍

O Rio Grande em sua hora mais amarga Percival Puggina Meu amado berço sulino vive sua hora mais amarga sob o múltiplo bombardeio...

domingo, 2 de fevereiro de 2014

Elas sabem porque e por quem estão lutando... !! Momentos heroicos da Ucrânia

Notícias da Ucrânia  

http://noticiasdaucrania.blogspot.com.br/2014/02/mulheres-no-maidan-depoimentos-que.html

MULHERES NO MAIDAN: DEPOIMENTOS QUE EMOCIONAM

Vysokyi Zamok (Castelo Alto), 30.01.2014
Inna Honcharuk

Entrevista com mulheres que, ombro a ombro com os homens defendem o futuro do país.

Gravaram-se na memória as palavras do experiente soldado herói-afegão, que agora defende o futuro da Ukraina no Maidan: "Quando eu estive no Afeganistão, vi de tudo: sangue, cadáveres, balas assobiando sobre a cabeça... Mas, então, tudo era diferente. Quando vi pela primeira vez barricadas da rua Hrushevskyi, como as jovens, lindas meninas, sob tiros e explosões de granadas picam o calçamento, e idosas vovozinhas carregam as pedras para os combatentes, chorei"...
Parece, Maidan não tem sexo - aqui homens e mulheres nos mesmos direitos lutam pelo futuro de seu país. Aqui ninguém tem medo, todos vivem pelo mesmo ideal e juntos vão para vitória...

A entrevista é com ativistas do Maidan, que, pondo de lado problemas femininos, vieram aqui, para lado a lado com os homens estar nas barricadas, preparar-lhes comida, medicá-los e simplesmente apoiá-los.

Foto 1: Laryssa Lutskevych, médica. Trabalhadora do serviço médico no Maidan, organizadora da clínica médica na Casa Ukrainiana em Kyiv.

O médico deve ser apolítico, mas agora ficar de lado é impossível. 
Eu vim ao Maidan, quando os animais de uniforme bateram nas crianças (Tratamento carinhoso, na verdade eram jovens) sob o monumento. No início vinha nas manifestações para, se necessário, ajudar as pessoas. Lá, onde há muitas pessoas, sempre deve haver um médico. Acabei na clínica médica no Prédio dos Sindicatos, depois - na brigada móvel da rua Hrushevskyi. Quando capturaram a Casa Ukrainiana, organizei lá a clínica médica. Era difícil, não fisicamente, como moralmente. A nós traziam feridos, com vários traumas, entre os quais havia muitos jovens. Lembro da menina do segundo ano que trouxeram da linha de frente. Ela, asmática, a cada dez minutos deve tomar medicação para respirar. Após os primeiros socorros - imediatamente correu para a linha da frente... Com os próprios olhos vi, como "berkutivtsi" (soldados do Berkut) depois de destroçar a clínica médica, arrastavam na neve o trabalhador da clínica...
Após acontecimentos da rua Hrushevskyi muitos dos nossos não aguentaram - abandonaram as posições. Fizeram bem: é necessário avaliar suas capacidades e força. Eu decidi que tenho forças e permaneço. Em 30 anos de medicina vi muita coisa - trabalhei na reanimação,  reanimador-neonatologista. Em situações perigosas, posso me dominar, porque sou extremista - ocupava-me com alpinismo. Meu lema: posso - significa - devo. E nossa vitória - apenas uma questão de tempo.

Foto 2: Inna Marchuk, 48 anos, vendedora-consultora de Vinnytsia

Finalmente decidi:  vim, ver com meus olhos. Entrei na tenda de Starosambirshchyna, me receberam com chá - e lá fiquei. No início trabalhei na cozinha: fazia sanduíches, limpeza.  No trabalho tirei férias, às próprias custas. A liderança simpatiza com minha atividade no Maidan. Durmo aqui na tenda, na Casa dos Sindicatos, agora na Casa Ukrainiana. Meu marido não pode afastar-se do trabalho, ao filho eu mesma não permito. Estarei aqui até a vitória. Sem nós os homens não darão conta. Devidamente coordenado e organizado o movimento das mulheres pode dar melhores resultados que o "coquetel Molotov".

foto 3: Hanna Hohol, 76 anos, pensionista de Ivano-Frankivsk.

No Maidan estou desde os primeiros dias. Viajei para casa somente no Natal e Ano Novo. Quando mataram o moço na rua Hrushevskyi, voltei sozinha. No dia seguinte fui na rua Hrushevskyi. Quando Berkut começou pressionar nós começamos recuar. Com botas de feltro era difícil correr. Com dificuldade consegui correr e chegar até o prédio. Lá conseguiram esconder-se alguns rapazes espancados e com as pernas machucadas,  uma mulher cujas costas estavam cheias de buracos devido ao chumbo de caça. De repente alguém gritou que o Berkut se aproximava. Nós corremos, os jovens conseguiram escalar rapidamente a subida ao lado do Palácio de Outubro, mas eu não podia. Alguns rapazes me carregaram.
Meu coração dói pelos rapazes que morreram. Assim que vejo suas fotos ou imagem na TV, choro. Eu nada temo - morrer é só uma vez, duas não acontece. Pelo menos que Ukraina seja dos ukrainianos, não de bandidos. Claro, minha idade não permite ajudar com força, mas eu dou energia às pessoas que estão no Maidan. Eu ficarei aqui até o final.

Foto 4: Alina Serbin, 34 anos, professora no Centro de Desenvolvimento Infantil de Kyiv, coordenadora do movimento das mães no Maidan.

No Maidan, inicialmente trazia alimentos, medicamentos, amigas incentivava. Todo tempo livre do trabalho passava aqui. Depois da briga na rua Hrushevskyi, vim pela manhã, praticamente não saí daqui - para casa apenas para dormir. Sozinha educo meu filho de 12 anos - agora o vejo pela manhã, quando ainda dorme, e à noite, quando já dorme. Conversamos apenas pelo telefone. Não vou dizer que não sinto medo. A situação, em si, é perigosa, mas todos nós estamos com Deus. Nós, mulheres do Maidan, organizamos o movimento das mães. Andamos junto à fronteira da polícia. A nossa ação é pacífica. Quando chegamos perto dos escudos, muitos soldados colocam suas cabeças sobre eles  e abaixam os olhos. Nós pedimos para que passem para o lado da nação ukrainiana. 
Acredito no melhor. Estamos unidos num só corpo, como nunca antes.

Foto 5: Lesya Kornov, 35 anos, aldeia Dobrotvir, Lviv, empresária particular

No Maidan - voluntária na cozinha da Casa Ukrainiana.
Eu estou aqui com meu marido desde os primeiros dias. As crianças ficaram em casa com a vovozinha - 14 e 4 anos. Antes o maior vinha comigo, mas agora tenho medo. Quando era mais ou menos calmo, íamos para casa frequentemente - e retornávamos para Kyiv. Agora nós estamos aqui - até a vitória. Eu não me preocupo tanto com a eurointegração como com o governo bandido.
Trabalho na cozinha e na limpeza. Agradavelmente surpreenderam os habitantes de Kyiv - tão ativos: trazem produtos, pedem que aceitemos, ajudam.
Eu não tenho nenhum medo. O assustador é ficar em casa e assistir na TV o que acontece. Aqui não é assustador. O assustador é viver e saber, que os filhos vão viver no país dominado por bandidos.
Nem canseira não sinto - adrenalina ferve. Nós últimos três dias dormi apenas uma hora. Sentei, descansei alguns minutos - e ao trabalho. Eu estou aqui, o marido nas barricadas. Para casa, para os filhos - somente com a vitória.

Tradução: Oksana Kowaltschuk.

sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Edição de The Piaui Herald na última semana de Janeiro de 2014

  • Dirceu nega que venderá metanfetamina para pagar multa do mensalão

    Dirceu nega que venderá metanfetamina para pagar multa do mensalão
    ALBUQUERQUE - Após ter o pedido para dar aulas de química na UNB recusado pelo Supremo, José Dirceu negou, com veemência, os boatos de que esteja produzindo metanfetamina para pagar a multa imposta pelo STF. "Joaquim Barbosa não me deixa ganhar dinheiro honestamente, usando apenas meu suor, meus contatos e meu charme interiorano. Mas me mantenho, como sempre, dentro da lei", garantiu. — Leia o post completo.

  • Dilma lança Fome Zero em Portugal

    Dilma lança Fome Zero em Portugal
    LISBOA - Após viajar para Portugal na companhia de um brasileiro, um argentino, um americano, uma loira e um papagaio para jantar no restaurante Tasca do Joaquim, a presidenta Dilma Rousseff lançou as bases do programa Fome Zero lusitano. "Caros amigos da terrinha, vamos oferecer bacalhau e pastéis de Belém para o nosso povo carente, porque quem gosta de tilápia e rapadura é intelectual", disse a gaja. — Leia o post completo.

  • Militantes do PT fazem vaquinha para reabastecer os cofres da Visanet

    Militantes do PT fazem vaquinha para reabastecer os cofres da Visanet
    UNIÃO DAS REPÚBLICAS SOCIALISTAS SOVIÉTICAS - Depois de realizar campanhas online para financiar as multas de José Genoino e Delúbio Soares, militantes bolcheviques do PT iniciaram uma vaquinha para reabastecer os cofres da Visanet. "Companheiros, a revolução só estará completa quando a mídia golpista não puder esconder que o mensalão emana do povo", discursou o líder estudantil Leon Inácio da Smirnov. — Leia o post completo.

  • Colunista paulista é diagnosticado com intoxicação de rolezinhos

    Colunista paulista é diagnosticado com intoxicação de rolezinhos
    FOLHA MALL - Invadida em seu habitat natural, o shopping center, a classe média paulistana fez uso de suas armas mais poderosas para conter a epidemia. "Receitamos altas dosagens do antibiótico Reinaldozan 45mg e do antiinflamatorio Pondex, em cápsulas", explicou Geraldo Alckmin. — Leia o post completo.

  • Miami proíbe rolezinho de brasileiros

    Miami proíbe rolezinho de brasileiros
    DOLPHIN MALL - A Confederação Americana de Fornecimento Nacional (CAFONA), que regula os Shopping Centers de Miami, conseguiu uma liminar na Suprema Côrte dos Estados Unidos proibindo os rolezinhos de socialites, novos ricos, apresentadors de TV e blogueiros liberais brasileiros. "Eles chegam falando alto, tumultuando o ambiente", explicou o assessor James 'Sonny' Crockett. — Leia o post completo.

  • José Serra elogia olheiras de Dilma

    José Serra elogia olheiras de Dilma
    ROMÊNIA PROFUNDA - Coberto de névoa e carisma em iguais proporções, José Serra despertou de um sono longuíssimo para comentar a paradinha de Dilma Rousseff em Portugal: "Eu, como a Vânia, como o Damião, como o Vlad, sou notívago especialista em olheiras. Fiquei comovido com as bolsas formadas debaixo dos olhos da presidenta", sussurrou. — Leia o post completo.

  • Álbum de figurinhas da Copa só ficará pronto em novembro

    Álbum de figurinhas da Copa só ficará pronto em novembro
    GRÁFICA DO SENADO - O comitê executivo da editora Panini reuniu a imprensa para informar que o álbum de figurinhas da Copa do Mundo não ficará pronto dentro do prazo. "Tivemos imprevistos e fomos obrigados a refazer o cronograma e o orçamento. O álbum sairá em novembro e o pacote com três figurinhas custará 650 reais", explicou o diretor executivo Bráulio Abraão. — Leia o post completo.

  • Lula abandona bigode em protesto contra violência no Maranhão

    Lula abandona bigode em protesto contra violência no Maranhão
    GABINETE DA PRESIDÊNCIA - Ocupada com os rolezinhos, a imprensa deixou passar batido um protesto silencioso protagonizado pelo ex-presidente em exercício. "Ele abandonou o bigode para protestar contra a onda de descalabro que assola o Maranhão", denunciou Paulo Henrique Amorim. — Leia o post completo.

  • Bigode de Delúbio reanima a oposição

    Bigode de Delúbio reanima a oposição
    INSTITUTO CIDADANIA - Liberado pela Justiça para realizar rolezinhos na Central Única dos Tesoureiros (CUT), Delúbio Soares chocou o país ao exibir um novo visual. "Para exprimir minha fidelidade ao Lula e minha sensibilidade com que há de mais moderno na política brasileira, aderi ao bigode", salientou, colocando as barbas de molho. — Leia o post completo.

  • Banco do Vaticano fará crédito consignado

    Banco do Vaticano fará crédito consignado
    CAPELA SISTINA - Depois de trocar quatro dos cinco cardeais da comissão responsável por supervisionar o Banco do Vaticano, o papa Francisco foi além: "Vamos oferecer crédito consignado para fiéis com renda inferior a três salários mínimos e beneficiários do Bolsa Família", discursou, dando prosseguimento à reforma que busca aproximar a Igreja Católica dos mais necessitados. "Também abrimos uma linha de crédito para ajudar revendedoras Jequiti a darem os primeiros passos", completou. — Leia o post completo.

    Brasi perde outra Copa do Mundo de Futebol / JB, Carta Capital,

    http://m.jb.com.br/pais/noticias/2014/01/31/copa-2014-tem-gastos-publicos-recordes-em-beneficio-da-iniciativa-privada/


    Copa 2014 tem gastos 

    públicos recordes, em benefício da iniciativa privada 


    Brasileiros ficam sem ingresso e sem legado do 

    Mundial, enquanto futebol se volta 


    à elite


    Jornal do Brasil
    O Brasil tinha a chance de gerar lucro e mudanças importantes com a Copa do Mundo deste ano, sem realizar nenhum gasto público, como fez os Estados Unidos no evento de 1994. A poucos meses para os jogos, porém, se mostra o maior gastador de verbas do governo em Mundial de Futebol, em nome de um evento que deve beneficiar principalmente, ou apenas, a iniciativa privada. Que pode ainda gerar desemprego e outras consequências negativas. Qualquer coisa que se ganhe com a Copa de 2014, então, pode não se comparar ao preço que o país já começou a pagar. Uma das grandes paixões do brasileiro, que virou parte da cultura principalmente nas camadas mais pobres da sociedade, de onde sai, inclusive, a maior parte dos jogadores, agora se volta cada vez mais à elite.
    Apenas um terço dos ingressos dos jogos da Copa estão disponíveis para o torcedor brasileiro pela distribuição inicial da Fifa, de acordo com artigo do blog do Rodrigo Mattos, no Uol Esporte. Com 12 cidades-sede, nenhum outro Mundial teve uma oferta de assentos tão grande, mas nem por isso os brasileiros ganharam facilidade para conseguir uma entrada, que não são baratas, inclusive. 

    Maracanã inspirou diversos protestos pelo país e ficou marcado pelo custo das obras acima do previsto, assim como em outros projetos da Copa no Brasil

    Maracanã inspirou diversos protestos pelo país e ficou marcado pelo custo das obras acima do previsto, assim como em outros projetos da Copa no Brasil
    Como ressaltou Christopher Gaffney à Carta Capital em 2011, a Copa era a oportunidade de usar um investimento federal em benefício da população, mas se tornou um evento esportivo financiado com dinheiro público para o lucro privado: "o governo assume o risco e os patrocinadores é que vão receber os benefícios".

    Conforme o país adota uma posição mais mercantilista em relação ao futebol, também perde posições no ranking da Fifa. Chegou à 18ª posição em 2012 e agora subiu para a 10a., depois de anos no primeiro lugar. Os meninos brasileiros que crescem com o sonho de se tornarem jogadores, ao mesmo tempo, viraram produtos de exportação para times estrangeiros, até mesmo antes de passar por qualquer time nacional. Muitos, inclusive, são enganados e explorados lá fora. O público nos estádios brasileiros vem caindo ano a ano também. Na década passada, o ex-presidente Lula chegou a comentar que a massiva exportação de jogadores brasileiros acabava ofuscando o desempenho dos times do país.
    Os ingressos
    Foram muitas as manifestações pelo Brasil inteiro contra os gastos na Copa. Muitos, inclusive, torcem para que dê tudo errado e ela não aconteça. Outros, animados com promessa de bom entretenimento, se empenharam para conseguir um ingresso para os jogos. A sorte, no entanto, não sorriu para todos. Em novembro, o Procon alertava que mais de seis milhões de torcedores que se inscreveram para o sorteio no site  da Fifa, não foram devidamente informados sobre as etapas e critérios da seleção. Um sorteio obscuro, classificou o advogado Ricardo Amitay Kutwak. Para o jurista, não foi surpreendente o fato da federação não divulgar os critérios de sorteio, assim como não divulgar os nomes das pessoas contempladas. 

    Empresas patrocinadores fazem promoções com as entradas da Copa do Mundo
    Empresas patrocinadores fazem promoções com as entradas da Copa do Mundo

    Em novembro, o jornal argentino Clarín publicou uma reportagem para criticar a metodologia de sorteio de ingressos pela Fifa. Fontes ligadas à AFA (Associação Argentina de Futebol) revelaram ao jornal que a compra de bilhetes para a Copa por empresas de viagens foi excepcional, com óbvio objetivo de revenda. No Brasil, grandes marcas que apoiam ou patrocinam a Copa promoveram campanhas de Natal com sorteios de ingressos para os principais jogos. Somente uma rede nacional de lojas esportivas disponibilizava 200 entradas para o primeiro jogo da competição, que será realizado no dia 12 de junho, em São Paulo.
    O Departamento de Imprensa da Fifa informou ao JB que nenhuma empresa, além dela, está autorizada oficialmente a comercializar ingressos. O único canal para o torcedor comum conseguir um passe é o site da própria Fifa. Quando o primeiro lote de quase 1,1 milhão de ingressos foi alocado no ano passado, cerca de 62% foram para brasileiros e 38% para compradores internacionais, disse a federação. Os cinco principais países interessados foram o Brasil, seguido pelos Estados Unidos, Austrália, Inglaterra e Argentina.
    A população dos estados que vão receber a Copa é equivalente a 74% da população brasileira - em julho de 2013, o país contava com 148.972.739 de habitantes nas 12 cidades-sede, de acordo com o IBGE. Ao todo, os estádios das 12 cidades-sede da Copa têm capacidade para 675 mil pessoas, a maior oferta de assentos entre as últimas Copas.
    Os estados americanos que sediaram o megaevento em 1994 tinham uma população em torno de 114.563 milhões de habitantes, ou 44% da população total do país na época. Esses norte-americanos, vale ressaltar, tinham uma capacidade e disposição superior ao dos brasileiros para o consumo. Agora que grande parte da população do Brasil começa a romper barreiras e a comprar elementos considerados básicos, como móveis e eletrodomésticos. Não são todos que podem tentar – porque não se sabe se conseguirão – comprar um ingresso. Os parceiros comerciais da Fifa, que podem promover concursos culturais ou sorteios para distribuir os ingressos aos seus clientes, também não atingem a toda a população brasileira e, alguns deles, chegam apenas a uma minoria.
    A Emirates, por exemplo, parceira comercial, é a principal companhia aérea dos Emirados Árabes Unidos, eleita a Melhor Cia Aérea do Mundo pela Skytrax 2013. Ela oferece viagens no Brasil para destinos exóticos, como o Vietnã e outras rotas asiáticas. A Fifa conta com Parceiros, como a Emirates, com os patrocinadores da Copa deste ano, e também com apoiadores nacionais, em um total de 22 empresas.
    Os patrocinadores do evento deste ano são a cervejaria Budweiser, a produtora de óleos lubrificantes Castrol, o grupo automotivo Continental, a Johnson & Johnson, o Mc Donald's, a Oi, a Moy Park e a Yingli. A Moy Park é reconhecida como uma das maiores produtoras de aves orgânicas e milho para aves na Europa. A Yingli, por sua vez, se apresenta em seu website como a maior produtora de painéis solares do mundo, cuja missão seria oferecer energia verde acessível para todos. Já entre os apoiadores nacionais estão a Centauro, o Itaú, a Apex Brasil, a Garoto, a Liberty Seguros e o Wise Up.
    Mais da metade dos 3,3 milhões de bilhetes da distribuição inicial da Fifa vai para a federação internacional, associações nacionais de futebol, CBF, parceiros comerciais, Vips, Comitê Organizador, governo federal, entre outros, além da fatia destinada a estrangeiros, de acordo com artigo de Rodrigo Mattos. As entradas podem ser comercializadas posteriormente, mas apenas se todos os parceiros anunciarem desinteresse, o que se acredita que não deve acontecer nesta edição.
    No total, indica Rodrigo, os bilhetes disponíveis para o torcedor comum brasileiro somam 1,127 milhão (33,8% do total), sendo que parte deles também tem restrições ou preferências para determinados grupos. Só 700 mil bilhetes, contabiliza, serão vendidos em condições de igualdade para qualquer torcedor do mundo, inclusive os do Brasil.
    "Quem leva mais vantagem na divisão são os parceiros comerciais, que ficam com 605 mil entradas. Eles pagam por isso e podem fazer promoções para torcedores, como ressalta a Fifa. Outros 445 mil são para empresas de hospitalidade, que incluem as que vendem pacotes milionários com hospedagem e outros serviços para torcedores abastados. Televisões e rádio com direitos de transmissão ficam com 66 mil bilhetes", alerta Rodrigo. 
    De paixão popular ao futebol para a elite
    Grandes times brasileiros têm uma dívida em torno de R$ 4 bi em impostos aos cofres públicos, mesma quantia anunciada como lucro da Fifa com a Copa, e que poderia ser aplicada em saúde, educação e infraestrutura. Além disso, o país acabou se tornando também um grande exportador de jogadores para outros países e, basta uma olhada no histórico desses atletas do país para perceber que a grande maioria vem de famílias pobres.

    Rosell já foi investigado por diversas polêmicas envolvendo verbas suspeitas

    Rosell já foi investigado por diversas polêmicas envolvendo verbas suspeitas
    Uma figura que representa um pouco a situação a qual chegou o futebol é Sandro Rosell, ex- presidente do Barcelona, ex-representante da Nike no Brasil e amigo pessoal de Ricardo Teixeira, ex-presidente da CBF. Como o Estadão revelou no ano passado, parte do dinheiro pago à CBF por times no mundo inteiro como cachê para enfrentar a seleção não era depositada em contas no país, mas direcionadas a empresas com sede nos Estados Unidos, registradas em nome de Sandro Rosell.

    Rosell chegou a ser investigado no Brasil por causa de um amistoso entre Brasil x Portugal, em Brasília, em novembro de 2008. Em 2011, a Polícia Civil do Distrito Federal suspeitava de um superfaturamento na organização do amistoso, com gastos enormes com estadias e transporte das equipes.
    Na semana passada, Rosell decidiu deixar o cargo após a Justiça espanhola acolher uma denúncia contra ele por irregularidades na contratação de Neymar. De acordo com o jornal El Mundo, de Madri, a compra de Neymar teria custado 95 milhões de euros (R$ 308 milhões), e não os 38 milhões (R$ 127 milhões) declarados pelo presidente. Segundo a Justiça espanhola, a documentação entregue pelo clube possui indícios suficientes para sustentar o início de um inquérito.
    Os gastos e o retorno das últimas Copas
    O geógrafo Gaffney reforçou em entrevista para a Carta Capital que a Fifa conta com cinco ou seis pessoas comandando, ligadas diretamente ao Ricardo Teixeira. A estrutura, alertou, permite que ninguém assuma responsabilidades, pois quando surge um problema "o COL joga para o Ministério do Esporte, que pode jogar para a Infraero, que joga para a CBF, que diz que não tem nada com isso porque diz que os contratos são com as cidades, que pode jogar para o Estado, que pode jogar para a CBF. Não existe uma estrutura centralizada da Copa. E se você procura informações sobre a organização na internet, você chega só nas páginas da Fifa. Não há informações. E depois, quando apertar, a responsabilidade vai cair no colo do governo federal, como houve no Pan e na Olimpíada."
    No total, para todas as cidades-sede brasileiras, a previsão de aplicação de recursos do TCU é de R$ 8,3 bi em financiamentos federais, R$ 6,3 bi em recursos diretos federais, R$ 4 bi estaduais, R$ 1 bi municipais e R$ 4 bi de outras fontes - em um total previsto de R$ 25,9 bi. Artigo do pesquisador e consultor da Trevisan Gestão do Esporte e diretor da Trevisan Escola de Negócios, Fernando Trevisan, no Portal 2014, reforça que, além de empréstimos do BNDES, outra forma de presença de recursos públicos nos estádios é pela isenção de pagamento de tributos. Trevisan aponta que, de acordo com o Tribunal de Contas da União, o governo vai deixar de arrecadar RS 461 milhões - o que não chega a representar tanto, considerando que o setor automotivo deixou de pagar R$ 7,9 bilhões em tributos desde 2008, por conta de políticas de incentivo governamental.

    Estados Unidos não precisou realizar gastos públicos e ainda teve lucro

    Estados Unidos não precisou realizar gastos públicos e ainda teve lucroOs Estados Unidos, durante a Copa de 1994, receberam 400 mil turistas e não precisaram gastar um centavo para receber o evento, já que toda a infra-estrutura estava pronta. De acordo com estudos da Universidade de Nova Iorque, o principal objetivo dos Estados Unidos em sediar a Copa do Mundo foi o de promover o futebol no país. Nova Iorque, São Francisco e Boston tiveram receita de U$ 1,45 bilhão. Na indústria hoteleira, o crescimento, em comparação com o ano anterior, foi de 10%, e na indústria de alimentos e bebidas, de 15%.

    quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

    Bonita e delicada homenagem de amigo para amigo! Texto fervoroso para alçar o substantivo amizade/ Joca Muylaert

    quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

    Enquanto aguardo a ressurreição...


    É claro que ao longo da vida várias reportagens jornalísticas me emocionaram. Até porque já se vão bem mais que 50. Mas confesso não esperava que uma nota com tão poucas palavras pudesse me entristecer. Foi como ler o falecimento da minha própria esperança. Uma esperança edificada na consolidação das lutas por uma sociedade mais justa e igual. Uma esperança espelhada na convicção pura dos homens e mulheres que tratam e trataram a vida como o maior patrimônio do planeta. Uma esperança forjada nos ensinamentos de que o bom trato com este mesmo planeta seria a garantia da responsabilidade do respirar livre dos que hão de vir. É triste ler numa pequena nota que a sua própria esperança morreu. É como se o nosso corpo perdesse os sentidos e começasse a viver sem alma. Sem essência. Sem porquê.
    Na segunda-feira tive um dia de atividades no Rio que abasteciam, como há anos, a mesma esperança. Resolvi sair de Campos no domingo mais cedo para passar algumas horas em Niterói com um amigo que, com a  companhia indesejável de uma leucemia, briga intensamente para se ver livre dela. E fala como um vencedor: "Estou fodendo com ela. Minhas taxas estão ótimas!" E vibra como um Napoleão vitorioso. Emocionante. Como em qualquer batalha, a disposição pela conquista não é fácil. Remédios fortes que mudam o metabolismo e te jogam para baixo, suplementos alimentares, caminhar cansado, porém insistente, para não definhar os músculos e perder o tônus, vitamina mista que mistura de tudo no lugar do tão querido uísque que sempre lhe acompanhou nas mesas de histórias, causos, lembranças, gargalhadas e muita vida. Dormimos por ali mesmo. Eu e um outro amigo que não o conhecia e se disse triste por não tê-lo conhecido antes. Mas tenho a certeza de que se encontrarão outras vezes. Muitas vezes.
    Como ainda não sabemos ainda o porvir, conversamos até as duas da madrugada, eu e meu amigo com um bom escoti acompanhado de petiscos. Ele se contentava em tomar sorvete. Mas tínhamos de estar no Rio bem cedo. Às 7 nosso anfitrião já nos acordava com sua ressaca de sorvete e uma bela mesa posta.
    O Rio, talvez por ter sido o primeiro dia — julgo — da mudança no trânsito, estava um caos. Estresse coletivo expressado na gritaria permanente das buzinas. Nas ruas, o grito de junho era materializado. Os trens ineficientes. Os ônibus sobrecarregados e nervosos. O metrô entupido e com galerias que pareciam invejar os micro-ondas. Ao passar por três hospitais, era possível perceber as aglomerações em busca de atendimento. Mas as ruas, estas transpareciam uma limpeza de saltar aos olhos — pelo menos na área central a lei parece estar funcionando.
    A sensação de insegurança era despertada em mim e no meu amigo a cada barulho diferente. Uma descarga da moto que explodia nos causava espanto. Assim como o abaixar de uma porta de correr de aço sendo aberta. O que valeu do meu amigo um comentário: Em Campos absorveríamos apenas como a explosão de uma descarga de moto e uma porta de aço sendo aberta. Verdade. O medo da violência está latente pelo Rio. O mesmo Rio que aprendi a amar, que me deu filhos, experiência, amizades e muita poesia nos anos em que por lá vivi. A mesma saudade do interior de antigamente. Há anos o percebo vítima dos desgovernos que o querem apenas como instrumento de projetos pessoais. Das disputas só por disputar a sua alma. Eta políticos sem alma!!!
    E a nota jornalística que me entristeceu? Sim, está assinada pelo Felipe Patury, na edição desta semana da revista Época:


    Peladão na Paraíba: Gabeira posa 

    com fãs em praia de nudismo