Xico Sá
Modos de macho, modinhas de fêmea & outros chabadabadás
Perfil
Xico Sá, 48, escritor e jornalista, colunista da Folha
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Kassab, o sexo e a cidade
Ficou
suspenso no ar o sorriso mais bonito que já ganhei na noite. Era Ângela
no balanço sobre o balcão da boate Kilt. Tocava um Rolling Stones.
Foi a derradeira vez que estive no castelo dos desejos clandestinos da rua Nestor Pestana. Levara um gringo viejo, amigo madrileño da crônica esportiva, para testemunhar o melhor show erótico do planeta.
O visitante não é uma desculpa. Sempre frequentei, nas viagens ao fim da noite de SP, na buena, este tipo de ambiente.
Como todo mundo já sabia, a Kilt foi fechada, depois de decreto de desapropriação, pelo Sr. Kassab. Será demolida.
Não podemos negar que tem um quê de Gengis Khan (séc. XIII) na política do sr. K. Tudo que desconhece ou não gosta, ele destroi.
A Kilt era a última das casas importantes do gênero na região central da cidade. A equipe do prefeito desapropriou o castelinho sob a desculpa da intervenção urbana na praça Roosevelt.
Depois do escândalo da “máfia do alvará” fica difícil acreditar que a perseguição às boates e bares seja apenas a assepsia moral do kassabismo –o que já seria deprimente- ou, na melhor das hipóteses, ousados planos urbanísticos.
Siga o dinheiro, amigo, como recomenda o jornalismo investigativo americano.
Siga o rastro dos conjuntos imobiliários gigantes. Onde pequenas casas são fechadas, vem sempre uma placa de uma megaobra privada um tempo depois. Ao lacrar estabelecimentos, automaticamente a prefeitura facilita a venda, por baixo custo, dos imóveis.
Em ano de campanha eleitoral, negócios como estes costumam abastecer de grana os cofres dos candidatos.
Queria este cronista, que cobriu pelo menos dez eleições de peso como repórter, estar viajando na maionese conspiratória. Quem dera.
Kassab vai além do simplesmente folclórico –com suas proibições malucas, veja aqui a lista que publiquei em outro post.
Só me resta lembrar do sorriso de Ângela no balancê da Kilt. Guardo agora aquele sorriso pendurado no trapézio do meu cérebro. Como o amigo Brás Cubas protegia as suas obsessões e ideias fixas.
Foi a derradeira vez que estive no castelo dos desejos clandestinos da rua Nestor Pestana. Levara um gringo viejo, amigo madrileño da crônica esportiva, para testemunhar o melhor show erótico do planeta.
O visitante não é uma desculpa. Sempre frequentei, nas viagens ao fim da noite de SP, na buena, este tipo de ambiente.
Como todo mundo já sabia, a Kilt foi fechada, depois de decreto de desapropriação, pelo Sr. Kassab. Será demolida.
Não podemos negar que tem um quê de Gengis Khan (séc. XIII) na política do sr. K. Tudo que desconhece ou não gosta, ele destroi.
A Kilt era a última das casas importantes do gênero na região central da cidade. A equipe do prefeito desapropriou o castelinho sob a desculpa da intervenção urbana na praça Roosevelt.
Depois do escândalo da “máfia do alvará” fica difícil acreditar que a perseguição às boates e bares seja apenas a assepsia moral do kassabismo –o que já seria deprimente- ou, na melhor das hipóteses, ousados planos urbanísticos.
Siga o dinheiro, amigo, como recomenda o jornalismo investigativo americano.
Siga o rastro dos conjuntos imobiliários gigantes. Onde pequenas casas são fechadas, vem sempre uma placa de uma megaobra privada um tempo depois. Ao lacrar estabelecimentos, automaticamente a prefeitura facilita a venda, por baixo custo, dos imóveis.
Em ano de campanha eleitoral, negócios como estes costumam abastecer de grana os cofres dos candidatos.
Queria este cronista, que cobriu pelo menos dez eleições de peso como repórter, estar viajando na maionese conspiratória. Quem dera.
Kassab vai além do simplesmente folclórico –com suas proibições malucas, veja aqui a lista que publiquei em outro post.
Só me resta lembrar do sorriso de Ângela no balancê da Kilt. Guardo agora aquele sorriso pendurado no trapézio do meu cérebro. Como o amigo Brás Cubas protegia as suas obsessões e ideias fixas.
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