quinta-feira, 21 de abril de 2016

Dilma está em Nova York e foi aconselhada a não repetir na ONU discursos que faz em pleno Palácio do Planalto

21/04/2016 13h51 - Atualizado em 21/04/2016 13h54

Dilma embarca para NY para participar de reunião da ONU

Cerimônia será sobre a assinatura do acordo sobre mudança do clima.
Dilma alguns minutos para discursar e pretende dizer que é vítima de golpe.

Roberto KovalicSão Paulo
 A presidente Dilma Rousseff viajou nesta quinta-feira (21) para uma cerimônia na ONU nos Estados Unidos. Por isso, o vice, Michel Temer, assume a presidência da república de forma interina até o retorno de Dilma. Durante a viagem, Dilma deve repetir que é vítima de um golpe.
Manifestantes a favor da presidente Dilma amanheceram na frente do Palácio da Alvorada às 9h15.
Um helicóptero levou a presidente até a base aérea de Brasília e, em seguida, Dilma Roussef embarcou para os Estados Unidos, onde participa amanhã de uma cerimônia na ONU. Trata-se da assinatura do acordo elaborado no ano passado, em Paris, sobre mudança do clima.

Dilma terá de três a cinco minutos para discursar e pretende dizer que é vítima de um processo injusto e antidemocrático. Já nas entrevistas, ela deve voltar a rotular o impeachment como golpe.
Questionado sobre essa estratégia da presidente, o advogado geral da União, José Eduardo Cardozo, disse que só trata do processo no Brasil. “A presidenta está cuidando desse assunto da ONU e eu estou cuidando exclusivamente da defesa do país. Ela falará obviamente aquilo que entender que deve ser falado”, afirma Cardozo.
O presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado está nos EUA. Aloysio Nunes, doPSDB de São Paulo, disse que o ato na ONU é importante e que será nocivo ao Brasil se a presidente Dilma aproveitar a cerimônia para fazer campanha em causa própria. “Eu só espero que ela não faça desta visita uma plataforma para fazer a campanha que ela vem fazendo no Brasil, que é profundamente nociva aos interesses do povo brasileiro”, afirma Nunes. “Ela tem dito que o Brasil é um pais onde não há leis, não há Constituição, há golpe de estado em marcha, uma total falsificação da defesa dela, da realidade da política e da democracia brasileira”, completa.
Ministros do Supremo Tribunal Federal voltaram a rebater o argumento do golpe. “Ainda que a senhora presidente da República veja a partir de uma perspectiva eminentemente pessoal a existência de um golpe, na verdade há um grande e gravíssimo equivoco, porque o CongressoNacional, por intermédio da Câmara dos deputados e o Supremo Tribunal Federal deixaram muito claro que o procedimento destinado a apurar a responsabilidade política da presidente respeitou, até o presente momento, todas as fórmulas estabelecidas na Constituição, afirma Celso de Mello, ministro do STF.
Michel Temer
Em São Paulo, no começo da manhã desta quinta-feira (21), um grupo de manifestantes protestou em frente à casa do vice-presidente Michel Temer. Depois do protesto, Temer recebeu o ex-ministro da Aviação Civil do governo Dilma, Moreira Franco, do PMDB, com quem o vice-presidente tem se encontrado quase todos os dias.
Até sábado (23), quando a presidente Dilma volta ao Brasil, o vice Michel Temer assume o comando do país. A intenção de Temer era permanecer aqui na casa dele em São Paulo, mas, por orientação da equipe de segurança, mudou os planos da volta para esta quinta-feira (21) a Brasília. Ele vai seguir mantendo encontros para formar o governo caso a presidente Dilma seja afastada pelo Senado

quarta-feira, 20 de abril de 2016

Pode ficar pior... ! / José Casado

Foi ruim? Pode piorar - JOSÉ CASADO

O Globo - 19.04 

Quem se chocou com as cenas da votação na Câmara, pode ter certeza de que só viu as cenas mais suaves. Governo e Congresso são prisioneiros de uma crise de legitimidade

Ganharam os historiadores. Terminaram a semana com fartura de material sobre o anacronismo dos métodos de se fazer política no Brasil. Quem se chocou com a votação da Câmara, pode guardar a certeza de que só assistiu às cenas mais suaves.

São duas as razões para as sucessivas evocações a Deus, na votação que deflagrou a destituição do governo Dilma. Primeiro, Ele nunca reclama. Segundo, todos sabem que é o único sem qualquer culpa nessa história.

A retórica chula, às vezes ressentida, predominante no microfone da Câmara, continha uma mensagem objetiva sobre o estado de decomposição das relações entre as forças políticas dominantes. Governo e Congresso estão enjaulados numa grave crise de legitimidade.

O Judiciário contribuiu, de forma decisiva, na última década. O Supremo Tribunal Federal estimulou quando abriu uma janela para o florescente negócio da criação de partidos.

Eliminou a exigência de desempenho eleitoral mínimo (cláusula de barreira) e mudou a “propriedade” do mandato. Subtraiu-a do eleitor e entregou à burocracia partidária.

Já são 35 partidos com registro oficial. Na vida real, são pessoas jurídicas de direito privado, com acesso privilegiado aos cofres públicos. Têm garantido o usufruto de propaganda no rádio e na televisão, sustentada por isenções fiscais. E, também, a garantia de uma fatia do orçamento federal, via Fundo Partidário, estimada em R$ 900 milhões neste ano.

Os governos Lula e Dilma metabolizaram essa fragmentação no delírio da montagem da “maior base parlamentar do Ocidente”, como definia José Dirceu. Ampliaram para quatro dezenas os ministérios e aumentaram para 23 mil os cargos-chave na administração utilizáveis segundo a conveniência política, além da partilha do comando das empresas estatais. Deu no mensalão e nos inquéritos sobre corrupção na Petrobras e outras empresas estatais.

Quem ficou chocado com as cenas do início do impeachment, talvez se apavorasse com o mercado livre que antecedeu a votação em Brasília.

Lula, principal negociador das salvaguardas ao mandato de Dilma, descreveu como uma “Bolsa de Valores”. Deputados comentavam as “cotações” do relativismo ético: R$ 1 milhão por ausência, R$ 2 milhões pelo voto no plenário.

O pacote incluía adicionais em cargos, créditos e mimos diversos para prefeitos e governadores aliados — da desapropriação de terras à doação de áreas cultiváveis na floresta amazônica, parte em terras indígenas.

No caos, o PT de Lula e Dilma passou a disputar espaço com novos aliados, como o Partido Trabalhista Nacional. Chapadinha, deputado pelo PTN, levou uma diretoria do Incra no Pará. Os petistas locais souberam da negociação e promoveram uma greve no Incra de Santarém.

No sábado, véspera da votação, imprimiu-se uma edição extra do Diário Oficial. Ficaram visíveis 63 nomeações emergenciais para 22 órgãos federais. Dilma perdeu por 72%.

É com essa lógica anacrônica que os generais de Dilma preparam a batalha final no Senado. O governo acha que tem 22 votos. Precisa garantir mais seis e somar 28 para evitar o “Tchau, querida!” dos senadores.

Deus, é claro, não tem nada com isso.

Verdade, sinceridade e honestidade / Roberto Damatta

Onde está a certeza? - ROBERTO DAMATTA

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O GLOBO - 20/04 



Se o alvo era o demonizado capitalismo e um mundo igualmente cruel, o tiro saiu pela culatra, pois ao fim e ao cabo o que houve foi pretender legitimar ladrões como salvadores da pátria

O certo — diz uma voz dentro de mim neste histórico domingo, 17 de abril, é uma coisa, a certeza é outra. Será preciso começar fazendo essa distinção. O certo persegue a certeza, sendo a razão imperativa para que as certezas criem convicções e engendrem ações generosas e positivas para o Brasil.

O certo é simples: nenhuma coletividade de massa nesta era de simultaneidades planetárias e digitalização global as quais engendram uma absoluta transparência pode ser infantilizada pela negação de um claro plano de poder tocado a uma vergonhosa, e quase sempre quixotesca corrupção, a qual acabou por devastar economicamente o Brasil. Realmente, um plano de poder aliado a uma ética dos fins justificando os meios liquidou estatais e fundos de pensão, levou à bancarrota bancos oficiais e, pela ladroagem, transformou funcionários em milionários, ladrões e empresários em símbolos de vileza para seus ilustres clãs políticos e familiares.

Se o alvo era o demonizado capitalismo e um mundo igualmente cruel, o tiro saiu pela culatra, pois ao fim e ao cabo o que houve foi pretender legitimar ladrões como salvadores da pátria. O maior deles, o chefe, Lula da Silva, começou repetindo a imagem do pai dos pobres para ser mais do que a mãe dos ricos, pois é hoje o compadre de um rol de empresários cujo cartel virou um clube de propinas. Esse sinistro capitalismo foi usado para abrir abençoadas contas no exterior e promover financiamentos a países vizinhos reforçando seus governos autoritários.

O povo pode ser bobo, mas não é palhaço. O povo, como se viu domingo, não aceitou ser o filho bastardo de um governo lulopetista que se postava como pai e, depois, mãe, mas que dele abusava de modo incestuoso, roubando-lhe os recursos. A genitora inventada pelo pai-salvador revelou-se dona de mais impaciência e ausência de noção do seu papel do que de amor materno. Postava-se como mãe sem, entretanto, ter o coração materno da famosa canção imortalizada por Vicente Celestino.

Política tem muito de ética pessoal, mas não é família ou casa-grande. Um país é uma casa e senzala, embora seja moradia. Alugá-lo a incompetentes cínicos que admitem terem comido muito mel ao ponto de melarem-se todos é, mais do que uma realidade, é um insulto.

E o povo que usa expletivos como conceitos filosóficos — existe algo mais complexo que explicar o significado de f.d.p ou de um p.q.p? — revelou a sua vontade e o seu pensamento selvagem levi-straussiano, quando vimos a tribo que domingo podou o poder político lulopetista, dando o primeiro passo para afastá-lo do palácio e do imenso aparelho que ele cuidadosamente construiu.

Estou sendo golpista? Para alguns sim. Para quem sabe do meu caráter, não. Não tergiverso com minha honestidade e não vendo minha alma ao diabo na forma de pedidos, favores e dinheiro. Meu nariz está limpo porque jamais ajoelhei para lamber um traseiro ou solicitei um empenho. Quando, um dia, me perguntaram “O que você quer?”, disse sem tremer: “Nada!”

Nessa rede de elos familiares e de simpatias que o ritual de domingo deu provas contundentes, eu jamais entrei. Estudando Brasil eu vi o peso dos favores na condução de nossos projetos de modernização igualitária e encareço aos que desejam real e firmemente mudar o Brasil que prestem atenção a essa trama do dar-para-receber que não amadurece, mas infantiliza. Que não engendra cidadãos responsáveis, mas devedores e, no limite, subserviências. E o faz sem saber, mas sabendo — maldosa e inocentemente.

O que vi domingo foi um grito esperançoso de maturidade com todo o bom humor possível diante dos mais reacionários que, negando o real, recitavam o mantra do ilegal para um ritual que paradoxal e brasileiramente, pois era obviamente legítimo e certo, embora tivesse raízes nos dentes podres com os quais todos — todos! — comemos nossas carniças.

Foi um ritual do mesmo naipe dos estelionatos eleitorais, dos quartos neuroticamente secretos onde aquele sujeito da Petrobras guardava como um Ali Babá os tesouros roubados. Foi uma prova de como o ilegítimo é legal tal como as propriedades do ex-presidente Lula são dos seus amigos do coração.

Foi um passo para a maturidade e para o casamento do ético com o legal. Mas, como estou cansado de testemunhar tal movimento, pois fiz parte dos “conscientizados” da esquerda brasileira, posso ter certeza, mas não estar certo.

terça-feira, 19 de abril de 2016

Mais humor, agora com Benett / blog do Josias

Novo figurino! 
4

Josias de Souza
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– Charge do Benett, via 'Gazeta do Povo'.

"Objetivamente, Dilma sempre foi um desastre." / Mary Zaidan


POLÍTICA

É o fim

Fim (Foto: Arquivo Google)
Entre 130 e 135 votos declarados em um colégio de 513 deputados. Isso é o máximo que a presidente Dilma Rousseff, o ex Lula, o PT e companhia conseguiram arregimentar em meses de despudoradas barganhas para evitar o impeachment. Um fiasco que, independentemente do resultado da votação deste domingo, sepulta o governo.
Sem rodeios: um governo que aposta na omissão como única hipótese de não ser derrotado e que sem qualquer escrúpulo compra a peso de ouro a ausência de parlamentares em sessão de votação, inexiste. Acabou. E há tempos.
Objetivamente, Dilma sempre foi um desastre.
Os anos de seu primeiro mandato já não tinham sido fáceis. Talvez pela herança de casa arrombada que Lula deixou. Mas os desmandos de 2013, como a explosão do crédito e a redução populista das tarifas de energia - uma mistura venenosa de soberba e voluntarismo -, derrotaram de vez a economia. As contas públicas, mesmo pedaladas, começaram a não fechar. A roubalheira na Petrobras emergiu, a seleção brasileira tomou de 7 a 1 da Alemanha, dentro de casa, naquela que seria “a Copa das Copas”.
Dilma se reelegeu depois de, com mentiras e artimanhas, fazer o diabo. Muita mentira, reconhecida até pelo seu inventor. “Tivemos um problema político sério, porque ganhamos a eleição com um discurso e depois das eleições tivemos que mudar o nosso discurso e fazer aquilo que a gente dizia que não ia fazer”, admitiu Lula, em outubro do ano passado.
O governo que já era uma catástrofe conseguiu quase o impossível: piorar. E muito mais.
Em 2015, Dilma fingiu tentar um ajuste fiscal que, por oposição do PT e aliados, pouco saiu do papel. Ainda assim, é ao ajuste fiscal que não existiu – basta olhar o descalabro das contas governamentais -- que Dilma, Lula e o PT atribuem o insucesso do primeiro ano do segundo mandato. Ao ajuste necessário que Dilma não fez, soma-se a Operação Lava Jato, que, de acordo com a inteligência bandida de Lula, emperra o crescimento do país, como se o investigador, e não o meliante, fosse o culpado pelo crime.
E o ano de 2016 não começou. Há meses o impeachment é pauta única. Para evitá-lo, o governo tentou de tudo: comprar deputados com cargos e verbas, incentivar exércitos de movimentos sociais, judicializar até as vírgulas. E, de acordo com a colunista Dora Kramer, pode até decretar Estado de Defesa para valorizar a posição de vítima.

Humor de Amarildo


Escanteio

Cunha bate escanteio para Renen Cabecear a cabeca de dilma bola de futebol goleiro lula

Mais humor..../ Moisés

A charge de Moisés

Charge (Foto: Moisés)

Humor de Antonio Lucena

Arte de Antonio Lucena

Charge (Foto: Antonio Lucena)