“ninguém conhece verdadeiramente uma
nação até que tenha estado dentro de suas
prisões".
O Rio Grande em sua hora mais amarga Percival Puggina Meu amado berço sulino vive sua hora mais amarga sob o múltiplo bombardeio...
Estava tudo ali, nas entrevistas: o sistema se deteriorava a cada dia. A pedra fundamental da recente barbárie no Compaj fora lançada pelos próprios detentos que nos contavam a organização do crime no Amazonas e sua sofisticação para superar as facções de Rio e São Paulo. Alguns falavam deste movimento com brilho nos olhos.
Arroz, feijão, paio, linguiça e, para cimentar toda a xepa, não poderia faltar a farofa, iguaria que sintetiza na mesa uma cena bem brasileira. Nesse almoço, eu ouvi pela primeira vez os detentos usarem a expressão “lá no Brasil...”, para se referir aos acontecimentos do Sul e Sudeste.
Além disto, o diretor-geral do Compaj, vejam só, também ficou foragido e acabou sendo preso dias depois. Contra ele pesavam as acusações de associação com os criminosos, exploração sexual no presídio e facilitação de saídas noturnas, usadas para presos cometerem crimes.
Talvez Nelson Mandela estivesse certo quando disse que “ninguém conhece verdadeiramente uma nação até que tenha estado dentro de suas prisões". Moro na França há alguns anos e, talvez pela distância, percebo que o Compaj diz muito sobre o Brasil. Já dizia há dez anos, mas ninguém queria ouvir.
Há cuervos que não se apresentam como tal.
Michael Jordan |
Magic Johnson |
Shaquille O' Neal |
LeBron James |
Kobe Briant |
Hakeem Olajuwon 200 milhões de dólares Tem mais 44 jogadores entre os 50 da lista que começa com 15 milhões de dólares |
Bruno Moreira Santos, transformado em Bruno Júlio por ser filho do deputado estadual mineiro Cabo Júlio, sempre foi um garoto problema. Seus antecedentes -- duas investigações por agressão a ex-mulheres e uma por assédio sexual a uma funcionária – deveriam ter impedido o presidente Michel Temer de nomeá-lo. Teria evitado um fecho tão nojento e deletério para uma semana em que seu governo só perdeu.
O mais grave é que a maior parte da população crê mesmo que “bandido bom é bandido morto”. Pesquisa Datafolha para o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, divulgada em novembro de 2016 dentro do 10º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, aponta que 57% dos brasileiros concordam com a afirmativa, percentual que sobe para 62% nas cidades com menos de 50 mil habitantes.
Parecem não entender o que já foi testado e aprovado mundo afora. Nem prender mais nem matar mais pode solucionar o que só se resolve com o educar mais, principal matriz das nações desenvolvidas (e civilizadas).