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quinta-feira, 18 de agosto de 2016

“Desisti, para protegê-lo... Meu camarada, meu amigo, o cavalo que sempre fez tudo por mim na sua vida não merece isso... De modo que saudei (a plateia) e me retirei da arena”.

O ópio do povo - 

CORA RÓNAI

O Globo - 18/08

Foi bom parar de falar na crise e na política. Não quero nem pensar na próxima segunda-feira, essa espécie de quartafeira amplificada que nos aguarda ali na esquina, sem Olimpíada, sem uma festa emendando na outra, sem todas as línguas do mundo se misturando no calçadão e no Boulevard; não quero nem pensar na cidade sem Guarda Nacional, ou nos estádios vazios; não quero nem pensar na conta.
Fui contra a realização da Olimpíada no Rio, assim como fui contra a Copa do Mundo: acho que o país tinha, e continua tendo, outras prioridades. Não me conformo com o desperdício dos estádios construídos para a Copa nos lugares mais inviáveis, e me revoltam as muitas demolições e reconstruções do Maracanã, em particular, assim como a arrogância da Fifa e do COI, em geral, exigindo equipamentos insustentáveis de primeiro mundo num país com tantas dificuldades. A lista de absurdos é imensa, e algo me diz que ainda vamos ter muitas surpresas desagradáveis ao longo do tempo à medida que formos contabilizando os prejuízos.

Por outro lado, não posso negar que foi bom viver essa pausa na enxurrada de más notícias dos últimos tempos. Foi bom parar de falar na crise e na política, dois motivos de permanente depressão, e usar um pouco de indignação para defender o Biscoito Globo.

Foi bom ver as redes sociais cheias de especialistas em esportes aos quais nunca prestamos atenção, e ver o Rio transformado em centro do mundo; apesar de todas as reportagens negativas, valeu ver a nossa cidade sendo filmada com amor e, eventualmente, sendo descrita com entusiasmo. O Rio não é só beleza, mas também não é só violência; agradeço aos colegas de todos os países que se deram ao trabalho de tentar explicar a nossa complexidade aos seus leitores sem cair nos velhos chavões. ______ Foi bom — é sempre bom — ver como os outros nos veem. Ao contrário do que imaginam as pessoas que não convivem com estrangeiros, têm horror a estrangeiros e acham que qualquer cortesia feita a um estrangeiro é um golpe no amor próprio da Pátria, descobrir o olhar do outro é sempre interessante, ainda que às vezes nos cause desconforto.
Tenho uma secreta inveja de cidades como Veneza ou Nova York, que têm vastas bibliografias em qualquer língua conhecida, e são cenário de tantos filmes e romances diferentes. Gosto de comparar versões e experiências, e adoro saber como tanta coisa que me parece familiar e trivial é vista por gente para quem tudo é novidade. ______ Não sei se o Rio já foi uma cidade mais turística do que é hoje, se o Brasil já foi mais educado e gentil, mas foi triste ver a repercussão do post de uma universitária que, apesar de falar inglês, se vangloriava de ter negado informações a um estrangeiro: “Gringo tá no Rio e eu que tenho que falar inglês?”.

Para muita gente imbuída de uma noção perversa de patriotismo, a moça tomou a decisão certa. Como assim, dar informação a uma pessoa que, visitando o Brasil, não se deu ao trabalho de aprender português?! Coisa tão fácil, tão simples...
Quero ver como essa turma vai se virar na próxima Olimpíada, em Tóquio. ______ Por falar em patriotismo — segundo o dr. Johnson, “o último refúgio dos canalhas” —, a medalha da vergonha vai, sem dúvida, para o judoca egípcio que se recusou a apertar a mão do rival israelense. Ela pode ser compartilhada com todos que acharam a atitude louvável.

O Comitê Olímpico do Egito fez o que se esperava e desligou o infame El Shehaby da delegação. Parabéns para o comitê. E parabéns para a nossa torcida, que o cobriu de vaias.

Essa foi a única vez, aliás, que concordei com as vaias. Na maioria dos casos me senti profundamente envergonhada: nenhum atleta que esteja competindo de forma limpa e digna, dando o melhor de si, merece vaia. Torcer pelos brasileiros é uma coisa, vaiar as demais equipes e demais atletas é o suprassumo da baixaria.
Não entendi os comentaristas que tentaram relativizar o péssimo comportamento das nossas arquibancadas. Não há “alegria”, “espontaneidade” ou “autenticidade” que justifique isso. ______ A medalha da crueldade vai para o cavaleiro brasileiro Stephan Barcha, desclassificado na disputa do salto por abusar das esporas e ferir seu parceiro Landpeter do Feroleto. Ele tem muito a aprender com Adelinde Cornelissen, da Holanda, que desistiu da competição para poupar o cavalo Parzival, que havia estado doente. Pode começar a aprendizagem pela leitura do post que ela escreveu no Facebook:
“Desisti, para protegê-lo... Meu camarada, meu amigo, o cavalo que sempre fez tudo por mim na sua vida não merece isso... De modo que saudei (a plateia) e me retirei da arena”.

A ferida de Landpeter foi considerada “uma fatalidade” pela equipe. Questiono esse tipo de “fatalidade” na barriga de um animal que, para começo de conversa, nunca pediu para competir. ______ As casas dos vários países foram um dos pontos altos da Olimpíada. Queria que elas ficassem aqui para sempre, com a sua música, os seus sabores, a sua troca de culturas e o seu jeitinho de Feira da Providência. ______ Levo um saldo pessoal muito positivo da Rio-2016: conheci Buzz Aldrin, o astronauta, um dos meus ídolos da vida toda, vi o primeiro jogo da nossa seleção feminina contra a Suécia (aquele, o bom!) e tive o privilégio de ver Simone Biles ganhar uma medalha de ouro.
Nunca pensei que tudo isso pudesse acontecer num espaço tão curto de tempo.

Humor de Sponholz

Sponholz: Os inocentes e a 'cartinha' da Dilma.

' Afinal, o que pode rolar no pós-impeachment ? " / blog de Aluizio Amorim

quinta-feira, agosto 18, 2016

AFINAL, O QUE PODE ROLAR NO PÓS-IMPEACHMENT?

Em artigo publicado pelo site Diário do Poder, o analista político Murillo de Aragão levanta algumas questões pertinentes sobre o que pode acontecer no período pós-impeachment. Vou transcrever após este prólogo. Entretanto, qualquer análise sobre o que poderá rolar no futuro não tem precisão matemática. A política, cuja definição mais concisa e racional é weberiana, resume-se no seguinte: a política é a luta pelo poder ou pela a manutenção do poder. Um leque muito amplo de inúmeras variáveis incide sobre todo o processo político e a predição do futuro por isso mesmo torna-se incerta sempre.

Todavia essa incerteza não inviabiliza uma análise política desde que esta se desenvolva em cima dos fatos reais do presente. Essas análises quando pautadas na realidade dos fatos podem indicar a escolha de um caminho a percorrer rumo ao futuro. Por exemplo: neste momento há um dado concreto, ou seja, que nos últimos 13 anos o Brasil foi submetido à deletéria experiência comunista com os governos do PT. Calcula-se que mais de 40 empresas estatais foram criadas nesse período além daquelas já existentes que são muitas. Este é portanto um dado real e resultou na falência do Brasil, na volta da inflação, do desemprego e da corrupção e roubalheiras inauditas. O Estado brasileiro foi violentado pelos comunistas, os cidadãos foram violentados. Esta é a realidade, isto é, estes são os fatos que não se pode permitir que se repitam de maneira nenhuma. 

Análise formulada por Murillo de Aragão, que aludi no início deste meu comentário lista uma série de circunstâncias complicadoras no período pós-impeachment, concluindo entretanto que no atual momento político brasileiro não existe ninguém melhor do que Michel Temer para enfrentá-los. Aliás, dia desses, afirmei aqui no blog: 'ruim com Temer, pior sem ele'. Transcrevo a análise de Aragão e acrescentei números em cada parágrafo com a finalidade de suavizar a leitura, haja vista que o texto é meio longo. Sei que há objeções aos textos longos sobretudo em sites e blogs da internet. Todavia a complexidade do assunto não pode ser resumida numa notinha de três ou quatro linhas. Acredito que os leitores do blog em maioria não têm medo de ler dez parágrafos. A compreensão das coisas é penosa. E nunca se compreenderá sem o estudo e a reflexão. 
O texto de Aragão tem por título: "Tempos turbulentos após o afastamento definitivo de Dilma". Leiam:
1 Os tempos que se seguirão ao impeachment definitivo de Dilma Rousseff serão, obviamente, muito tumultuados. Findo o processo, com a confirmação de seu afastamento da Presidência rumo à insignificância histórica, um novo leque de problemas se abrirá, os quais devem ser considerados pelos observadores da política nacional. Esses problemas pautarão os três primeiros meses do governo de Michel Temer, após sua confirmação no Palácio do Planalto.
2 O primeiro deles é a cassação do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Prevista para 12 de setembro, a votação deve ser concluída com a perda do mandato dele. O que Cunha fará se realmente for cassado? Essa é uma indagação que inquieta Brasília. Para muitos, o ideal é que ele seja suspenso no lugar de ser punido com a pena máxima. No entanto, salvo com o engajamento total do governo para poupá-lo, custa crer que ele conseguirá reunir mais de 200 votos a seu favor.
Outra fonte de desafio é a natural aceleração dos procedimentos do Supremo Tribunal Federal em relação aos investigados pela operação Lava Jato. Pode ocorrer afastamento preventivo de parlamentares de seus cargos e até mesmo prisão de políticos.
4 A delação premiada do empresário Marcelo Odebrecht, prevista para setembro, é outra fonte de problema, pois, além de acrescentar novas denúncias, pode reforçar as investigações já em curso com revelações adicionais. Sabe-se que o naufrágio do capitalismo tupiniquim será estrepitoso.
5 Outro ponto de possível turbulência é a eventual reação dos movimentos sociais ao afastamento definitivo de Dilma. As promessas de manifestações violentas não se realizaram ao longo do afastamento temporário. Será que se concretizarão após o afastamento definitivo? Poderão confundir ou turbinarcampanhas salariais importantes no segundo semestre?
6 Voltando à esfera judicial, a possibilidade de anulação da chapa Dilma-Temer (PT-PMDB) continua a preocupar. Especialmente pela inclusão de informações oriundas das delações da Lava Jato. As investigações sobre as doações ilegais recebidas pelos partidos (PT, PMDB, PSDB e PP) podem resultar, em médio prazo, em punições severas.
7 No âmbito da base política, são esperadas mudanças no ministério de Temer visando a uma melhor relação entre os partidos da base e o governo. Alguns nomes podem ser substituídos, e partidos podem ter ministérios importantes trocados por outros de menor relevância. É certo considerar que qualquer reforma ministerial será traumática e trabalhosa.
8 As eleições municipais em outubro já são, por si sós, um evento politicamente relevante. Em especial, pelo fato de que serão as primeiras sem recursos empresariais. Porém, a questão se torna mais complexa porque haverá disputas sérias na base aliada que exigirão o poder curativo do governo na cena pós-eleitoral.
9 Vale destacar, ainda, que, após as eleições, as atenções se voltarão para a pauta de reformas no Congresso, na qual se incluem a emenda constitucional sobre o teto de gastos públicos e o início da reforma previdenciária. Tais temas exigirão negociações detalhadas.
10 Considerando o quadro que se apresenta nas esferas jurídica e política, temos um conjunto de desafios que demandarão do novo governo e de seu núcleo duro muita sensibilidade e competência. Os resultados não serão amplamente favoráveis a Temer. No entanto, não existe ninguém melhor do que ele na atual cena política para enfrentá-los.

Quadro de medalhas dos Jogos do Rio às 13 horas de 18/08/2016

Jogos Olímpicos Rio 2016
VISÃO GERALESPORTESNA TVPROGRAMAÇÃOATLETASMEDALHASPAÍSES
Quadro de medalhas
País
1
Estados Unidos
31323194
2
Grã-Bretanha
21211355
3
China
19152054
4
Alemanha
138930
5
Rússia
12141541
17
Brasil
35513

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

"No mundo “real” a competição promove desigualdades permanentes e naturais, satânicas ou divinas. Mas, no esporte, a contingência da derrota (e da vitória) engloba apenas as inferioridades daquela competição ou jogo..."

Detalhes olímpicos - 

ROBERTO DAMATTA

ESTADÃO - 17/08

Todas as Olimpíadas fabricam seus heróis. Aliás, toda atividade humana na qual se destaca um papel central, esse destaque dificilmente deixaria de ser visto como o “herói” simplesmente porque sua ausência impediria definir o ponto, dando-lhe um ponto de vista ou um arremate. Afinal, o diálogo com a finitude é o que constrói os heróis e os campeonatos. Dos torneios de várzea aos refinados Jogos Olímpicos, cuja marca é justamente um ciclo mundial de quatro anos. Fosse anual, não haveria Phelps ou Pelés.

O mundo em que vivemos é marcado pela predominância da parte sobre o todo; do individuo sobre o grupo. Para nós, a sociedade é o resultado de uma associação de indivíduos que perseguem os seus interesses, os quais se coordenam, no dizer de um tal de Adam Smith, por meio de uma bruxaria chamada de “mão invisível”. O próprio conceito revela como é central o foco na parte e no sujeito, deixando de lado as relações e, com elas, o reconhecimento do todo que, entre outras coisas, simboliza o limite. E o limite é o olimpo, o assento dos sobre-humanos. Mas, com o fim da monarquia, pode-se subir ou descer deste monte...

Se levarmos esses “detalhes” em conta, descobrimos que comparar conduz a individualizar. Eu prefiro X e você Y; eu sou Z e você X. Tal destaque pode levar ao desprezo ou a ênfase no elo que, afinal, é a base do contraste. Toda comparação pode conduzir a uma competição ou a uma guerra. Não foi por acaso que os Jogos foram reinventados na Europa!

A individualização extremada leva a diferenças que podem se fixar em desigualdades. Ou, ao contrário, em diferenciações que obrigam a rever preconceitos e exclusões. Os Jogos colocam no mapa países ignorados por meio de seus heróis. E, ao mesmo tempo, transformam desigualdades eventuais em diferenças irremovíveis. Um “detalhe” crucial da Olimpíada é o jogo entre eventos (ou “provas”) e um padrão geral — o tal “quadro de medalhas” — que reordena ou confirma nações alinhadas não mais pelo poder militar ou econômico, mas por desempenho neste campo situado entre guerra e arte.


Como mencionei na semana passada, o esporte, como as artes, é um ponto de repouso das rotinas — das questões práticas e das tragédias. Ele não as elimina, mas as converte e, no caso de fracassos, pode agravá-las acentuando ainda mais os radicalismos. De qualquer modo, como tudo que é programado e delimitado por um texto, palco e atores, o esporte é uma fantasia, mas uma fantasia transformada numa realidade tão séria quanto um filme musical ou um martini. Sua “glória” é um transbordamento parcial para o real. Seria maravilhoso se questões políticas pudessem ser resolvidas por meio de uma luta de boxe ou por um jogo de basquete...

De um certo ponto de vista, o campo do esporte é um experimento comparativo e uma abertura para a mudança. Aqui, dois “detalhes” se destacam imperiosamente: as regras explícitas e um uso do corpo com foco exclusivo no seu desempenho, talento e capacidade. No caso, uma refrega do atleta-herói contra o tempo, o espaço e os “estrangeiros” — esses outros que, paradoxalmente, não podem ser eliminados. Nesse sentido, o esporte é um ritual cujo proposito permite diferenciar iguais (todo jogo começa numa igualdade absoluta, como aprendi com Lévi Strauss) sem, entretanto, esquecer — e isso digo eu — que as diferenciações sejam passageiras e relativas, pois tudo pode mudar numa outra competição.

Vejam a diferença: no mundo “real” a competição promove desigualdades permanentes e naturais, satânicas ou divinas. Mas, no esporte, a contingência da derrota (e da vitória) engloba apenas as inferioridades daquela competição ou jogo.. Nesta esfera da vida, não pode haver um campeonato que acabe com todos os campeonatos (como foi o caso de algumas guerras); ou um estilo de disputa definitivo. Muito pelo contrário, todo torneio tem como pressuposto um outro torneio de modo que a serie derrotado/vitorioso/derrotado seja permanentemente renovada. É muito semelhante a experiência do cantor com a música cujas interpretações são infinitas, embora ela continue sendo a mesma música.

Um dos “detalhes” do esporte como uma esfera de significado social é que nele vitória e derrota estão em relação. Perder não é desonra. É uma “prova” do outro lado desta moeda sem a qual não há jogo, pois sem ela não há vitória.

O sítio de Atibaia e o triplex de Guarujá não tem dono ...? Seriam, então, de 'Mãe Joana' ?

Dica de invasões - 

RUY CASTRO

FOLHA DE SP - 17/08

A Justiça intimou a ex-primeira-dama dona Marisa e seu filho Lulinha a prestar esclarecimentos em Curitiba sobre o sítio de Atibaia e o tríplex em Guarujá, que duas empreiteiras insistiram em reformar e deixar nos trinques para o então presidente Lula e sua família — embora, como se sabe, o sítio e o tríplex não pertençam a Lula, e as muitas vezes em que eles estiveram lá para fiscalizar as obras fossem só para fins recreativos. Donde dona Marisa e Lulinha mandaram dizer que não têm o que esclarecer e ficarão em silêncio se um juiz impertinente lhes fizer perguntas.

A essa altura, a Odebrecht e a OAS já deram como perdidos os quase R$ 2 milhões que investiram nas reformas. E, como ninguém parece assumir o sítio e o tríplex que não são de Lula, esses imóveis bem poderiam ser invadidos pelos movimentos sociais. O sítio, por exemplo, não é produtivo, o que torna justa sua ocupação pelos critérios do MST (Movimento Sem Terra).
Posso imaginar os ônibus e caminhões do MST despejando seus militantes no sítio, e eles se esbaldando na churrasqueira, na piscina e nos pedalinhos do lago. Outros logo descobrirão a adega, com suas quase mil garrafas de vinho e cachaça, e o estoque de charutos cubanos, que não se sabe por que Fidel Castro mandava para Lula naquele endereço, já que Lula não morava lá. E é no sítio também que fica a "tranqueira", os presentes que Lula recebeu na Presidência e mandou guardar ali — que souvenirs para os invasores!

Já o tríplex deve estar na mira do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto). Afinal, como pode um apartamento como este, com cozinha planejada, elevador privativo e também piscina, continuar vazio enquanto famílias inteiras não têm onde morar?

E quem sabe Chico Buarque não fará uma visita e cantará "Apesar de você" para os ocupantes?

terça-feira, 16 de agosto de 2016

"O 'trouxa e a 'inocenta'" / José Casado

O "trouxa" e a "inocenta" - 

JOSÉ CASADO

O GLOBO - 16/08

Dilma e Bumlai, o amigo de Lula, culpam o PT por suas dores. Ela se acha traída. Ele se vê como o otário usado para pagar a conta de uma suposta chantagem contra Lula



Ela se considera vítima do próprio partido e da oposição, traída pelos aliados e até hoje perseguida pelos assassinos e torturadores da ditadura acabada 31 anos atrás. Ele se acha “trouxa”, otário, simplório, fácil de ser enganado.

Foi dessa forma que a ex-presidente Dilma Rousseff e o pecuarista José Carlos Bumlai se apresentaram nos últimos dias.

Dilma, em defesa prévia, culpou o PT por “responsabilidade” no pagamento ilícito de US$ 4,5 milhões aos publicitários João Santana e Mônica Moura para saldar dívidas da sua campanha presidencial de 2010.

O dinheiro teve origem em propinas cobradas pelo ex-secretário de Finanças do PT João Vaccari sobre os contratos da Petrobras com o um estaleiro de Cingapura, Keppel Fels — contou no tribunal o engenheiro Zwi Skornicki, intermediário de repasses mensais de US$ 500 mil para Santana, via Suíça, entre setembro de 2013 e outubro de 2014, quando Dilma foi reeleita.

Era um segredo das campanhas presidenciais de 2010 e 2014: “Achava que isso poderia prejudicar profundamente a presidente Dilma”, disse Santana, em juízo, ao explicar por que não contara antes. “Eu que ajudei, de certa maneira, a eleição dela, não seria a pessoa que iria destruir a presidente. Nessa época (da sua prisão, em fevereiro deste ano), já se iniciava um processo de impeachment”.

Há mais coisas ocultas. Envolvem o fluxo de dinheiro da Odebrecht para campanhas de Dilma, Lula e outros do PT. Ficaram reservadas à colaboração premiada cujo desfecho talvez coincida com o impeachment no Senado.

Nesse outro processo, a “presidenta inocenta” — segundo o golpismo gramatical da senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) — apresentou sexta-feira uma defesa de 675 páginas. Nela se definiu como vítima de uma “farsa” marcada pelo “desvio de poder, pela traição, pela desonestidade e pela ilegalidade”. Amaldiçoou quem discorda: “Nunca poderão afastar das suas mentes a lembrança dos que morreram e foram torturados.”
Se confirmado o epílogo, Dilma estará fora do baralho, inelegível aos 68 anos de idade. E, sem imunidade, passa ao centro das investigações sobre corrupção na Petrobras. Isso porque os publicitários confirmaram seu aval para operações ilegais com fornecedores da estatal.

Como Dilma, o pecuarista Bumlai também culpa o PT por suas dores. Apresentou uma defesa em 70 páginas na sexta-feira. Delas emerge como o “amigo de Lula” que aos 72 anos coleciona doenças, carros (23) e imóveis (23) — entre eles, uma fazenda de R$ 90,4 milhões. Bumlai se define, literalmente, como “um trouxa usado pelo PT e pelo Banco Schahin” na lavagem de R$ 12 milhões.
Esse dinheiro teria sido usado, em parte, para pagamento de uma suposta chantagem sobre Lula, quando era presidente da República. O objetivo era evitar revelações sobre o sequestro, a tortura e o assassinato do prefeito de Santo André (SP), Celso Daniel, no ano eleitoral de 2002. A vítima teria descoberto desvio dos cofres municipais para o caixa do PT.

O caso permaneceu à sombra por 14 anos. Ressurgiu no juízo de Curitiba pela voz de Bumlai, agora no improvável papel de “trouxa” — confissão que lhe abriu o caminho para um acordo de delação premiada.


O conto de uma fraude, de uma ilusão... / Arnaldo Jabor

A vida é de direita - 

ARNALDO JABOR

O Globo - 16/08

“A primeira vez que vi a luz foi num botequim, tomando um cafezinho com o chefe teórico de minha base no Partido Comunista, um excelente stalinista com um nariz inchado em ‘couve-flor’. Ele me disse a frase decisiva: ‘O comunista não morre. Só quem morre é o indivíduo iludido. O comunista se sabe um ser social. Ele faz parte de uma coisa maior, logo, comunista não morre’.

E eu, emocionado, sonhei com a vida eterna. Vi a luz. A partir daí, eu era parte de um processo histórico inelutável, muito mais importante que meus anseios burgueses.

Mas, confesso que, para atingir a verdade ideológica, percorri um labirinto de dúvidas. Desviei-me da pequena burguesia, evitei as teses reacionárias dos socialdemocratas.

A fé entrou em mim como uma água santa. Um batismo. Contra todos os obstáculos, chegaríamos ao futuro. Mesmo os erros nos levariam a um acerto final, como ensina a dialética materialista.

Daí para frente vivi com fé e força. Minha vida seria salvar o Brasil. Quando conquistamos o poder com Lula eu pensei: vamos fazer agora o que não conseguimos em 63. Agora é o trem em direção ao fim da história, ao paraíso social.

No entanto, hoje exalo uma cava depressão, à beira do impeachment de nossa presidenta! Que horror esse golpe!... A direita neoliberal imperialista burguesa, a oligarquia alienada e aliada à mídia conservadora, conseguiram destruir nosso grande projeto histórico.

Não viemos para essa piadinha de ‘democracia representativa’, não; a gente tomou o poder para mudar o Estado.

Em 2010, o presidente seria o Dirceu, mas a direita conseguiu expulsar nosso guerreiro do povo. Que pena... Fomos tão sérios em nosso projeto, fizemos tudo certo, sempre seguimos a ‘linha justa,’ sempre soubemos usar os meios para nossos fins. Os inimigos dizem que os fins não justificam os meios, mas nós — vamos botar a bola no chão, amigo leitor —, nós somos pessoas especiais, superiores mesmo à estupidez geral das classes médias, essa gente horrenda, burra, que deveria ser apunhalada ou enterrada viva, como bem disseram dois professores de São Paulo e Rio. Fins justificam meios sim. Por exemplo, dizem que roubamos, mas nunca usamos essa palavra. Sim, ‘desapropriamos’ empresas burguesas para montar nosso pecúlio para o socialismo bolivariano.

Alguns neoliberais dirão: ‘E a Petrobras?’. Muito simples. A Petrobras é uma empresa do povo brasileiro, e seu capital pode ser usado para o bem do mesmo povo. Foi tudo dentro de um projeto progressista.

Por exemplo, qual o problema de comprar a refinaria de Pasadena, no Texas (apelidada de ‘lata velha’ rs, rs), por um preço 30 vezes maior do que valia? 800 milhões de dólares não foram desviados por acaso; nossa presidenta fez olhos de cabra cega para o memorando do Cerveró porque essa grana seria para vencermos a luta entre opressores e oprimidos. Só a luta de classes nos explica.

Agora, está na moda uma visão crítica do patrimonialismo brasileiro, invenção daqueles revisionistas Sérgio Buarque e Gilberto Freyre. Quiseram explicar o Brasil por complexidades sociais e psicológicas. Mas, onde está a opressão, a injustiça que tanto gostamos de lembrar e de sofrer? Eles já estão sendo denunciados por nossos intelectuais. Criticar a injustiça nos enobrece.

Vejam aquela festa de abertura da Olimpíada, por exemplo. Foi uma coisa sórdida embelezar nossa vida, sob aquela ladainha política de ‘país tropical’, abençoado por Deus.

O show uniu a favela e o asfalto, numa falsa conciliação multicultural, mas no fundo para silenciar nossas contradições e a violência dos conflitos. Dizem que foi belíssima a apresentação para 3 bilhões de pessoas no planeta, mas não me deixo enganar: a beleza pode ser reacionária. Foi um show de direita, para uma Olimpíada reacionária.

Não vi nenhum jogo, a não ser da Venezuela e Coreia do Norte, bastiões de defesa contra o imperialismo norte-americano, que será destruído. Os sinais estão no ar.

Acho até bom que o Trump seja eleito presidente dos Estados Unidos — aí... Fode tudo logo e arrasa aqueles gringos, responsáveis por nossa desgraça. O próprio Estado Islâmico é culpa dos americanos; são a consequência do imperialismo na Ásia.

Ouso dizer mesmo que todo o desmanche que aconteceu com o Brasil teve um lado, digamos, ‘progressista’. Desorganizou a oligarquia capitalista, uma coisa que é sempre boa. Temos de avacalhar o capitalismo, mesmo sem ter o que botar no lugar.

Fizemos muito pelo povo, mas agora fomos barrados pela direita mais sórdida: os fascistas que só pensam em equilibrar as contas do país. Mas, que contas? Estávamos no poder, e resolvemos distribuir grana para o povo porque o apoio popular era mais importante que uma contabilidade certinha de armazém. Chávez quebrou a Venezuela, mas, como um passarinho no ouvido do Maduro, detém o poder com ajuda de juízes e militares dominados.

Talvez nosso maior erro, como disse brilhantemente a direção do PT, foi não termos nos aproximado mais dos militares.

Fico olhando o povo. É minha única delícia ainda. Amo sua ignorância, sua simplicidade, sua obediência fácil. Sou um homem bom. E hoje minha consciência está tranquila. Sempre lutei pelo povo, mas sobretudo por minha própria boa consciência. A pobreza seria nossa bússola para salvar a sociedade. Um grande Estado regulando tudo e nosso povo pobre, mesmo analfabeto, mas todo arrumadinho, regido por um Comitê Central esclarecido.

Claro que minha vida pessoal melhorou com algumas sobras de campanha, caixas dois etc. Menti sobre isso sim; mas, que que tem mentir? São mentiras revolucionárias. Mas estou muito triste porque esse sonho ficou impossível. Eles, os neoliberais, os cães capitalistas desfizeram todas nossas grandes obras. A vida social hoje é um caos, sem a tranquilidade do ritmo socialista de viver. Chego a ter inveja da vida arrumadinha da Coreia do Norte. Não aceito a vida como ela é hoje no Ocidente. O presente não presta; só existe o futuro. O certo está no avesso de tudo. A vida é de direita.”

"As mulheres caminham integralmente cobertas, repito. Mas o homem avança na frente, expressão pública e visível do lugar que a mulher ocupa na hierarquia dos sexos"

terça-feira, agosto 16, 2016

Estado de Direito não deve permitir a exibição pública de mulheres-múmias - 

JOÃO PEREIRA COUTINHO

FOLHA DE SP - 16/08

1. Caminho pelo centro de Londres. Várias mulheres de burca passam por mim. Como sempre, sinto desconforto físico e moral.

Essas coisas não se sentem, dizem. Nem se escrevem. Que direito tenho eu de impor um código de vestuário sobre terceiros?

Admito: nenhum. Mas quando vejo uma mulher transformada em múmia, não penso em mim. Penso nela. Aquilo é uma escolha pessoal? Ou, na esmagadora maioria dos casos, uma forma de submissão ao poder masculino?

As mulheres caminham integralmente cobertas, repito. Mas o homem avança na frente, expressão pública e visível do lugar que a mulher ocupa na hierarquia dos sexos.

É também por isso que concordo com a proibição de burcas ou véus integrais no espaço público europeu –já acontece na França; há debate na Alemanha. Primeiro, porque é uma forma de respeito pelos outros: viver nas sociedades ocidentais significa partilhar um código mínimo de valores ou comportamentos.

E, como já escrevi nesta Folha, se eu não ando nu pelas ruas (apesar da minha costela panteísta), agradeço que os outros não andem tapados da cabeça aos pés.

Mas a proibição é também uma forma de respeito pelas mulheres. Excetuando casos extremos, defendo que o Estado não entre na casa dos cidadãos. Que o mesmo é dizer: se uma mulher deseja estar integralmente vestida ou despida entre quatro paredes, problema dela.

Coisa diferente é falar do mundo que existe fora das quatro paredes.

Será que um Estado de Direito deve permitir a exibição pública de uma mulher encerrada em presídios de tecido? Ou deve declarar, em alto e bom som, que não há qualquer tolerância para essas manifestações de brutalidade masculina?

Claro que alguns crentes afirmam o oposto: brutalidade é remover a burca e o véu integral sem respeitar "culturas diferentes". Engraçado: eu julgava que a violência sobre as mulheres não era uma "cultura" digna de respeito entre pessoas civilizadas.

E, já agora, relembro aos multiculturalistas que o Ocidente também é uma "cultura diferente". Por que motivo a "tolerância" perante a diferença se aplica aos outros –mas não a nós?
Seja como for, só posso aconselhar às brigadas a leitura da história que o "Daily Telegraph" publica sobre a libertação da cidade síria de Manbij.

Foram dois anos sob as garras do chamado "Estado Islâmico". A libertação chegou com as tropas americanas. E quando as mulheres viram os soldados entrarem na cidade, o que fizeram? Rasgaram as burcas e, para festejar, fumaram cigarros.

Admito que essas duas ações –rasgar burcas, fumar cigarros– possam ofender multiculturalistas e higienistas em partes iguais. Mas quando vejo uma mulher de burca nas ruas de Londres, é também essa a minha vontade: convidá-la a sair da masmorra e oferecer-lhe um cigarro para comemorar.

2. Estreou no Brasil "Amor & Amizade", o mais recente filme de Whit Stillman. Prometo escrever em breve sobre o assunto. Merece. Primeiro, porque Stillman filma pouco mas filma barbaramente bem (conheci-o com "Metropolitan" e virei cliente). Depois, porque o diretor pegou uma novela "menor" de Jane Austen ("Lady Susan") e acertou no essencial: a cínica misoginia de Jane Austen.
Essa verdade não cai bem em certas fãs da escritora, que veem em Austen uma espécie de feminista "avant la lettre". Não era. Os homens, na prosa dela, podem ser tontos ou vulgares. Mas as mulheres, exceções à parte, são retratadas como seres gananciosos ou reptilianos. Só uma mulher poderia escrever assim sobre as outras mulheres.

E o que é válido para a literatura, é válido para o desporto. Leio na "The Economist" que a Universidade Harvard estudou "padrões de reconciliação" entre homens vs. homens e mulheres vs. mulheres depois de jogos "confrontacionais" (tênis, ping-pong, badminton, boxe).

Conclusão: quando o confronto termina, os homens têm mais contato físico (cumprimentos, abraços, palmadas nas costas etc.) do que as mulheres. As donzelas, com má cara, despacham o assunto rapidamente.

Como explicar a diferença? Os antropólogos de Harvard não sabem. Um pouco de Jane Austen talvez fosse útil para eles. Da minha parte, prometo apenas que vou prestar mais atenção aos Jogos do Rio. Só para confirmar se a "guerra dos sexos" é samba de uma nota só.

A fraude de uma fraude chamada PT / Vlady Oliver



Vlady Oliver: Só sobrou a fúria
O velho de 600 anos tentando encontrar três mulheres que são uma só é um caso a parte no romantismo pilantra do projeto


Por: Augusto Nunes 15/08/2016 às 10:20

A platinada exibiu neste domingo de madrugada um “desenho desanimado” genuinamente brasileiro. É um longa lançado há pouco tempo, no auge da ditadura do proletariado possível, instalada por aqui por aquela fraude chamada PT.


Eu tinha um professor acometido de um tipo de paralisia que lhe tirou os movimentos das rótulas dos joelhos. Tal deficiência não o impedia de fazer qualquer coisa na vida – exceto se abaixar para pegar alguma coisa – e não causava qualquer comoção ou constrangimento, mas era evidentemente engraçada de experimentar, com seus passinhos duros de RoboCop e a necessidade de afrouxar os parafusos de uma prótese para o cara “parecer sentado” enquanto lecionava.


Lembrei dele porque o resultado é semelhante. De “animação” a coisa passa longe: tecnicamente, é uma sucessão de “ilustrações movimentadas” semelhantes as dos desenhos do Hulk dos anos sessenta. A limitação técnica empurrada para o público como “linguagem” só não é uma fraude pior que o próprio roteiro e o argumento. É aí que mora a sacanagem propriamente dita.

Os recursos técnicos de hoje acabam permitindo que coisas primitivas e sem fundamentos se mimetizem naquilo que não são, como os discursos de Dilma do Chefe, o partido dos trabalhadores que não trabalham, os cultos nas igrejas fast food da fé e a bancada da chupeta. São fraudes, brandindo a máxima de que eles também detém o direito de terem um lugar ao sol na confraria, sem pagar pelo assento.


As citações aos filmes que o autor viu – Blade Runner, Minority Report, Forrest Gump, Highlander, The Day After, Matrix, entre tantos – são escancaradas tentativas de revestir com um verniz tecnológico uma cartilha vagabunda de curso primário, onde uma improvável dupla de Ceci e Peri com deslavada orientação de esquerda trafegam enfadonhos pelo roteiro que mistura balaiada, militarismo e canibalismo tupinambá.

Isso só para ressaltar um heroísmo discutível frente “ao sistema opressor e injusto” que os obriga a tornar-se assaltantes de bancos para promoverem “uma retomada” do dinheiro que eles fingem que lhes pertence. E a “atriz principal”, até bem pouco tempo, era protagonista de anúncios da “Nossa Caixa”. Uma salada.


O velho de 600 anos tentando encontrar três mulheres que são uma só é um caso a parte no romantismo pilantra do projeto. É o “amor de aparelho”, no jargão da macacada que não comia ninguém na época, mas fazia um barulho danado para chamar a atenção de suas vítimas, como seus colegas símios fazem na jaula, quando confinados.


Confesso que de “amor” e “fúria” só sobrou esta última, depois de ter engolido o filme inteiro sem maionese nem salgadinhos. Impressionante saber que uma aberração audiovisual como esta – como outras tantas outras “obras” paridas do mesmo jeito – teve o apoio improvável do nosso próprio dinheiro para se concretizar contra nós mesmos, pagantes de toda sorte de impostos indecorosos,


Essa é a fraude. Usando o jargão do Bernardinho do vôlei, eu diria que é o dá pra jogar sem atentar para os fundamentos. Tal como andar sem joelhos, a coisa fica esquisita. Animação sem animadores parece que é, mas passa longe.

Sempre as mesmas notícias...Não é porque o juiz Sergio Moro seja bom em investigações... É que o PT é muito ruim em governança!




Delação de Benedito de Oliveira é ponto de partida de nova fase da Acrônimo


Amigo de governador mineiro, o empresário citou favorecimento de Pimentel à construtora paulista

FELIPE COUTINHO
16/08/2016 - 10h23 - Atualizado 16/08/2016 11h51
Benedito Oliveira, amigo de Carolina Oliveira e Fernando Pimentel  (Foto: Reprodução)
A nova fase da Operação Acrônimo, deflagrada na manhã desta terça-feira (16) em São Paulo e em Belo Horizonte, teve como ponto de partida a delação premiada do empresário Benedito de Oliveira, o Bené, firmada com o Ministério Público Federal. Ele afirmou que o governador mineiro, Fernando Pimentel, de quem é muito próximo, fez lobby pela construtora JHSF para que conseguisse instalar um aeroporto no interior de São Paulo.

A Polícia Federal deverá realizar outras diligências com base em informações de Bené, que está em prisão domiciliar.

>> Em delação, Bené se compromete a ficar longe de "atividades criminosas"

>> PF prende operador Bené, ligado ao governador Fernando Pimentel